FÁBIO RODRIGUES DA COSTA VIRGILIO MANUEL PEREIRA BERNARDINO Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM [email protected] [email protected] USO DA CARTOGRAFIA GEOAMBIENTAL NA ANÁLISE DE INDICADORES SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS NA MESORREGIÃO CENTRO OCIDENTAL PARANAENSE INTRODUÇÃO O uso da Cartografia Geoambiental é essencial na análise geográfica, visto que possibilita a representação do espaço através de mapas, cartas, gráficos, etc. Possibilita ao geógrafo uma análise e representação mais efetiva do seu objeto de estudo, que é o espaço, mais efetivamente o espaço transformado pela ação do homem organizado em sociedade. Nas últimas décadas a Cartografia passou a fazer uso das tecnologias geradas pela informática com o objetivo de ampliar as suas ferramentas de trabalho. Assim, o computador e os softwares passaram a fazer parte do universo cartográfico, ampliando as possibilidades de representações, análises e interpretações do espaço geográfico. A elaboração de mapas para representar a área de estudo é possível graças ao uso da Cartografia Geoambiental, e isso é feito, atualmente, através da aplicação de softwares que permitem uma ampla possibilidade de ação. A escolha do software vai depender das necessidades e objetivos de cada estudo. No transcorrer do trabalho são discutidas e analisadas as seguintes questões referentes à saída de campo, realizada de 23 a 25 de novembro de 2009: roteiro da saída de campo, metodologia, localização e características gerais da área de estudo, processo de ocupação da região e análise dos indicadores (Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, população total, rural e urbana e uso do solo). OBJETIVOS O presente trabalho, elaborado como requisito da disciplina de Cartografia Geoambiental, do Programa de Pós-Graduação em Geografia na Universidade Estadual de Maringá, tem como objetivo a utilização da Cartografia Geoambiental para representar e analisar alguns indicadores socioeconômicos e ambientais da Mesorregião Centro Ocidental Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 Paranaense. Para isso foram utilizados os softwares Philcarto, Adobe Illustrator, Excel, Spring e Corel Draw, todos trabalhados na referida disciplina. METODOLOGIA A metodologia para a elaboração do presente estudo consta de três etapas a saber: i) saída de campo realizada entre os dias 23, 24 e 25 de novembro de 2009, com a participação dos professores Dra Marta Luzia de Souza, Dra Maria Tereza de Nóbrega, Dr. Elpídio Serra e Dr. Paulo Nakashima, do programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá. Na saída de campo foram verificados in loco as seguintes questões: i) ocupação e povoamento das mesorregiões, uso do solo, tipos de solo, geomorfologia, paisagem e obtenção de coordenadas geográficas e altitude dos pontos visitados; ii) obtenção de dados junto ao IBGE e IPARDES, e pesquisa bibliográfica; iii) elaboração de mapas temáticos com o uso dos seguintes softwares: Philcarto, Adobe Illustrator, Excel, Spring e Corel Draw. RESULTADOS PRELIMINARES De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009), o Estado do Paraná foi regionalizado em dez Mesorregiões Geográficas, sendo objeto de estudo do presente trabalho a Mesorregião Centro Ocidental Paranaense. A Mesorregião possui área de 11.937,031 km² e população de 331.303 habitantes conforme o censo de 2007 (IBGE, 2009), a densidade demográfica é de 27,75 hab./km² . O IDH médio é de 0,736, estando abaixo da média paranaense que é de 0,787 (IPARDES, 2003). Fazem parte da Mesorregião Centro Ocidental Paranaense 25 municípios: Altamira do Paraná, Araruna, Barboza Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Goioerê, Iretama, Janiópolis, Juranda, Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre D’Oeste, Roncador, Terra Boa e Ubiratã (IBGE, 2009). De acordo com os estudos realizados por Maack (1981), a Mesorregião Centro Ocidental encontra-se no Terceiro Planalto Paranaense. Os vales dos rios Tibagi, Ivaí, Piquiri e Iguaçu dividem o Terceiro Planalto em cinco regiões geográficas naturais: i) Planalto de São Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 Jerônimo da Serra que se estende entre os rios Tibagi e Itararé, ii) Planalto de Apucarana que declina da Serra do Cadeado e Serra Bufadeira, iii) Planalto de Campo Mourão que atinge altitude máxima no cume da escarpa da Serra da Esperança com 1.150m e chega a 225m nas margens do rio Paraná após percurso de 265km, iv) Planalto de Guarapuava situado entre os rios Piquiri e Iguaçu e v) Planalto de Palmas e Clevelândia localizado na parte sul do rio Iguaçu (MAACK, 1981). A Geomorfologia é marcada pela presença de colinas suaves no norte e noroeste. As declividades mais abruptas são notadas nas áreas sul e sudoeste devido ao entalhamento da drenagem sobre o basalto. Segundo Maack (1981), o Terceiro Planalto Paranaense é a região dos grandes derrames das lavas básicas do vulcanismo Gondwânico do Pós-Triassico até o Eo-Cretáceo. A geologia é marcada pela predominância da Formação Serra Geral, formada por rochas de composição básica. De acordo com Melfi et al. (1988), esta formação abrange, no Brasil, uma área de 1.000.000Km2, podendo ser observadas em todos os estados da região Sul, extensas áreas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás. Segundo Fraga (1995), a seqüência que constitui a Formação Serra Geral, foi proposta e introduzida por White em 1908, com estudos prévios por Derby em 1878 e Hussak em 1889. Sobre o trapp vulcânico, ocorre em algumas porções do Noroeste da Mesorregião Centro Ocidental a Formação Caiuá, que segundo Gasparetto (1999), assenta-se de forma discordante sobre os basaltos da Formação Serra Geral. O Arenito Caiuá tem comportamento de rocha branda, pois cede facilmente à pressão quando alterado; quando desenvolve silicificação ou cimentação por óxido de ferro, possui elevado grau de resistência. Referente à coerência, varia de incoerente a medianamente coerente, dependendo dos teores de cimento ferruginoso que está presente na rocha (GASPARETTO e SOUZA, 2003). A cobertura pedológica na região do Arenito Caiuá é extremamente susceptível a processos erosivos. A utilização inadequada leva ao aparecimento de vários tipos de feições erosivas, tais como sulcos, ravinas, voçorocas; também se constatando assoreamento nos rios e movimentos de massa (GASPARETTO e SOUZA, 2003). Os solos encontrados na Mesorregião em estudo são originados da decomposição de dois tipos de rochas: i) rochas magmáticas (basalto) e ii) rochas sedimentares (arenito). De Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 acordo com Souza (2003), nos locais de ocorrência de basalto são identificados Latossolo Vermelho, Nitossolo Vermelho e Neossolo Litólico e nas áreas de ocorrência do arenito são identificados Latossolo Vermelho e Argissolo Vermelho. Nas áreas de ocorrência de rochas básicas, onde o relevo apresenta-se suavemente ondulado, predominam o Latossolo Vermelho de textura argilosa. Estes solos são encontrados nos topos e altas vertentes, em direção a jusante. Já nas médias e baixas vertentes são encontrados os Nitossolos Vermelhos. Nas áreas de ocorrência do Arenito Caiuá observa-se a presença do Latossolo Vermelho de textura arenosa/média nos topos e altas vertentes, e nas médias e baixas vertentes aparecem o Argissolo Vermelho (NAKASHIMA e NÓBREGA, 2003). ANÁLISE DE ALGUNS INDICADORES SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS: Aspectos Populacionais A Mesorregião Centro Ocidental apresentou acréscimo de população até 1970, e decréscimo da população a partir de meados da década de 1970. Tais fatos são verificados acompanhando o número da população total de acordo com os censos realizados pelo IBGE. Em 1960, a Mesorregião tinha população de 369.906 habitantes, em 1970 passou para 532.143 habitantes, em 1980 a população caiu para 403.902, passou para 387.451 em 1991, em 2000 caiu para 346.431 habitantes e o censo de 2007 contabilizou 331.303 habitantes. Os dados estão alocados no gráfico 1. Gráfico 1 – População da Mesorregião Centro Ocidental Paranaense Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 Fonte: IBGE (2009) Entre as questões que explicam o intenso processo de migração da população está a ação do capital e a modernização das técnicas de produção agrícolas que conduziram ao êxodo rural. Para Moro (1998), a modernização da agricultura é caracterizada por um conjunto de bases técnicas que visa melhorar a produção. Assim, se utilizam de tratores, colheitadeiras, adubos químicos, entre outras técnicas. Com a substituição da cafeicultura, sobretudo pela cultura da soja e trigo, libera-se grande contingente de trabalhadores rurais, que emigram para as fronteiras agrícolas ocidentais e setentrionais do país ou para as regiões metropolitanas, destacando-se Curitiba e São Paulo (MORO, 1998). Com relação à população total, rural e urbana se verifica que Campo Mourão é o município que concentra o maior número de habitantes (pop. Total =82.530, pop rural= 4.734, pop urbana= 77.796 ). Nota-se que o índice de urbanização é alto, pois 94,26% dos habitantes vivem nas cidades. O pequeno número de pessoas vivendo no campo é reflexo do modelo econômico embasado na agricultura moderna. Goioerê é o segundo município mais populoso da Mesorregião (pop. Total =28.941, pop rural= 3.950, pop urbana=24.991 ). O índice de urbanização também é elevado com 86, 35% dos habitantes vivendo em cidades. Os dados sobre população total, rural e urbana estão na figura 3. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 Dos vinte e cinco municípios que compõem a Mesorregião Centro Ocidental Paranaense, dezesseis possuem menos do que vinte mil habitantes e sete apresentam população total inferior a cinco mil habitantes. Altamira do Paraná (pop. Total 4.369=, pop rural= 2.691 pop urbana=1.678 ), Boa Esperança (pop. Total =4.706, pop rural= 2.253, pop urbana=2.453 ), Corumbataí do Sul (pop. Total =4.262, pop rural= 2.111, pop urbana=2.1511 ), Farol (pop. Total =3.394, pop rural= 1.324, pop urbana=2.070 ), Fênix (pop. Total =4.871, pop rural= 906, pop urbana=3.965 ), Quarto Centenário (pop. Total =4.848, pop rural= 2.045, pop urbana=2.803 ) e Rancho Alegre D’Oeste (pop. Total =2.928, pop rural= 744, pop urbana=2.184 ) (IBGE, 2009). O considerável número de municípios com menos de cinco mil habitantes (28% do total) é reflexo da modernização das técnicas de produção ocorridas no campo a partir do final da década de 1970. Como a Mesorregião em estudo apresenta poucas indústrias e não é capaz de gerar empregos suficientes para atender à demanda da população que migrou do campo para cidade, milhares de habitantes se deslocaram para centros urbanos maiores como São Paulo e Curitiba ou para novas áreas de expansão agrícola como o Centro-Oeste do país. Índice de Desenvolvimento Humano - IDH O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, foi desenvolvido com o objetivo de apresentar uma alternativa em relação ao PIB per capita como indicador de qualidade de vida. São utilizadas três variáveis para sua elaboração: saúde, renda e educação. Para avaliar a saúde usa-se a expectativa de vida, para a renda o PIB per capita e para a educação a taxa de alfabetização e a quantidade de anos de estudo. A Mesorregião Centro Ocidental Paranaense apresenta IDH médio de 0,736 valor inferior à média do Estado do Paraná 0,787. Por município os dados são: Altamira do Paraná (0,677), Araruna (0,732), Barboza Ferraz (0,700), Boa Esperança (0,722), Campina da Lagoa (0,710), Campo Mourão (0,774), Corumbataí do Sul (0,678), Engenheiro Beltrão (0,762), Farol (0,701), Fênix (0,736), Goioerê (0,746), Iretama (0,699), Janiópolis (0,692), Juranda (0,731), Luiziana (0,704), Mamborê (0,745), Moreira Sales (0,703), Nova Cantu (0,698), Peabiru (0,736), Quarto Centenário (0,700), Quinta do Sol (0,712), Rancho Alegre Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 D’Oeste (0,698), Roncador (0,701), Terra Boa (0,744) e Ubiratã (0,734) (IPARDES, 2003). Os valores de IDH estão representados na figura 2. Um fato extremamente preocupante foi percebido pela pesquisa, nenhum dos 25 municípios da Mesorregião Centro Ocidental Paranaense possui IDH igual ou superior à média paranaense. Os dados revelam uma realidade preocupante que são os problemas sociais enfrentados na região. Levando-se em consideração as dez mesorregiões do Paraná, a Centro Ocidental Paranaense é a com o segundo pior IDH, ficando atrás apenas da Mesorregião Centro Sul Paranaense que tem IDH de 0,732 (IPARDES, 2003). Os municípios de Corumbataí do Sul e Altamira do Paraná estão entre os municípios com IDH mais baixo do Paraná. Os problemas sociais constituem uma realidade preocupante na mesorregião, basta atentar para os seguintes dados obtidos juntamente ao IPARDES (2009): Altamira do Paraná (Taxa de Pobreza 52,3% e Taxa de Analfabetismo 23,3%), Corumbataí do Sul (Taxa de Pobreza 48,6% e Taxa de Analfabetismo 23 %), Nova Cantu (Taxa de Pobreza 46,53% e Taxa de Analfabetismo 19,2%), Roncador (Taxa de Pobreza 46,25% e Taxa de Analfabetismo 18,6%) e Iretama (Taxa de Pobreza 43,50% e Taxa de Analfabetismo 22,2%). Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 FIGURA 2: IDH dos Municípios da Mesorregião Centro Ocidental – Pr (2007) Uso do Solo De acordo com os dados obtidos junto ao IPARDES (2009), com relação ao uso do solo, predomina o cultivo da soja, do milho e do trigo. São encontrados, em menor escala, o feijão, a mandioca, a cana de açúcar e o café. O predomínio do cultivo da soja ocorre em Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 8 razão do modelo econômico vigente, embasado na plantação de grãos voltados para a exportação. Os fatores geoambientais (clima, solo e relevo) favorecem estes tipos de culturas. O agronegócio é a principal atividade da Mesorregião, sendo Campo Mourão a sede da Agroindustrial Cooperativa – COAMO, que para receber a produção dos seus cooperados, mantém 90 unidades estrategicamente localizadas nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul (COAMO, 2009). O agronegócio movimenta a economia da Mesorregião Centro Ocidental, no entanto constata-se que a concentração de terras é significativa. Em decorrência deste fato, verificam-se grandes desigualdades sociais que marcam dramaticamente a paisagem humana desta Mesorregião. Nas áreas onde predomina relevo suavemente ondulado verifica-se o domínio da agricultura moderna e mecanizada voltada para a exportação. As principais culturas são: a da soja, milho e trigo; em menor escala feijão, mandioca e cana de açúcar. Já nas áreas onde o relevo se apresenta com maior declividade se verifica o predomínio da pecuária. Em razão da dificuldade de uso de mecanização, as áreas de relevo mais acidentadas foram direcionadas, pelo capital, para pecuária e reflorestamento. Na figura 3 está representado o uso do solo na Mesorregião Centro Ocidental Paranaense. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 9 FIGURA 3: Uso do Solo dos Municípios da Mesorregião Centro Ocidental – Pr (2006) Conclui-se que através das aulas realizadas na disciplina de Cartografia Geoambiental, ministradas pela Profª. Drª. Marta Luzia de Souza, utilizando os softwares Philcarto, Adobe Illustrator, Excel, Spring e Corel Draw e com a saída de campo integrada, foi possível a realização do presente trabalho. Entendemos que a Cartografia Geoambiental é fundamental para o trabalho do geógrafo, pois possibilita a documentação cartográfica de seu objeto de estudo. Desta forma, buscamos, no transcorrer do trabalho, relacionar os conhecimentos adquiridos em aula e na saída de campo integrada. Através da saída de campo e dos estudos em sala de aula, foi possível discutir sobre os aspectos socioeconômicos e geoambientais da Mesorregião Centro Ocidental Paranaense. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 10 Com relação à população, verificou-se que a partir do final da década de 1970, iniciou-se intenso processo de êxodo rural, que é o deslocamento de um grande contingente populacional do campo para a cidade. Como reflexo observa-se na Mesorregião Centro Ocidental o predomínio de municípios com menos de 20 mil habitantes (apenas Campo Mourão e Goioerê possuem mais do que 20 mil habitantes), existindo sete municípios com menos de 5 mil habitantes. A evasão populacional para centros urbanos maiores como São Paulo e Curitiba, em razão da modernização do campo na referida região, configurou tal cenário. A população é predominantemente urbana, com exceção dos municípios de Altamira do Paraná e Nova Cantu, que possuem mais da metade de seus habitantes vivendo no campo. Com relação ao IDH, os dados são preocupantes, visto que nenhum dos 25 municípios apresenta valores iguais ou maiores do que a média do Estado do Paraná, que é de 0,787. Estes dados demonstram os intensos problemas socioeconômicos verificados na mesorregião, que é a segunda com IDH mais baixo no Paraná. Referente ao uso do solo, ocorre o predomínio da soja, do milho e do trigo. Isso em virtude do modelo econômico vigente, pautado na exportação de produtos primários. O agronegócio é uma atividade lucrativa, no entanto promove a concentração de terra e beneficia um número reduzido de pessoas. Em menor escala são verificados o cultivo de cana de açúcar, feijão, mandioca e café. Nas áreas de relevo mais acidentado, predomina a pecuária e posteriormente matas e florestas. Por fim, se notam problemas socioeconômicos e ambientais decorrentes do modelo capitalista que privilegia a concentração fundiária e de renda em detrimento da maioria da população, que convive com baixos salários, altas taxas de analfabetismo e desemprego. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COAMO, Agroindustrial Cooperativa. Disponível em: <www.coamo.com.br>. Acesso em : 15 de dezembro 2009. FRAGA, Elito. A ocupação do espaço e a degradação ambiental do rio do Campo. 1995. Monografia (Especialização) – Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão, 1995. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 11 GASPARETTO, Nelson Vicente Lovatto. As formações superficiais do Noroeste do Paraná e suas relações com o Arenito Caiuá. 1999. Tese (Doutorado)-Universidade de São Paulo. São Paulo, 1999. GASPARETTO, Nelson Vicente Lovatto; SOUZA, Marta, Luzia de. Contexto Geológico-Geotécnico da Formação Caiuá no Terceiro Planalto Paranaense – PR. In: I ENCONTRO GEOTÉCNICO DO TERCEIRO PLANALTO PARANAENSE. ENGEOPAR Maringá, 2003. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2009. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em : 14 de dezembro 2009. IPARDES, Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Índice de desenvolvimento humano municipal – IDH – 2000. Anotações sobre o desempenho do Paraná. Curitiba, janeiro, 2003. IPARDES, Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em: <www.ipardes.gov.br>. Acesso em : 15 de dezembro 2009. MAACK, Reinhard. Geografia Física do Estado do Paraná. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1981. MORO, Dalton Áureo. Desenvolvimento econômico e dinâmica da população no Paraná contemporâneo. Boletim de Geografia, Maringá, a. 16, n. 1, 1998. NAKASHIMA, Paulo; NÓBREGA, Maria Teresa de. Solos do Terceiro Planalto do Paraná – Brasil. In: I ENCONTRO GEOTÉCNICO DO TERCEIRO PLANALTO PARANAENSE. ENGEOPAR, Maringá, 2003. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 12