UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Departamento de Antropologia PROGRAMA DE CURSO DISCIPLINA: TEORIA ANTROPOLÓGICA CLÁSSICA CURSO DE ANTROPOLOGIA - 1º / 2014 PROFESSOR: ANTONIO RAFAEL BARBOSA HORÁRIO: SEGUNDAS E QUARTAS – 16h ÀS 18hs - SALA 503 BLOCO A Ementa: Constituição do campo da antropologia. Temáticas básicas. Evolucionismo unilinear. Boas e a antropologia cultural norte-americana: cultura como sistema. Trabalho de campo e etnografia. Escola de Cultura e Personalidade. Escola Sociológica Francesa: estrutura e função, categorias de pensamento, representações coletivas e sistemas classificatórios. Marcel Mauss: reciprocidade e fato social total. Antropologia social inglesa e a centralidade da produção etnográfica. Malinowski. Radcliffe-Brown e o estrutural-funcionalismo. Avaliação: O material bibliográfico de que faremos uso será apresentado pelos alunos na forma de seminários. A primeira avaliação resultará do desempenho de cada aluno durante a preparação e exposição dos textos indicados. A segunda avaliação consistirá de duas avaliações a serem feitas em sala de aula com os temas abordados durante o curso. Organização do curso e bibliografia: INTRODUÇÃO: características do conhecimento nas ciências sociais; a antropologia como campo de saber. ERIKSEN, Thomas H., NIELSEN, Finn S. História da antropologia. Petrópolis: Ed. Vozes, 2007 (cap. 1: pp. 9-26; cap. 2: pp. 27-48). LÉVI-STRAUSS, Claude. “Lugar da antropologia nas ciências sociais e problemas colocados por seu ensino”. In: Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975, p. 385-424. 1ª UNIDADE: EVOLUCIONISMO SOCIAL CASTRO, Celso (org.). Evolucionismo Cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005. ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982. (Prefácio à 1a edição; prefácio à 4a edição; capítulos 1 e 9). FRAZER, James G. A Magia Simpática. In: O Ramo de Ouro. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1982. Disponível em http://www.classicos12011.files.wordpress.com/2011/03/45354652-o-ramo-de-ouro-sirjames-george-frazer-ilustrado.pdf. Acessado em 11/09/13 (pp. 83-115). MORGAN, Lewis Henry. A sociedade primitiva. Lisboa: Presença, 1980 [1877]. (Vol. I – Prefácio e 1ª parte; p. 7-59). Bibliografia complementar: AUGÉ, Marc. “Introdução ao Vocabulário do Parentesco”. In: Os Domínios do Parentesco. Lisboa: Ed. 70, 1978, p. 11-74. CLASTRES, Héléne. “Primitivismo e Ciência do Homem no Século XVIII”. Discurso 13: 187-208. EVANS-PRITCHARD, Edward E. História do pensamento antropológico. Lisboa: Ed. 70, 1981, p. 103-136; 181-260. FOUSTEL DE COULANGES, Numa Denis. A Cidade Antiga. São Paulo: Martins Fontes, 1998 [1864]. KUPER, Adam. “The idea of primitive society”. In: The invention of primitive society: transformations of an illusion. London and New York: Routledge, 1991, p. 1-14. LEVI-STRAUSS, Claude. “Raça e História”. In: Antropologia Estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1987, p. 322-366. MAINE, Sir Henry James Summer. Ancient Law. London: Dent, 1972 (1861) (Cap. 1 e 5). MORGAN, Lewis Henry . Systems of consanguinity and affinity of the human family. Osterhout, Anthropological publications, 1970. (Prefácio, Parte I, Caps. 1 e 2), pp. VIX, 3-15. ROBERTSON-SMITH, William. The Religion of the Semites. New York: Shocken Books, 1972 [1889]. TYLOR, Edward Burnett. The origins of culture. Gloucester: Peter Smith, 1970. (Cap. 1 e 2). STOKING JR., George W. Victorian anthropology. New York: Free Press, 1987, p. 284-329. _____. Race, culture and evolution: essays in the history of anthropology. New York: The Free Press, 1988, (Capítulo 6 – p. 110-132). 2ª UNIDADE: ANTROPOLOGIA CULTURAL NORTE-AMERICANA BOAS, Franz. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. (“Introdução”: pp. 7-23; “as limitações do método comparativo da antropologia”: pp.25-40). _____ . “Um ano entre os Esquimós”. In: STOCKING Jr., George W. A Formação da Antropologia Americana 1883-1911: antologia Franz Boas. Rio de Janeiro: Contraponto: Editora UFRJ, 2004, p. 67-80. STOCKING Jr., George W. “Introdução: Os pressupostos básicos da antropologia de Boas” In: A Formação da Antropologia Americana 1883-1911: antologia Franz Boas. Rio de Janeiro: Contraponto: Editora UFRJ, 2004, p. 15-38. - Escola de Cultura e Personalidade BENEDICT, Ruth. O crisântemo e a espada. São Paulo: Editora Perspectiva, 1972, p.968. _____ . Padrões de Cultura. Lisboa: Ed. Livros do Brasil, s/d. Introdução (por Franz Boas); 1a Parte - Cap. 1: A ciência do costume (pp. 13-32); Cap. 3: integração de culturas (pp. 58-72). MEAD, Margareth. Sexo e temperamento. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1979. (pp. 19-27 e 293-303). Bibliografia complementar BATESON, Gregory. “Morale and National Character”. IN: Steps to an Ecology of Mind. Chicago: University of Chicago Press, 2000, p. 88-106. MEAD, Margareth. “National Character”. In: TAX, Sol. (ed.), Anthropology today. Chicago: University of Chicago Press, 1962, p. 396-421. _____ . Coming of age in Samoa: a study of adolescence and sex in primitive societies. Harmondsworth: Penguin, 1969. GROSSKURTH, Phyllis. Margareth Mead: uma vida de controvérsia. Rio de Janeiro: Casa-Maria Editorial: LTC-Livros Técnicos e Científicos Ed., 1989. JACKSON, Walter. “Melville Herkovits and the Search for Afro-American Culture”. In: STOCKING Jr., George W. (ed.). Malinowski, Rivers, Benedict and Others. Essays on Culture and Personality (HOA – vol. 4). Madison: The University of Wisconsin Press, 1986, p. 95-125. SAPIR, Edward. “The emergence of the concept of personality in a study of cultures”. In: MANDELBAUM, David G. (ed.), Select writings of Edward Sapir in Language, Culture and Personality. Berkeley: University of California Press, 1985, p. 590-597. _____. “Cultura autêntica e espúria”. In: PIERSON, Donald. (org.). Estudos de organização social. São Paulo: Martins Ed., 1968, pp. 282-347. YANS-McLAUGHLIN, Virginia. “Science, Democracy and Ethics: Mobilizing Culture and Personality for Word War II”. In: STOCKING Jr., George W. (ed.). Malinowski, Rivers, Benedict and Others. Essays on Culture and Personality (HOA – vol. 4). Madison: The University of Wisconsin Press, 1986, p. 184-217. 3ª UNIDADE: ESCOLA SOCIOLÓGICA FRANCESA DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 1996. Introdução; Livro 1 – cap. 1 (pp. 3-32; livro 2 – cap. 7 (pp. 209-250); conclusão (pp. 457-498). ______. & MAUSS, Marcel. “Algumas Formas Primitivas de Classificação”. In: MAUSS, Marcel. Ensaios de Sociologia. São Paulo: Perspectiva, 1981, pp. 399-456. HERTZ, Robert. A preeminência da mão direita: um estudo sobre a polaridade religiosa, Religião e Sociedade, n. 6, 1980, p. 99-128. MAUSS, Marcel. “Ensaio sobre a Dádiva”. Sociologia e Antropologia, São Paulo: Epu/Edusp, 1974, vol. II, p. 37-184. _____. “Efeito Físico no Indivíduo da Ideia de Morte Sugerida pela Coletividade”. In: Sociologia e Antropologia. São Paulo: Epu/Edusp, 1974, vol. II, p. 185-208. _____ . “Parentescos de Gracejos”. In: Ensaios de Sociologia. São Paulo: Perspectiva, 1981, p. 399-456. _____ . “Uma Categoria do Espírito Humano: A noção de pessoa, a noção de ‘eu’”. In: Sociologia e Antropologia. São Paulo: Epu/Edusp, 1974, vol. I, p. 207-240. VAN GENNEP, Arnold. Os ritos de passagem. Petrópolis: Vozes, 1977. (Capítulo 1 e Conclusão). - A contra-efetuação de Gabriel Tarde TARDE, Gabriel. Monadologia e sociologia. Petrópolis: Vozes, 2003. VARGAS, Eduardo Viana. “A Microsociologia de Gabriel Tarde”. Revista Brasileira de Ciências Sociais 27: 93-110. _____ . Antes Tarde do que Nunca. Gabriel Tarde e a Emergência das Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2000. - Desenvolvimentos da antropologia francesa CAVIGNAC, Julie A. Maurice Leenhardt e o início da pesquisa de campo na antropologia francesa. In: GROSSI, M.,CAVIGNAC, J., MOTTA, A. (orgs.), Antropologia Francesa no século XX. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2006, pp. 2581. LERIS, Michel. A África Fantasma. São Paulo: Cosac Naif, 2007. Bibliografia complementar: CLIFFORD, James. “Poder e diálogo na etnografia: a iniciação de Marcel Griaule”. In: A Experiência Etnográfica: Antropologia e Literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998, p. 179-225. _____ . “Trabalho de campo, reciprocidade e elaboração de textos etnográficos: o caso de Maurice Leenhardt”. In: A Experiência Etnográfica: Antropologia e Literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998, p. 227-251. DUMONT, Louis. “Marcel Mauss: uma ciência em devenir”. In: O Individualismo: uma perspectiva antropológica da ideologia moderna. Rio de Janeiro: Rocco, 1985, p. 179-200. DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Coleção Os Pensadores), (Prefácios, Introdução, Caps. 1 e 2; p. 374-411). LEENHARDT, Maurice. Do Kamo. La Personne et le Mythe dans le Monde Mélanesien. Paris: Gallimard, 1985. LEVI-STRAUSS, Claude. “O que a Etnologia deve a Durkheim”. In: Antropologia Estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1987, p. 52-56. LUKES, Steven. Emile Durkheim: his life and work. London: Peguin Books, 1973. GOLDMAN, Marcio. Razão e Diferença. Afetividade, Racionalidade e Relativismo no Pensamento de Lévy-Bruhl. Editora Grypho/Editora UFRJ, 1994. MAUSS, Marcel. Manual de Etnografia. Lisboa: Editorial Pórtico, 1972. 4ª UNIDADE: ANTROPOLOGIA SOCIAL BRITÂNICA - trabalho de campo MALINOWSKI, Bronislaw. Os Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1984 (Coleção Os Pensadores). Prólogo (pp. 11-3); Introdução (pp. 17-34); Capítulo III: Características essenciais do Kula (pp. 71-86); Capítulo XIV: O Kula em Dobu; pormenores técnicos da troca (pp. 260-70); capítulo XXII: O significado do Kula (pp. 365-71). _____. Um diário no sentido estrito do termo. Rio de Janeiro: Record, 1997. RIVERS, William H. R. “O método genealógico da pesquisa antropológica” In: CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto (org.). A Antropologia de Rivers. São Paulo: Editora da UNICAMP, 1991, p. 51-70. STOCKING JR., George W. The ethnographer’s magic: fieldwork in British Anthropology from Tylor to Malinowski. In Stocking Jr. (ed.), Observers Observed. Essays on Ethnographic Fieldwork. Wisconsin: The University of Wisconsin Press, 1983, p. 70-120. - o funcionalismo de Malinowski FIRTH, Raymond. Nós, os Tikopias. São Paulo: EdUSP, 1998. MALINOWSKI, Bronislaw. “A Teoria Funcional”. In: Malinowski São Paulo: Ática, 1986 (Coleção Grandes Cientistas Sociais), pp. 169-188. - o estrutural-funcionalismo britânico (Radcliffe-Brown) KUPER, Adam. “Radcliffe-Brown”. In: Antropólogos e Antropologia. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978, p. 51-85. ______ . “As décadas de 1930 a 1940: da função à estrutura”. In: Antropólogos e Antropologia. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978, p. 87-120. RADCLIFFE-BROWN, Alfred. Estrutura e função na sociedade primitiva. Petrópolis: Vozes, 1973. Introdução (pp.9-26); Cap. 1: O irmão da mãe na África do Sul (pp. 2745); Capítulo 4: Os parentescos por brincadeira (pp. 115-132); Capítulo 9: sobre o conceito de função nas ciências sociais (pp. 220-231); Capítulo 10: Sobre a estrutura social (pp. 232-251). _____ . “O método comparativo em antropologia social”. In Mellatti, J. C. (org.), Radcliffe-Brown: antropologia, São Paulo: Ática, 1995, p. 43-58. (Coleção Grandes Cientistas Sociais). - o estrutural-funcionalismo britânico (a teoria da linhagem) EVANS-PRITCHARD, Edward E. Os Nuer. São Paulo: Perspectiva, 1978. Bibliografia complementar: EVANS-PRITCHARD, Edward E. Bruxaria, Oráculos e Magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar, 1978, pp. 56-71 e 298-316. EVANS-PRITCHARD, Edward E. e FORTES, Meyer (eds.) “Introduction”. In: African Political Systems. Oxford: Oxford University Press, 1940, p. 2-23. FORTES, Meyer. The Structure of Unilineal Descent Groups. American Anthropologist 55: 17-41. - A escola de Manchester, a tradição processualista e outros desenvolvimentos da antropologia social britânica GLUCKMAN, Max. “Análise de uma situação social na Zululândia moderna”. In: Feldman-Bianco, Bela (org.). Antropologia das sociedades contemporâneas. Métodos. São Paulo: Global, 1987, pp. 227-344. KUPER, Adam. “Leach e Gluckman: para além da ortodoxia”. In: Antropólogos e Antropologia. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978, p. 169-196. LEACH, Edmund R. Repensando a antropologia. São Paulo: Perspectiva, 1974. Capítulo 1: Repensando a antropologia (pp. 13-53). TURNER, Victor. O Processo ritual: estrutura e anti-estrutura. Petrópolis: Vozes, 1974. - bibliografia complementar: LEACH, Edmund. Sistemas Políticos da Alta Birmânia. São Paulo: EDUSP, 1996 SWARTZ, Mark, TURNER, Victor, TUNDER, Arthur. “Introduction”. In: Political Antrhopology. Chicago: Aldine Publishing Company, p. 1-43. REFERÊNCIA GERAL: BANARD, Alan, SPENCER, Jonathan (orgs.). Encyclopedic Dictionary of Social and Cultural Anthropology. London: Routledge, 1997. BONTE, Pierre, IZARD, Michel (orgs.). Dictionaire de L´Ethnologie et de L´Anthropologie. Paris: PUF, 1991. SILVA, Benedito et al. (eds.). Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: FGV, 1986.