61o. Congresso Nacional de Enfermagem

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Trabalho 2723 - 1/4
TRANSTORNO ALIMENTAR NA ADOLESCÊNCIA
FREIRE, Alessandra Kelly do Nascimento1
DOURADO, Giovanna de Oliveira Libório 2
GRAÇA JUNIOR, Carlos Alberto Guzman2
RIOS, Saulo Lemos2
SANTOS, Andrea Fernanda Lopes dos3
INTRODUÇÃO: Os transtornos alimentares (TA) são doenças associadas a
respostas de má-adaptação da regulação alimentar, surgem geralmente na
puberdade em função das mudanças corporais, e incluem: anorexia nervosa (AN),
bulimia nervosa (BN) e distúrbio da ingestão excessiva, no presente estudo serão
abordados e discutidos os dois primeiros. Os TA fazem parte do contexto cultural
que impõe um padrão de beleza da magreza. As influências sócio-culturais e da
mídia associam o sentimento de realização pessoal à boa forma física,
incentivando a busca pela perfeição, por isso atingem mais as mulheres e
adolescentes, esses mais suscetíveis a pressão de corresponder a esse padrão.
Atualmente o estilo de vida dos jovens vai contra o padrão de beleza, estão cada
vez mais sedentários com alimentação não balanceada, e refeições rápidas,
mesmo assim, para sentirem-se aceitos fazem sacrifícios para o alcance da
magreza. A temática dos transtornos alimentares mostra-se relevante no contexto
atual, uma vez que a sociedade impõe normas e associa felicidade a boa forma
física. No cotidiano observa-se, muitas vezes, a desconsideração da pessoa que
precisa de cuidados a cerca desses transtornos, quando na maioria das vezes o
profissional desconsidera ou não dá real importância a esse problema. O
interesse na surge da necessidade de conhecer e discutir sobre o tema, que
interfere diretamente no cotidiano do adolescente, que tem seu desenvolvimento
prejudicado. A escolha foi por ser necessário o estudo dos conceitos e aspectos
relacionados aos principais transtornos alimentares na adolescência: BN e AN, de
forma a apresentar aos profissionais de enfermagem e futuros profissionais
informações e reflexões importantes, contribuindo para abertura de novas
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Acadêmica do 8º bloco da Faculdade NOVAFAPI - Contato: [email protected]
Acadêmicos do 8º bloco da Faculdade NOVAFAPI
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Nutricionista, Docente do curso de Graduação em Enfermagem da NOVAFAPI
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pesquisas e promovendo a melhoria na abordagem e no cuidar aos que sofrem
desse mal. OBJETIVO: Esclarecer sobre os TA na adolescência através de uma
pesquisa bibliográfica direcionada ao profissional enfermeiro. METODOLOGIA:
Após a escolha do tema, passou-se a etapa de identificação das obras e
possibilidade de consulta das mesmas. Em seguida, realizou-se a leitura
exploratória, seletiva e analítica. A coleta de dados foi realizada através da busca
eletrônica nos sites SCIELO e BDENF, no período de abril a junho de 2009, com
os seguintes descritores: transtornos da alimentação, hábitos alimentares,
bulimia, anorexia. Finalizada as leituras, partiu-se para a confecção dos resumos.
Procedeu-se a uma análise temática dos dados, que refere-se a compreensão e
apreensão das idéias, problemas, comparações e esquemas do pensamento do
autor, no intuito de esclarecer e informar os leitores. DISCUSSÃO: A AN
caracteriza-se como um desvio de comportamento alimentar, resultando no
surgimento de doenças secundárias. As causas podem estar relacionadas à
interação
sócio-cultural
mal
adaptada,
fatores
biológicos,
mecanismos
psicológicos menos específicos e especial vulnerabilidade de personalidade.
Como
atinge
principalmente
o
funcionamento
corporal
e
psíquico
dos
adolescentes e possui um curso crônico e grave, devem ser realizadas
intervenções terapêuticas ou preventivas objetivando a redução dos danos e
mortalidade. Aqueles que sofrem de AN consideram a perda de peso como uma
conquista notável e sinal de extraordinária autodisciplina, ao passo que o ganho é
percebido como um inaceitável fracasso do autocontrole, por isso estas pessoas
popularmente são conhecidas como perfeccionistas. A AN possui duas
classificações, a primeira é a restritiva, perda de peso através de dietas, jejuns ou
exercícios excessivos. A segunda é compulsão periódica/purgativa, perda de peso
através do uso indevido de laxantes, diuréticos ou vômitos auto-induzidos, por um
período de tempo delimitado. As conseqüências levam a graves problemas de
saúde, podendo se tornar irreversíveis quando não ocorrer intervenção. As
alterações da AN estão relacionadas ao estado de semi-inanição e a purgação
que desequilibram o bom funcionamento corporal, são eles: desidratação,
distúrbios das funções hepáticas e renais, amenorréia, descompensação
eletrolítica, constipação, dor abdominal, intolerância ao frio, letargia e excesso de
energia, hipotermia, pele seca, anemia, osteoporose, bradicardia, hipotensão
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severa, arritmias, icterícia, déficit de atenção e diminuição da memória a curto
prazo. Os jovens que sofrem de BN apresentam preocupação excessiva com o
peso e imagem corporal, podem apresentar ciclo de emoções oscilante, passar
por um período de jejum, em seguida comer compulsivamente, e então chega ao
período de purgação. Após a autopunição (indução de vômito, uso de
medicamentos, dietas e prática excessiva de exercícios) retorna a alimentação
calórica excessiva. O desenvolvimento do quadro da BN é caracterizado por baixa
auto-estima, nível elevado de ansiedade, baixo limiar à frustração e prejuízo no
controle dos impulsos. Ao não atingir o objetivo traçado sente-se deprimida,
derrotado, retornando a compulsão. Os bulímicos sentem vergonha e tentam
primeiramente negar o problema, depois ocultar, dissimular os sintomas,
apresentando dificuldades marcadas no âmbito dos relacionamentos interpessoais. As conseqüências da BN envolvem: erosão do esmalte dos dentes e
cicatrizes ou calos no dorso das mãos, além de alterações sistêmicas e
orgânicas, resultando em déficits na atenção seletiva e alterações das funções
executivas, apresentando comportamento mais impulsivo do que pacientes com
AN. É evidente que ao abordar uma o individuo com BN deve-se estar atento não
somente aos fatores físicos, mas também os psicológicos que muitas vezes é a
desencadeadora do problema e conscientizar a família da importância do
tratamento. Inicialmente é necessário que a família compreenda o problema
vivenciado pelo adolescente, para que então, obtenha informações básicas para o
tratamento do mesmo, deixando para trás os rótulos. A enfermagem atua no
tratamento ajudando a estabelecer padrões normais de alimentação, dieta
balanceada, incentivar os pacientes a reduzir atividades purgativas e estimulá-los
a buscar mudanças nos hábitos, deve promover interação familiar, visando um
ambiente propício para a recuperação. O enfermeiro deve conhecer as doenças
relacionadas aos transtornos de comportamento alimentar para fornecer
orientações adequadas e promover o acompanhamento das familiares quanto às
necessidades nutricionais de crianças e adultos. CONCLUSÃO: É visível que o
julgamento da sociedade interfere na qualidade de vida dos indivíduos ao impor
um modelo de beleza e sucesso, tal pressão contribui para o surgimento dos
transtornos alimentares, um mal que atinge principalmente mulheres e
adolescentes. Os principais TA são anorexia e bulimia nervosa, que diferenciam-
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se quanto à ingestão calórica, no primeiro não ocorrem e no segundo ocorre em
excesso e tal compulsão é compensada com períodos de auto-purgação.
Constatamos que TA trazem alterações de natureza não só físicas e fisiológicas,
como também alterações da memória, sensoriais e psicológicas, que modificam a
forma de interação com o mundo. Apesar de diferentes, os tratamentos buscam a
recuperação integral do paciente, tanto física quanto psicológica, para que o
mesmo sinta-se capacitado para a integração da família e sociedade. Sendo,
portanto necessário a orientação da família e paciente sobre as patologias e as
diversas formas de acompanhamento, visto que é muito comum o abandono do
tratamento. A enfermagem atua na identificação dos sinais e sintomas, e no
tratamento, prestando orientações sobre alimentação adequada e exercícios
físicos moderados, além de promover bem estar familiar.
DESCRITORES: Transtorno alimentar, adolescente, anorexia nervosa e bulimia
nervosa
REFERÊNCIAS
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