Informe Técnico Vacinação para Febre Amarela: Recomendações para vacinação e investigação de eventos adversos pós-vacinação 1. RECOMENDAÇÕES1: a. Vacinação a partir de 6 meses de vida que se dirijam para os estados de: i. GOIÁS ii. TOCANTINS iii. DISTRITO FEDERAL iv. MINAS GERAIS, os seguintes municípios: 1. Arinos, Buriti, Cabeceira Grande, Cascalho Rico, Luislândia, Santo Antônio da Prata. v. MATO GROSSO DO SUL, os seguintes municípios: Anastácio, Aquidauana, Bonito, Dourados. b. Vacinação a partir de 9 meses de vida que se dirijam para áreas silvestres (MATAS e FLORESTAS) dos estados de: i. AMAPÁ ii. AMAZONAS iii. ACRE iv. PARÁ v. RONDÔNIA vi. RORAIMA vii. MARANHÃO viii. MATO GROSSO Considerações: Deve ser considerado que as eventuais atualizações, com a inclusão de novas recomendações que venham a ser necessárias em função do contexto epidemiológico da febre amarela, serão devidamente divulgadas. 2. CONTRA INDICAÇÕES1,2,3: a. Menores de 6 meses de idade b. Imunodeficiências congênitas c. Imunodeficiências adquiridas: i. Infecção avançada pelo vírus HIV ii. Transplantados iii. Portadores de neoplasias iv. Pacientes sob: 1. quimioterapia 2. radioterapia 3. corticoterapia d. História prévia de reação de hipersensibilidade, TIPO ANAFILÁTICA, a ovo de galinha e/ou seus derivados e. Gestação CONSIDERAÇÕES: • • • Gestação constitui-se uma contra-indicação relativa. Nessas situações a discussão deve ser individualizada levando-se em conta os riscos e benefícios. A vacina contra febre amarela NÃO tem eficácia e segurança estabelecidas para portadores do vírus HIV. Nessa população a indicação deve individualizada levando-se em conta a contagem, atualizada, de linfócitos T-CD4 e Carga Viral e a situação epidemiológica. A rigor, indivíduos maiores de 13 anos com contagem de linfócitos T-CD4 inferior a 200 células/mm3 não devem receber a vacina contra febre amarela. Nas situações específicas em que a indicação deva ser individualizada, a discussão poderá ser realizada junto a COVISA e ao Centro de Referência de Referência para Imunobiológicos Especiais - Hospital das Clínicas – UNICAMP. 3. EVENTOS ADVERSOS3,4,5: No período de 2001 a 2003, foram no país notificados 172 eventos adversos em um total de 22,8 milhões de doses aplicadas no referido período, determinando a freqüência de 7,6 eventos adversos/1.000.000 doses aplicadas. Não existem evidências de maior freqüência de reatogenicidade em crianças quando comparada com a população de adultos5. Dentre os eventos adversos mais frequentemente observados incluem-se : 3,5 • Mais freqüentes ( 2-5% após 5-10 dias pós-vacinação): o Hiperemia, dor e edema no sítio de aplicação o Cefaléia o Febre o Mialgia • Menos freqüentes: o Linfoadenopatia o Artralgia o Exantema o Astenia o Dor abdominal o Sintomas gastrointestinais (náusea, vômitos, diarréia) o Tontura Reações sistêmicas são eventos menos freqüentes embora, raramente, possam cursar com quadros graves, incluindo-se quadros neurológicos, doença viscerotrópica aguda e reações anafiláticas. Reações de hiperssensibilidade: -Risco estimado: 1,9 reações de hiperssensibilidade/1.000.000 doses aplicadas e 0,2 choque anafilático/1.000.000 doses aplicadas. -População de maior risco: antecedente de alergia a ovo e/ou demais componentes da vacina. -Início do quadro: mais frequentemente 1 hora após aplicação da vacina. Manifestações clínicas: • Urticária • Sibilos • Edema labial • Laringoespasmo • Hipotensão • Choque Manifestações Neurológicas: -Risco estimado: 4 - 5,8 eventos/1.000.000 doses aplicadas. -População de maior risco: lactentes, imunussuprimidos. -Início do quadro: 7-21 dias após aplicação da vacina. -Dentre os eventos neurotrópicos associados à vacina incluem-se: • Meningite • Meningoencefalite • Encefalite • Síndrome de Guillain Barré, -Os principais sinais e sintomas ocorrem de 7 a 21 dias após a aplicação da vacina geralmente associam-se a febre e incluem: • Meningismo • Crises convulsivas • Ataxia • Paresias • Análise liquórica contendo: o Pleocitose: 100-500 cel/mm3; mista (linfomonocitária e/ou polimorfonuclear) o Hiperproteinorraquia Doença viscerotrópica aguda: -Freqüência: evento raro. No Brasil foram relatados, até o ano de 2007, 7 casos, sendo 5 óbitos. Importante ressaltar que todos os casos descritos até o momento foram associados após à primeira exposição à vacina. -Risco estimado: < 1 evento/400.000 doses aplicadas3 ou 1 óbito para 450.000 doses aplicadas5. Casos devem ser suspeitados diante dos seguintes sinais/sintomas, nos 15 dias subseqüentes à vacinação4,5: • Icterícia • Hemorragias espontâneas • Hipotensão/choque Fonte: Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, 2007. PNI/SVS/MS. Fonte: Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, 2007. PNI/SVS/MS. 4. Referências: 1 Informe Técnico – Febre Amarela. Ação emergencial contra a febre amarela; atualizado em 22/01/2008. Divisão de Zoonoses e de Doenças Transmitidas por Vetores, Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. [http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/zoo/fa08_info2201.htm; acessado em 22/01/2008] 2 Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais – 3a Edição. Departamento de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Brasília/DF, 2006. 3. Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, 2007. Programa Nacional de Imunizações, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Brasília/DF, 2007. 4.Eventos Adversos Sérios Associados com a Vacina 17D contra a Febre Amarela. FUNASA, Ministério da Saúde. 5.Yellow Fever Vaccine. In Vaccines – Plotkin, Orenstein. 4th Edition, Chapter 40, p. 1095-1176. 2004.