Assistência de enfermagem a paciente portadora de fibrilação atrial e insuficiência cardíaca congestiva: relato de experiencia Luna Vitória Cajé Moura Ana Lívia Sousa Gonçalves Simone Teixeira da Luz Costa Ana Carolina Santos de Santana Mariana Helena Maranhão de Carvalho Mariana do Valle Meira Lívia Magalhães INTRODUÇÃO: A fibrilação atrial (FA) é definida como um ritmo de foco ectópico atrial rápido, caracterizado como atividade atrial caótica com ausência de ondas P. Segundo dados da Diretrizes de Fibrilação Atrial, é a arritmia sustentada mais frequente,sua prevalência aumenta com a idade e está associada a doenças estruturais cardíacas, trazendo prejuízos hemodinâmicos e complicações tromboembólicas que implicam na morbi-mortalidade da população. A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é uma síndrome clínica caracterizada por falta de ar, dispneia, ortopnéia e edema periférico ou pulmonar, ocasionada devido à interrupção na circulação relacionada com a falha na função contrátil do miocárdio. Tanto as alterações estruturais e metabólicas que ocorrem na insuficiência cardíaca levam com frequência à arritmia, como a própria arritmia pode levar á insuficiência cardíaca, logo, a importância de serem identificados os riscos aos quais estes pacientes estão sujeitos. Nesse intuito a Enfermagem utiliza como instrumentalização do seu cuidado a Sistematização da Assistência de Enfermagem, em embasa cientificamente as etapas do cuidado (acho que deve ser excluído, tem muita informação). O objetivo do estudo foi aplicar a SAE em uma portadora de FA e ICC, tendo com base os diagnósticos de enfermagem do NANDA e as intervenções respectivas. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência de Residentes de Enfermagem em Terapia Intensiva da UFBA/FAMAM, onde foi elaborado um plano de cuidados baseado na Sistematização da Assistência de Enfermagem a uma paciente portadora de cardiopatias como FA e ICC secundária a cardiopatia isquêmica e passado de revascularização do miocárdio dentre outras comorbidades;. A paciente A. R.O possuía 81 anos e estava internada há 3 meses na unidade de terapia intensiva de uma das instituições onde tal atividade de residência era desenvolvida; foram coletados dados do prontuário eletrônico desde à admissão em dezembro de 2013 a março de 2014; na data final da coleta estava sedada, em ventilação mecânica via tubo orotraqueal, em uso de drogas vasoativas, taquicardica mantendo ritmo de FA, apresentando sangramento oral esporádico e com distúrbio de coagulação; recebendo bolsas de concentrado de hemácias. Em uso de acesso central, pressão arterial média invasiva e sonda vesical de demora. Os autores levantaram dados literários à respeito das patologias em questão e posteriormente utilizaram a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) para salientar os principais problemas e diagnósticos de enfermagem evidenciados em tal caso, sugerindo em seguida as intervenções pertinentes a cada diagnóstico levantado. RESULTADOS: Após o levantamento do histórico desta paciente os residentes pontuaram que de com a taxonomia do NANDA os tópicos da divisão diagnóstica mais evidenciados foram o dos problemas com circulação (sendo apresentados 6 diagnósticos), o de segurança (6 diagnósticos), o de respiração (2 diagnósticos), neurossensorial (1 diagnóstico) e no que se refere a problemas com alimentação (1 diagnóstico); os diagnósticos principais respectivamente foram: Débito cardíaco diminuído, Perfusão tissular periférica ineficaz, Risco de choque, Risco de perfusão cardíaca prejudicada, Risco de perfusão cerebral ineficaz, Risco de sangramento; Mobilidade física prejudicada, Integridade tissular prejudicada, Risco de contaminação, Risco de Infecção, Risco de Integridade da pele prejudicada, Risco de pele; Desobstrução ineficaz das vias aéreas, ventilação espontânea prejudicada, Percepção sensorial prejudicada; Deglutição prejudicada. Em uma análise global, outros diagnósticos de enfermagem podem ser detectados em pacientes com tais cardiopatias, neste estudo foram levantados os principais relacionados ao caso específico o qual os residentes experienciaram. Após a identificação dos diagnósticos foram listadas as principais implementações que se aplicam aos diagnósticos destacados: Colocar o cliente em posição de Fowler com cabeceira elevada a 40º, Realizar e monitorizar o balanço hídrico de 2-2h, aspirar secreção de TOT, nasal e orofaringe, monitorar valores laboratoriais (hemograma, hematócrito, leucograma, creatina, uréia, gasometria arterial), avaliar enchimento capilar periférico, hidratar a pele frequentemente, trocar o curativo de CVC a cada 48h ou sempre que necessário; atentar para sangramentos; avaliar e registrar padrão neurológico e ventilatório, atentar para integridade cutânea e realizar mudança de decúbito de 2/2 horas ou descompressão de proeminências; e avaliar volume residual gástrico e riscos de broncoaspiração. CONCLUSÕES: Tendo como foco da enfermagem o cliente, a SAE é o instrumento que se utiliza para alcançar a qualidade da assistência; portanto a implementação da SAE pela equipe de enfermagem na abordagem dos clientes portadores de cardiopatias como ICC e FA mostram sua relevância ao prever possíveis complicações associadas às mesmas e intervir no que é de competência do profissional enfermeiro. Quando o cuidado é realizado de forma organizada; partindo da coleta de dados até a avaliação da terapêutica implementada e seus resultados , os resultados são mais satisfatórios e há contribuição para um melhor prognóstico, redução de tempo de internação e melhoria da qualidade de vida do paciente. Palavras-chave: Enfermagem, Cardiopatia, Sistematização da Assistência de Enfermagem. REFERÊNCIAS: TANURE, M.C. GONÇALVES, A.M.P. SAE, Sistematizaçao da Assistência de Enfermagem: Guia Prático. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2008. MORTON, P.G. FONTAINE, D.K. Cuidados Críticos de Enfermagem: uma abordagem Holística. 9º edição. Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 2011. CARPENITO-MOYET, L. J. Diagnósticos de Enfermagem: aplicação a prática clínica. 11ºed. Porto Alegre: Artmed, 2009. ZIMERMAN LI, FENELON G, MARTINELLI FILHO M, GRUPI C, ATIÉ J, LORGA FILHO A, e cols. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes Brasileiras de Fibrilação Atrial. Arq Bras Cardio. 2009;92(6 supl.1):1-3