Mira, a Estrela Maravilhosa

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Mira, a Estrela Maravilhosa
A
«E s t r e l a
M a r a v i l h o s a »,
Mira em latim, foi
nomeada
por
Johannes
He velius,
em
1642,
devido
a
variações no seu
brilho. Desde que
foi
descoberta
pelo
astrónomo
alemão
Da vid
Fabricuis
em
1596, esta estrela
variável com um
período
de
aproximadamente 330 dias intriga os astrónomos e não só por se
mover a uma velocidade maior, a 130 quilómetros por segundo, que
o utras giga ntes ve rmelhas.
Na realidade, a Estrela Maravilhosa é um sistema binário de
estrelas (duas estrelas que orbitam em torno de um centro de massa
comum ) na Constelação da Baleia designado Mira AB. Neste
sistema binário - constituído pelas estrelas Mira A
(uma gigante vermelha) e, a uma distância de ce rca de
9 mil milhões de quilómetros, a Mira B (que se
pensava ser uma anã branca mas actualmente alguns
consideram uma estrela da classe K) - há indícios que
su gerem que a Mira B, para além de captura r mate rial
d o ve nto estelar da sua co mpanheira, pode estar a
capturar material directamente da Mira A para o seu
disco de acreção.
N a N a t u r e d e 1 6 d e A g o s t o , n o a r t i g o «A
turbulent wake as a tracer of 30,000 years of Mira’s
ma ss loss histo ry, » sã o ap resentados de talhe s de mais
uma faceta surpreendente da Mira, revelada na
véspera num press release do Caltech e numa
entre vista colectiva em que pa rtic iparam o princ ipal
cientista do Galex, Christopher Martin, Mark Seibert
do Observatório do Carnegie Institution of Washington em Pasadena, e Michael Shara do American
Museum of Natural Histo ry.
O telescópio orbital Galaxy Evolution Explorer
(Galex)
da
NASA
descobriu
um
rasto
extraordinariamente longo, parecido com o de um cometa, na Mira
A . C o m o e x p l i c a M a r k S e i b e r t «E s t e é u m f e n ó m e n o c o m p l e t a m e n t e
novo para nós, e ainda estamos no processo de perceber a física
e n v o l v i d a ».
Uma estrela quando caminha para a morte, deixa atrás de si a
semente para a vida, inclusive para nós, que somos matéria das
estrelas. Mas nunca se tinha detectado uma «semen teira» de
dimensões tão grandes, uma cauda espectacular com cerca de 13
anos-luz de comprimento (cerca de 20 mil vezes a distância entre
Plutão e o Sol), que permanecera invísivel por fluorescer (emitir
luz) no ultra-violeta.
Os cientistas envolvidos refere m que «é simplesmente
incrível desc obrir uma carac terística tão impo rtante de um objecto
q ue se conhece e foi estu dad o desde há 400 anos » e «n unca se viu
a l g o s i m i l a r e m t o r n o d e u m a e s t r e l a ». N a s p a l a v r a s d e C h r i s t o p h e r
Ma rtin, «Fiquei impressiona do quando vi u ma cau da tão inesperada
q u a n t o e n o r m e , n u m a e s t r e l a t ã o c o n h e c i d a ».
Os astrónomos consideram que a cauda de Mira oferece uma
oportunidade única para o estudo da morte de estrelas como o
nosso Sol e da forma como semeiam novos sistemas solares. Desde
há 30 mil anos que de dez em dez anos Mira dissemina no espaço
interestelar o equivalente à massa da Terra. Mira é a primeira
estrela que permitiu a o bservação deste tipo de semen teiras de
maté ria, mas ela não de ve ser a ún ica, segundo Michae l Shara:
«De ve haver muitos outros objectos desse tip o na nossa
galáxia, e Mira dá também uma ideia de como o nosso Sol vai ser
daqui a cinco biliões de a nos, quando che gar a o final do se u c iclo
de vida»
Ta l como é obse rvado no a rtigo da Nature, «De pois de 400
a n o s d e e s t u d o , M i r a c o n t i n u a a m a r a v i l h a r ».
Fonte: Blog De Rerum Natura
Data: Agosto de 2007
Au tor: Palmira F. da Silva
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