Poemas (Casimiro de Abreu) Biografia • • • • • Rio de Janeiro (1839 – 1860) Filho de fazendeiro rico Estuda em Lisboa Publicou Primaveras (1859), seu único livro. Faleceu de tuberculose Características • Descida do tom: Gonçalves Dias está acima. • Linguagem hiperbólica • Idealização Tema: amor à natureza Juriti Na minha terra, no bulir do mato, A juriti suspira; E como o arrulo dos gentis amores, São os meus cantos de secretas dores No chorar da lira. Tema: adolescência Meus oito anos Oh ! que saudades que eu tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais ! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais ! Tema: religião / sentimentalismo Deus Eu me lembro! eu me lembro! - Era pequeno E brincava na praia; o mar bramia E, erguendo o dorso altivo, sacudia A branca escuma para o céu sereno. E eu disse a minha mãe nesse momento: “Que dura orquestra! Que furor insano! “Que pode haver maior do que o oceano, “Ou que seja mais forte do que o vento?!” Minha mãe a sorrir olhou p’r’os céus E respondeu: - “Um Ser que nós não vemos “É maior do que o mar que nós tememos, “Mais forte que o tufão! meu filho, é - Deus!”- Tema: patriotismo – Canção do Exílio Eu nasci além dos mares: Os meus lares, Meus amores ficam lá! — Onde canta nos retiros Seus suspiros, Suspiros o sabiá! Oh que céu, que terra aquela, Rica e bela Como o céu de claro anil! Que seiva, que luz, que galas, Não exalas Não exalas, meu Brasil! Oh! que saudades tamanhas Das montanhas, Daqueles campos natais! Daquele céu de safira Que se mira, Que se mira nos cristais! (...) Debalde eu olho e procuro... Tudo escuro Só vejo em roda de mim! Falta a luz do lar paterno Doce e terno, Doce e terno para mim. Distante do solo amado — Desterrado — A vida não é feliz. Nessa eterna primavera Quem me dera, Quem me dera o meu país! Tema: patriotismo – Canção do Exílio Se eu tenho de morrer na flor dos anos, Meu Deus! não seja já; Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá!