Relatório VER SUS DIAMANTINA E VALE DO

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Relatório
VER SUS DIAMANTINA E VALE DO JEQUITINHONHA
Vivente: Caio Felipe Miranda Alves
Data:12/09/2016
A vivência desse dia foi maior. Pela manhã tivemos palestra com o Cleisson Júnior,
graduado em direito pela PUC Minas, cujo tema era “PEC 241/2016 versus saúde como
direito fundamental”. A palestra foi bem aberta a discussões e trabalhamos o sentido
amplo que a saúde tem atualmente. Foi discutido também a situação regional de
Diamantina que, de acordo com o palestrante, está até sem fio de sutura.
Ademais, falamos um pouco sobre a história do SUS para que pudéssemos julgar
melhor a validade da emenda. Relembramos que a Constituição de 1988 rege a Saúde
como um direito inerente ao povo brasileiro e vimos alguns artigos como o 198 e foi
interessante
pois
nunca
havia
percebido
que
os
princípios
do
SUS
como
descentralização, integralidade e participação da comunidade eram bens assegurados
em lei.
Sobre a PEC, entendemos que a medida recai sobre os trabalhadores, os
servidores e os serviços públicos e, especialmente, em áreas essenciais à população
brasileira como a Educação e a Saúde. A emenda propõe alterar os critérios para cálculo
das despesas mínimas na Educação e Saúde, que passariam a ser corrigidos pela
variação da inflação do ano anterior, sem aumento real. No fim das contas, a aprovação
da PEC pelo Congresso Nacional congelaria por 20 anos o orçamento, e se houver
crescimento econômico, não há possibilidade de revisão do congelamento.
Depois do almoço fomos para a primeira vivência dentro do Sistema na cidade de
Gouveia visitar a UBS Sol-Kobu (foto ao
lado).
Fomos atendidos pela enfermeira
Regina e a primeira coisa que me
chamou muita atenção foi a estrutura do
local que foi desenvolvido para ser um
centro de atenção primária, então era
adaptado à sua função mas sofria com a
falta de material como prontuário.
Sobre o atendimento na unidade,
Kobu é referente à zona rural e Sol
referente a um bairro central da cidade.
É feito, geralmente, atendimento diário de 23 pacientes marcados e 5 urgências. Na UBS
havia tratamento odontológico, graças ao programa Brasil Sorridente. Descobrimos que
canal não é pago pelo SUS então eles encaminham os pacientes para a Universidade.
Colhendo relatos da enfermeira que nos recebeu, o local, por ser cidade muito
pequena, tinha dificultado o trabalho dela, pois, os pacientes associavam muito a falta de
algo com política municipal e pediam auxílio ao prefeito que acabava concedendo.
Atualmente, ela disse que o problema está controlado depois de muito tentar.
Um ponto muito interessante que eu notei foi a diferença com relação ao exame
preventivo feminino que eu tinha conhecimento no bairro Teixeiras em Juiz de Fora. Lá as
enfermeiras reclamavam da falta de confiança dos pacientes por não serem atendidos por
médicos. Em Gouveia ela relatou não ter esse problema sendo, inclusive, preterido pelas
pacientes receber o atendimento das enfermeiras.
Quando a visita terminou, ficamos um pouco no centro da cidade. Nesse tempo
procurei o bolo da cidade, que recebe nome de Kobu, para conhecer mais da culinária
local, mas não encontrei.
Depois do jantar tivemos uma palestra com o José Geraldo Martins sobre
“Coordenação Estadual em Práticas Integrativas e Complementares”. Nesse momento
vimos novamente a história de evolução da saúde no Brasil e discutimos a confiabilidade
em equipes com pouca prática, ou seja, em cidades menores que fazem menos
procedimentos como Diamantina.
Colocamos em conversa a mercantilização da saúde. Por exemplo, estamos
vivendo uma falta de penicilina no mercado uma vez que sua produção não é rentável.
Assim faz-se necessário lembrar do caráter humanístico da prevenção e promoção da
saúde. Essa mercantilização está associada à “Americanização do SUS” que vai contra a
hegemonização desse mesmo sistema. Desse modo, vemos a perpetuação da não
sustentabilidade, entendendo somente a doença e não o paciente.
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