Ricardo Amorim 6 Crescimento global (% ano) 5 Asia ex Japan 4 USA 3 EU-15 2 A nova ordem global: Fuga para o futuro Uma nova realidade tem definido a economia mundial nos últimos 10 anos. 1. Os países emergentes têm determinado o crescimento mundial, não mais os desenvolvidos. Como consequência, empresas brasileiras têm comprado empresas no exterior: Ambev, Gerdau, Vale, Friboi, Petrobrás. Antigamente éramos comprados... 2. Muitos cérebros brasileiros que viviam no exterior estão de volta e com certeza, estes profissionais trarão seus conhecimentos globais para as empresas Brasileiras. 3. O Brasil já é o 6º país que mais cresce no mundo entre as 30 maiores economias mundiais e a previsão é que pule para a 5ª posição em 2010. Cada vez mais, estamos ganhando espaço no cenário mundial. 4. China e Índia continuarão sendo os países que mais crescem, 6% e 5% este ano respectivamente. A China respondeu por 26% do crescimento do mundo nos últimos 10 anos e a Índia por 9%. Neste ano, todo crescimento mundial virá destes dois países. São países muito populosos, com muita gente vivendo na linha da pobreza. Com o crescimento da economia, cada vez mais pessoas estarão entrando nas classes de consumo. Esta é a boa notícia para o Área arável equivalente ao território de 33 países europeus Hungria Espanha Polônia Japan 1 Latin America 0 Crescimento em países industrializados (% ano) -1 98 99 00 01 02 03 Outros Contribução de crescimento (% pontos) 04 05 06 07 08 Fontes: EcoWin, WestLB Research Brasil, pois estas pessoas passam a consumir mais alimentos (soja, frango, carne, etc). 5. O Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores produtores de petróleo do mundo, se o preço do petróleo estiver elevado nos próximos anos, o que deve acontecer, levando o Brasil a atrair um enorme volume de investimentos e colaborando para que o dólar caia muito nos próximos anos. 6. O Brasil tem a maior área arável / cultivável do mundo que ainda não está plantada (mais de 300 milhões de hectares – não inclui a Amazônia). Para se ter uma idéia, a Índia não tem quase nada, a China tem 40 milhões de hectares, e os EUA tem 70 milhões de hectares. Temos tudo para nos tornarmos o Celeiro do Mundo. 7. Nos últimos anos a produção de soja chinesa praticamente não cresceu, enquanto seu consumo cresceu quatro vezes. Com a economia crescendo 9,5% ao ano em média, mais e mais chineses estão comendo carne e necessitam de ração para alimentar os animais... Oportunidade para o Brasil. 8. O bom cenário para o Brasil nos próximos anos prevê a valorização significativa do real, com dólar abaixo de R$ 1,55 antes do final de 2010; Selic em direção a um nível de 6% ou 7% também ainda em 2010; e PIB crescendo em média 5% a partir de 2010. Hoje o custo de financiamento para grandes empresas brasileiras no mercado internacional já é igual ao custo para as empresas americanas (nunca foi assim). Somos mais competitivos, nossa economia cresce mais que a americana ou a européia e, por isso, as oportunidades de capital mais barato serão cada dia melhores para as empresas brasileiras. 9. Os investidores, cada vez mais, estarão vindo para o Brasil e outros países emergentes, pois o crescimento nos próximos anos estará cada vez mais concentrado aqui, beneficiando em especial todo o negócio agropecuário, imobiliário e de consumo de massa no Brasil. O exemplo da soja Brasil: ganhando mercado China: mercado de soja, milhões de toneladas Participação nas exportações mundiais, % Ucrânia 1,22 1,18 Bósnia 1,16 Macedônia 0,99 0,93 0,90 Noruega Inglaterra, Escócia e País de Gales 0,96 0,92 Bulgária Lituânia 0,97 0,96 0,97 Grécia Irlanda 0,90 0,88 0,86 Itália Rep. Sérvia e Montenegro Finlândia Islândia Alemanha Fontes: USDA, Barclays Estônia França Suíça Letônia Albânia Suécia Bélgica Holanda Belarus #1 1,04 Rep. Tcheca e Eslovaca Áustria 8 NT 1,08 Croácia Romênia 1,15 Dinamarca Fonte: John Deere Fontes: FMI, Bradesco Ricardo Amorim é Economista formado pela Universidade de São Paulo e pós-graduado em Administração e Finanças Internacionais pela E.S.S.E.C. (École Supérieure des Sciences Economiques et Commerciales) de Paris. Ricardo Amorim retornou ao Brasil em 2008 após oito anos em Nova York, depois de prever ainda em 2007 a crise financeira global e vislumbrando uma recessão prologada nos EUA e um período de grandes oportunidades no Brasil. Atualmente é presidente da Ricam Consultoria e apresentador do Manhattan Connection. Tem presença destacada no mercado financeiro no Brasil, Estados Unidos e Europa desde 1992, e, recentemente, exerceu as funções de C.E.O. da Concórdia Asset Management em São Paulo e Diretor Executivo para Mercados Emergentes do banco WestLB, em Nova York. NT 9 #1 Negócios Crescimento mundial não vem mais dos desenvolvidos