título do resumo - Anais Unicentro

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QUESTÃO AMBIENTAL: CONSEQUENCIAS SOBRE AS POPULAÇÕES
MAIS EMPOBRECIDAS
Isabela Palhano Clemente (BIC/Araucária -UEPG) e-mail:
[email protected], Selma Maria Schons (Orientador), e-mail:
[email protected]
Universidade Estadual de Ponta Grossa/ Departamento de Serviço
Social/Ponta Grossa, PR.
Setor de Ciências Sociais Aplicadas
Palavras-chave: meio ambiente, aquecimento global, vulnerabilidade.
Resumo:
A questão ambiental é um dos assuntos que leva a uma maior discussão
contemporaneamente. Todo Planeta sofre as consequências das mudanças
climáticas. Segundo pesquisas, o ser humano tem a maior parcela de culpa
quando se trata da atual situação referente ao clima, nossa espécie passou
a consumir mais do meio ambiente do o mesmo é capaz de repor, não
levando em consideração que os recursos naturais disponíveis são finitos.
Porém, os que consomem os recursos naturais de forma mais intensa em
vista de maior obtenção de lucros na lógica do sistema em que estamos
inseridos, são os que conseguem se adaptar melhor as consequências das
mudanças, pois dispõe de melhores recursos, e contraditoriamente são os
que menos consomem, obtêm menos sucesso na adaptação. Essa parcela
da população é aquela que habita localidades vulneráveis das cidades, tais
como: beira de vales, encostas de rios, morros, ou seja, aqueles que já são
vulneráveis a outras situações impostas pelo sistema. Por serem uma
parcela excluída da população, sendo os principais usuários do Serviço
Social, o que atualmente se apresenta como uma nova demanda
profissional.
Introdução:
Este trabalho tem como objetivo dar visibilidade sobre o impacto das
mudanças climáticas na vida da população mais vulnerável. Sua construção
tem como meta demonstrar o desempenho no que diz respeito ao relatório
final do programa de iniciação científica BIC referente ao ano de 2009-2010.
Percebemos que as mudanças climáticas atingem variados seres vivos e
diferentes populações em diversos lugares do planeta. Sabe-se, por meio de
pesquisas de climatologistas, principalmente a partir dos relatórios do IPCC
(Intergovermmentel Panel in Climate Change), o qual é um grupo composto
por pesquisadores, organizado pela ONU (Organização nas Nações Unidas),
onde se aponta que o aquecimento global e a consequente mudança
climática são resultantes principalmente das ações humanas. Que atingiram
esse ponto em grande parte devido as atividades industriais, queima
desmesurada de combustíveis fósseis como carvão e petróleo entre outros.
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
Segundo informações de Angelo essa realidade é vivida “há pelo menos um
século e meio, quando a revolução industrial tornou o Homo sapiens
completamente dependente da queima de grandes fontes de CO2” (2008,
p.22). Essa queima aumenta a emissão dos gases causadores do efeito
estufa, que são uma classe de gases que aprisionam o calor próximo a terra,
com uma concentração maior dos mesmos chega-se ao aquecimento global.
Esse uso abusivo dos recursos naturais foi a forma encontrada pela nossa
espécie de crescer economicamente. Com isso, vemos um desequilíbrio
natural e onde há desequilíbrio nos deparamos com transtorno, uma
situação gerada em sua maior parte pela sociedade predatória que estamos
inseridos. Apresenta-se a visibilidade das respostas da natureza para essa
postura humana quando percebemos que na atualidade a vida dos seres
vivos está posta em risco. Pois, vivemos num sistema desigual, onde o
maior foco está na obtenção de lucros, para obter sucesso nas suas
atividades o ser humano não levou em conta os limites que teria, e de forma
predatória utiliza os recursos disponíveis no meio ambiente. Autores como
Schons e Garcias (2008), nos demonstram em seu texto, hoje dois milhões
de pessoas já sofrem com falta e escassez de água. A Crise ambiental aqui
citada e visualizada através de números que relatam a falta d’agua revela
não só uma crise ambiental, mas sim uma crise que esta sendo vivida por
toda uma sociedade. Consequência disso, os que mais consomem tem
melhores condições de se adaptar as mudanças climáticas, pois
disponibilizam de melhores recursos financeiros e os que menos consomem
não tem como amenizar o impacto dessas mudanças sobre suas vidas e
estão mais vulneráveis aos efeitos da atual questão ambiental. Populações
essas que habitam áreas com estruturas inadequadas a uma boa qualidade
de vida, que já sofrem com a falta de saneamento básico, que a partir de
enchentes, o que tem acontecido com muita freqüência. Ficam a mercê de
doenças infecto contagiosas, dentre outras questões que tornam pessoas
que já são excluídas do sistema, mais vulneráveis ao mesmo pelos efeitos
do aquecimento global.
Materiais e métodos
Essa pesquisa foi fundamentada no método da pesquisa bibliográfica. Como
contraponto buscamos nos relatórios internacionais, especialmente da ONU,
detectar o impacto sobre as vidas dessas populações, bem como, as proposições que as agências nacionais e internacionais se propõem para a mitigação dos mesmos. O material consultado nos trouxe elementos para compreender a questão ambiental que se manifesta no aquecimento global a
partir dos gases do efeito estufa que produz mudanças climáticas; e como a
atual crise ambiental atinge especialmente os mais empobrecidos do sistema. Pesquisa essa que faz parte do Programa BIC-UEPG, sendo que o relatório parcial do mesmo já foi apresentado no EPUEPG (junho. 2010).
Resultados e Discussão
Cotidianamente recebem-se informações, têm-se percepções de que o
aquecimento global está a provocar manifestações intensas dos eventos
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
climáticos. Em seu livro, Pearce nos fornece exemplos dessas
manifestações, referindo-se a década de 90, relata que o aquecimento
global era apenas uma hipótese, visto que hoje é uma realidade. Trás
exemplos do Alasca em relação ao desaparecimento do gelo. Refere-se a
nossa realidade quando diz que as populações que moram em favelas, da
América Latina ao sudeste da Ásia, sentem sua presença em deslizamentos
de terra, enchentes e furacões (2002, p.04), já na Europa a ação é notada
principalmente no derretimento das geleiras. Devemos lembrar-nos das
ondas de calor intensas quem tem levado inclusive à morte, assim também o
frio intenso em algumas regiões. Segundo relato de Zimmermann e Schons
a globalização causou “o ‘desenvolvimento’ de alguns e a ‘exclusão’ de
muitos” (2009, p.85). Sabendo que essa evolução em sua condição de vida
conquistado pelo ser humano durante décadas é de muita importância para
o nosso cotidiano, pois nos trouxe praticidade, porém, percebe-se que o
maior o objetivo do homem não era estar e harmonia com a natureza,
consumindo o que essa é capaz de repor, ao contrário disso somente visou
seu bem estar e melhores condições financeiras não dando importância para
os limites dos recursos naturais disponíveis, extraindo do meio mais do que
esse tem condições de fornecer colocando dessa forma a vida do Planeta
em risco. As respostas climáticas para as ações humanas estão evidentes.
Diariamente vemos relatados em jornais, revistas, artigos acadêmicos
discussões sobre a atual situação do planeta quando se fala em
devastações climáticas. Notamos com a construção desse trabalho que a
situação ambiental que estamos vivendo hoje, não pode ser revertida, pois é
reflexo de um desrespeito com a natureza que vem acontecendo a centenas
de anos, porém ela pode ser amenizada, desde que tenhamos ações mais
propositivas, algumas delas já propostas pelas agencias internacionais. Mas
especialmente, partir de quando o ser humano perceber que suas
necessidades básicas podem ser satisfeitas com muito menos do que
consumimos atualmente. Veremos a mudança da consciência humana em
relação ao seu caráter consumista e a partir disso mudar seus hábitos. A
produção de lixo é imensa, e a idéia de estar jogando “fora” o que não tem
mais utilidade é ilusória, tudo o que consumimos e adquiridos continua em
nosso Planeta acumulado e causando agravo ao mesmo.
Conclusões
Com as contradições entre os que lucram ou não com as emissões abusivas
de CO2, causando o agravo do aquecimento global. E a situação
climatológica que nos encontramos colocadas, tentamos através desse
estudo ser mais um contribuinte para a compreensão da gravidade da
problemática ambiental, incentivando o despertar do senso crítico da
população, a fim de estimular a proteção, modificando os atos cotidianos,
principalmente quando se trata dos valores embutidos por um sistema
predatório. Como os mais atingidos pelos impactos das mudanças climáticas
são os mais excluídos, sendo eles os usuários preferenciais do Serviço
Social, profissão que tem por objetivo ser interventiva e busca em sua
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
maioria atender as camadas empobrecidas da população. Entende-se que a
questão ambiental e suas conseqüências constituem uma nova demanda
profissional juntamente com outras áreas. Reigota (2005, p. 09), expressa
que “o papel dos assistentes sociais não fica relegado apenas a
competência técnica, mas também e principalmente ao seu crescente
compromisso político”.
Nota-se, portanto a necessidade de maior
compreensão sobre a atual situação do meio ambiente e suas
consequências, especialmente por atingir a parcela mais frágil da população.
Enquanto assistentes sociais, podemos nos disponibilizar a ser educadores
ambientais, por ter contato direto com a população usuária que como toda a
humanidade está sofrendo os impactos relacionados as mudanças
climáticas.
Agradecimentos
Agradeço a minha Professora orientadora Selma Maria Schons, pela
atenção disponibilizada para a realização desse trabalho.
Referências
ANGELO, C. O aquecimento global. São Paulo: Publifolha, 2007
BOFF, L. Saber Cuidar: Ética do humano – compaixão pela Terra. 15ª Ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
GÓMEZ, José Andrés Dominguez, OCTÁVIO, Vasquez Aguado, et all.
(orgs.). Serviço Social e Meio Ambiente. REIGOTA, Marcos. Prefácio. São
Paulo: Cortez, 2005
IPCC – Intergovernamental Panel on Climate Change. Disponível em:
<http://www.ipcc.ch/>. Acesso em: 07 abr. 2007.
PEARCE, F. O aquecimento global: causas e efeitos de um mundo mais quente. São Paulo: Publifolha, 2002.
ONU, PNUD. Relatório do Desenvolvimento Humano. 2007/2008.Combater
as alterações climáticas: solidariedade humana num mundo dividido.
Disponível : www6.cptec.inpe.br/mudanças_climáticas/pdf.
SCHONS, Selma Maria e ZIMMERMANN, Roque. Aquecimento Global e
impacto nas águas. Revista Filosofazer. Passo Fundo: Instituto Superior de
Filosofia Berthier, p.83-106, 2010.
WOEHL, Oraide Maria (org.). Desenvolvimento Sustentável. SCHOWS,
Selma Maria, GARCIAS, Carlos de Mello, et all. Sustentabilidade e Água.
Curitiba: Organic Trading, 2008.
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
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