Perspectiva Mensal Ano 2015 Fevereiro 20/02/15 Brasil Brasil: desafios para 2015 ficam ainda maiores As primeiras semanas do ano trouxeram más notícias, mostrando que os desafios domésticos em 2015 serão maiores do que se imaginava. No campo fiscal, o déficit de 2014 indica um ponto de partida mais desfavorável para o ajuste este ano. Na inflação, novos aumentos de tarifa de energia elétrica pressionarão mais o IPCA. Já na atividade indicadores sugerem contração do PIB neste ano. Passado esse período crítico, no entanto, as coisas podem melhorar, com queda da inflação e crescimento em 2016, se a confiança na política econômica for retomada. (pág. 7) Internacional Aperto monetário nos EUA se aproxima De modo geral, o ambiente internacional permanece positivo. Mesmo a esperada elevação dos juros americanos tem sido bem aceita. O impasse na Grécia continua sendo o maior risco. (pág. 3) Renda Fixa Recompondo a alocação em prefixados Com o avanço recente nas taxas, prêmio ficou mais ajustado aos riscos. (pág. 14) Bolsa Mais riscos no cenário Apesar dos fundamentos domésticos fracos, a alta liquidez global e a baixa alocação em ativos brasileiros podem continuar trazendo suporte à bolsa brasileira. (pág. 16) Câmbio Continua o movimento pendular do mercado Da mesma forma que o mercado exagera para um lado, também exagera para o outro. (pág. 18) Este relatório foi produzido pelas áreas de economia e estratégia do Itaú Private Bank Charles Nogueira Ferraz, CFA®, CFP® Chefe de Investimentos Gina Baccelli, CFP® Economista Chefe Private Brasil Rodrigo Santin, CGA, CFP® Estrategista Flora Meirelles, CFA® Estrategista Rodrigo Lopes, CFA® Estrategista Alocação tática1 - Fevereiro de 2015 Classe de Ativo Posicionamento Motivo Pós-fixados2 Igual ao longo prazo Classes de ativo parecem estar negociando no preço justo. Prefixados3 Igual ao longo prazo O prêmio na curva reflete os riscos de alta na taxa de juros nos próximos meses. Risco de alta em um cenário de inércia inflacionária que obrigue o BC a subir ainda mais os juros. Risco de queda em um cenário de atividade muito fraca que faça com que o BC corte os juros antes do esperado. Indexados à inflação4 Igual ao longo prazo Ajuste fiscal deve reduzir a chance de um rebaixamento da nota de crédito. Com isso os riscos parecem bem precificados na taxa de juros dos títulos indexados à inflação. Crescimento mais forte do que esperado nos EUA e decepção na implementação do ajuste fiscal no Brasil. Multimercados5 Igual à de longo prazo Tendências ficam mais claras, o que favorece gestão ativa. Adicionalmente, fundos têm baixa correlação com outros mercados. Risco específico de cada gestor. Ações Igual à de longo prazo Bolsa negociando a um preço justo que incorpora as incertezas no mercado local e internacional mesmo num cenário de alta liquidez global. Risco de alta em um cenário de recuperação econômica no Brasil combinado com elevada liquidez global; Risco de queda em um cenário de deterioração da economia global e piora dos fundamentos domésticos. Riscos da Alocação Tática Ver página 22 para alocação por perfil 2 Internacional Aperto monetário nos Estados Unidos se aproxima A aceleração da recuperação da economia americana nos últimos meses deve levar o Fed a subir a taxa de juros este ano. A reunião que ocorre no dia 18 de março será importante para ter mais clareza quanto às expectativas do banco central americano. Na Europa a atividade começa a dar sinais de recuperação, mas o impasse na Grécia continua sendo o maior risco. Queda nos preços do petróleo levou a um movimento de redução de juros em vários países, reforçando cenário de crescimento maior especialmente nos emergentes. Os dados divulgados recentemente confirmam a sólida recuperação do mercado de trabalho americano. Em 2014 foram criados 3,1 milhões de empregos, muito acima dos 2,4 milhões de 2013. A taxa de desemprego está em 5,7%, chegando perto da taxa neutra estimada pelo Fed (entre 5,2 e 5,5%). Apesar de estarmos começando a ver alguma estabilização na participação da força de trabalho, que caiu ininterruptamente desde 2007, é evidente que o movimento não será forte suficiente para impedir a continuação da queda da taxa de desemprego. Curiosamente, uma parte considerável das pessoas que tem entrado na força de trabalho se desloca diretamente do status de não-participante para o status de empregado, sem passar por um longo período de busca de trabalho. Além disso, o crescimento real dos salários está mostrando sinais de aceleração pela primeira vez desde a crise de 2008. Mercado de trabalho em recuperação 600 Criação de emprego formal (média móvel 6 meses / mil vagas) Taxa de Desemprego 400 12% 11% 10% 200 9% 0 8% -200 7% -400 6% -600 5% -800 4% -1000 3% Janeiro 2000 Janeiro 2015 Fonte: Haver, Itaú 3 A inflação abaixo da meta continua sendo uma preocupação no contexto da recuperação da economia americana. No entanto, um dos principais fatores que impactaram recentemente a inflação foi a queda nos preços dos combustíveis. Este componente da inflação deve se normalizar na medida em que o preço do petróleo se estabiliza ao longo do ano. O núcleo da inflação desacelerou, mas isso também deve ser transitório. Essa desaceleração foi quase que inteiramente relacionada a três subitens voláteis: vestuário, carros usados e passagens aéreas. Excluindo esses três itens, a inflação anual permaneceu estável em 2%. Com isso, o núcleo da inflação deverá subir nos próximos meses. Com uma boa dinâmica de crescimento e queda da taxa de desemprego, acreditamos que o FOMC vai começar a subir os juros este ano. Junho nos parece uma boa aposta, mas uma sinalização mais clara terá de ocorrer na reunião marcada para 18 de março. O FOMC pode também decidir esperar um pouco mais, principalmente porque as expectativas de inflação continuam em níveis baixos. Mas mesmo que o Fed opte por esperar um pouco mais, acreditamos que o primeiro aumento não ocorrerá depois de setembro deste ano. Revisamos para melhor projeção de crescimento na Zona do Euro A economia europeia começou a mostrar sinais de recuperação desde o início do ano passado, com os índices de sentimento melhorando e os dados de atividade um pouco mais robustos. Essa melhora no sentimento deve continuar após a decisão do Banco Central Europeu de ampliar o programa de compras de ativos para €60 bilhões por mês incluindo títulos soberanos. As compras dos títulos soberanos serão feitas proporcionalmente à participação de cada país no capital do BCE. O programa de compras de ativos deve ajudar a prover liquidez para a economia e manter as taxas de juros baixas, mas outros fatores devem estimular ainda mais a atividade este ano. São eles: a queda nos preços do petróleo; a desvalorização do Euro, que ultrapassou 10% em termos reais nos últimos 12 meses, e a menor contribuição negativa das contas fiscais, já que boa parte do ajuste já foi feita em anos anteriores, permitindo aos governos até alguma postura mais expansionista. Com isso, elevamos a expectativa de crescimento da zona do euro para 1,2% em 2015. 4 Balanço do Banco Central Europeu (€ bilhões) 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: Bloomberg Grécia continua sendo o maior risco do cenário O atual programa de financiamento da dívida grega pelo BCE, FMI e União Europeia (conhecido como Troika) acaba no dia 28 de fevereiro. Se não houver um acordo quanto aos termos da extensão do programa, o governo grego não vai ter caixa suficiente para pagar dívidas que vencem no final de março e existe um grande risco de corrida bancária antes disso. Até agora as discussões avançaram pouco e as conversas apenas mostraram a distância entre os pontos de vista da Grécia e da Alemanha. Portanto não podemos descartar a possibilidade de um cenário negativo em que a Grécia seja obrigada a sair da união monetária. As potenciais consequências da saída da Grécia para o resto da Zona do Euro são limitadas. Como a maior parte da dívida da Grécia esta nas mãos de outros governos ou de instituições governamentais europeias, o sistema financeiro como um todo tem uma exposição pequena, o que diminui muito o risco de contaminação. Para a Grécia, no entanto, as consequências de uma saída da zona euro poderiam ser graves. Por isso continuamos a acreditar que o resultado mais provável é a renovação do acordo de financiamento. 5 Rodada e redução de juros ao redor do mundo Em janeiro houve decisão de política monetária em 23 países (ou regiões, no caso de zona do euro e Reino Unido) que acompanhamos. No entorno da decisão do BCE, discutida acima, outros oito bancos centrais em diferentes partes do mundo cortaram os juros, todos surpreendendo o mercado. Entre eles a Rússia, que havia implementado uma forte alta de juros em dezembro. Além dos bancos centrais que reduziram os juros, alguns outros – como Hungria, África do Sul, Nova Zelândia, China e Cingapura – adotaram um discurso mais expansionista, ou injetaram liquidez através de outros instrumentos. Essa tendência permanece em fevereiro, com o banco central da Austrália cortando juros em 0.25p.p. e com redução na taxa de depósito compulsório na China. A queda dos preços do petróleo é a principal explicação para essa onda de expansão monetária global. Mesmo países que têm preços controlados pelo governo puderam repassar a forte redução dos custos do petróleo aos preços dos combustíveis, o que levou a uma queda da inflação. Essa diminuição de juros ajuda a fortalecer nosso cenário de atividade global mais forte em 2015 e ajuda os emergentes que vinham com crescimento em queda desde o ano passado. O Brasil está na contra-mão desse movimento. O aumento da CIDE, imposto que incide sobre a gasolina, levou inclusive a uma elevação dos preços dos combustíveis domesticamente. Por sua vez, a inflação elevada faz com que o BC continue no processo de ajuste dos juros (ver cenário doméstico). 6 Brasil Brasil: desafios para 2015 ficam ainda maiores As primeiras semanas do ano trouxeram más notícias, mostrando que os desafios para 2015 serão maiores do que se imaginava. No campo fiscal, o déficit de 2014 indica um ponto de partida mais desfavorável para o ajuste este ano. Na inflação, novos aumentos de tarifa de energia elétrica pressionarão ainda mais o IPCA. Já na atividade, o corte de produção e investimento na indústria petrolífera e a manutenção de níveis baixos na confiança dos empresários e consumidores sugerem contração do PIB, situação que pode ser agravada por um possível racionamento de energia no país e de água em São Paulo. Passado esse período crítico, no entanto, as coisas podem melhorar se a confiança na política econômica for retomada, gerando queda da inflação e maior crescimento em 2016. Ajuste fiscal demandará um esforço maior para atingir a meta Em 2014, o setor público registrou déficit primário de 32,5 bilhões, ou -0,6% do PIB – resultado mais baixo desde 1997. A queda no superávit primário foi resultado de uma postura fiscal expansionista tanto pelo lado da receita quanto da despesa, além da desaceleração da atividade econômica. A postura fiscal já está mudando (com o anúncio das medidas recentes de restrição de gastos e aumento de receitas), mas a fraqueza da atividade econômica continuará a impactar negativamente a arrecadação este ano. Os dados mostram que o ponto de partida para o ajuste fiscal é mais desfavorável do que estimávamos inicialmente. Logo, alcançar o mesmo objetivo demandará um esforço maior. Aumentar o superávit primário para R$ 66 bilhões este ano (meta do setor público consolidado) demandará um ajuste de quase R$ 100 bilhões. Para isso será necessário um novo anúncio de aumento da carga tributária, com impacto positivo de R$ 25 bilhões neste ano, de acordo com nossos cálculos. Do lado da despesa, esperamos queda de 4,6% em termos reais, alcançado através do corte já anunciado nos benefícios trabalhistas, do menor auxílio à CDE e de um ajuste significativo nas despesas discricionárias (investimento e custeio discricionário). Nossa projeção também conta com o sucesso em atingir a meta fiscal pelos governos regionais (R$ 11 bilhões), o que significaria um ajuste de quase R$ 20 bilhões (0,4% do PIB) de 2014 para 2015 na esfera regional. 7 Dessa forma, mantemos a projeção de superávit primário em 1,2% do PIB neste ano, mas reconhecemos os riscos dessa projeção. Há dificuldades de ordem política para implementar as medidas de ajuste fiscal. Em um cenário alternativo, com racionamentos de energia e água, a fraqueza da atividade econômica torna o quadro fiscal ainda mais desafiador. Com a queda no resultado primário e a alta nas despesas de juros, o déficit nominal acumulado em doze meses saltou de 5,8% para 6,7% do PIB em 2014 – o dobro do observado em 2013 (3,3% do PIB). A dívida líquida do setor público subiu de 33,6% no início de 2014 para 36,7% do PIB em dezembro. Já a dívida bruta do governo geral acumulou alta de 6,6pp do PIB em 2014. Mesmo considerando o aumento no superávit primário em 2015, este não alcançará os níveis necessários para estabilizar a relação dívida/PIB neste ano. Somente a partir de 2016, com o cumprimento da meta de gerar um superávit de no mínimo 2% do PIB, a relação dívida/ PIB pode começar a estabilizar. Dívida segue em alta 66% Dívida bruta 48% Dívida líquida 46% 64% 44% 62% 42% 60% 40% 58% 38% 56% 36% 54% 34% 52% 32% 50% 30% Dezembro 2007 Dezembro 2014 Fonte: Banco Central 8 Inflação deve ficar acima de 6,5% com pressão de energia elétrica O IPCA subiu 1,24% em janeiro, em linha com a nossa projeção e com a mediana das expectativas de mercado, com forte pressão dos preços administrados. A nossa projeção preliminar para o IPCA de fevereiro indica variação de 1,10% (ante 0,69% em fevereiro de 2014), o que resultaria numa aceleração da variação acumulada em 12 meses para 7,6%. Para 2015, elevamos a projeção para o IPCA de 7,1% para 7,4%, em razão da maior pressão dos preços administrados, particularmente da energia elétrica. Prevemos alta de 11,7% para os preços administrados em 2015 (anterior: 10,4%), em função da revisão na projeção de reajuste para a energia elétrica (de 30% para 40%). Já os preços livres devem variar 6,1% neste ano em linha com nosso cenário de atividade econômica mais fraca e de aumento da taxa de desemprego. A desaceleração da inflação dos preços livres em relação ao ano passado (6,7%) será determinada pelas altas menores da alimentação no domicílio e dos serviços. Para 2016, reduzimos a projeção para o IPCA de 5,7% para 5,5%, com revisão para baixo na inflação dos preços livres. A projeção para os preços livres passou de 5,8% para 5,5%, diante de um cenário de atividade econômica mais fraca e de preços mais baixos de commodities. Para os preços administrados, mantivemos a projeção do ano em 5,5%. Em um cenário alternativo, marcado pela ocorrência de racionamentos de água e energia, a queda da inflação dos preços livres em 2016 seria provavelmente maior. A nosso ver, nessa situação, o efeito negativo sobre a demanda impactaria a alta dos preços livres em 2016. Nesse caso, nossa projeção para o IPCA recuaria para 5,3% em 2016. IPCA - variação em 12 meses (%) IPCA Livres Administrados 14% 12% 11,7% 10% 7,4% 6,7% 8% 6,4% 6% 6,1% 5,3% 5 3% 4% 2% 0% 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: IBGE, BCB e Itaú 9 Revisamos projeção do PIB para queda de 0,5% em 2015 Os dados recentes mostram sinais de desaceleração da atividade econômica em dezembro e as perspectivas para o primeiro trimestre deste ano têm se deteriorado. Com a confiança dos empresários ainda em baixo patamar, a confiança dos consumidores em seu menor nível histórico e o alto patamar dos estoques na indústria, não vemos sinais de recuperação no primeiro trimestre deste ano. Adicionalmente, outros fatores contribuem negativamente. No setor de petróleo, os cortes em investimento e redução na projeção de crescimento da produção vão impactar a atividade econômica. Consideramos também que as dificuldades envolvendo algumas construtoras impactarão o ritmo de execução de suas obras de infraestrutura no curto prazo. Por isso, esperamos agora uma retração de 0,5% do PIB em 2015. Como resultado, projetamos um aumento da taxa de desemprego para 6,3% no fim de 2015, após ajuste sazonal (anteriormente, 6,0%). A população economicamente ativa (PEA) continua em tendência de crescimento nos últimos meses, e a deterioração da atividade econômica deve fazer com que o mercado de trabalho permaneça fraco. 10 Possível racionamento de energia e água pode piorar projeção para atividade em 2015 Diante dos riscos elevados de restrição de energia elétrica e abastecimento de água, estimamos um impacto adicional de -0,6 p.p. no PIB em 2015, no caso de um cenário que combine racionamento de 5% de energia elétrica com redução adicional de 25% do abastecimento de água para parte do Estado de São Paulo, durando até a próxima temporada de chuva. Estimamos que uma redução de 5% no consumo de energia elétrica tenha impacto negativo de 0,5 p.p. no crescimento em 2015. Já uma economia adicional na retirada de água das bacias dos sistemas Cantareira e Alto do Tietê teria impacto negativo de 0,1 p.p. no crescimento em 2015. O corte necessário de energia depende de quanto os reservatórios estão abaixo do limiar de racionamento. Um corte de 5% no consumo de energia elétrica por seis meses é suficiente para evitar que os reservatórios cheguem ao mínimo operacional até o inicio do próximo período chuvoso, se os reservatórios agregados atingirem 36% ao fim de abril. Já um corte de 10% pelo mesmo período é suficiente, se os reservatórios atingirem 30% ao fim de abril. A alta nas tarifas e a retração que projetamos na atividade econômica contribuem para limitar o crescimento do consumo de energia elétrica. A sinalização do governo de repassar para as tarifas elétricas os custos associados ao setor deve levar a uma alta média de 40% nas tarifas ao longo do ano. A alta das tarifas e a retração da atividade econômica tendem a reduzir a intensidade de um eventual programa de redução de consumo de energia elétrica. No final, adicionando todos os riscos à projeção de crescimento teríamos como resultado uma queda ao redor de 1,1% no PIB em 2015. Nível reservatórios - Agregado (% do total) Média 2000-2012 2014 2015 (projeção) 90 80 70 60 50 40 33 30 20 10 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Fonte: ONS e Itaú 11 Copom: cenário desafiador no curto prazo, desinflação no horizonte O Banco Central (BC) enfrenta um cenário desafiador no curto prazo com a perspectiva de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano. No horizonte mais longo, no entanto, a fraqueza da economia deve fazer a inflação convergir para a meta do governo. A atividade deprimida reduz os riscos dos efeitos secundários dos choques inflacionários. Entendemos que os efeitos da alta de preços administrados e da depreciação cambial sobre os demais preços da economia tendem a ser limitados. De fato, em pronunciamentos recentes, o presidente do BC, Alexandre Tombini, vem enfatizando que, apesar do aumento da inflação corrente, as expectativas de inflação de mais longo prazo começaram a recuar. O cenário a partir de 2016 é mais favorável. A atividade econômica fraca vem contribuindo para reduzir o nível de utilização da capacidade instalada na economia e para enfraquecer o mercado de trabalho, abrindo espaço para a redução da inflação de serviços. A antecipação da alta de preços administrados para 2015 também reduz a necessidade de aumentos expressivos no próximo ano. Dessa forma, em que pese a inflação alta de 2015, o cenário para 2016 está se tornando mais desinflacionário. A política fiscal migrando para o campo contracionista também contribui para a redução da inflação à frente. A busca pelo cumprimento da meta fiscal este ano deixará a política fiscal contracionista, reduzindo o peso sobre a política monetária. Na ata de sua última reunião, o Copom afirma que “o balanço do setor público tende a se deslocar para a zona de neutralidade”, mas “não descarta a hipótese de migração para a zona de contenção”. Diante desse cenário, acreditamos que o Copom está próximo do fim do ciclo de aperto monetário. Mantemos nosso cenário de uma elevação final de 0,25 ponto percentual em março e de manutenção da taxa Selic em 12,50% até o fim de 2016. Entretanto, com a recente depreciação maior do real, aumenta a possibilidade de o Copom elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 p.p na próxima reunião. 12 Câmbio mais depreciado e ajuste gradual nas contas externas Os ambientes interno e externo contribuem para um real mais depreciado. No cenário internacional, os preços de commodities mais baixos e o possível aumento de juros nos Estados Unidos devem ter impacto sobre o nível da taxa de câmbio ao longo do ano. Domesticamente, pesa o déficit em conta corrente elevado. Assim, projetamos a taxa de câmbio em 2,90 reais por dólar ao fim de 2015 e em 3,00 reais por dólar ao fim de 2016. A rápida depreciação cambial dos últimos dias está, portanto, em linha com os fundamentos, ainda que tenha ocorrido de forma mais rápida que o esperado. O déficit em conta corrente avançou de 3,6% do PIB em 2013 para 4,2% do PIB em 2014, principalmente devido à contribuição negativa da balança comercial, que saiu de um superávit de US$ 2,4 bilhões em 2013 para um déficit de US$ 3,9 bilhões em 2014. O investimento estrangeiro direto (IED) permaneceu elevado (2,9% do PIB) em 2014, mas insuficiente para cobrir a totalidade do déficit em conta corrente, aumentando assim a necessidade de outras modalidades de financiamento externo, como os fluxos de portfólio, que são tipicamente mais voláteis e dependentes das condições de liquidez global. Para 2015 e 2016, projetamos uma recuperação do saldo comercial. De um lado, o câmbio mais depreciado e o cenário de atividade econômica mais fraca contribuem para conter as importações, especialmente de bens de capital e bens intermediários, insumos tipicamente utilizados na indústria. De outro, o corte nas estimativas de produção de petróleo bruto e nas estimativas de capacidade de refino, somado à revisão para baixo nos preços de minério de ferro, atua no sentido de diminuir o valor das exportações. A resultante dessas forças é um superávit comercial em 2015 e 2016, apesar da concomitante queda na corrente de comércio. Mantemos, assim, a nossa projeção de saldo comercial de US$ 6 bilhões em 2015 e de US$ 13 bilhões em 2016. Se houver racionamentos de energia e água, projetamos um superávit comercial maior (US$ 7,5 bilhões em 2015 e US$ 14 bilhões em 2016). Com o recuo maior do PIB e do investimento, as importações tendem a desacelerar ainda mais em função do desempenho pior do setor industrial, principal demandante dos bens intermediários e de capital (que, juntos, representam quase 70% das importações brasileiras). Revisamos nossas projeções de cenário básico incorporando a retração esperada para o PIB em 2015 e pequeno crescimento em 2016, de forma que o déficit em conta corrente recua para 3,8% do PIB em 2015 (ante projeção anterior de 3,9%) e para 3,5% do PIB em 2016 (ante 3,6%). 13 Renda Fixa Recompondo a alocação em prefixados Com o avanço recente nas taxas, prêmio ficou mais ajustado aos riscos CDI implícito na curva de juros prefixada 13-fev-15 01-dez-14 14,0% 13,5% 13,0% 12,5% 12,0% 11,5% 11,0% Jan-15 Jan-16 Jan-17 Fonte: Bloomberg Os principais temas do nosso radar não se alteraram: i) início da normalização da política monetária nos Estados Unidos; ii) estímulos na Europa e no Japão, que devem manter a liquidez alta no mundo; iii) ajuste, pela China, do modelo de crescimento; iv) riscos geopolíticos, sobretudo os originados na Grécia e na Rússia/Ucrânia; v) ajustes na política econômica doméstica; vi) escassez no Brasil de água, energia elétrica e vii) menor liquidez e renda disponível (credito desacelerando, aumento de impostos, menor fluxo de capitais, etc.) Os fundamentos, tanto para os prefixados como para as NTNBs, permanecem razoavelmente inalterados. Recentemente, algumas pioras pontuais foram neutralizadas por melhoras em outros fronts. Para os preços de mercado, um recente mau humor tomou conta dos negócios nas últimas semanas, motivado por fatores não apenas locais como também externos, e fez as taxas de juros avançarem bastante. 14 Iniciamos a recomendação de alocação tática menor que a estratégica em prefixados em dezembro último; desde então, as taxas já avançaram mais de 0,70% a.a. e agora o mercado negocia taxas acima de 13% a.a. Essa é uma taxa bem mais justa para compor a carteira, mesmo se o Banco Central não reduzir o ritmo de alta na Selic. Adicionalmente, o movimento do mercado começa a apresentar sinais de fadiga, o que deve limitar o potencial de mais altas. Assim, voltamos a recomendar a alocação tática em prefixados igual à de longo prazo. Nos indexados à inflação, a taxa da NTN-B 2024 tem oscilado mais que o normal devido à grande volatilidade apresentada pelo risco Brasil. A despeito da alta do risco-país, a queda nas taxas de juros dos Estados Unidos tem balanceado os movimentos no mercado. Prospectivamente, esperamos que a taxa de dez anos americana suba e que o risco Brasil negociado no mercado recue. Dessa maneira, entendemos que os riscos para movimentos de queda e de elevação na taxa da NTN-B 2024 estão bem equilibrados. Recomendação Prefixados: Recomendamos alocação tática em prefixados igual à estratégica. Indexados à inflação: Recomendamos alocação tática igual à estratégica. Títulos de crédito privado com isenção de IR devem ser analisados individualmente como opção aos títulos do Tesouro. Racional: O prêmio dos prefixados está ajustado aos riscos. Assimetrias positivas e negativas nas NTN-Bs estão bem equilibradas. 15 Bolsa Mais riscos no cenário Fundamentos podem piorar ainda mais durante o ano O mercado de ações brasileiro vem experimentando um período de grande instabilidade e incertezas neste início de 2015. Apesar de os investidores terem aprovado as medidas fiscais mais austeras anunciadas pela nova equipe econômica e da confirmação da política monetária expansionista a ser adotado pelo Banco Central Europeu, o cenário local continua muito desafiador. Além do ambiente de alta inflação/baixa atividade econômica já antecipado há muito tempo pelo mercado para este ano, os investidores tentam precificar os impactos na economia do final da operação Lava Jato na Petrobrás e em toda a cadeia do setor, além dos possíveis racionamentos de energia elétrica e água. Todos estes ingredientes trouxeram de volta o medo da perda do grau de investimento pelo Brasil, temor que havia diminuído desde o anúncio do novo time econômico ao final do ano passado. Esse cenário incerto, impõe muita cautela para o investimento em bolsa de valores, uma vez que muitas destas incertezas poderiam ter forte impacto para os resultados das empresas brasileiras nos próximos trimestres. Tabela de sensibilidade do múltiplo preço/lucro Lucro Ibovespa 2015 e Ibovespa 30.000 35.000 40.000 45.000 51.072 55.000 60.000 65.000 70.000 -15% 3.789 7,9 9,2 10,6 11,9 13,5 14,5 15,8 17,2 18,5 -10% 4.012 7,5 8,7 10,0 11,2 12,7 13,7 15,0 16,2 17,4 -5% 4.235 7,1 8,3 9,4 10,6 12,1 13,0 14,2 15,3 16,5 Base* 4.458 6,7 7,9 9,0 10,1 11,5 12,3 13,5 14,6 15,7 +5% 4.681 6,4 7,5 8,5 9,6 10,9 11,7 12,8 13,9 15,0 +10% 4.904 6,1 7,1 8,2 9,2 10,4 11,2 12,2 13,3 14,3 +15% 5.127 5,9 6,8 7,8 8,8 10,0 10,7 11,7 12,7 13,7 * Base representa alta de 7% 2015/2014 Fonte: Bloomberg 16 Em contrapartida, o cenário externo continua benigno com taxas de juros em níveis muito baixos em praticamente todo o mundo, e bancos centrais injetando dinheiro no mercado, o que vem ajudando a liquidez global que por sua vez sustenta os preços dos ativos de risco. Além disso, hoje os investidores estrangeiros estão pouco posicionados na bolsa brasileira, o que eventualmente poderia criar um fluxo positivo em caso de alguns dos riscos mencionados acima não se materializarem. O contraponto negativo vindo do mercado internacional continua sendo os baixos preços de algumas commodities que vêm impactando empresas exportadoras com alta representatividade no Ibovespa. O Ibovespa por volta dos 51 mil pontos negocia a um múltiplo Preço/Lucro de 2015 de aproximadamente 11,5x, pouco acima da sua média histórica e com pequeno desconto para seus pares emergentes. Acreditamos que os riscos estejam bem precificados nestes níveis, não havendo oportunidade para nos posicionarmos em bolsa acima/ abaixo da alocação estratégica de longo prazo. Desta forma, mantemos nossa posição Neutra tática em bolsa. Recomendação Sugerimos a alocação tática igual à de longo prazo. Para isso, recomendamos uma seleção de bons gestores, que têm o potencial de agregar valor à carteira com gestão fundamentalista, e uma parcela indexada ao IBX. 17 Câmbio E continua o movimento pendular do mercado... Da mesma forma que exagera para um lado, o mercado também exagera para o outro Taxa de câmbio dólar/real 3,00 Mercado parece estar exagerando na desvalorização do câmbio 2,80 2,60 2,40 2,20 2,00 1,80 1,60 1,40 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: Bloomberg Os fundamentos para a continuidade da alta do câmbio nos próximos anos continuam. As teses de Estados Unidos crescendo mais rápido que a média dos países , Brasil entrando num período de ajustes e fim do ciclo de commodities pesam contra a moeda brasileira. Já no curto prazo, joga contra uma apreciação ainda maior do dólar o nível das taxas de juros em moeda local, alto para o padrão mundial. Além disso, as incertezas com as questões geopolíticas que vinham dominando os movimentos de mercado nas últimas semanas estão diminuindo, o que contribui para o aumento do apetite ao risco. Localmente, as incertezas políticas permanecem e fazem o contraponto da melhora no apetite a risco no exterior. Em termos de posicionamento dos especuladores de mercado, esses já parecem bem alocados em dólar contra o real, o que reduz as compras marginais da moeda americana. Na soma, parece que o dólar tem pouca força para continuar a escalada no curto prazo. Assim, passa a ficar mais provável uma realização de preços. 18 Recomendação Mantemos a recomendação zerada em dólar na carteira local Racional: Custo de carregamento (CDI menos o cupom cambial) da posição comprada em dólar elevado e liquidez global abundante devem fazer a alta do dólar arrefecer no curto prazo. 19 Cenário Básico Global 2014 2015 2016 Crescimento mundial 3,2 3,4 3,3 Estados Unidos 2,4 3,1 2,5 Europa 0,8 1,2 1,6 Japão 0,2 1,2 1,6 China 7,4 6,9 6,6 Fed Funds 0,10 1,1 2,6 Área Euro - Juros básicos 0,05 0,05 0,05 Japão - Juros básicos 0,10 0,10 0,10 Taxa de 10 anos do tesouro americano 2,17 2,80 3,3 Brasil 2014 2015 2016 PIB - Crescimento real (%) 0,0 -0,5 1,0 IPCA (%) 6,4 7,4 5,5 IGP-M (%) 3,7 5,3 5,5 Taxa Selic (média - %) 11,0 12,30 12,50 Taxa Selic (fechamento - %) 11,75 12,50 12,50 Conta Corrente (%PIB) -4,2 -3,8 -3,5 Taxa de câmbio (fechamento - R$/US$) 2,66 2,9 3,00 Resultado fiscal primário (% PIB) -0,2 1,2 2,0 Os valores em laranja representam projeções; As projeções de PIB referem-se ao crescimento médio interanual 20 Recomendação de Alocação Perfil 1 (%) Perfil 2 (%) Perfil 3 (%) Perfil 4 (%) Conservador Moderado Arrojado Agressivo Atual Estrutural 95 95 83 83 Pós-fixado 88 88 63 Pré-Fixado 5 5 Inflação 2 Multimercado Renda Variável Renda Fixa Atual Estrutural Atual Estrutural Atual Estrutural 65 65 50 50 63 35 35 15 15 15 15 20 20 20 20 2 5 5 10 10 15 15 5 5 15 15 20 20 20 20 - - 2 2 15 15 30 30 Retorno Esperado* 12.6 12.9 13.9 14.9 %CDI 102.9 105.7 113.6 121.9 0.4 1.4 5.0 9.1 13.4 15.6 23.7 32.7 Retorno - Cenário Pessimista** 11.8 10.2 4.2 -2.9 Desvio Padrão * Retorno nominal baseado em expectativas para os próximos 12 meses Retorno - Cenário Otimista** ** Considera os desvios padrão em relação ao retorno esperado do portfólio, não se tratando de cenário de estresse. Limite de pontos por perfil (até e inclusive) 6 21 46 sem limite 21 Performance Acumulado no ano IPCA (%) Período Perfil 1 Perfil 2 Absol %CDI Absol %CDI Perfil 3 Absol Perfil 4 %CDI Absol %CDI 2006* 1.39 6.25 113.2 7.06 127.9 9.39 170.1 11.49 208.1 2007 4.46 11.68 98.7 11.93 100.9 14.88 125.8 21.52 182.0 2008 5.90 12.12 98.0 10.54 85.2 3.89 31.4 -7.70 -62.3 2009 4.31 10.60 107.1 13.29 134.3 24.42 246.7 36.95 373.4 2010 5.91 9.95 102.1 10.14 104.1 11.10 114.0 11.21 115.1 2011 6.50 11.88 102.5 11.87 102.3 8.09 69.8 3.55 30.6 2012 5.84 9.27 110.2 11.15 132.5 13.70 162.8 16.29 193.7 2013 5.91 7.54 93.6 6.45 80.1 4.14 51.4 1.87 23.2 2014 6.41 10.70 99.1 10.08 93.3 8.14 75.4 6.08 56.3 2015 1.24 1.00 107.8 1.02 110.0 0.27 29.1 -0.65 -70.1 Início* 59.4 137.8 103.0 143.3 107.1 150.4 112.5 146.2 109.3 * Desde 31-Jul-2006 Mensal IPCA (%) Período Perfil 1 Perfil 2 Absol. (%) %CDI Absol. (%) %CDI Perfil 3 Absol. (%) Perfil 4 %CDI Absol. (%) %CDI Fev-14 0.69 0.89 113.9 1.05 134.4 1.07 136.9 1.04 133.1 Mar-14 0.92 0.74 97.4 0.76 100.0 1.23 161.8 1.79 235.5 Abr-14 0.67 0.83 101.9 0.85 104.4 1.02 125.2 1.24 152.2 Mai-14 0.46 0.96 111.8 1.13 131.7 1.23 143.3 1.29 150.3 Jun-14 0.40 0.80 97.9 0.83 101.5 1.05 128.5 1.31 160.3 Jul-14 0.01 0.95 101.0 1.00 106.3 1.25 132.9 1.52 161.6 Ago-14 0.25 1.01 117.5 1.40 162.9 2.53 294.4 3.73 434.0 Set-14 0.57 0.74 82.2 0.21 23.3 -1.58 -175.4 -3.54 -393.1 Out-14 0.42 0.90 95.3 0.78 82.6 0.68 72.0 0.69 73.1 Nov-14 0.51 0.89 106.2 1.01 120.5 1.19 142.0 1.37 163.5 Dez-14 0.78 0.83 87.37 0.43 45.26 -0.76 -80.00 -2.00 -210.53 Jan-15 1.24 1.00 107.81 1.02 109.97 0.27 29.11 -0.65 -70.08 Ac. 2015* 1.2 1.0 107.8 1.0 110.0 0.3 29.1 -0.6 -70.1 Ac. 12 meses 7.1 11.1 101.5 11.0 100.7 9.5 87.2 7.9 72.1 * Até 30/01/2015 22 Performance acumulada 280% 260% 240% 220% 200% 180% 160% 140% 120% 100% Julho 2006 Perfil 1 Perfil 3 CDI Perfil 2 Perfil 4 Ibovespa Julho 2014 A composição dos retornos teóricos das carteiras modelo é feita através de uma média ponderada dos ativos que a compõem, que podem ser tanto os próprios ativos quanto índices de referencia quando aplicável. As carteiras modelo são rebalanceadas mensalmente, e as datas de mudança nas alocações táticas são o dia útil posterior à comunicação aos clientes. Estes retornos são teóricos e não representam o retorno efetivo de um portfólio específico ou veículo de investimento. Rentabilidades passadas não são, nem devem ser, assumidas como rentabilidades futuras. 23 Glossário 1. Alocação Tática (Recomendação Tática): São ajustes pontuais em cima do portfólio de longo prazo, buscando incrementar o retorno. As recomendações costumam ter horizonte de investimento entre 3 e 12 meses e buscam aproveitar as oportunidades criadas pelas distorções de mercado que surgem com as oscilações nos preços dos ativos. 2. Pós-fixados São títulos remunerados por uma taxa de juros de curto prazo, como por exemplo, a Selic ou pelo CDI. Essa taxa de remuneração é definida diariamente no mercado e dita a variação diária do preço do título. 3. Multimercados São fundos de investimento, administrados por casas de gestão de recursos especializadas, que buscam gerar retornos acima do CDI fazendo operações nos diversos mercados locais e internacionais. 5. Indexados à Inflação São títulos nos quais uma parcela da taxa de remuneração até o vencimento da operação é acordada no ato da compra. Essa parcela prefixada é o juro real, ou seja, acima da inflação. O restante da remuneração é definida de acordo com a variação do índice de preço, que mede a inflação. Nas NTN-Bs, o índice de preços é o IPCA. 6. S&P500 Índice norte-americano que consiste nas ações de 500 empresas selecionadas pelo seu tamanho de mercado, liquidez e setor. 7. Dólar Max Estratégia que se beneficia da alta acumulada do dólar até o final de 2014 e protege o principal investido. 4. Prefixados São títulos nos quais a taxa de remuneração até o vencimento da operação é acordada no ato da compra. Caso o investidor opte por vender esse título antes do vencimento, a operação é feita de acordo com os preços vigentes no mercado e a remuneração provavelmente será diferente daquela contratada. 24 Informações Importantes Os comentários acima foram fornecidos pelo Itaú Private Bank a título exclusivamente informativo, utilizando informações de fontes diversas como Bloomberg Financial Markets, Banco Central do Brasil, Agência Estado - BroadCast System, dentre outros. Rentabilidades passadas não são, nem devem ser, assumidas como rentabilidades futuras e não há nenhum tipo de garantia, implícita ou explícita, prestada pelo Itaú Unibanco S.A ou por empresas sob controle direto ou indireto da Itaúsa - Investimentos ltaú S.A. ou por qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, pelo Fundo Garantidor de Crédito - FGC. Opiniões e estimativas fornecidas pelo Itaú Unibanco S.A. podem ser alteradas a qualquer momento sem prévio aviso. O conteúdo deste documento foi preenchido com dados de mercado a título de simulação e não se caracteriza como recomendação ou oferta. carteira e as projeções macroeconômicas constituem modelos matemáticos e estatísticos que utilizam dados históricos e suposições para tentar prever o comportamento futuro da economia e, consequentemente, os possíveis cenários que eventualmente afetem a carteira. Como todos os modelos estatísticos, devem ser realizadas as seguintes advertências em relação às simulações:: 1. Não estão livres de erros; 2. Não é possível garantir que os cenários imaginados venham efetivamente a ocorrer; 3. A exatidão dos resultados obtidos depende de fontes externas de informação, públicas ou privadas, que são as únicas responsáveis pelos dados fornecidos; 4. Não configuram, em nenhuma hipótese, promessa ou garantia de retorno esperado nem de exposição máxima de perda; e 5. Não devem ser utilizadas para embasar nenhum procedimento administrativo perante Órgãos Fiscalizadores ou reguladores. Apesar de cuidar da exatidão dos dados, esclarecemos que este material é meramente informativo e não leva em consideração objetivo de investimento, situação financeira ou necessidades específicas dos investidores, de forma particular, não podendo o Itaú Unibanco ser responsável por qualquer decisão de investimento que venha a ser tomada com base nas informações aqui contidas. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, os investidores devem procurar aconselhamento financeiro próprio. As simulações de composição da Consultas, informações e serviços transacionais acesse itau.com.br/ privatebank ou ligue 4004 4828 (capitais e regiões metropolitanas) ou 0800 970 4828 (demais localidades), todos os dias, 24 horas por dia ou fale com a sua equipe de atendimento. 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