HISTÓRIA DO BRASIL Prof. Filipe Balieiro PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMO-COMERCIAL A Península Ibérica (extremo-oeste do continente europeu) foi primitivamente habitada pelos celtas e iberos. Portugal e suas origens Portugal e suas origens Tempos depois, cartagineses penetram em solo ibérico; A Península Ibérica (extremo-oeste do continente europeu) foi primitivamente habitada pelos celtas e iberos. Século IX a.C.: fenícios formam colônias: Cádis; Málaga; Sevilha. Guerras Púnicas entre Roma e Cartago: Região passa para o domínio romano: Latinização. Século V: desmantelamento do Império Romano: Bárbaros germânicos fixaram-se na península; Visigodos, cristianizados, são os primeiros reinos feudais. Século VIII: ataques dos mouros (muçulmanos): Através do Estreito de Gilbratar; Cristãos-visigóticos refugiaram-se no Norte da península; Árabes só conquistaram o Sul: Permanência durante boa parte da Idade Média. Século XI: Movimento das Cruzadas, reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão: Luta pela libertação da península; Dominação de cinco séculos; Guerra de Reconquista ou Movimento de Reconquista ou Reconquista. Tradição bélico-religiosa é utilizada: Rei de Leão e Castela, Afonso VI: Buscou ajuda militar junto a fidalgos para acabar com o domínio árabe. Henrique de Borgonha, nobre francês, ajuda na guerra: Recebe a mão da filha de Afonso VI; Condado Portucalense; Morte de Henrique: Assumiu o filho, D. Afonso Henriques: Livrou-se de influência estrangeira ao enfrentar o Rei de Leão e Castela e os mouros; Enfrentamento da suserania; Com apoio do Papa, proclamou a independência do Condado e tornou-se rei de Portugal, em 1139. Conferência de Zamora: Reconhecimento da independência e autonomia de Portugal: Primeira disnatia: Dinastia de Borgonha. Dinastia de Borgonha (1139-1383) Fortalecimento do trono português; Formação do Estado; Reconquista: Aumento de território; Formação de um exército permanente: Defesa da soberania frente aos vizinhos espanhóis. Crescimento interno; Dinastia de Borgonha (1139-1383) Região litorânea: Preparo precoce: Navegações e conquista. No interior: País agrário; Relações servis de produção. Desenvolvimento da atividade pesqueira: Comércio de pescados com: Ingleses; Holandeses; Italianos; Franceses. Dinastia de Borgonha (1139-1383) Região litorânea: Destes, compravam: Manufaturas; Especiarias; Trigo; Produtos artesanais. Surgiram novas forças econômicas e uma emergente burguesia de atuação litorânea: Tomada de espaço da sociedade campesina; Lisboa e Porto como exemplo de crescimento das relações mercantis. Dinastia de Borgonha (1139-1383) Pesca, navegação e comércio: Atraiam população do interior: Lucrativas trocas com mercadores estrangeiros. Atividade agrícola do interior: Bases feudais (produção servil); Crises: Flutuações sociais; Êxodo rural. Dinastia de Avis (1385-1580) Morre o último monarca da dinastia de Borgonha: D. Fernando I: Violentas disputas pelo trono; Sem filho homem para sucessão; D. Beatriz, sua filha, casada com o rei D. João de Castela; Trono iria para o primeiro filho do casal; Governou D. Leonor Teles durante a espera. Rainha viúva proclamou seu genro, rei de Castela, como rei de Portugal: Quebra do Tratado: só com a morte de Beatriz sem filhos o trono passaria para domínio castelhano. Disputa: Nobreza lusa queria o domínio castelhano; Classe mercantil buscava autonomia nacional; Massas populares litorâneas (arraia miúda) não queria: Os velhos valores; E o julgo senhorial que o domínio espanhol significaria. Defensores da autonomia habitavam o litoral; Defensores do domínio espanhol no interior. A massa desconte sublevou-se num novo movimento nacionalista: Revolução de Avis: Revolução de Avis (1383-1385), que garantiu a independência política. Outorgou (agraciou) o poder a D. João, meio-irmão de D. Fernando I, o monarca falecido: Mestre da ordem militar e religiosa de Avis; Primeiro monarca da segunda dinastia. Causa nacional e patriótica: Defendida alguns poucos nobres; Também pela arraia miúda; Financiada pela burguesia mercantil litorânea. Adesão da classe mercantil: Perda do caráter popular → movimento burguês. Revolução de Avis: Adesão da classe mercantil: Perda do caráter popular → movimento burguês. Nobreza perdeu os antigos privilégios → participação cada vez maior da burguesia mercantil. Apostila: Portugal foi o primeiro país europeu a superar a Idade Média, com um Estado Nacional centralizado e pronto para se inserir na história do capitalismo. Era o início do período das grandes navegações transoceânicas. Etapas dos descobrimentos portugueses Monopólio ítalo-muçulmano dominava a orla mediterrânea: Necessidade de quebra para o fortalecimento dos novos Estados Nacionais; Trocas com italianos provocaram onerosas transferências de metais preciosos: Escassez no Velho Continente. Exploração de novas rotas no Atlântico: Recurso para quebrar amarras comerciais. Busca de especiarias na fonte produtora: Índias: China; Japão; Arábia; Pérsia; Índia. Queda de Constantinopla: Rotas comercias pela Europa. Fechamento do comércio desta região com a Europa; Necessidade de buscar novos caminhos se intensifica; Portugal lançou-se, então, pioneiramente, às grandes navegações (1415). Fatores do pioneirismo: Estado precocemente centralizado: Revolução de Avis → vinculação dos interesses da camada mercantil aos do Estado; Inspiração do mercantilismo. Posição geográfica privilegiada: Entre Atlântico e Mediterrâneo; Ponta de lança do Atlântico. Atividade pesqueira: Pescadores habituados ao mar → futuros marinheiros. Fatores do pioneirismo: Aperfeiçoamento Técnico da Navegação: Reunião, com apoio da Coroa e da burguesia nacional, dos especialistas estudiosos da navegação; Assim origina-se a Escola de Sagres: Progresso técnico-científico de Portugal: Matemática; Astronomia; Construção naval. Conquista de Ceuta, em 1415: Presa atraente: ouro, seda, especiarias orientais, marfim e escravos. Fatores do pioneirismo: Conquista de Ceuta, em 1415: Garantiu o controle político-militar de Gilbratar; A segurança da navegação mercantil, contra a pirataria mourisca; Informações sobre a costa africana; Reacendeu o espírito cruzadista da realeza e aristocracia; Apoio da Igreja Católica: Difusão do cristianismo; Prolongamento da luta contra o Islão. Aplicação de fundos de ordem católica: navegações cristianizadoras. Fatores do pioneirismo: Estratégia de contornar o continente africano para chegar às Índias; Expedições se sucederam; Novas descobertas técnicas foram feitas; Apostila: A aventura ultramarina portuguesa foi denominada Ciclo Oriental das Navegações porque visava chegar às Índias fazendo o périplo (navegação à volta de um continente) africano. Em 1460: Ilhas atlânticas (Açores, Madeira, Cabo Verde) já ocupadas; Começo da costa africana já conhecida; Início de um promissor comércio de escravos: Falta de mão de obra em terras portuguesas → nobreza atendida. Expedições importantes Bartolomeu Dias (1488): Contornou o Cabo das Tormentas (extremo-sul do continente africano) → Cabo da Boa Esperança. Vasco da Gama (1498): Pedro Álvares Cabral (1500): Expedições importantes Descoberta e Divisão da América Descobriu o caminho das Índias, chegando à cidade das Índias. Desviando da rota oficial, chegou à costa do Brasil. Século XV: Intensificaram-se as disputas entre Portugal e Espanha; Mesmo objetivo: Chegar às Índias para se livrar dos intermediários. Conquista do Atlântico era essencial; Espanha: Não era bem preparada para viagens ultramarinas; Não tinha unidade política; Não havia expulsado os árabes. Unificação espanhola: Século XV: Tratado de Toledo → Bula Inter Coetera → Tratado de Tordesilhas; Novo limite: 370 léguas a Oeste de Cabo Verde: Linha imaginária cortava o litoral brasileiro de Belém do Pará a Laguna, em Santa Catarina. Apostila: A maturidade da navegação lusa evidenciou-se com a assinatura do Tratado de Tordesilhas: ao contrário do empreendimento espanhol, que buscava a conquista das Índias pelo ocidente, os portugueses diferenciavam as Ilhas e terras ocidentais com a zona das especiarias e dos metais nobres, buscando atingir as Índias pela viagem oriental. CHEGADA AO BRASIL Vasco da Gama volta de Calicute (1498-1499): o Especiarias suficientes para Portugal por um ano; o Apenas uma embarcação. Importância de assegurar a conquista asiática: o D. Manuel (o Rei Venturoso): Preparou poderosa esquadra para garantir domínio das especiarias; Pedro Álvares Cabral escolhido para representar o rei: Esquadra de 13 navios; 200 homens: o 8 frades franciscanos; o Frei Henrique Coimbra; o Marinheiros experimentados: Bartolomeu Dias (descobridor do Cabo da Boa Esperança). Saída do Tejo em 9 de março de 1500; Perdeu-se apenas uma nau; A partir do Cabo Verde, mudança de direção: o Ocidente: provavelmente, ordens não oficiais de D. Manuel. 22 de abril: avistado terra firme: Monte Pascoal. Dia 23: navegaram para terra firme: o Ancoraram em frente a um rio; o Primeiros contatos com os indígenas. 26 (domingo de Páscoa): Henrique de Coimbra celebrou a primeira missa. Dia 2 de Maio: esquadra toma seu verdadeiro destino: as Índias. o Uma nau vai para Portugal: Carta de Pero Vaz de Caminha. Descobrimento intencional ou casual? o Recusa da Bula Inter Coetera; o Tratado de Tordesilhas; o Conhecimento português da geografia Atlântica. QUESTÕES (PUC-SP) Quanto à conquista da América por espanhóis e portugueses, na passagem do século XV ao XVI, pode-se dizer que: a) no caso português o objetivo principal era buscar minérios e produtos agrícolas para abastecer o mercado europeu e no caso espanhol pretendia-se apenas povoar os novos territórios e ampliar os limites do mundo conhecido. b) nos dois casos ocorreram encontros com vastas comunidades indígenas nativas, porém na América Portuguesa a relação foi racional, harmoniosa e humana, resultando num povo pacífico, e na América Hispânica foi violenta e conflituosa. c) no caso português foi casual, pois os navegadores buscavam novas rotas de navegação para as Índias e desconheciam a América e no caso espanhol foi intencional, porque o conhecimento de instrumentos de navegação lhes permitiu prever a descoberta. d) nos dois casos foi violenta, porém na América Portuguesa o extrativismo dos dois primeiros séculos de colonização restringiu os contatos com os nativos e na América Hispânica a implantação precoce da agricultura provocou maior aproximação. e) no caso português foi precedida por conquistas no Norte e no litoral da África, que resultaram em colônias portuguesas nesse continente, e no caso espanhol iniciou a constituição de seu império ultramarino. (FUVEST) No processo de expansão mercantil europeu dos séculos XV e XVI, Portugal teve importante papel, chegando a exercer durante algum tempo a supremacia comercial na Europa. Todavia "em meio da aparente prosperidade, a nação empobrecia. Podiam os empreendimentos da coroa ser de vantagem para alguns particulares (…)". (Azevedo, J. L. de, ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONÔMICO, Livraria Clássica Editora, pág. 180). Ao analisarmos o processo de expansão mercantil de Portugal, concluímos que: a) a falta de unidade política e territorial em Portugal determinava a fragilidade econômica interna. b) a expansão do império acarretava crescentes despesas para o Estado, queda da produtividade agrícola, diminuição da mão de obra, falta de investimentos industriais, afetando a economia nacional. c) a luta para expulsar os muçulmanos do reino português, que durou até o final do século XV, empobreceu a economia nacional que ficou carente de capitais. d) a liberdade comercial praticada pelo Estado português no século XV levou ao escoamento dos lucros para a Espanha, impedindo seu reinvestimento em Portugal. e) o empreendimento marítimo português revelou-se tímido, permanecendo Veneza como o principal centro redistribuidor dos produtos asiáticos, durante todo o século XVI. (MACK-SP) No século XV, as Coroas ibéricas iniciaram o processo de expansão marítima da Europa. Assinale a alternativa que apresenta um motivo que impulsionou essa expansão. a) A procura do caminho marítimo para se alcançar o Oriente e, assim, ter acesso às valiosas especiarias. b) A rápida decadência do ciclo de exploração das riquezas provenientes do continente americano. c) A busca de ouro e outros metais preciosos para financiar as expedições militares de reconquista da Península Ibérica. d) Os acordos com as cidades italianas, que permitiram um melhor aproveitamento dos recursos financeiros e trocas de informações geográficas. e) A preocupação em encontrar uma nova rota marítima para a China, após a tomada de Constantinopla pelos exércitos mongóis de Gengis-Khan. (Unesp) "A conquista de Ceuta foi o primeiro passo na execução de um vasto plano, a um tempo religioso, político e econômico. A posição de Ceuta facilitava a repressão da pirataria mourisca nos mares vizinhos; e sua posse, seguida de outras áreas marroquinas, permitiria aos portugueses desafiar os ataques muçulmanos à cristandade da Península Ibérica." (João Lúcio de Azevedo. "Época de Portugal econômico: esboços históricos".) De acordo com o texto, é correto interpretar que: a) a expansão marítima portuguesa teve como objetivo expulsar os muçulmanos da Península Ibérica. b) a influência do poder econômico marroquino foi decisiva para o desenvolvimento das navegações portuguesas. c) o domínio dos portugueses sobre Ceuta era parte de um vasto plano para expulsar os muçulmanos do comércio africano e indiano. d) a expansão marítima ibérica visava cristianizar o mundo muçulmano para dominar as rotas comerciais africanas. e) o domínio de territórios ao norte da África foi uma etapa fundamental para a expansão comercial e religiosa de Portugal.