O que foram as grandes navegações? As grandes navegações

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O que foram as grandes navegações?
As grandes navegações foram um conjunto de viagens marítimas que expandiram os limites do mundo
conhecido até então. Mares nunca antes navegados, terras, povos, flora e fauna começaram a ser
descobertas pelos europeus. E muitas crenças passadas de geração a geração, foram conferidas,
confirmadas, ou desmentidas. Eram crenças de que os oceanos eram povoados por animais
gigantescos ou que em outros lugares habitavam seres estranhos e perigosos. Ou que a terra poderia
acabar a qualquer momento no meio do oceano, o que faria os navios caírem no nada.
Os motivos
O motivo poderoso que fez alguns europeus desafiar (sic) o desconhecido, enfrentando medo, foi a
necessidade de encontrar um novo caminho para se chegar às regiões produtoras de especiarias, de
sedas, de porcelana, de ouro, enfim, da riqueza.
Outros fatores favoreceram a concretização desse objetivo:
• Comerciantes e reis aliados já estavam se organizando para isso com capitais e estruturando o
comércio internacional;
• A tecnologia necessária foi obtida com a divulgação de invenções chinesas, como a pólvora (que
dava mais segurança para enfrentar o mundo desconhecido), a bússola, e o papel. A invenção da
imprensa por Gutenberg popularizou os conhecimentos antes restritos aos conventos. E, finalmente, a
construção de caravelas, que impulsionadas pelo vento dispensavam uma quantidade enorme de
mão-de-obra para remar o barco como se fazia nas galeras nos mares da antiguidade, e era mais
própria
para
enfrentar
as
imensas
distâncias
nos
oceanos;
• Histórias como a de Marcopolo e Prestes João aguçavam a imaginação e o espírito de aventura;
• Até a Igreja Católica envolveu-se nessas viagens, interessada em garantir a catequese dos infiéis e
pagãos,
que
substituiriam
os
fiéis
perdidos
para
as
Igrejas
Protestantes.
Os pioneiros
Os dois primeiros países que possuíam essas condições favoráveis eram Portugal e Espanha.
Portugal, conhecedor de que as Índias (como genericamente era chamado o Oriente), ficava a Leste,
decidiu navegar nessa direção, contornando os obstáculos que fossem surgindo. Optou pelo Ciclo
Oriental.
Já a Espanha apostou no projeto trazido pelo genovês Cristóvão Colombo, que acreditava na idéia da
esfericidade da terra, e que bastaria navegar sempre em direção do ocidente para se contornar a terra
e se atingir as Índias. Era o Ciclo Ocidental. E a disputa estava iniciada entre os dois países.
Conquistas portuguesas
Partindo de Lisboa, após a benção do sacerdote e da despedida do povo, caravela após caravela
deixava Portugal, voltando com notícias e lucros sempre crescentes. Inicialmente contornando a África
em:
•1415 conquistaram Ceuta;
• durante o século XV o litoral da África e Ilha da Madeira, Açores, Cabo Verde e Cabo Bojador;
•
1488
chegaram
ao
Sul
•
1498
atingiram
a
Índia
da
África,
com
contornando
Vasco
da
o
Gama.
Cabo
O
da
Boa
objetivo
fora
Esperança;
atingido.
Conquistas espanholas
A Espanha começou a navegar mais tarde, só após conseguir expulsar os árabes de seu território.
Mas em 1492, Cristóvão Colombo obteve do rei espanhol as três caravelas, Santa Maria, Pinta e Nina,
com as quais deveria dar a volta ao mundo e chegar às Índias. Após um mês de angústias e
apreensões chegou a terra firme, pensando ter atingido seu destino. Retorna à Espanha, recebendo
todas
as
glórias
pelo
seu
feito.
Portugal apressou-se a garantir também para si as vantagens dessa descoberta e, em 1494, assinou
com a Espanha o famoso Tratado das Tordesilhas, que simplesmente dividia o mundo entre os dois
pioneiros das grandes navegações. Foi traçada uma linha imaginária que passava a 370 léguas de
Cabo Verde. As terras a Leste desta linha seriam portuguesas e as que ficavam a Oeste seriam
espanholas. Foi assim que parte do Brasil ficou pertencendo a Portugal seis anos antes de Portugal
aqui
chegar.
Infelizmente para Colombo, descobriu-se pouco depois que ele não havia chegado às Índias, e
"apenas" tinha descoberto um novo continente, que recebeu o nome de América, em homenagem a
Américo
Vespúcio
que
foi
o
navegador
que
constatou
isso.
Colombo caiu em desgraça, morreu na miséria e a primeira viagem em torno da terra foi realizada em
1519 por Fernão de Magalhães e Sebastião del Cano.
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O Brasil e o império marítimo português
Contexto:
- Península Ibérica é dominada pelos muçulmanos no século VIII;
-Por volta do século XII, os portugueses conseguem expulsar os muçulmanos, fundam a
primeira monarquia nacional européia e conquistam Ceuta, um entreposto comercial
muçulmano no Norte da África;
-Ceuta marca o início da expansão marítima portuguesa;
O pioneirismo português nas Grandes Navegações, evento que iniciou o que conhecemos
hoje como globalização, se deve a um conjunto de fatores. O primeiro foi a unificação
precoce do estado português, que a partir do Condado Portucalense, ou de Portucale (daí o
nome do país), iniciou um movimento que mais tarde foi seguido pela Espanha, com o nome
de Reconquista.
As causas do pioneirismo português podem ser atribuídas:
- À sua neutralidade nos confrontos europeus;
- Desde o século VII, os reis conduziam as guerras contra os mouros; (intensificação no séc.
XI)
- Centralização política;
- Posição geográfica privilegiada e ao desenvolvimento da indústria naval;
- Visando a troca de experiências entre os navegadores e a formação de novos pilotos o rei D.
João I funda a Escola de Sagres. Com ela, a caravela, as cartas náuticas e os instrumentos de
navegação foram aperfeiçoados;
- Vasta experiência em navegação em alto-mar adquirida com a pesca do bacalhau no mar do
norte;
- A nobreza portuguesa possuía atitudes e atividades diferentes das demais nobrezas europeias
com opção da burguesia portuguesa pelas atividades comerciais e pelas navegações;
A Organização do Estado português:
- Don Henrique de Borgonha ganha o Condado portucalense em 1096 como forma de
pagamento pelos serviços prestados ao rei Afonso ( rei de Leão e Castela) na expulsão dos
mouros (muçulmanos da península ibérica). Recebe também a mão de Teresa, filha do rei
Afonso;
- Henrique e Teresa se casam e da união nasce D. Afonso Henriques de Borgonha. Em 1139,
27 anos após a morte do pai, proclama-se rei de Portugal e proclama a independência do
condado (tem início a dinastia de Borgonha);
- Afonso Henriques intensifica o comércio português;
-1383 e 1385, surge uma crise dinástica e a dinastia de Borgonha é substituída pela de Aviz;
- Os reis da dinastia de Aviz foram responsáveis por grandes investimentos nas navegações
(conquistas ultramarinas).
Algumas das mais importantes conquistas:
- A conquista de Ceuta em 1415 é geralmente referida como o início dos "descobrimentos
Portugueses". Nela participou o Infante D. Henrique
- Em 1434 Gil Eanes contornou o Cabo Bojador,
-Em 1488, Bartolomeu Dias contorna o Cabo das Tormentas (Sul da África) e rebatiza-o de Cabo da
Boa Esperança;
- Em 1492, Cristóvão Colombo, a serviço dos reis da Espanha, chega a América Central (atual
Bahamas);
- Em 1498, Vasco da Gama consegue chegar a Calicute (Índia) contornando a África;
- Em 1500, Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil, mais precisamente em Porto Seguro(BA);
Por: Mônica Nunes Sampaio
O Tratado de Tordesilhas
Em 1492, o navegador genovês Cristóvão Colombo realizou uma das maiores descobertas realizadas
no período das grandes navegações. Financiado pelos recursos da Coroa Espanhola, esse navegador
anunciou a descoberta de terras a oeste. Tal feito acabou inserindo o reino espanhol no processo de
expansão marítimo-comercial que, desde o início daquele século, já havia propiciado significativas
conquistas para o Império Português ao longo de todo século XV.
Com a ascensão dos espanhóis na exploração de novas terras, o clima de disputa com os portugueses
se acirrou. Para que um conflito de maiores proporções fosse evitado, o papa Alexandre VI foi
convocado para negociar os limites de exploração colonial entre essas duas potências europeias.
Inicialmente, Portugal buscava garantir seu monopólio na costa africana e a Espanha preocupava-se
em legitimar a exploração nas terras localizadas a oeste.
No ano de 1493, o papa então anunciou a assinatura da Bula Inter Coetera, que fixava uma linha
imaginária a 100 léguas da Ilha de Açores. No entanto, no ano seguinte, o rei português Dom João II
exigiu a revisão desse primeiro acordo, que não satisfazia os interesses lusitanos. Segundo alguns
historiadores, essa mudança de ideia era um forte indício de que os portugueses tinham
conhecimento de outras terras localizadas na porção sul do novo continente descoberto pelos
espanhóis. Séculos mais tarde, documentos explicariam essa “repentina” mudança de ideia dos
lusitanos.
Buscando evitar o desgaste de um conflito militar, os espanhóis aceitaram a revisão dos acordos com
uma nova intermediação do papa. Com isso, o Tratado de Tordesilhas foi assinado em junho de 1494.
Nesse novo acerto ficava estabelecida a demarcação de um novo meridiano localizado a 370 léguas a
oeste da ilha de Cabo Verde. Os territórios a oeste seriam explorados pelos espanhóis; e as terras a
leste deveriam ser controladas pelos lusitanos. Dessa forma, o novo acordo assegurou a exploração
lusitana em parte dos territórios que hoje compõem o Brasil.
Pouco tempo depois, as determinações desse tratado seriam questionadas pelas outras nações
europeias que iniciavam seu processo de expansão marítima. Diversos monarcas não aceitavam o
fato de a divisão ter se restringido aos países ibéricos. Os franceses, por exemplo, passaram a
organizar expedições marítimas para o Brasil em sinal do não reconhecimento do tratado. As nações
que protestaram contra, na verdade, reivindicavam o princípio de posse útil da terra para legitimar a
exploração colonial.
Mediante tal proposta, os portugueses se viram forçados a intensificar os mecanismos de controle e
dominação sobre seus territórios. A partir de 1530, Portugal enviou Martinho Afonso para as terras
brasileiras, com o objetivo de fundar o primeiro centro de exploração colonial. Em contrapartida,
expedições inglesas e francesas buscaram terras na região norte do continente americano.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
http://www.brasilescola.com/historiab/tratado-de-tordesilhas.htm
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