T3 – Importância das biomoléculas na organização celular e nos processos metabólicos. Reacções mais frequentes nos processos bioquímicos. Bioelementos A composição química dos seres vivos é qualitativamente diferente do meio físico que os rodeia, daí que a origem da diversidade resulte da adaptação dos componentes vitais químicos. Contudo as niomoléculas são componentes comuns a todos os seres, o que sugere a existência de um ancestral comum a todos os organismos. As biomoléculas são constituídas maioritariamente (99%) por átomos de H, O, N, C, pois são os elementos mais leves capazes de formar ligações covalentes. A química do carbono é essencialmente a química da vida. A ligação de grupos funcionais ao C confere especificidade às biomoléculas (enantiómeros – isómeros cuja configuração corrresponde à imagem do espelho de cada um – e estereoespecificidade). As transformações químicas das biomoléculas dão-se apenas nos grupos funcionais das mesmas. Ligações químicas Ligações não covalentes – não são muito fortes nem, por isso, tão energéticas o Ligações iónicas Depende da carga eléctrica dos átomos A energia das interacções electroestáticas é dada pela Lei de Colomb o Ligações por pontes de hidrogénio É essencial para as biomoléculas de DNA (para a estabilização da dupla hélice) e proteínas (definindo a estrutura terciária e quaternária) O átomo de hidrogénio é praticamente partilhado por dois átomos electronegativos O grupo dador da ligação do H é composto pelo átomo de H e pelo átomo que está mais perto do H O grupo aceptor da ligação de H é o átomo menos ligado ao H o Forças de Van Der Waals Há uma assemetria entre a distribuição da carga É de baixa energia Ligações covalentes o São as mais fortes, o que significa que é necessário fornecer mais E (energia) para quebrar a ligação o Permitem a interacção segura entre os átomos juntos o Há partilha de pares de e- entre átomos adjacentes Reacções químicas Reacções exergónicas ou exoenergéticas – são espontâneas, dão-se sem o gasto de energia, libertam energia para o meio – ΔG < 0 – fermentação da glucose em etanol, combustão do etanol, decomposição do pentóxido de diazoto Reacções endergónicas ou endoenergéticas – são reacções que sem energia de reacção fornecida não ocorreriam, aproveitam a energia libertada das reacções exoenergéticas – ΔG > 0 – reacções redox 1ª Lei da Termodinâmica – a E total do universo com ou sem transformações permanece constante A mudança de E de um sistema depende do estado final (Ef) e do estado inicial (Ei) e não do caminho da transformação Não diz nada sobre a espontaneidade da reacção Um processo espontâneo pode ocorrer mesmo com o aumento da entalpia, ΔH, por absorção do calor da vizinhança ou por aumento da entropia, ΔS Os processos biológicos ocorrem a pressão constante daí que ΔH = ΔE ≈ Q Exige que qualquer energia relacionada na formação de ligações químicas possa ser usada noutras formas 2ª Lei da Termodinâmica – a disponibilidade da energia para a realização de W diminui a cada transformação A entropia (S) é a medida da desordem de um sistema Tudo tende para o caos, daí que a Elivre diminua a cada reacção Processos espontâneos convertem sempre ordem em desordem A S do Universo sempre tende a aumentar. A entropia pode diminuir lentamente numa formação de certas estruturas, apenas se em outras partes do universo haja um aumento da entropia em igual ou superior medida Combinação da 1ª e 2ª Lei da Termodinâmica A Energia livre de Gibbs, ΔG, é dada pela diferença entre a entalpia, ΔH, e a entropia, ΔS → ΔG=ΔH – ΔS ΔG é independente do caminho da reacção; depende do estado final e inicial ΔG informa sobre a espontaneidade do processo e não sobre a velocidade a que ocorre A pressão e temperatura constante, quando ΔG diminui, o processo é espontâneo Metabolismo Catabolismo Libertação de energia, de ATP Degradação de moléculas complexas em moléculas simples Glicólise, respiração mitocondrial Anabolismo Gasto de energia Síntese de moléculas complexas, a partir de moléculas mais simples Gluconeogénese (síntese de glucose), lipogénese (síntese de lípidos) ATP – transportador universal de energia metabólica e biológica, forma-se em reacções exoenergéticas e gasta-se em processos endoenergéticos