Adorno e Durkeim

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UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO
AMANDA CAROLINA TAMBARA
ANA BEATRIZ DAINEZI
ANA LÍVIA MARQUES ZANATA
GABRIELA RUEDIGER CARVALHO
MARIANA CAMPOS VASCONCELOS
LAURIANE DE OLIVEIRA GALVÃO
ÉMILE DURKHEIM E THEODOR ADORNO
BAURU
2012
UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO
ÉMILE DURKHEIM E THEODOR ADORNO
Trabalho apresentado à disciplina
Teorias da Comunicação, ministrada
pela Prof. Cláudia Detomini, organizado
pelas alunas do curso de Jornalismo.
Bauru
2012
SUMÁRIO
Introdução .........................................................................................................5
Émile Durkheim..................................................................................................6
Theodor Adorno.................................................................................................8
Considerações Finais........................................................................................11
Referências........................................................................................................12
RESUMO
O trabalho produzido pelas estudantes de Jornalismo visa apresentar as
principais ideias defendidas e estudadas por Emile Durkheim e Theodor
Adorno, como vimos na disciplina Teorias da Comunicação.
Adorno foi um dos principais pensadores da Escola de Frankfurt que
contribuiu para o Renascimento Intelectual da Alemanha após a Segunda
Guerra Mundial.
Durkhiem é considerado um dos pais da Sociologia Moderna, seu
principal trabalho contribui para a reflexão e o reconhecimento da existência de
uma Consciência Coletiva.
Apresentaremos as demais ideias seguidas por esses pensadores e
suas principais obras.
INTRODUÇÃO
Adorno e Durkheim foram grandes pensadores no período pós Segunda
Guerra Mundial. Suas teorias e conceitos sobre a sociedade continuam atuais.
O objetivo desse trabalho é apresentar suas principais ideias, como a Indústria
Cultural de Adorno e a Sociologia Moderna de Durkheim.
Ambos acreditam que a sociedade em que vivemos é controlada pelo
poder da burguesia, pela alta classe da sociedade, e que por ela somos
“educados”. A sociedade é um todo coletivo, portanto influenciável.
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DESENVOLVIMENTO
Émile Durkheim
Émile Durkheim entrou para a Escola Normal Superior de Paris para
iniciar seus estudos filosóficos e, posteriormente, foi para a Alemanha.
"Os fatos sociais devem ser tratados como coisas". Partindo de tal
afimarção Durkheim forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada
a cada sociedade. O normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório
para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a
consciência coletiva são entidades morais antes mesmo de terem uma
existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve
permitir a realização deste, desde que consiga integrar-se a essa estrutura.
Durkheim e seus seguidores fortaleceram a Sociologia.
Principais obras de Émile Durkheim
Da divisão do trabalho social (1893)
As Regras do método sociológico (1895)
O suicídio (1897)
As formas elementares de vida religiosa (1912)
Também foi fundador da revista L'Année Sociologique, a qual afirmou a
preeminência durkheimiana no mundo inteiro.
Embora formado em Filosofia, toda a obra de Durkheim é dedicada à
Sociologia. Seu maior e principal trabalho é afirmar a existência de uma
“Consciência Coletiva” através de reflexão e de reconhecimento. Ele parte do
princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou
Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e
costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio
deste.
Durkheim chamou este processo de aprendizagem de "Socialização".
Então, durante a nossa socialização a consciência coletiva seria formada e
composta por tudo o que habita nossas mentes e que serve para nos orientar
como devemos ser, sentir e nos comportar. Esse "tudo" corresponde aos
"Fatos Sociais" e, segundo Durkheim, são os verdadeiros objetos de estudo da
Sociologia.
O “fato social” é composto e distinguido por três características:
generalidade, exterioridade e coercitividade.
Isto é, o que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de
suas vontades individuais, é um comportamento estabelecido pela sociedade.
Não é algo que seja imposto especificamente a alguém, é algo que já estava lá
antes e que continua depois e que não dá margem a escolhas.
O mérito de Durkheim aumenta ainda mais com a publicação de seu
livro "As regras do método sociológico", em 1895, no qual define
uma metodologia de estudo, que embora sendo em boa parte extraída das
ciências naturais, dá seriedade à nova ciência. Era necessário revelar
as leis que regem o comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos
sociais.
Em seus estudos, ele concluiu que os fatos sociais atingem toda a
sociedade, o que só é possível se admitirmos que a sociedade é um todo
integrado. Se tudo na sociedade está interligado, qualquer alteração afeta toda
a sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem em algum setor da
sociedade, toda ela sentirá o efeito.
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“É preciso sentir a necessidade da experiência, da observação, ou seja, a necessidade de sair de
nós próprios para aceder à escola das coisas, se as queremos conhecer e compreender.”
(Èmile Durkhem)
Partindo deste raciocínio ele desenvolve dois dos seus principais
conceitos: Instituição social e Anomia.
Instituição Social: É um mecanismo de proteção da sociedade, é o
conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos,
aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter
a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele
participam. As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer
sejafamília, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo
força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.
Anomia: Uma sociedade sem regras claras, sem valores, sem limites
leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim
se dedicou ao estudo da criminalidade, do suicídio e da religião.
O homem que inovou construindo uma nova ciência inovava novamente
se preocupando com fatores psicológicos, antes da existência da Psicologia.
Seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da obra de outro
grande homem: Freud.
Na tentativa de "curar" a sociedade da anomia, Durkheim escreve "Da
divisão do trabalho social", onde discorre sobre a necessidade de se
estabelecer uma solidariedade orgânica entre os membros desta. A solução
estaria em seguir o exemplo de um organismo biológico, onde cada órgão tem
uma função e depende dos outros para sobreviver. Se cada membro exercer
uma função específica na divisão do trabalho da sociedade, ele estará
vinculado a ela através de um sistema de direitos e deveres, e também sentirá
a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. O importante para
Durkheim é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente
precise da sociedade de forma orgânica, interiorizada e não meramente
mecânica.
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Theodor Adorno
A vida de Theodor Adorno foi dedicada ao entendimento dos processos
de formação do homem na sociedade. Filósofo e sociólogo alemão, Adorno foi
um dos fundadores da Escola de Frankfurt, a qual evidenciou e estudou a
corrente de pensamento do início da década de 1920 fundamentada na
ideologia marxista. Adorno teve um papel importante na investigação das
relações humanas, pois, queria entender a lógica da burguesia industrial para
defender mudanças na estrutura social e, com esse propósito, acabou entrou
no terreno da Pedagogia - apesar de não ser considerado por especialistas
como um teórico da área.
Para entender o pensamento de Adorno em relação à Educação, é
importante compreender as críticas que ele faz à indústria cultural, vista como a
responsável por prejudicar a capacidade humana de agir com autonomia. O
tema foi tratado pela primeira vez em 1947 no livro A Dialética do
Esclarecimento, o qual tem sua autoria em parceria com Max Horkheimer,
também da Escola de Frankfurt. No livro, os autores explicam que a
consciência humana é dominada pela comercialização e banalização dos bens
culturais - fenômeno batizado posteriormente de "semiformação".
Os textos de Adorno têm o poder de esclarecimento, de tornar
compreensível a realidade, e permanecem atemporais. Através deste, Adorno
alcançou a rara qualidade de conceder à razão uma força crítica, procurando
mostrar diferentes aspectos do real para conduzir o leitor a um novo patamar
de análise e, portanto, de consciência.
De acordo com o filósofo, não há nada melhor no exercício da escrita do
que manter, a cada ideia, a cada vocábulo, uma "insistência desconfiada". A
atenção de quem escreve deveria voltar-se aos objetivos que pretende
alcançar e, simultaneamente, à sua própria maneira de ver o real, tendo a
humildade de reconhecer que "não é fácil distinguir sem maiores considerações
entre a vontade de escrever de maneira densa e adequada à profundidade do
objeto, a tentação de ser incomum e o desmazelo pretensioso". Para Adorno, a
"força" e a "plenitude" da técnica de escrever "beneficiam-se precisamente dos
pensamentos reprimidos".
Todo esse esforço não tem por finalidade apenas construir algo
agradável, mas um conjunto de idéias relevantes e profundas: "(...) Quem não
quer fazer concessão alguma à estupidez do senso comum, tem que se
precaver para não enfeitar estilisticamente pensamentos em si mesmo banais”.
Segundo Adorno, na Indústria Cultural, tudo se torna negócio. Enquanto
negócios, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e
programada exploração de bens considerados culturais. Um exemplo disso,
dirá ele, é o cinema. O que antes era um mecanismo de lazer, ou seja, uma
arte, agora se tornou um meio eficaz de manipulação. Portanto, podemos dizer
que a Indústria Cultural traz consigo todos os elementos característicos do
mundo industrial moderno e nele exerce um papel especifico, qual seja o de
portadora da ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema.
Para Adorno, o homem, nessa Indústria Cultural, não passa de mero
instrumento de trabalho e de consumo, o seja, objeto.
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O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu
lazer se torna uma extensão do trabalho. Portanto, o homem ganha um
coração-máquina.
Tudo que ele fará, fará segundo o seu coração-máquina, isto é, segundo
a ideologia dominante. A Indústria Cultural, que tem com guia a racionalidade
técnica esclarecida, prepara mentes para um esquematismo que é oferecido
pela indústria da cultura – que aparece para os seus usuários como um
“conselho de quem entende”.
O consumidor não precisa se dar ao trabalho de pensar, é só escolher. É
a lógica do clichê, esquemas prontos que podem ser empregados
indiscriminadamente, só tendo como única condição a aplicação ao fim a que
se destinam. Nada escapa a voracidade da Indústria Cultural. Toda vida tornase replicante. Diz o autor:
“Ultrapassando de longe o teatro de ilusões, o filme não deixa mais à fantasia
e ao pensamento dos espectadores nenhuma dimensão na qual possam,
sem perder o fio, passear e divagar no quadro da obra fílmica permanecendo,
no entanto, livres do controle de seus dados exatos, e é assim precisamente
que o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente
com a realidade. Atualmente, a atrofia da imaginação e da espontaneidade do
consumidor cultural não precisa se reduzida a mecanismos psicológicos.
Os próprios produtos (...) paralisam essas capacidade em virtude de
sua própria constituição objetiva. (ADORNO, 1997;119)
Fica claro, portanto a grande intenção da Indústria Cultural: obscurecer a
percepção de todas as pessoas, principalmente, daqueles que são formadores
de opinião. Ela é a própria ideologia. Os valores passam a ser regidos por ela.
Até mesmo a felicidade do individuo é influenciada e condicionada por essa
cultura. Na Dialética do Esclarecimento, Adorno exemplifica este fato através
do episódio das Sereias da epopéia homérica.
“O escutado não tem conseqüências para ele que pode apenas acenar com a cabeça para que o
soltem, porém tarde demais: os companheiros, que não podem escutar, sabem apenas do perigo
do canto, não da sua beleza, e deixam-no atado ao mastro para salvar a ele e a si próprios. Eles
reproduzem a vida do opressor ao mesmo tempo que a sua própria vida e ele não pode mais
fugir a seu papel social. Os vínculos pelos quais ele é irrevogavelmente acorrentado à práxis ao
mesmo tempo guardam as sereias à distância da práxis: sua tentação é neutralizada em puro
objeto de contemplação, em arte. O acorrentado assiste a um concerto escutando imóvel, como
fará o público de um concerto, e seu grito apaixonado pela liberação perde-se num aplauso.
Assim o prazer artístico e o trabalho manual se separam na despedida do antemundo. A epopéia
já contém a teoria correta. Os bens culturais estão em exata correlação com o trabalho
comandado e os dois se fundamentam na inelutável coação à dominação social sobre a
natureza” (ADORNO , 1997:45).
É importante frisar que a grande força da Indústria Cultural se verifica
em proporcionar ao homem necessidades. Mas, não aquelas necessidades
básicas para se viver dignamente (casa, comida, lazer, educação, e assim por
diante) e, sim, as necessidades do sistema vigente (consumir
incessantemente). Com isso, o consumidor viverá sempre insatisfeito,
querendo, constantemente, consumir e o campo de consumo se torna cada vez
maior. Tal dominação, como diz Max Jimeenez, comentador de Adorno,
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tem sua mola motora no desejo de posse constantemente renovado
pelo progresso técnico e científico, e sabiamente controlado pela Indústria
Cultural. Nesse sentido, o universo social, além de configurar-se como um
universo de “coisas” constituiria um espaço hermeticamente fechado. E, assim,
todas as tentativas de se livrar desse engodo estão condenadas ao fracasso.
Mas, a visão “pessimista” da realidade é passada pela ideologia dominando, e
não por Adorno. Para ele, existe uma saída, e esta, encontra-se na própria
cultura do homem: a limitação do sistema e a estética.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como observamos durante o estudo dos pensadores Adorno e
Durkhem, vivemos em uma sociedade em que a minoria é quem controla a
maioria. A alta burguesia, donos de rádios, emissoras de TV, diretores de
filmes são aqueles que nos “educam”. Aquilo que vemos é o que acreditamos
ser o correto para nós.
O ser humano é por natureza um ser sociável. Ele deixou de ser um
animal selvagem para viver em uma sociedade e como instinto ele aprende
hábitos e costumes característicos para nela se encaixar.
Além de sociável, somos influenciáveis, e isso é criticado por esses
pensadores. Não podemos deixar que pensem por nós. Devemos receber e dar
uma boa educação nas escolas para que sejamos todos formadores de opinião
e que tenhamos a capacidade de criticar aquilo que acreditamos ser errado ou
certo.
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Referências
http://educacao.uol.com.br/biografias/theodor-adorno.jhtm
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/educacao/filosofia-educacaotheodor-adorno-pedagogia-humanismo-513635.shtml
ADORNO, Theodor W., 1903-1969 Indústria cultural e sociedade; seleção
de textos Jorge Mattos Brito de Almeida; traduzido por Julia Elisabeth Levy
– São Paulo, Paz e Terra, 2002
http://uem.br/-urutagua/04fil_silva.htm
ADORNO, Theodor W. Textos Escolhidos. Trad. Luiz João Baraúna. São
Paulo: Nova Cultural, 1999. (Os Pensadores)
ADORNO, Theodor W. Mínima Moralia: Reflexões a partir da vida
danificada. Trad. Luiz Eduardo Bisca. São Paulo: Ática, 1992.
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