Identificação molecular e filogenia de arraias brasileiras a partir do

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51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
[email protected]
Palavras-chave: Rajiformes, Chondrichthyes, mtDNA
Carmona, N; Sampaio, I; Schneider
Laboratório de Genética e Biologia Molecular, Núcleo de Estudos Costeiros, Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança.
Identificação molecular e filogenia
de arraias brasileiras a partir
do gene mitocondrial 16S
As arraias (ordem Rajiformes) são economicamente importantes como alimento de baixo custo e
também no comércio de peixes ornamentais. Por estas razões tem aumentado a demanda destes peixes,
o que poderia levar à extinção de algumas espécies mais vulneráveis. Há um consenso na literatura
de que a ordem Rajiformes é monofilética, porém existem controvérsias quanto à organização dos
táxons e sua hierarquia dentro do grupo. Levando em consideração que são raros os estudos de
filogenia molecular com este grupo, o presente trabalho tem o objetivo gerar marcadores moleculares
de DNA para identificação de arraias da costa norte brasileira, e avaliar o potencial da região
genômica para reconstrução filogenética deste grupo de peixes. Foram obtidas seqüências de um
fragmento de 500 pares de bases do gene mitocondrial 16S de nove espécies de arraias mais comuns
na região: Dasyatis guttata, D. geijskesi, Potamotrygon motoro e Paratrygon aireba (Dasyatidae); Gymnura
micrura (Gymnuridae); Urotrygon microphtalmum (Urolophidae); Aetobatus narinari e Rhinoptera bonasus
(Myliobatidae); Narcine brasiliensis (Narcinidae). Os fragmentos de PCR foram seqüenciados no ABI
377. Seqüências de Raja e Leucoraja (Rajidae) e Rhinobatos (Rhinobatidae) foram extraídas do GenBank,
e o alinhamento foi feito através do ClustalW do BioEdit. Apesar do 16S ser a região mais conservada
do genoma mitocondrial, e amplamente utilizada na literatura para avaliar relações filogenéticas de
táxons distantemente relacionados (deep phylogeny), nós verificamos que esta região genômica apresenta
problemas para avaliar grupos distantes de arraias. O alinhamento apresentou uma série de ambigüidades
e forte saturação, com divergências nucleotídicas muito elevadas entre representantes de diferentes
famílias (>25%). Isto resultou em cladogramas politômicos, onde as relações filogenéticas entre as
famílias são ainda incertas (baixos valores de bootstrap). Entretanto, obteve-se uma boa resolução para
o relacionamento entre espécies do mesmo gênero, e esta é possivelmente a melhor aplicação deste
marcador para filogenia neste grupo de peixes. Filogenias acima do nível genérico devem utilizar
preferencialmente regiões genômicas nucleares mais conservadas.
Apoio: CNPq/MCT (Projeto Instituto do Milênio); CNPq/BMBF (Projeto MADAM); CNPq/
PNOPG.
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