Excelência, Desde o início da operação militar em Gaza, a 8 de julho, ambulâncias e instalações médicas na Faixa de Gaza têm sido sistematicamente atacadas. A Amnistia Internacional recolheu testemunhos e relatórios de médicos e outros profissionais de saúde que trabalham em hospitais e ambulâncias que afirmaram que muitas equipas médicas têm sido atacadas quanto tentam auxiliar e transportar feridos dos bombardeamentos levados a cabo pelas forças militares israelitas. As equipas médicas têm sido impedidas de alcançar um elevado número de feridos e de remover os cadáveres em várias áreas, especialmente nos distritos de Rafah e Khan Younis. Hospitais por toda a Faixa de Gaza estão com falta de combustível e cortes de energia (especialmente depois do ataque de Israel contra a única central elétrica de Gaza a 29 de julho), fornecimentos inadequados de água, e escassez de medicamentos e equipamento e instrumentos médicos. Estas falhas, que já eram prevalecentes no quotidiano da região devido aos sete anos de bloqueio de Israel, agudizaram-se mais durante o corrente conflito. Devido a esta situação os hospitais de Gaza não conseguem providenciar tratamento médico ao elevado número de pacientes gravemente feridos que morrerão caso não sejam transferidos para hospitais fora de Gaza onde tenham acesso a cuidados especializados. Apelo a que assegure que as instalações, veículos e profissionais de saúde sejam protegidos e que sejam dadas ordens claras às forças militares israelitas reafirmando que todas as instalações e profissionais de saúde devem ter estatuto civil. Deverá também ser aberta uma investigação criminal para apurar responsabilidades em todos os incidentes que tenham envolvido o ataque a profissionais e instalações de saúde por parte das forças militares israelitas. Peço também que seja assegurado acesso seguro a ambulâncias e pessoal de emergência médica a todas as áreas da Faixa de Gaza de modo a facilitar a transferência de feridos e mortos para os hospitais e para garantir a circulação livre e segura de ambulâncias entre os vários hospitais nesta região. Apelo também a que facilite a transferência urgente de feridos graves para hospitais fora da Faixa de Gaza, dando-lhes assim acesso a tratamento especializado que lhes poderá salvar a vida. Atenciosamente