CLIMA E ARBORIZAÇÃO URBANA: AS DIFERENÇAS TERMOHIGROMETRICAS ENTRE UMA RUA ARBORIZADA E OUTRA NÃO ARBORIZADA NA CIDADE DE PONTA GROSSA – PR - BRASIL Gilson Campos Ferreira da Cruz Professor de Climatologia – Universidade Estadual de Ponta Grossa [email protected] Andresa Aparecida Alves Santos Acadêmica de Bacharelado em Geografia – Universidade Estadual de Ponta Grossa [email protected] RESUMO O clima sofre mudanças, resultante de uma série de alterações nos condicionantes climáticos, as quais estão parcialmente ligadas com as características físicas da região e ações antrópicas. A partir do momento em que se intensifica a urbanização, ocorrem transformações nas cidades, dentre uma delas a substituição da vegetação por construções e pavimentações em geral, fato este que pode ser observado de forma muito clara em vias públicas que não possuem, em sua maioria uma vegetação arbórea. A arborização urbana remete a presença de uma vegetação, nas cidades, particularmente em áreas públicas, podendo ser constituída de arvores, que permitem um bom sombreamento e controle da temperatura, estando localizadas em parques, praças, como também nas vias públicas as quais, consequentemente, interferem no clima urbano em uma escala local. A cidade de Ponta Grossa - PR, possui 341.130 habitantes, está localizada no Segundo Planalto Paranaense, com altitude média de 975 m, área total de 2.112,6 km², sendo que o perímetro urbano ocupa 917,2 km², entretanto a minoria dessa área possui arborização. Todavia essa pesquisa tem por objetivo relacionar, na cidade de Ponta Grossa – PR, a diferença termohigrométrica entre uma rua arborizada e outra não arborizada, respectivamente, na Rua Tiradentes e Rua Julia Wanderley, que se localizam na região central da cidade, com orientação Leste – Oeste. Para o levantamento de dados foram utilizados 4 mini abrigos meteorológico, sendo constituído de parede veneziana branca, 4 termohigrômetros registrando temperatura interna e externa e umidade relativa do ar, sendo que a porta do mini abrigo foi posicionada para o sul. Os dados parciais obtidos foram registrados no mês de junho de 2016, sob condições climáticas de tempo aberto, sem a presença de nuvens. A via arborizada possui em média edifícios de 2 andares, com predomínio de cores claras, contando com a presença de sete arvores, duas de grande porte, e cinco de médio porte, sendo que os mini-abrigos estavam, um na sombra das arvores e outro ao sol, já na via não arborizada os dois mini-abrigos estavam ao sol e, também, a sombra dos prédios. Os dados obtidos na via pública arborizada, durante o trabalho campo, teve em média, temperatura interna (dentro do mini abrigo meteorológico) de 19,38°C, e média da temperatura externa, ou seja, obtida através do sensor do equipamento que estava próximo a superfície, de 18,83°C. A média da umidade relativa do ar foi de 49.3%. Na via pública sem arborização a média da temperatura interna foi de 21,06°C, a média da temperatura externa 17,22°C e média da umidade relativa do ar 51,12%, contudo levamos em conta que os equipamentos da rua sem a arborização permaneceram quase todo o tempo na sombra das edificações. Sendo assim os dados iniciais, demonstram que há uma variação de temperatura com a presença da arborização, mesmo que essa presença seja um tanto esparsa, ou seja, uma indicação de que a presença de vegetação em vias urbanas traz consigo um conforto térmico, pois ameniza o calor, melhorando a qualidade de vida de toda a população. Palavras chave: Clima Urbano, Arborização Urbana, Umidade Relativa, Temperatura, Termohigrométricos. RESUMEN El clima sufre cambios, dando lugar a una serie de cambios en las condiciones climáticas, que están parcialmente ligada a las características físicas de la región y de las acciones humanas. Desde el momento en que se intensifica la urbanización, las transformaciones se producen en las ciudades de un reemplazo de la vegetación de los edificios y aceras en general, un hecho que se puede ver muy claramente en las vías públicas que no tienen en su mayoría una vegetación arbórea. La silvicultura urbana se refiere a la presencia de vegetación en las ciudades, sobre todo en las zonas comunes, que puede consistir en árboles que permiten una buena sombra y control de la temperatura, que se encuentra en parques, plazas, así como en la vía pública que por lo tanto interferir en el clima urbano a escala local. La ciudad de Ponta Grossa - PR, tiene 341,130 habitantes, se encuentra en el segundo lugar Paraná meseta, con una altitud media de 975 metros, superficie total de 2112.6 kilómetros cuadrados, de los cuales el área urbana cubre 917,2 kilómetros cuadrados, pero la minoría de esta área se ha forestación. Sin embargo, esta investigación pretende relacionar, en la ciudad de Ponta Grossa - PR, la diferencia termo-higrométrica entre una calle bordeada de árboles y otra no arbolada, respectivamente, en la calle Tiradentes y la calle Julia Wanderley, que se encuentra en el centro de la ciudad, con orientación Este - Oeste. Para la recolección de datos se utilizaron 4 marquesinas de mini, que consiste en la pared veneciana blanca, 4 termo-higrômetros registro de la temperatura interna y externa y la humedad relativa, y la puerta de la mini-refugio se posicionó hacia el sur. Los datos parciales se registraron en junio de 2016, en las condiciones climáticas de tiempo abierto sin la presencia de nubes. La vía arbolada tiene en promedio edificios de 2 plantas, con un predominio de colores claros, con la presencia de siete árboles grandes, dos y cinco refugios de tamaño mediano, y el mini fueron uno a la sombra de los árboles y otra el sol, que ya están en el camino no se alineaban a ambos mini-refugios eran el sol y también la sombra de los edificios. Los datos en las vías públicas arboladas, durante el trabajo de campo, tenían una temperatura media interna (dentro del mini-refugio tiempo) de 19,38 ° C y la temperatura exterior media, es decir, que se obtiene a través del equipo sensor que era cerca de la superficie de 18,83 ° C. La humedad relativa promedio fue de 49,3%. En la vía pública sin árboles que la temperatura interna media fue de 21.06 ° C, la temperatura exterior media de 17,22 ° C y una humedad relativa promedio 51,12%, no obstante, consideramos que la calle sin equipo forestación permaneció casi todo el tiempo a la sombra de los edificios. Por lo tanto los datos iniciales muestra que hay una variación de temperatura con la presencia de árboles, aunque esta presencia es algo escasa, es decir, una indicación de que la presencia de vegetación en las vías urbanas trae confort térmico, que suaviza el calor, mejorando la calidad de vida de toda la población. Palabras clave: Clima Urbano, Urbano Forestal, humedad relativa, temperatura, termohigrométricas INTRODUÇÃO Muito se tem discutido a questão do clima urbano, no que ele é influenciado e o que proporciona as pessoas, o clima urbano se remete condição do lugar em que ele ta agindo, ou seja, proporciona o tipo de condição momentânea baseado nas características ali presentes como exemplo as ações antrópicas os asfaltos, os prédios acabam por muito influenciando o clima local. Um dos elementos presentes no ambiente urbano é a arborização, representada pela presença das arvores em ruas, praças e parques. Ao fazer uma análise da cidade de Ponta Grossa – PR Brasil, procuramos relacionar o clima entre uma rua arborizada e outra sem arborização, com o intuito de comparar suas temperaturas e umidade relativa, para então podemos analisar o conforto térmico que a presença da arborização urbana traz para a região central da cidade. A cidade de Ponta Grossa - PR, possui 341.130 habitantes, está localizada no Segundo Planalto Paranaense, com altitude média de 975 m, área total de 2.112,6 km², sendo que o perímetro urbano ocupa 917,2 km², entretanto a minoria dessa área possui arborização (Figura 1). Figura 1 – Localização da área de estudo Inicialmente foi feito um estudo relacionando clima urbano com a questão da arborização urbana, a qual remete que o clima urbano vem sem influenciado de várias circunstâncias, e essa influência acabo sendo maior após o processo de urbanização, responsável por grandes mudanças nas cidades. O objetivo principal da pesquisa é determinar a influência da arborização urbana em duas ruas da cidade de Ponta Grossa, Paraná, Brasil, a partir dos registros de dados em diferentes estações do ano, sem fugir dos efeitos da urbanização. Como objetivos específicos, foram estabelecidos, registrar dados de temperatura e umidade relativa, produzir documentação fotográfica sobre o desenvolvimento da pesquisa, processar e analisar os dados. Segundo CRUZ (2009), o clima urbano é então o clima que se observa nas áreas urbanas que envolve condições naturais pré-existente e também transformadas pelas ações antrópicas, e a cidade com todos os seus elementos criando condições de clima locais. E são referentes a esses climas locais que está a utilidade de uma arborização urbana, ou seja, a arborização urbana representa a presença de arvores e outros tipos de vegetação em parque e praças como também em vias públicas refletindo no clima urbano. Contudo essa arborização principalmente as das vias são bastante comprometidas quando há um planejamento urbano inadequado e a agrava com a falta de conscientização ambiental. Entretanto a sua presença e benéfica a população proporcionando principalmente conforto e qualidade de vida a população, tanto nas praças como nas ruas, muitas vezes esses lugares requerem valores para que sejam mantidos limpos e “convidativos” as pessoas. Segundo Shans et al (2002 apud ROBBA E MACEDO 2009 p.6) diz ser as áreas verdes, especificamente as praças, sempre foram celebradas como um espaço de convivência e lazer dos habitantes urbanos. Segundo Lombardo (1985) a vegetação arbórea nas áreas urbanas ameniza o clima, pois permite maior equilíbrio térmico em diferentes horas do dia, com algumas variações em função das estações do ano. No caso das praças, onde se observa uma concentração maior das espécies arbóreas, o efeito sobre o clima é ainda maior. Para solucionar os problemas do aumento da temperatura e redução da umidade nos centros urbanos é preciso aumentar as áreas verdes com a arborização de ruas, praças, parques e fundos de vale, (BAKER et al., 2003). PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Considerando o objetivo principal, de relacionar a diferença termohigrométrica entre uma via arborizada e outro não arborizada, em Ponta Grossa, partiu-se para a definição das ruas, com base em alguns critérios, como orientação, alturas das construções, presença de arborização ou não e semelhanças entre as ruas. Sendo assim foi determinado que deveriam ser ruas de mesmo sentido e Leste – oeste, com suas características semelhantes em prédio com média de 2 andares, com exceção, caso fosse necessário, serem ruas não muito largas. Definido os critérios, as ruas escolhidas pertencem a área urbana do município de Ponta Grossa - PR – Brasil, o qual possui 341.130 habitantes, localizada no segundo planalto Paranaense, são elas: rua Julia Wanderley e rua Tiradentes, sendo não arborizada e arborizada respectivamente. A rua arborizada conta com a presença de 7 arvores resultando em 5 de médio porte e 2 de grande porte (Figura 2 e 3). Figura 2 – Rua Julia Wanderlei – não Figura 3 – Rua Tiradentes - arborizada arborizada Para o levantamento de dados foram utilizados 4 mini abrigos meteorológicos e 4 termohigrômetro digital, o abrigo e constituído de paredes veneziana na cor branca, e os aparelhos tem como função registar a temperatura interna que está dentro do abrigo, e a temperatura externa que é feita através de um sensor do aparelho que fica localizado próximo a superfície, e também registra a umidade relativa do ar, o abrigo foi colocado em um suporte com 1,5 m da superfície, com a sua porta voltada para o sul (Figura 4 e 5). Figura 4 – Mini-abrigo meteorológico Figura 5 - Termohigrometro utilizado para instalado em uma das ruas. realização dos registros. O primeiro registro dos dados foi realizado no início do inverno, nos dois lados de ambas as ruas estando em cada lado um abrigo, o registro era feito de hora em hora entre o período das 14:00 as 17:00, sendo estes períodos previamente determinado por observações feitas anteriormente no local. RESULTADOS No dia 27 de junho de 2016, início do inverno na cidade de Ponta Grossa – PR – Brasil foi realizada a primeira etapa do trabalho de campo, sendo que, este deverá ocorrer nas duas estações do ano (Inverno e Verão). Os resultados são parciais, visto que a pesquisa está em andamento. Com relação a temperatura registrada nas ruas objeto da pesquisa, na rua Tiradentes que corresponde a rua arborizada, a média resultou entre temperatura interna e externa de 19,38 °C e 18,83°C respectivamente, e a média da umidade relativa do ar de 49,3%. E na rua Julia Wanderley, a média entre temperatura interna e externa foi de 18,32°C e 17,22°C respectivamente e a umidade relativa do ar de 51,1%, tendo em vista que na rua sem arborização os abrigos meteorológicos ficaram expostos na sombra, e na rua arborizada um dos abrigos permaneceu constante no sol e o outro boa parte do tempo. Média temperatura interna, externa e UR entre uma via arborizada e outra sem arborização 51.125 49.375 UMIDADE RELATIVA DO AR (%) MEDIA TEMP. EXTERNA (°C) 17.22 18.835 MEDIA TEMP. INTERNA (°C) 18.32 19.385 0 10 SEM ARBORIZAÇÃO 20 30 40 50 60 RUA ARBORIZADA Levando–se em conta que foi realizada somente um registro das temperaturas, podemos analisar que, que mesmo com os equipamentos da rua arborizada estando no sol, a diferença foi apenas de 1°C maior que a rua sem arborização tendo em vista que esta permaneceu na sombra, porem poderemos verificar mais a fundo quando forem realizados outros registros nas vias. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAKER, L.A. et al.. Urbanization and warming of Phoenix (Arizona, USA): impacts, feedbacks and mitigation. Urban Ecosystems, v.6, p.183-203, 2003. CRUZ, Gilson Campos Ferreira da.. Clima urbano em Ponta Grossa - PR: uma abordagem da dinâmica climática em cidade média subtropical brasileira. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-05022010-141629/pt-br.php>. Acessado em 11 de janeiro de 2017. LOMBARDO, Magda Adelaide. Ilha de Calor nas Metrópoles: o exemplo de São Paulo. (1985) Hucitec, 214 p. SHAMS, J; GIACOMELI, D; SUCOMINE, N.. Emprego da arborização na melhoria do conforto térmico nos espaços livres públicos. Disponível em:<http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo71.pdf > Acessado em: 11de janeiro de 2017.