ARBORIZAÇÃO URBANA NAS FAVELAS DO RIO DE JANEIRO: A

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ARBORIZAÇÃO URBANA NAS FAVELAS DO RIO DE JANEIRO: A
COMPOSIÇÃO, DENSIDADE, USO E CULTURA
Richieri A.Sartori1,2, Gustavo A. C. Martins2, André S. Zaú2,3,Lucas Brazil2,4
1 – Professor do Departamento de Biologia da PUC-RIO. 2 - Laboratório de Ecologia
Florestal da Universidade do Rio de Janeiro (LEF -UNIRIO). 3 - Professor do
Departamento de Ciências do Ambiente da UNIRIO; 4 - Mestrando em geografia e
Meio
Ambiente
no
Departamento
de
geografia
da
PUC-Rio.
email:[email protected].
Atualmente mais da metade da população mundial habita as cidades, causando assim
grandes mudanças ambientais. Em países subdesenvolvidos este fato é apresentado de
forma caótica, com problemas sociais e estruturais. A cidade do Rio de Janeiro é uma
megalópole conhecida mundialmente por suas florestas e favelas, formada por um
mosaico de culturas o que reflete na arborização urbana, já que nas favelas são
promovidas principalmente pelos moradores. Neste trabalho buscamos realizar o
censo da comunidade arbórea em uma favela no Município do Rio de Janeiro para
compreender sua estrutura e funcionalidade ecológica e social. O trabalho foi
realizado na favela Morro da Formiga. O levantamento da vegetação foi realizado
através de censo da comunidade arbórea com DAP ≥ 5cm. De acordo com a lista de
espécies encontradas foi feita uma classificação em 12 parâmetros: a) dados
biológicos b) georeferência, c) origem, d) altura, e) diâmetro, f) localização, g)
fitossanidade, h) interferência na fiação, i) dispersão, j) classes sucessionais, k)
origem no local e l) uso. Foram encontrados 1.042 indivíduos, pertencentes a 148
espécies, 110 gêneros e 42 famílias. As espécies mais abundantes foram Mangifera
indica L., Psidium guajava L., Persea americana Mill., Artocarpos heterophyllus
Lam. e Cocos nucifera L. As nativas representaram 54% do total. Foi constatado que
50,4% das árvores se encontravam nos quintais das casas e 35,3% em terrenos
baldios. Pôde-se constatar que 30,6% dos indivíduos foram estabelecidos através de
processos naturais. As espécies utilizadas para alimentação representaram 26,4%,
seguidas por ornamental (24,3%). Dos indivíduos, 62% representou como sendo
utilizados para a alimentação. As análises de Qui-Quadrado mostraram que há
diferença quanto às proporções de nativas e exóticas para as três variáveis utilizadas.
Podemos concluir que a quantidade de indivíduos de espécies exóticas é maior do que
as nativas. É necessário que sejam feitos estudos para compreender quais espécies
nativas podem substituir as exóticas, que já vem sendo utilizadas por diversas
décadas. As arborizações das comunidades demonstram uma grande ausência do
estado, onde a arborização urbana é muito diferente de áreas mais urbanizadas, com
infraestrutura organizada pela prefeitura. As espécies existentes nestes locais refletem
muito o conhecimento da população local e suas origens.
Palavras-chave: Arborização urbana; Ecologia urbana; Favela Morro da Formiga;
Área temática: 4 - etnobotânica
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