0 Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Propaganda
0
Universidade Comunitária da Região de Chapecó
UNOCHAPECÓ
Ricardo Bordin
INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Bradyrhizobium E DO USO DE
NITROGÊNIO NA ADUBAÇÃO DE BASE NA CULTURA DA
SOJA (Glycine max (L.) Merrill)
CHAPECÓ – SC, 2010
1
RICARDO BORDIN
INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Bradyrhizobium E DO USO DE
NITROGÊNIO NA ADUBAÇÃO DE BASE NA CULTURA DA
SOJA (Glycine max (L.) Merrill)
Trabalho de conclusão de curso apresentado a
Unochapecó como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Bacharel em Agronomia.
Orientador da Instiuição: Luis Carlos Borsuk
Orientador de campo: Luiz Fernando G. Cividini
CHAPECÓ – SC, 2010
II2
Agradecimento
Quero agradecer primeiramente a Deus, pelo dom da vida. Agradecer ao meu pai
Jucelito pela oportunidade a mim concedida de cursar a graduação sem nunca me
faltar nada, a minha mãe Marilde pelo apoio moral, pelo carinho e pela importância
que ela deu a minha formação acadêmica, à minha irmã Lais por ser tão especial.
Agradeço aos meus professores, em especial a Lucilene de Abreu, Luis Carlos
Borsuk, Lucia Salengue Sobral e Celso Zarpellon que assim como os outros foram
responsáveis pela formação profissional, crítica e intelectual que a Universidade me
proporcionou. Quero agradecer aos meus colegas, aquelas pessoas que faziam as
manhãs de aula serem mais prazerosas. Agradecer aos meus amigos, pessoas que
estão sempre ao meu lado. E a todos que me ajudaram ao decorrer do trabalho.
3
III
RESUMO
O presente trabalho foi realizado na safra agrícola 2009/2010, no município de
Palmas – PR, em LATOSSOLO ROXO Distrófico, objetivando avaliar a eficiência do
uso de inoculação com Bradyrhizobium e/ou a adição de fertilizante nitrogenado na
semeadura da soja (Glycine max (L.) Merrill), sob plantio direto. O experimento foi
conduzido sob delineamento experimental de blocos casualizados com quatro
repetições. As unidades experimentais constituíam de cinco linhas espaçadas em
0,5m com 5m de comprimento. Os tratamentos do experimento foram: semeadura
com inoculação; inoculação com adição de 5 kg.N/ha; inoculação com adição de 10
kg.N/ha; sem inoculação com 5 kg.N/ha; sem inoculação com 10 kg.N/ha;
testemunha sem inoculação e sem adição de nitrogênio mineral. Foram usadas
estirpes de Bradyrhizobium japonicum de SEMIA 5079 e SEMIA 5080,
recomendadas para a inoculação na cultura da soja se usadas combinadas. Foram
avaliados aspectos qualitativos e quantitativos como teor de N no tecido foliar, peso
de mil grãos e rendimento. Para a variável teor de N no tecido foliar não foi possível
verificar relação dos tratamentos avaliados com os resultados encontrados. As
variáveis peso de mil grãos e rendimento mostraram que a inoculação efetuada no
momento da semeadura, em todas as safras, sem a adição de nitrogênio mineral
proporciona maior rendimento. Quando a não realização de inoculação a adição de
nitrogênio mineral na dose de 10 kg.N/ha proporciona maior rendimento se
comparada com doses inferiores ou a não adição de N mineral.
Termos de Indexação: Fixação Biológica de Nitrogênio, adubação nitrogenada,
plantio direto, rendimento de grãos.
4
IV
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES _______________________________________________________ 6 LISTA DE TABELAS ___________________________________________________________ 7 LISTA DE SÍMBOLOS _________________________________________________________ 8 1 INTRODUÇÃO__________________________________________________________ 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA______________________________________________ 12 2.1 Origem ____________________________________________________________________ 12 2.2 Botânica e biologia___________________________________________________________ 14 2.3 Nutrição de plantas __________________________________________________________ 16 2.3.1 Nitrogênio ______________________________________________________________________16 2.4 Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) ___________________________________________ 17 3 MATERIAL E MÉTODOS ____________________________________________________ 22 3.1 Local ______________________________________________________________________ 22 3.2 Clima ______________________________________________________________________ 22 3.3 Solo _______________________________________________________________________ 23 3.4 Tratamentos ________________________________________________________________ 23 3.5 Delineamento experimental ___________________________________________________ 24 3.7 Tratos Culturais _____________________________________________________________ 25 3.7.1 Adubação _______________________________________________________________________25 3.7.2 Semeadura ______________________________________________________________________25 3.7.3 Tratamentos fitossanitários ______________________________________________________26 3.7.4 Colheita ________________________________________________________________________26 3.8 Variáveis analisadas __________________________________________________________ 27 3.9 Análise Estatística____________________________________________________________ 27 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO _________________________________________________ 28 4.1 Condições meteorológicas_____________________________________________________ 28 4.1.1 Precipitação _____________________________________________________________________28 4.2 Nitrogênio no tecido foliar ____________________________________________________ 31 4.3 Peso de mil grãos ____________________________________________________________ 33 4.4 Rendimento ________________________________________________________________ 35 4.4.1 Viabilidade econômica_____________________________________________________________39 CONCLUSÕES ______________________________________________________________ 40 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________________________ 41 REFERÊNCIAS ______________________________________________________________ 42 ANEXOS __________________________________________________________________ 46 6
VI
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 01 Vista do local do experimento. Fazenda Sião, Palmas – PR,
19/XII/2009. ............................................................................... pg. 22
Ilustração 02 Croqui de parcela da área do experimento, 10/IX/2009............ pg. 24
Ilustração 03 Precipitação (mm) referente aos meses de novembro de 2009 à abril
de 2010 – Palmas – PR. 05/XI/2010 ......................................... pg. 28
-1
Ilustração 04 Quantidade (g.kg M.S. ) de nitrogênio no tecido foliar das plantas de
soja (Glycine max (L.) Merrill) em resposta à inoculação padrão (IP),
IP combinada com adição de fertilizantes nitrogenados, somente
adição de fertilizantes nitrogenados e testemunha. .................. pg. 32
Ilustração 05 Peso de 1000 grãos das plantas de soja (Glycine max (L.) Merrill) em
resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de
fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes
nitrogenados e testemunha. ...................................................... pg. 34
-1
Ilustração 06 Rendimento (kg.ha ) de grãos de soja (Glycine max (L.) Merrill) em
resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de
fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes
nitrogenados e testemunha. ...................................................... pg. 36
Ilustração 07 Sistema radical dos tratamentos T1 (IP) e T3 (IP + 10 Kg.N/ha)
respectivamente.
19/XII/2009.
................................................................................................... pg. 38
7
VII
LISTA DE TABELAS
Tabela 01
Tratamentos utilizados no experimento, 10/IX/2009..................Pg. 23
8
VIII
LISTA DE SÍMBOLOS
Símbolo 01 - Al
Alumínio
Símbolo 02 - ATP
Trifosfato de Adenosina
Símbolo 03 - BMX
Brasmax
Símbolo 04 - Cfa
Clima Temperado úmido
Símbolo 05 - ˚C
Graus Celcius
Símbolo 06 - DAE
Dias Apos Emergência
Símbolo 07 - DAF
Duração da Área Foliar
Símbolo 08 - Dra
Doutora
Símbolo 09 - et al.
Colaboradores
Símbolo 10 - FBN
Fixação Biológica de Nitrogênio
Símbolo 11 - Fe
Ferro
Símbolo 12 - g
Gramas
Símbolo 13 - H
Hidrogênio
Símbolo 14 - ha
Hectare
Símbolo 15 - IAF
Índice de Área Foliar
Símbolo 16 - IC
Índice de Colheita
Símbolo 17 - IP
Inoculação Padrão
Símbolo 18 - K
Potássio
Símbolo 19 - KCl
Cloreto de Potássio
Símbolo 20 - Kg
Quilogramas
Símbolo 21 - L
Litro
Símbolo 22 - m
Metro
Símbolo 23 - m2
Metros Quadrados
Símbolo 24 - mm
Milímetro
Símbolo 25 - Mo
Molibdênio
Símbolo 26 - N
Nitrogênio
IX9
Símbolo 27 - NH3
Nitrato
Símbolo 28 - NO4
Amônio
Símbolo 29 - P
Fósforo
Símbolo 30 - P2O5
Fosfato Super Simples
Símbolo 31 - R
Fase Reprodutiva
Símbolo 32 - RS
Rio Grande do Sul
Símbolo 33 - R1
Estádio Reprodutivo Um
Símbolo 34 - R2
Estádio Reprodutivo Dois
Símbolo 35 - R3
Estádio Reprodutivo Três
Símbolo 36 - R4
Estádio Reprodutivo Quatro
Símbolo 37 - R5
Estádio Reprodutivo Cinco
Símbolo 38 - R6
Estádio Reprodutivo Seis
Símbolo 39 - R7
Estádio Reprodutivo Sete
Símbolo 40 - R8
Estádio Reprodutivo Oito
Símbolo 41 - T1
Tratamento Um
Símbolo 42 - T2
Tratamento Dois
Símbolo 43 - T3
Tratamento Três
Símbolo 44 - T4
Tratamento Quatro
Símbolo 45 - T5
Tratamento Cinco
Símbolo 46 - T6
Tratamento Seis
Símbolo 47 - V
Fase Vegetativa
Símbolo 48 - Vc
Estádio de Cotilédone
Símbolo 49 - Ve
Estádio de Emergência
Símbolo 50 - Vn
Ultimo Estádio Vegetativo
Símbolo 51 - V1
Estádio Vegetativo Um
Símbolo 52 - V2
Estádio Vegetativo Dois
Símbolo 53 - V3
Estádio Vegetativo Três
Símbolo 54 - WG
Water Granulo
Símbolo 55 - XIX
Século Dezenove
Símbolo 56 - XV
Século Quinze
Símbolo 57 - XVI
Século Dezesseis
Símbolo 58 - +
Mais/Soma
Símbolo 59 - %
Porcentagem
10
1 INTRODUÇÃO
O Brasil apresentou na safra 2009/2010 uma produção total de soja (Glycine
max (L.) Merrill) de 68.688,2 mil Ton., sustentando a segunda colocação no ranking
mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos da America. O rendimento
nacional atualmente fica em 2.927 kg/ha (CONAB, 2010).
A soja é uma das principais fontes de óleo vegetal e proteína do mundo, com
histórico na alimentação humana e animal datada de milênios, sem causar danos
aos consumidores e meio ambiente e sua comercialização vêm sendo praticada á
muito tempo, tornando-se em dias atuais uma importante moeda de negociação, não
só entre produtores, como também no mercado internacional de commodities.
Segundo Diehl e Junquetti (2009), a soja pode produzir satisfatoriamente
mesmo em solos com limitações por fertilidade, pois reage muito bem a adubação. A
aplicação de macro nutrientes em qualquer cultivo resulta em maior rendimento
(ROSOLEM e MARCELLO, 1998). Dado que as condições edafo-climáticas podem
reter, lixiviar e ainda disponibilizar esses nutrientes para plantas infestantes
(PROCÓPIO et al., 2005), parte desses nutrientes estão sendo perdidos.
Estimular na planta uma simbiose, com organismos vivos, propiciando
capacidade de absorver nutrientes do solo, mesmo em condições adversas, como
acidez e o seqüestro desses nutrientes por moléculas como a de Alumínio (Al), cria
uma margem de ganho ou de perda dos nutrientes aplicados.
11
Autores como Yamada et al (2007), afirmam que a soja não necessita de
aplicações de adubos nitrogenados pois a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN),
que ocorre da relação do vegetal com bactérias especificas capazes de sintetizar
nitrogênio atmosférico, supre a necessidade da cultura por completo.
Já alguns estudiosos como Raij (1987) e Mello et al (1985) apontam que no
início da infecção o nódulo não está efetivo e que entre 25% e 35% do nitrogênio
utilizado pela planta ela absorve de reservas desse nutriente no solo, podendo lhe
conferir melhor arranque inicial e teores diferenciados de proteínas nos grãos.
Alguns produtores utilizam adubação de base com pequenos teores de
nitrogênio, o que configura um aumento no custo de produção, e suas justificativas
são baseadas em melhor arranque inicial da cultura, mas isso pode não significar
maiores rendimentos.
O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito de usar nitrogênio na semeadura
de soja, analisando quais os reais ganhos ou perdas com essa adição.
12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Origem
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma planta originária do Continente
Asiático, onde essa leguminosa constituía-se na base alimentar da China. Durante
séculos permaneceu restrita ao Oriente, devido a inexistência de intercâmbio com as
civilizações ocidentais. Após a chegada dos primeiros navios europeus, no final do
século XV e início do século XVI, foi trazida para o Ocidente. Entre os séculos XVI e
XIX pesquisadores da Europa obtiveram sementes de soja que foram distribuídas
em Jardins Botânicos e estações experimentais de vários países. Na América, foi
citada pela primeira vez em 1804 nos Estados Unidos, como planta forrageira e
produtora de grãos. Após muitas pesquisas, em 1880 verificou-se o aumento da
área cultivada, devido à maior produtividade e menor custo de colheita em relação
às demais leguminosas disponíveis na época. Sua expansão ocorreu em grande
escala no ano de 1930. Esta cultura foi implantada na região nordeste do Brasil em
1882, e na região sudeste no ano de 1892 e nas décadas seguintes foi cultivada em
pequena escala e submetidas a várias pesquisas. Nos anos 60 e 70 tornou-se uma
cultura de grande importância econômica (MARCOS FILHO, 1986).
Segundo Costa (1996) a soja foi implantada no Estado do Rio Grande do Sul
em 1900. Seu rápido desenvolvimento que ocorreu a partir da década de 60, deve-
13
se, principalmente, ao imediato aproveitamento da infra-estrutura da lavoura de trigo
(Triticum aestivum), que ficava ociosa na época de estação quente, e também a
necessidade de encontrar uma leguminosa que propiciasse a sucessão com o trigo.
O que garantiu sua crescente participação na agricultura gaúcha foi sua perfeita
adaptação ao sistema já adotado.
Em Santa Catarina, a soja foi introduzida inicialmente, na região Oeste e no
Vale do Rio do Peixe, por agricultores vindos do Rio Grande do Sul, porém, seu
cultivo deu-se em pequena escala, voltado basicamente, à alimentação de suínos.
Com o crescimento da produção de soja no estado, surgiram as primeiras indústrias
para extração de óleo (GOLIN, 2005).
A soja chegou ao Paraná na década de 50. No sudoeste do Estado, a cultura
desenvolveu-se com a migração de colonos vindos do RS, onde a soja já era
cultivada há mais tempo. O desenvolvimento ocorreu paralelamente com as demais
regiões do Estado (Embrapa, 2004).
A cultura da soja encontrou no Brasil, disponibilidade de área e condições
climáticas muito favoráveis á sua expansão. Hoje o país ocupa o segundo lugar em
nível mundial nesta espécie em termos de produção total e de área cultivada,
ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Esta cultura é responsável por 10% do
total das receitas cambiais brasileiras e por outros benefícios indiretos que são
gerados ao longo da sua cadeia produtiva, exercendo uma enorme importância
econômica e social no Brasil (VIDOR et al., 2003).
A eficiência de um bom gerenciamento e a utilização de novas tecnologias
com o intuito de reduzir custos e aumentar rendimento tem grande importância para
que produtores participem em mercados cada vez mais globalizados e competitivos
(EMBRAPA, 2008).
14
2.2 Botânica e biologia
Segundo Silva (1997), a soja (Glycine max (L.) Merrill) trata-se de uma planta
herbácea, anual, de costume ereto, pubescente (apresenta haste, folha e fruto
provido de pêlos muito finos, brancos, pardo-queimados ou tostados), e que varia de
60 cm a 150 cm de altura, com sistema radicular rico em nódulos de bactérias
fixadoras de nitrogênio atmosférico. As folhas são compostas por três folíolos
grandes, geralmente de formatos ovais. Os frutos característicos do tipo vagem são
achatados, pilosos e assumem cor castanho-clara quando maduro e contém de duas
a cinco sementes.
De acordo com o sistema Cronquist, citado por Castro et al., (1999), a Soja
pertence à família das Fabaceae, e ao Gênero Glycine.
Toniolo e Mosca, (1991), apontaram que são cultivadas três plantas
provenientes da espécie Glycine max, distintas pelo modo de crescimento que cada
uma apresenta. Descreveram então os tipos distintos em: Crescimento do tipo
Indeterminado, onde não existe inflorescência terminal no ápice da planta, assim
não cessando o seu crescimento. A floração inicia precocemente, antes mesmo da
planta atingir metade de seu peso final. A formação de vagens tem seu princípio na
parte basal da planta, em direção ao ápice, tendo assim seu amadurecimento
graduado. No crescimento do tipo Determinado, ocorre justamente o contrário,
sendo que a presença de uma inflorescência na parte apical não permite mais o
crescimento da planta, a presença de vagens se dá de forma igual da base ao ápice,
assim como sua maturação. Há ainda as plantas de crescimento Semideterminado,
com existência de um misto, ou uma variedade simultânea no conjunto de plantas.
15
Potash e Phosphate Institute, fundamentada na Escala Fenológica de Fehr e
Caviness (1977), citada por Potafos, descreve o sistema de desenvolvimento da
planta em duas fases: vegetativa (V) e reprodutiva (R). Subdivisões da fase
vegetativa são designadas numericamente como V1, V2, V3, até Vn, com diferença
apenas nos dois primeiros estádios que são designados como VE (emergência) e
VC (estádio de cotilédone). O último estádio vegetativo é designado como Vn, com
“n” representando o número do último nó vegetativo formado por um cultivar
específico. E Subdivisões da fase reprodutiva, que se inicia em R1, florescimento, e
estende-se até R8, que se caracteriza no pleno amadurecimento das plantas. Em
plantas de hábito determinado o florescimento progride de cima para baixo, já em
planta de hábito indeterminado ocorre o inverso, e a planta continua a crescer
mesmo após o aparecimento das primeiras flores. Os ramos começam a florescer
alguns dias depois da haste principal. As taxas de crescimento vertical da raiz no
florescimento aumentam incisivamente e permanecem relativamente altas nos
estádios R4 a R5.
O crescimento radicular é determinado pelas condições edafoclimáticas, e
ocorre durante todo o ciclo da cultura, cessando quando os nutrientes são
direcionados a formação de grãos, estádio R5 (CÂMARA et al.(1982), apud
CASTRO et al. (1999). E de acordo com Toniolo e Mosca, (1991), as raízes
primárias crescem na vertical, podendo a raiz principal chegar a um metro ou mais
de profundidade, e Mitchell e Russell, (1971) apontaram que ao mesmo tempo
formam-se raízes adventícias, que são ramificações da raiz principal, que partem
logo abaixo do hipocótilo, e se aprumam paralelamente a principal, mas com
abrangência maior em sentido horizontal.
16
As principais funções das raízes são a sustentação das plantas e a absorção
de água, nutrientes e outras substâncias minerais como Nitrogênio, Potássio e
Fósforo do solo (VERONA, 1998).
2.3 Nutrição de plantas
O crescimento da planta é regulado pela energia luminosa do Sol e pelos
elementos nutritivos incorporados no solo (TONIOLO e MOSCA, 1991).
2.3.1 Nitrogênio O nitrogênio (N) é o mais caro dos nutrientes e o requerido em maiores
quantidades pela maioria das culturas (RAIJ, 1987).
Na soja (Glycine max (L.) Merrill) não é diferente, pois os grãos são muito
ricos em proteínas, apresentando um teor médio de 6,5% N. Desse modo, para
produzir 1.000 kg de grãos de soja são necessários 65 kg de N, e pelo menos mais
15 kg de N para as folhas, caule e raízes, assim tem-se uma necessidade de 80 kg
de N. Conseqüentemente, para a obtenção de rendimentos de 3.000 kg de grãos/ha,
são necessários 240 kg de N, dos quais 195 kg são retirados da lavoura pelos grãos
(HUNGRIA et al, 2001).
Nos agrossistemas, o adubo nitrogenado é o principal veiculo de adição de N
e um dos insumos de maior importância pelo desempenho crescente na
produtividade vegetal e pelo atendimento da demanda de alimentos (YAMADA et al.,
2007).
É um nutriente bastante móvel no floema, provocando sintomas de deficiência
nas partes mais velhas das plantas. Os sintomas de deficiência são clorose total,
seguida de necrose, devido a menor produção de clorofila. Quando a planta é
17
deficiente em N, a relação carboidratos solúveis/proteína é maior pois há falta de N
para a síntese de proteína (SFREDO, 2008).
O N pode ser absorvido nas formas de Nitrato e Amônio, sendo a primeira
uma forma livre não adsorvida no solo e que praticamente acompanha a água que
entra na planta tornando-se a forma predominante (RAIJ, 1987) e, assim sendo,
após a absorção o NO3 deve ser reduzido a NH4 para o N se transformar em
aminoácidos e proteínas (SFREDO, 2008).
O N é constituinte de proteínas, aminoácidos, nucleotídeos, hormônios,
coenzimas, vitaminas e pigmentos como clorofila, principal constituinte da
fotossíntese (FLOSS, 2008). A pequena fração mineral, presente como NO3 ou NH4,
tem como função ativar enzimas. Cerca de 90% do N total da planta encontra-se na
forma orgânica (SFREDO, 2008).
É um nutriente bastante móvel no solo, de desequilíbrio entre as quantidades
disponíveis e não disponíveis, e sem efeito cumulativo direto na adubação de um
ano para outro, sem assim haver efeito das adubações de caráter nitrogenado na
cultura subseqüente se a anterior não for capaz de ciclar esse elemento e
disponibilizá-lo ao sistema (RAIJ, 1987).
2.4 Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN)
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma planta capaz de estabelecer simbiose
e estabelecer nódulos em seu sistema radical, se caracterizando como uma planta
nodulífera. O nódulo pode ser considerado a “casa das bactérias”, local onde ocorre
a fixação de Nitrogênio (FBN) (CÂMARA, 2000).
18
As primeiras observações de presença de nódulos nas raízes das Fabáceas
se deu por volta da metade do século XIX e sua produção pela ação bacteriana foi
relatada em 1858 por Lachmann (MELLO et al, 1985).
Segundo os mesmos autores, após isso vários estudos deram origens aos
denominados grupos de inoculação cruzada, ou seja, plantas e suas respectivas
espécies de bactérias fixadoras de Nitrogênio (N), as quais demonstram ao máximo
essa característica. A simbiose é resultado de um processo evolutivo de milhões de
anos, entre a planta hospedeira e a bactéria, para permitir que haja a sobrevivência
em condições de déficit de N no solo (HUNGRIA et al, 2001).
No vanguarda desses estudos encontra-se uma pesquisadora brilhante e
convicta no sucesso de seus resultados, a checoslovaca naturalizada brasileira
Johana Döbereiner (FRANCO, 2009).
Nascida em 1924, na Checoslováquia, Johana chegou ao Brasil em 1951 e
mais tarde naturalizou-se brasileira. Formada em agronomia pela Universidade de
Munique, destaca-se no mundo científico pelos seus mais de 500 trabalhos
publicados, ganhando 12 prêmios importantes e ocupando um lugar na Academia de
Ciências do Vaticano, sendo, inclusive, indicada para receber o prêmio Nobel de
Química. Dra. Johana Döbereiner está na sétima posição entre os pesquisadores
brasileiros mais citados no mundo e figura essa lista sendo a primeira do sexo
feminino. Dentre suas várias pesquisas descobriu que as bactérias do gênero
Rhizobium retiram o nitrogênio do ar e o transferem para a planta, que o utiliza como
nutriente para favorecer o seu crescimento. A sua história confunde-se com a da
fixação biológica de nitrogênio, e quando em 1964 Johana ajuda a balizar o então
iniciante programa de melhoramento de soja tropical brasileiro à seguir na
contramão do norte americano, ajudou a alavancar o Brasil ao segundo lugar na
19
produção mundial e a uma economia de bilhões de dólares em adubos
nitrogenados, viabilizando essa cultura (MOLINA, 2008).
A FBN é um processo de redução do nitrogênio atmosférico, que só ocorre
entre microorganismos, e se da graças à capacidade de esses microorganismos
produzirem a enzima nitrogenase entre outros componentes essenciais e
indispensáveis para que ocorra o processo. O Ferro (Fe) e o micronutriente
Molibdênio (Mo) são parte constituinte das proteínas básicas que dão origem a
enzima nitrogenase (FLOSS, 2008).
Reação simplificada da FBN:
1
/2N2 + 3H+
nitrogenase
NH3
Embora a reação seja de redução e funcione em condições anaeróbicas,
existe o suprimento controlado de Oxigênio (O2), para que outros componentes
possam ser efetivos, oxidar glicídios e produzir energia (ATP), e essa participação
restrita de O2 só é possível mediante a presença da proteína leghemoglobina, que
transporta o oxigênio do meio externo até o bacterióide e confere aos nódulos a
tonalidade avermelhada (YAMADA, 2007).
Em condições de campo, na primeira semana, de cinco a oito dias após a
emergência (DAE) já é possível observar a formação dos primeiros nódulos, de
tamanho relativamente bom e em número de quatro a oito, ao alcançar dez a doze
DAE. Nessa fase, poderá se observar que as plantas noduladas estão um pouco
amareladas, se comparadas àquelas que receberam uma dose inicial de fertilizante
nitrogenado. O fertilizante nitrogenado já está pronto para ser absorvido, enquanto
as atividades biológicas estão iniciando e necessitam de um certo tempo de
adaptação, por isso há esta ocorrência. Esses sintomas desaparecem após dois ou
três dias (HUNGRIA et al, 2001).
20
A FBN só acontece quando existe falta de nitrogênio para suprir
necessidades nutricionais da planta. Obviamente que se for detectada pela planta a
presença de nitrogênio no solo ele será absorvido, e poderá inibir a formação de
nódulos. Essa inibição pode ser temporária, e a formação de nódulos se iniciará
assim que o teor de N do solo diminuir e não mais suprir a demanda (YAMADA,
2007).
Deve-se salientar que no início da infecção as bactérias agem como parasitas
e não como um organismo simbiótico, fazendo assim com que possam existir bons
resultados na adubação nitrogenada em leguminosas jovens (MELLO et al, 1985).
Alguns autores como Borkert et al (1994), citam que a planta chega a extrair do solo
cerca de 30% do nitrogênio que ela necessita e o restante sim é proveniente da
FBN.
A fixação simbiótica de nitrogênio inicia nas primeiras semanas da cultura e
se intensifica até o período de formação das vagens (HUNGRIA et al, 2001).
Com fotossíntese acelerada a fixação alcança o máximo e pode exceder a
velocidade de síntese de proteína, podendo haver excesso de N causando fito
toxidade (MELLO et al, 1985).
Como a soja tem seu centro genético original localizado na China, as
bactérias capazes de inocular suas raízes e capturar nitrogênio também não são
nativas do Brasil (HUNGRIA et al, 2001). Por isso existiu a necessidade de se
identificar bactérias capazes de efetuar a FBN e produzir estirpes que fossem
capazes de viver em simbiose com essa cultura. Interações com pesquisadores do
mundo todo e a reunião de muitas informações deram subsídio a essas descobertas.
A base genética das estirpes utilizadas no Brasil são trazidas de culturas puras dos
21
Estados Unidos (várias estirpes SEMIA-RS e SMS-SP) e Austrália (CB1809)
(FRANCO, 2009).
Alguns testes realizados a campo, com cultivo de soja no inverno e uso de
diferentes doses de nitrogênio na base, realizados por Novo et al (1999), mostraram
que apenas a inoculação não forneceu a quantidade de N suficiente para que a
cultura maximizasse sua produtividade, também foi observado que a adição de N
mineral prejudicou a fixação biológica de nitrogênio, mas aumentou o teor de
proteína dos grãos.
22
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local
O experimento foi realizado no ano agrícola de 2009/2010 em uma área de
385m² pertencente ao Sr. Jucelito Bordin, situada a 26°30'41’’ latitude sul e
51°55'37’’ longitude oeste, a 1.035m de altitude, no interior da cidade de Palmas,
sudoeste do Estado do Paraná.
Ilustração 01 Vista do local do experimento. Fazenda Sião, Palmas – PR,
19/XII/2009.
3.2 Clima
O Clima da região Sudoeste do Paraná segundo o sistema de classificação
de Köppen, é considerado como sendo um clima subtropical úmido mesotérmico
23
(Cfb) com temperaturas médias anuais de 15oC a 22oC e precipitação média de
1800 a 2000mm, bem distribuídas durante o ano. Costumeiramente, os verões são
brandos e invernos frios.
Pelo fato do inverno ser rigoroso, apresenta ainda de 5 a 25 dias com
geada/ano.
3.3 Solo
O solo é caracterizado como sendo LATOSSOLO ROXO Distrófico
equivalente ao subtropical Álico (Embrapa, 2006).
3.4 Tratamentos
Os tratamentos utilizados no experimento encontram-se na tabela a seguir e
somam o total de seis com quatro repetições cada.
Tabela 01
Tratamentos utilizados no experimento, 10/IX/2009.
Tratamento
Descrição
T1
00 kg/ha de N com Semente Inoculada
T2
05 kg/ha de N com Semente Inoculada
T3
10 kg/ha de N com Semente Inoculada
T4
00 kg/ha de N com Semente não Inoculada
T5
05 kg/ha de N com Semente não Inoculada
T6
10 kg/ha de N com Semente não Inoculada
24
3.5 Delineamento experimental
O
delineamento
experimental
utilizado
foi
o
de
Blocos
Completos
Casualizados com quatro repetições.
As parcelas compostas de cinco linhas com 5m de comprimento, espaçadas
0,50m entre linhas, tendo assim cada parcela uma área de 10m².
A área que foi considerada para fins estatísticos, denominada área útil foi
constituída pelas três fileiras centrais de cada parcela, as fileiras laterais e as
extremidades de cada parcela eliminadas sendo que nas extremidades foi eliminada
uma área de 1m, para minimizar os efeitos do ambiente. Portanto a área útil foi de
1,5m de largura por 3m de comprimento formando uma área de 4,5m².
Ilustração 02 Croqui de parcela da área do experimento, 10/IX/2009.
25
3.7 Tratos Culturais
3.7.1 Adubação Foi utilizada apenas adubação de base com preparação manual de fontes
separadas de macro-nutrientes. Os tratamentos diferem entre si na adubação de
base, mas as quantidades dos nutrientes adicionados na linha são as mesmas,
exceto para o Nitrogênio.
As quantidades utilizadas foram calculadas conforme análise de solo (em
anexo) e interpretação conforme o Manual de Adubação e Calagem para Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
As fontes utilizadas foram Superfosfato simples (P2O5) para Fósforo e Cloreto
de Potássio (KCl) para potássio.
3.7.2 Semeadura A semeadura foi realizada no dia 23 de novembro de 2009, e foi utilizada a
cultivar de Soja BMX Potência RR, da empresa brasileira Brasmax, com uma
população após emergência e raleio de 300.000 plantas/ha.
Nos tratamentos que foram inoculados utilizou-se o método denominado
Inoculação Padrão, termo utilizado neste trabalho para representar a técnica
recomendada para as práticas de produção adotadas na região, ou seja, inocular no
ato da semeadura, esta que ocorreu de forma manual, com plantadeiras artesanais
de uma linha.
26
3.7.2.1 Inoculante
O inoculante utilizado no experimento foi o Cell-Tech HC da empresa Nitragin,
um formulado bioquímico com células vivas de Bradyrhizobium japonicum SEMIA
5080 e SEMIA 5079 (Nitragin, 2010).
3.7.3 Tratamentos fitossanitários
Anterior a semeadura foi efetuada dessecação com herbicida não seletivo
Roundup WG (Glifosato), na dose de 1 kg/ha. Aos 21 dias após emergência (DAE)
foi efetuado um tratamento com herbicida pós emergente não seletivo Roundup WG
(Glifosato), na dose de 1 kg/ha, para controle de invasoras. Quando necessário
foram feitos tratamento com inseticida sistêmico Tamaron BR (metamidofós), na
dose de 0,5 L/ha, para controle e supressão de pragas como Anticarsia gemmatalis
e Pseudoplusia includens, entre outras.
Visando otimizar as condições que favoreçam a planta, foram efetuados
tratamento com fungicidas, em pleno florescimento e duas vezes subseqüentes com
intervalo de 18 dias cada, com produto à base de estrobilurina e triazol, de marcas
comerciais como Priori Xtra (0,30 L/ha) e Sphere Max (0,15 L/ha).
3.7.4 Colheita A colheita foi efetuada no dia 12 de abril de 2010, de forma manual. As
plantas da área útil foram colhidas, trilhadas e separadas as impurezas, logo após
os grãos foram submetidos a teste de determinação de umidade que ficou em 13%,
de posse dos dados foram efetuados os cálculos para estimar o rendimento de
grãos por hectare.
27
3.8 Variáveis analisadas
Na fase reprodutiva R1 foram coletadas amostras foliares, cerca de quarenta
folhas de quarenta plantas por parcela, dos terceiros ou quarto nós a partir do ápice
para determinação de N na folha (SFREDO, 2008).
Após finalizada a colheita, os grãos de cada parcela foram pesados, e assim
determinado o rendimento por área. Houve a separação de forma aleatória de 1000
grãos por tratamento e feita a pesagem em balança de precisão no Laboratório de
Análises de Sementes da Unochapecó.
3.9 Análise Estatística
Os dados coletados foram submetidos a análise de variância pelo teste F e as
diferenças entre as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 0,05 de
significância, com o auxilio do software Assistat.
28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Condições meteorológicas
4.1.1 Precipitação Ilustração 03 Precipitação (mm) referente aos meses de novembro de 2009 à abril
de 2010 – Palmas – PR. 05/XI/2010
Conforme a ilustração 03, entre o período de 23 de novembro de 2009 até dia
23 de dezembro de 2009, da semeadura até o estádio V3, (três trifólios) (POTAFOS,
1997), o acúmulo de chuvas foi de 296,5 mm (COAMO, 2010), uma média de 9,8
mm/dia, ou seja satisfatório para o período, pois a necessidade da cultura fica em
torno de 3-4 mm/dia, já que a evapotranspiração é menor (Embrapa, 2008).
29
Entre o estádio V3 e R3 (pleno florescimento - início da formação de vagens)
(POTAFOS, 1997), que corresponde ao período de 24 de dezembro de 2009 a 31 de
janeiro de 2010, a planta aumenta suas taxas respiratórias, transpiratórias e de
transporte e translocação de nutrientes pois estão ocorrendo processos fisiológicos
que definirão alguns atributos de rendimento, como número de vagens/grãos por
vagem e formação de botões florais e aumento incisivo do crescimento vertical das
raízes (Floss, 2008) e para isso a necessidade de água aumenta para 5-6 mm/dia
(Embrapa, 2009). A precipitação nesse período acumulou 312,5 mm (COAMO,
2010), uma media 8 mm/dia, portanto a quantidade de chuvas para esse período foi
satisfatória.
Durante todo o mês de fevereiro até 12 de março de 2010 o acúmulo de
chuvas ficou em 154,5 mm (COAMO, 2010), uma média de 3,8 mm/dia. Neste
período a planta encontrava-se na fase reprodutiva, passando do estádio R3 para
R6 (formação dos grãos) (POTAFOS, 1997), e é um período de maior necessidade
de água, cerca de 7-8 mm/dia (Embrapa, 2009), para que ocorram de forma
suficiente as translocações nutricionais das fontes (folhas, estruturas fotossintéticas,
solo) para os drenos (frutos, sementes). Segundo Reichardt (1987), a cultura da soja
(Glycine max (L.) Merrill) é sensível a condições de solo saturado, devendo este ser
bem drenado e arejado, e dentro de limites a soja mostra uma notável capacidade
de se adaptar a déficits de água. Segundo Floss (2008) o déficit de água no período
reprodutivo é o que mais afeta o rendimento, e o acúmulo diário de água não foi
satisfatório e mesmo assim a cultura demonstrou um bom resultado, isso pode ser
explicado por outros fatores como, escalonamento das chuvas, quantidades acima
da média em outros períodos da cultura que foi instalada sob plantio direto, o que
auxilia na conservação da umidade do solo, entre outros.
30
Nos últimos trinta dias da cultura no campo (13 de março a 12 de abril de
2010), período que correspondeu a passagem dos estádios R6 para R8 (maturidade
completa) (POTAFOS, 1997) o acúmulo de chuvas ficou em 246 mm (COAMO,
2010), 8,2 mm/dia em média. Satisfatório para o período, já que em seu final de ciclo
a planta necessita de doses baixas de água.
A água é o solvente universal e o principal constituinte dos seres vivos,
representa 90% do peso da planta. É ela que conduz, como veículo, substâncias
que devem entrar ou sair de células através da membrana celular, regula
temperatura mantendo e distribuindo o calor, além de ter participação imprescindível
em reações de hidrólise, ou seja, decomposição de moléculas grandes em
moléculas menores, por isso o déficit hídrico pode acarretar menores taxas de
desenvolvimento na cultura, menor reciclagem de nutrientes, também como menor
eficiência no uso de fertilizantes (SOARES, 1998).
A disponibilidade de água para a planta de soja não deve ter restrições em
dois períodos de desenvolvimento da cultura, na germinação-emergência e floraçãoenchimento de grãos.
O desenvolvimento de uma planta só inicia quando houver nível adequado de
água para que ocorra a germinação, a soja necessita de mais de 50% do peso da
semente, para permitir o entumescimento e desenvolvimento do embrião, mas não
pode ultrapassar a taxa de 85%, portanto o déficit e excesso são prejudiciais nos
primeiros momentos da cultura a campo. Com o passar do tempo as exigências por
água vão aumentando chegando ao seu máximo na fase de floração-enchimento de
grãos, onde a soja necessita 7-8 mm/dia. Qualquer déficit expressivo pode causar
alterações fisiológicas na planta e conseqüente diminuição de rendimento (Embrapa
Soja, 2008).
31
Do ponto de vista agrícola a distribuição mensal da precipitação é mais
importante que a anual, para atender as exigências especificas de cada cultura na
sua estação de cultivo e estádio de desenvolvimento (FLOSS, 2008).
O total de água necessário na cultura da soja, para a obtenção do máximo
rendimento, varia entre 450 e 800 mm/ciclo, dependendo das condições climáticas
do período, do manejo empregado na cultura e da duração do ciclo (Embrapa Soja,
2008). Câmara et al. (1982) afirmaram que a cultura da soja adapta-se bem a
regiões onde as precipitações médias se situam entre 700 mm e 1.200 mm. O
acúmulo total no período do experimento foi de 1.009,5 mm (COAMO, 2010), o que
pode-se considerar satisfatório, ou seja, que o fator água não foi limitante para a
expressão dos resultados.
4.2 Nitrogênio no tecido foliar
Percebe-se pela ilustração 04 que o tratamento T2 (IP – Inoculação Padrão + 5 Kg.N/ha) apresentou os melhores resultados diferindo estatisticamente dos
demais tratamentos.
Os tratamentos T1 (IP) e T3 (IP + 10 kg.N/ha) apresentaram teores menores
que todos os demais.
32
-1
Ilustração 04 Quantidade (g.kg M.S. ) de nitrogênio no tecido foliar das plantas de
soja (Glycine max (L.) Merrill) em resposta à inoculação padrão (IP),
IP combinada com adição de fertilizantes nitrogenados, somente
adição de fertilizantes nitrogenados e testemunha.
Os resultados obtidos não permitem concluir que a adição de nitrogênio (N)
mineral e/ou inoculação padrão para a soja acarreta em elevação no teor de N no
tecido foliar no estádio R1 da cultura.
Contudo, observa-se que as menores adições de nitrogênio na semeadura
demonstraram maiores teores de nitrogênio foliar em R1, isso pode estar
relacionado com a eficiência de absorção dos fertilizantes nitrogenados e suas
perdas ao meio, ou seja, as menores quantidades foram mais rapidamente
absorvidas, tiveram menores perdas e portanto resultaram em maior eficiência no
acúmulo deste nutriente neste estádio da cultura.
Processos como a volatilização da amônia, já que a fonte de N aplicada foi
uréia, ocasionam perdas e caracterizam as baixas taxas de eficiência dos
fertilizantes nitrogenados (BELOW, 2002). De acordo com Lara-Cabezas et al.
33
(1997), embora o adubo tenha sido incorporado existem perdas significativas por
esse processo.
De acordo com Sfredo (2008), 84% do N absorvido pela soja é exportado
pelos grãos. O resultante de N, desconsiderando o exsudado pelas raízes, tem sido
próximo a zero, ou seja, pouco N deixado no solo o que favorece a Fixação
Biológica de Nitrogênio (FBN).
4.3 Peso de mil grãos
Segundo Cunha (2004), esta variável consiste em uma medida de qualidade
utilizada para diferentes finalidades, dentre elas a comparação da qualidade de
diferentes lotes de sementes, determinação do rendimento de cultivos e mesmo para
o cálculo da densidade de semeadura.
Conforme a ilustração 05, a análise de variância revelou diferença significativa
entre os tratamentos em relação a variável peso de mil grãos. O tratamento
designado T1, ou seja, somente inoculação padrão obteve os maiores índices, e em
relação a testemunha a diferença ficou em torno de 16%, em números reais isso
significa 26,1 g.
34
Ilustração 05 Peso de 1000 grãos das plantas de soja (Glycine max (L.) Merrill) em
resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de
fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes
nitrogenados e testemunha.
Durante o enchimento de grãos a demanda por nutrientes é grande, e é neste
período que os grãos acumulam metade do N, P e K, por redistribuição das partes
vegetativas, a outra metade por absorção do solo e/ou atividade dos nódulos.
A
translocação,
termo
adotado
aqui
para
descrever
o
transporte
multidirecional do floema, é bastante variável e regido por controle metabólico.
Estruturas
fotossinteticamente
ativas,
como
folhas
maduras,
suprem
as
necessidades de partes da planta que não são auto-suficientes. Numa planta jovem
o fluxo geralmente é para crescimento de sistema radicular. Conforme a planta
cresce esse fluxo se diversifica, se direcionando a todas as partes da planta.
Quando se atinge a fase reprodutiva praticamente todo o transporte se direciona as
flores e frutos (estruturas reprodutivas), de nutrientes orgânicos a minerais presentes
nas folhas. Ou seja, parte destes nutrientes são translocados, seguindo um
35
gradiente de concentração, das estruturas fotossinteticamente ativas, como folhas e
outros tecidos (fonte), para estruturas de reserva, como os grãos (dreno) (FLOSS,
2008). Essa redistribuição ocorre independentemente da disponibilidade de
nutrientes no solo (CÂMARA, 2000).
Koutroubas et al (1998), afirmam haver supremacia nas plantas inoculadas no
acúmulo de fitomassa seca em R2 (florescimento) e R5 (enchimento de grãos),
estádios em que a planta apresenta a maior intensidade metabólica devendo estar
bem suprida de N e fotoassimilados, e de acordo com o referido trabalho, o
nitrogênio fixado pela nitrogenase é incorporado mais rapidamente e com menos
gasto de energia que a fixação via nitrato redutase.
E no fato de macronutrientes, principalmente nitrogênio, terem função como
catalizadores da fotossíntese, isso significa que quanto maiores as quantidades de N
e quanto maior o tempo de sua presença na planta, maior será a realização da
fotossíntese e produção de fotoassimilados e abastecimento dos drenos (FLOSS,
2008).
4.4 Rendimento
Na ilustração 06, são apresentados os dados de rendimento dos diferentes
tratamentos. Houve diferença significativa entre os tratamentos.
36
-1
Ilustração 06 Rendimento (kg.ha ) de grãos de soja (Glycine max (L.) Merrill) em
resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de
fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes
nitrogenados e testemunha.
O tratamento que recebeu apenas a inoculação padrão, referenciado como
T1, obteve maior rendimento em relação aos demais. Esse resultado confirma a
eficiência das estirpes SEMIA 5079 + SEMIA 5080. Vargas et al. (1992), em estudo
nos Cerrados, conduzindo três experimentos com soja (Glycine max (L.) Merrill),
realizados em plantio convencional, com as estirpes SEMIA 5079 + SEMIA 5080,
encontraram resultados onde os ganhos variaram de 80 a 291 kg/ha,
correspondendo a um incremento, na produtividade, de 4 a 12,5%. Estes dados
confirmam o encontrado no experimento. Hungria et al. (1997) e Ferreira et al.
(2000), constataram que o plantio direto, quando comparado ao plantio convencional
em soja, aumentou o número de células de Bradyrhizobium e que as estirpes foram
mais eficientes no processo de fixação do N2.
37
Os Bradyrhizobium são as bactérias mais utilizadas para a inoculação em
soja, e as estirpes mais recomendadas para esta cultura são as SEMIA 587, SEMIA
5019 (29 w), SEMIA 5079 (CPAC 15) e SEMIA 5080 (CEPAC 7), que
obrigatoriamente são introduzidas aos pares nos inoculantes comerciais (Reunião...,
1998). Essas estirpes são utilizadas a décadas e estão estabelecidas no solo.
Programas de seleção são realizados para encontrar estirpes mais eficientes e com
capacidade de competir com as naturalizadas (VARGAS E HUNGRIA, 1997).
O tratamento T1 diferenciou dos demais, incluindo os contendo nitrogênio
mineral e/ou inoculação padrão. Esses dados estão de acordo com os encontrados
por Hungria et al (2001), que constataram que doses baixas de N na fase inicial da
cultura tem efeito adverso a FBN afetando o metabolismo da planta, com a
diminuição de disponibilidade de oxigênio na respiração nodular e a limitação de
carboidratos ao metabolismo do nódulo, podendo até mesmo causar perdas em
rendimento.
Durante a germinação e crescimento das plantas de soja, a semente e
posteriormente as raízes exsudam compostos químicos que atraem as bactérias
fixadoras de nitrogênio. O plantio direto beneficia a ocorrência de algumas estirpes
resistentes ao intemperismo do meio, pois propicia uma condição edafoclimática
favorável, como regulação da temperatura e manutenção da umidade, mas muitas
vezes as bactéria só atingem as raízes quando a planta já atingiu um determinado
estádio, diferentemente das plantas inoculadas, que propiciam uma nodulação
imediata (MERCANTE, 2005). Esse resultado mostra que a reinoculação, mesmo
em solo com sucessivos anos de plantio direto de soja, promove uma melhor
nodulação e conseqüente fixação biológica de nitrogênio eficiente.
38
Os tratamentos T5 e T4 apresentaram resultados inferiores aos tratamentos
T2, T3 e T6. Observando este fato pode-se afirmar que os resultados apresentados
se devem a menor dose de N recebidas pelos tratamentos primeiramente citados.
A testemunha (T4), apresentou resultados menores que T1, T2, T3 e T6. Em
relação a T1, T2 e T3 à presença de inoculante (reinoculação) e em relação a T2, T3
e T6 à adição de nitrogênio mineral, o que sugere que em condição de não
inoculação, a adição de 10 kg de N/ha, no momento do plantio, proporciona
elevação nos rendimentos.
Moreira e Siqueira (2006), afirmam que em culturas com elevado potencial
nodulífero, como a soja, doses de arranque não são recomendadas, pois não
induzem aumento na produção, corroborando com resultados de vários estudos que
indicam que o excesso de N mineral reduz drasticamente a nodulação em
leguminosas, pois esta ocorre em resposta as demandas nutricionais da planta.
Ainda os mesmo autores afirmam que dose de arranque, denominada “starter”, pode
beneficiar a FBN, mas em leguminosas que apresentam nodulação tardia ou fixam N
durante um curto período, como é o caso do Feijão (Phaseolus vulgaris).
Ilustração 07 Sistema radical dos tratamentos T1 (IP) e T3 (IP + 10 Kg.N/ha)
respectivamente. 19/XII/2009.
39
Campos e Gnatta (2006), conduzindo durante três safras, experimentos
relacionando diferentes inoculantes e adubação nitrogenada na semeadura da soja,
observaram que a aplicação de nitrogênio mineral não resultou em incremento no
rendimento da cultura.
4.4.1 Viabilidade econômica O tratamento que obteve maior rendimento, T1, excluindo-se a testemunha foi
o que teve menor custo de implantação.
Comparando os Tratamentos T1 (IP) e T3 (IP + 10 kg.N/ha) a diferença de
rendimento é de 119 kg/ha, o que proporcionou uma adição na receita bruta de
(119Kg/60 Kg/Sc x R$ 45,60) R$ 90,28/ha, que adicionado ao custo do fertilizante
nitrogenado utilizado (10 kg.N/ha), de R$ 20,00/ha, chega-se a uma diferença de R$
110,28/ha (COAMO, 2010).
40
CONCLUSÕES
Nas condições em que o experimento foi conduzido, os resultados obtidos
permitem concluir que:
-
A inoculação padrão (IP) proporciona elevação no rendimento se
comparada com a não realização da mesma;
-
A realização da inoculação padrão combinada com a adição de
nitrogênio (N) mineral no momento da semeadura proporcionou
rendimentos superiores, quando a não adição de nitrogênio mineral e
não inoculação;
-
A inoculação padrão isolada proporciona rendimentos superiores que a
adição de 10 kg.N/ha com ou sem a mesma;
-
Há uma tendência de que a inoculação proporciona maior peso de mil
grãos na cultura da soja (Glycine max (L.) Merrill);
-
Não foi possível verificar relação causal entre a inoculação padrão e a
adição de N na semeadura com o teor de N no tecido foliar no estádio
R1 da cultura da soja.
41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugere-se com base nos resultados obtidos, que novos estudos sejam
realizados visando esclarecer os seguintes pontos:
-
Se a adição de nitrogênio (N) compromete a fixação biológica de N
(FBN) ao longo de todo o ciclo da cultura;
-
As marchas de absorção de N pela planta;
-
Os teores de proteína no grão;
-
Se a inoculação padrão proporciona componentes de rendimento
diferentes como: IAF (Índice de área foliar), IC (índice de colheita),
DAF (duração da área foliar), ciclo, entre outros;
-
Se em condições de cerrado a inoculação terá a mesma eficiência.
42
REFERÊNCIAS
BELOW, F. E. Fisiologia, nutrição e adubação nitrogenada do milho. POTAFOS:
Informações Agronômicas, Vol. 99, p. 7-12, 2002.
BORKERT..... Arquivo do agrônomo n˚ 5: informações agronômicas, n˚ 66,
junho de 2004. Disponível em www.potafos.com.br, acesso em 09/IX/2010.
CÂMARA, G. M. S. et al. Soja: produção, pré-processamento e transformacão
agroindustrial. In: Governo do Estado de São Paulo/Secretaria da Indústria,
Comércio, Ciência e Tecnologia, v. 7, 1982.
CÂMARA, G. M. de S. Base de fisiologia da cultura da soja. ESALQ/USP Departamento de Produção Vegetal. Piracicaba, 2000.
COSTA, J. A. Cultura da soja. Porto Alegre: I Manica, 1996. 233 p.
CAMPO, R. J.;HUNGRIA, M. Como a soja pode produzir mais. Revista Cultivar
grandes culturas, Pelotas, Rio Grande do Sul, 2000.
CAMPOS, B. C. de; GNATTA, V. Inoculantes e fertilizantes foliares na soja em area
de populações estabelecidas de Bradyrhizobium sob sistema de plantio direto.
Revista Brasileira de Ciência do Solo. 30: 69-76, 2006.
CAMPOS, B. C. de; HUNGRIA, M.; TEDESCO, V. Eficiência da fixação biológica de
N2 por estirpes de Bradyrhizobium na soja em plantio direto. Revista Brasileira de
Ciência de Solo. 25: 583-592, 2001.
CASTRO P. R. C.; KLUGE, R. A.; Ecofisiologia de Culturas Anuais, trigo, milho,
soja, arroz, mandioca. 01 ed. São Paulo: Nobel, 1999. 126 p.
CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento e Acompanhemanto de Safra
Brasileira: grãos, sexto levantamento, março 2010. 42 p. Brasília, 2010.
CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra
brasileira: grãos, primeiro levantamento novembro/2010. Brasília, 2010.
43
COAMO, Cooperativa Agroindustrial Morãoense, Campo Mourão – PR.
Disponível em: http://www.coamo.com.br. Acesso em: 05/XI/2010.
CUNHA, M. B.Comparação de métodos para obtenção de mil sementes de aveia
preta e soja. Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes,
Pelotas – RS, 2004. Disponível em:
http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=6367420. Acesso em 10 de set. de 2010.
DIEHL, S. R. L.; JUNQUETTI, M. T. de G.; Soja (Glycine max). Agrobyte –
Semeando Informações, (2009). Disponível em
http://www.agrobyte.com.br/index.php?pag=soja. Acesso em 07 set. 2009.
DÖBEREINER, J. A importância da fixação biológica de nitrogênio para a agricultura
sustentável. Revista de Biotecnologia, CNPAB/Embrapa, Seropédica, Rio de
Janeiro, [19??].
EMBRAPA SOJA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (2003) e
(2004). Disponível em: http://www.cnpso.embrapa.br. Acesso em 07 set. 2009.
EMBRAPA SOJA. Tecnologia de produção de soja: Região central do Brasil
2009/2010. Londrina, 262 p. 2008.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção da Informação;
Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006.
FERREIRA, M.C.; ANDRADE, D.S.; CHUEIRE, L.M.O.; TAKEMURA, S.M. &
HUNGRIA, M. Effects of tillage method and crop rotation on the population
sizes and diversity of bradryhizobia nodulating soybean. Soil Biol. Biochem.,
32:627-637, 2000.
FLOSS, E. L. Fisiologia das plantas cultivadas. Ed. UPF. 4ª Ed. UPF Universidade
de Passo Fundo. Passo Fundo - RS, 2008.
FRANCO, A. A. Fixação biológica de Nitrogênio na cultura da soja no Brasil: uma
lição para o futuro. Boletim Informativo da SBCS, p. 23-24, janeiro à abril 2009.
GOLIN, V. Avaliação de cultivares de soja registradas para o cultivo em Santa
Catarina. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso – Centro de Ciências AgroAmbientais e de Alimentos, UNOCHAPECÓ, Chapecó, 2005.
HUNGRIA, M.; ANDRADE, D.S.; BALOTA, E.L. & COLOZZI- FILHO, A. Importância
do sistema de semeadura direta na população microbiana do solo. Londrina,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA-CNPSo. Comunicado
Técnico, 56) 9 p. 1997.
HUNGRIA, M.; CAMPO, R.J.; MENDES, I.C. Fixação biológica do nitrogênio na
cultura da soja. In: WORKSHOP NITROGÊNIO NA SUSTENTABILIDADE DE
SISTEMAS INTENSIVOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, 2000, Dourados.
Anais... Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste/Embrapa Agrobiologia, 2000. p.51-
44
75. (Embrapa Agropecuária Oeste. Documentos, 26; Embrapa Agrobiologia. Documentos, 128).
HUNGRIA, M.; CAMPO, R.J.; MENDES, I.C. Fixação biológica do nitrogênio na
cultura da soja. Londrina: Embrapa Soja, 2001. 48p. (Embrapa Soja. Circular
Técnica, 35; Embrapa Cerrados. Circular Técnica, 13).
KOUTROUBAS, S. D.; PAPAKOSTA D. K.; GAGIANAS, A. A. The importance of
early dry matter and nitrogen accumulation in soybean yield. European Journal of
Agronomy, v.9, p.1-10, 1998.
LARA-CABEZAS, W.A.R.; KORNDORFER, G.H.; MOTTA, S.A. Volatilização de
nitrogênio da amônia na cultura de milho: efeito da irrigação e substituição parcial da
uréia por sulfato de amônio. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.21, p.481487, 1997.
MARCOS FILHO, J. Produção de sementes de soja. Campinas Fundação Cargill,
1986, 86 p.
MELLO, F. A. F.; DO BRASIL SOBRINHO, M. O. C.; ARZOLLA, S.; SILVEIRA, R. I.;
COBRA NETTO, A.; KIEHL, J. C.; Fertilidade do Solo. 03 ed. São Paulo: Nobel,
1983, 400 p.
MERCANTE, F. M. Garantindo a fertilidade do solo. Revista Rural, v. 94, 2005.
MITCHELL, L.; RUSSELL, W. J.; Root Development and Rooting Patterns of
Soybean (Glycine max (L.) Merrill) Evaluated Under Field Conditions. Agronomy
Journal Online by American Society of Agronomy, vol. 63, p. 313-316, 1971.
MOLINA, G. História e atividade profissional. Embrapa, Informação tecnológica.
Brasília, 2008.
MOREIRA, F. M. S.;SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e Bioquímica do Solo. 2˚ Ed.
atualizada e ampliada. Lavras: Editora UFLA, 729 p. 2006.
NITRAGIN. Inoculante para soja: Nitragin Cell Tech HC, 2006. Disponível em:
http://www.nitragin.com.ar/intranet/productos/soja/n-soja-cell-tech.php. Acesso em
08/IX/2010.
NOVO, M. C. S. et al. Nitrogênio e Potássio na fixação simbiótica de N2 por soja
cultivada no inverno. Scientia Agricola. V. 56 n˚1. Piracicaba – SP. 1999.
POTAFOS. Como a planta de soja se desenvolve. Associação Brasileira para
Pesquisa da Potassa e do Fosfato. Piracicapa – SP, 1997. Disponível em
http://www.ipni.org.br/. Acesso em 09 set. 2009.
PROCÓPIO, S. O.; DOS SANTOS, J. B.; PIRES, F. R.; SILVA, A. A.; DE SÁ
MENDONÇA, E.; Absorção e utilização do fósforo pelas culturas da soja e do feijão
e por plantas daninhas. Revista Brasileira de Ciências do Solo, Viçosa, vol. 29, p.
911-921, 2005.
45
RAIJ, B. V.; Avaliação de fertilidade do solo. 01 ed. Piracicaba: Instituto da
Potassa & Fosfato: Instituto Internacional da Potassa, 1981, 142 p.
REICHARDT, K. A água em sistemas agrícolas. São Paulo, Manole, p.157-188.
1987.
REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL, 26. Recomendações
técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e Santa Catarina 1998/99.
Cruz Alta, UNICRUZ, 133 p. 1998.
SFREDO, G. J. Soja no Brasil: calagem, adubação e nutrição mineral. Londrina:
Embrapa Soja, 148 p. 2008.
SILVA, S. Flores do Alimento. Empresa das Artes. 1997. Disponível em:
http://www.agrov.com/vegetais/graos/soja.htm. Acesso em 08 set. 2009.
SOARES, J. L. Fundamentos de biologia: a célula, os tecidos, embriologia,
volume 1. São Paulo: Editora Scipione, 340 p. 1998.
TONIOLO, L.; MOSCA, G.; O cultivo da Soja. 01 ed. Lisboa: Editorial Presença,
1991, 95 p.
VARGAS, M.A.T.; MENDES, I.C.; SUHET, A.R. & PERES, J.R. Duas novas
estirpes de rizóbio para a inoculação da soja. Planaltina, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA-CPAC. Comunicado Técnico, 62), 3 p. 1992.
VARGAS, M.A.T.; HUNGRIA, M. Biologia dos solos de cerrados: fixação biológica
do N2 na cultura da soja. Planaltina, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), p.297-360. 1997.
VERONA, L. S. S.; DENARDIN, R. B. N.; Botânica: morfologia externa da raiz e do
caule. 01 ed. Chapecó: Grifos, n.3, 1998, 24 p.
VIDOR, C.; FONTOURA, G. V. J.; ROCHA, C. M. C.; MARCOS FILHO, J.;
Tecnologia de produção de soja – região central do Brasil 2003. Londrina.
Embrapa Soja; Embrapa Cerrados; Embrapa Agropecuaria Oeste; ESALQ, 2002.
(Embrapa Soja – Sistema de produção, 1).
YAMADA, T.; ABDALLA, S.R.S. e; VITTI, G.C.; Nitrogênio e Enxofre na
Agricultura Brasileira. Piracicaba: IPNI Brasil, 2007, 722 p.
ZILLI, J. E.;CAMPO R. J.; HUNGRIA, M. Eficácia da inoculação de Bradurhizobium
na semeadura da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, V. 45, p. 335338, março 2010.
46
ANEXOS
Anexo 01
Croqui do Experimento. 22/XI/2009.
47
Anexo 02
Análise de Solo da área do Experimento. 01/IX/2009.
Download