0 Universidade Comunitária da Região de Chapecó UNOCHAPECÓ Ricardo Bordin INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Bradyrhizobium E DO USO DE NITROGÊNIO NA ADUBAÇÃO DE BASE NA CULTURA DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill) CHAPECÓ – SC, 2010 1 RICARDO BORDIN INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Bradyrhizobium E DO USO DE NITROGÊNIO NA ADUBAÇÃO DE BASE NA CULTURA DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill) Trabalho de conclusão de curso apresentado a Unochapecó como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Agronomia. Orientador da Instiuição: Luis Carlos Borsuk Orientador de campo: Luiz Fernando G. Cividini CHAPECÓ – SC, 2010 II2 Agradecimento Quero agradecer primeiramente a Deus, pelo dom da vida. Agradecer ao meu pai Jucelito pela oportunidade a mim concedida de cursar a graduação sem nunca me faltar nada, a minha mãe Marilde pelo apoio moral, pelo carinho e pela importância que ela deu a minha formação acadêmica, à minha irmã Lais por ser tão especial. Agradeço aos meus professores, em especial a Lucilene de Abreu, Luis Carlos Borsuk, Lucia Salengue Sobral e Celso Zarpellon que assim como os outros foram responsáveis pela formação profissional, crítica e intelectual que a Universidade me proporcionou. Quero agradecer aos meus colegas, aquelas pessoas que faziam as manhãs de aula serem mais prazerosas. Agradecer aos meus amigos, pessoas que estão sempre ao meu lado. E a todos que me ajudaram ao decorrer do trabalho. 3 III RESUMO O presente trabalho foi realizado na safra agrícola 2009/2010, no município de Palmas – PR, em LATOSSOLO ROXO Distrófico, objetivando avaliar a eficiência do uso de inoculação com Bradyrhizobium e/ou a adição de fertilizante nitrogenado na semeadura da soja (Glycine max (L.) Merrill), sob plantio direto. O experimento foi conduzido sob delineamento experimental de blocos casualizados com quatro repetições. As unidades experimentais constituíam de cinco linhas espaçadas em 0,5m com 5m de comprimento. Os tratamentos do experimento foram: semeadura com inoculação; inoculação com adição de 5 kg.N/ha; inoculação com adição de 10 kg.N/ha; sem inoculação com 5 kg.N/ha; sem inoculação com 10 kg.N/ha; testemunha sem inoculação e sem adição de nitrogênio mineral. Foram usadas estirpes de Bradyrhizobium japonicum de SEMIA 5079 e SEMIA 5080, recomendadas para a inoculação na cultura da soja se usadas combinadas. Foram avaliados aspectos qualitativos e quantitativos como teor de N no tecido foliar, peso de mil grãos e rendimento. Para a variável teor de N no tecido foliar não foi possível verificar relação dos tratamentos avaliados com os resultados encontrados. As variáveis peso de mil grãos e rendimento mostraram que a inoculação efetuada no momento da semeadura, em todas as safras, sem a adição de nitrogênio mineral proporciona maior rendimento. Quando a não realização de inoculação a adição de nitrogênio mineral na dose de 10 kg.N/ha proporciona maior rendimento se comparada com doses inferiores ou a não adição de N mineral. Termos de Indexação: Fixação Biológica de Nitrogênio, adubação nitrogenada, plantio direto, rendimento de grãos. 4 IV SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES _______________________________________________________ 6 LISTA DE TABELAS ___________________________________________________________ 7 LISTA DE SÍMBOLOS _________________________________________________________ 8 1 INTRODUÇÃO__________________________________________________________ 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA______________________________________________ 12 2.1 Origem ____________________________________________________________________ 12 2.2 Botânica e biologia___________________________________________________________ 14 2.3 Nutrição de plantas __________________________________________________________ 16 2.3.1 Nitrogênio ______________________________________________________________________16 2.4 Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) ___________________________________________ 17 3 MATERIAL E MÉTODOS ____________________________________________________ 22 3.1 Local ______________________________________________________________________ 22 3.2 Clima ______________________________________________________________________ 22 3.3 Solo _______________________________________________________________________ 23 3.4 Tratamentos ________________________________________________________________ 23 3.5 Delineamento experimental ___________________________________________________ 24 3.7 Tratos Culturais _____________________________________________________________ 25 3.7.1 Adubação _______________________________________________________________________25 3.7.2 Semeadura ______________________________________________________________________25 3.7.3 Tratamentos fitossanitários ______________________________________________________26 3.7.4 Colheita ________________________________________________________________________26 3.8 Variáveis analisadas __________________________________________________________ 27 3.9 Análise Estatística____________________________________________________________ 27 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO _________________________________________________ 28 4.1 Condições meteorológicas_____________________________________________________ 28 4.1.1 Precipitação _____________________________________________________________________28 4.2 Nitrogênio no tecido foliar ____________________________________________________ 31 4.3 Peso de mil grãos ____________________________________________________________ 33 4.4 Rendimento ________________________________________________________________ 35 4.4.1 Viabilidade econômica_____________________________________________________________39 CONCLUSÕES ______________________________________________________________ 40 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________________________ 41 REFERÊNCIAS ______________________________________________________________ 42 ANEXOS __________________________________________________________________ 46 6 VI LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 01 Vista do local do experimento. Fazenda Sião, Palmas – PR, 19/XII/2009. ............................................................................... pg. 22 Ilustração 02 Croqui de parcela da área do experimento, 10/IX/2009............ pg. 24 Ilustração 03 Precipitação (mm) referente aos meses de novembro de 2009 à abril de 2010 – Palmas – PR. 05/XI/2010 ......................................... pg. 28 -1 Ilustração 04 Quantidade (g.kg M.S. ) de nitrogênio no tecido foliar das plantas de soja (Glycine max (L.) Merrill) em resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes nitrogenados e testemunha. .................. pg. 32 Ilustração 05 Peso de 1000 grãos das plantas de soja (Glycine max (L.) Merrill) em resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes nitrogenados e testemunha. ...................................................... pg. 34 -1 Ilustração 06 Rendimento (kg.ha ) de grãos de soja (Glycine max (L.) Merrill) em resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes nitrogenados e testemunha. ...................................................... pg. 36 Ilustração 07 Sistema radical dos tratamentos T1 (IP) e T3 (IP + 10 Kg.N/ha) respectivamente. 19/XII/2009. ................................................................................................... pg. 38 7 VII LISTA DE TABELAS Tabela 01 Tratamentos utilizados no experimento, 10/IX/2009..................Pg. 23 8 VIII LISTA DE SÍMBOLOS Símbolo 01 - Al Alumínio Símbolo 02 - ATP Trifosfato de Adenosina Símbolo 03 - BMX Brasmax Símbolo 04 - Cfa Clima Temperado úmido Símbolo 05 - ˚C Graus Celcius Símbolo 06 - DAE Dias Apos Emergência Símbolo 07 - DAF Duração da Área Foliar Símbolo 08 - Dra Doutora Símbolo 09 - et al. Colaboradores Símbolo 10 - FBN Fixação Biológica de Nitrogênio Símbolo 11 - Fe Ferro Símbolo 12 - g Gramas Símbolo 13 - H Hidrogênio Símbolo 14 - ha Hectare Símbolo 15 - IAF Índice de Área Foliar Símbolo 16 - IC Índice de Colheita Símbolo 17 - IP Inoculação Padrão Símbolo 18 - K Potássio Símbolo 19 - KCl Cloreto de Potássio Símbolo 20 - Kg Quilogramas Símbolo 21 - L Litro Símbolo 22 - m Metro Símbolo 23 - m2 Metros Quadrados Símbolo 24 - mm Milímetro Símbolo 25 - Mo Molibdênio Símbolo 26 - N Nitrogênio IX9 Símbolo 27 - NH3 Nitrato Símbolo 28 - NO4 Amônio Símbolo 29 - P Fósforo Símbolo 30 - P2O5 Fosfato Super Simples Símbolo 31 - R Fase Reprodutiva Símbolo 32 - RS Rio Grande do Sul Símbolo 33 - R1 Estádio Reprodutivo Um Símbolo 34 - R2 Estádio Reprodutivo Dois Símbolo 35 - R3 Estádio Reprodutivo Três Símbolo 36 - R4 Estádio Reprodutivo Quatro Símbolo 37 - R5 Estádio Reprodutivo Cinco Símbolo 38 - R6 Estádio Reprodutivo Seis Símbolo 39 - R7 Estádio Reprodutivo Sete Símbolo 40 - R8 Estádio Reprodutivo Oito Símbolo 41 - T1 Tratamento Um Símbolo 42 - T2 Tratamento Dois Símbolo 43 - T3 Tratamento Três Símbolo 44 - T4 Tratamento Quatro Símbolo 45 - T5 Tratamento Cinco Símbolo 46 - T6 Tratamento Seis Símbolo 47 - V Fase Vegetativa Símbolo 48 - Vc Estádio de Cotilédone Símbolo 49 - Ve Estádio de Emergência Símbolo 50 - Vn Ultimo Estádio Vegetativo Símbolo 51 - V1 Estádio Vegetativo Um Símbolo 52 - V2 Estádio Vegetativo Dois Símbolo 53 - V3 Estádio Vegetativo Três Símbolo 54 - WG Water Granulo Símbolo 55 - XIX Século Dezenove Símbolo 56 - XV Século Quinze Símbolo 57 - XVI Século Dezesseis Símbolo 58 - + Mais/Soma Símbolo 59 - % Porcentagem 10 1 INTRODUÇÃO O Brasil apresentou na safra 2009/2010 uma produção total de soja (Glycine max (L.) Merrill) de 68.688,2 mil Ton., sustentando a segunda colocação no ranking mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos da America. O rendimento nacional atualmente fica em 2.927 kg/ha (CONAB, 2010). A soja é uma das principais fontes de óleo vegetal e proteína do mundo, com histórico na alimentação humana e animal datada de milênios, sem causar danos aos consumidores e meio ambiente e sua comercialização vêm sendo praticada á muito tempo, tornando-se em dias atuais uma importante moeda de negociação, não só entre produtores, como também no mercado internacional de commodities. Segundo Diehl e Junquetti (2009), a soja pode produzir satisfatoriamente mesmo em solos com limitações por fertilidade, pois reage muito bem a adubação. A aplicação de macro nutrientes em qualquer cultivo resulta em maior rendimento (ROSOLEM e MARCELLO, 1998). Dado que as condições edafo-climáticas podem reter, lixiviar e ainda disponibilizar esses nutrientes para plantas infestantes (PROCÓPIO et al., 2005), parte desses nutrientes estão sendo perdidos. Estimular na planta uma simbiose, com organismos vivos, propiciando capacidade de absorver nutrientes do solo, mesmo em condições adversas, como acidez e o seqüestro desses nutrientes por moléculas como a de Alumínio (Al), cria uma margem de ganho ou de perda dos nutrientes aplicados. 11 Autores como Yamada et al (2007), afirmam que a soja não necessita de aplicações de adubos nitrogenados pois a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), que ocorre da relação do vegetal com bactérias especificas capazes de sintetizar nitrogênio atmosférico, supre a necessidade da cultura por completo. Já alguns estudiosos como Raij (1987) e Mello et al (1985) apontam que no início da infecção o nódulo não está efetivo e que entre 25% e 35% do nitrogênio utilizado pela planta ela absorve de reservas desse nutriente no solo, podendo lhe conferir melhor arranque inicial e teores diferenciados de proteínas nos grãos. Alguns produtores utilizam adubação de base com pequenos teores de nitrogênio, o que configura um aumento no custo de produção, e suas justificativas são baseadas em melhor arranque inicial da cultura, mas isso pode não significar maiores rendimentos. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito de usar nitrogênio na semeadura de soja, analisando quais os reais ganhos ou perdas com essa adição. 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Origem A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma planta originária do Continente Asiático, onde essa leguminosa constituía-se na base alimentar da China. Durante séculos permaneceu restrita ao Oriente, devido a inexistência de intercâmbio com as civilizações ocidentais. Após a chegada dos primeiros navios europeus, no final do século XV e início do século XVI, foi trazida para o Ocidente. Entre os séculos XVI e XIX pesquisadores da Europa obtiveram sementes de soja que foram distribuídas em Jardins Botânicos e estações experimentais de vários países. Na América, foi citada pela primeira vez em 1804 nos Estados Unidos, como planta forrageira e produtora de grãos. Após muitas pesquisas, em 1880 verificou-se o aumento da área cultivada, devido à maior produtividade e menor custo de colheita em relação às demais leguminosas disponíveis na época. Sua expansão ocorreu em grande escala no ano de 1930. Esta cultura foi implantada na região nordeste do Brasil em 1882, e na região sudeste no ano de 1892 e nas décadas seguintes foi cultivada em pequena escala e submetidas a várias pesquisas. Nos anos 60 e 70 tornou-se uma cultura de grande importância econômica (MARCOS FILHO, 1986). Segundo Costa (1996) a soja foi implantada no Estado do Rio Grande do Sul em 1900. Seu rápido desenvolvimento que ocorreu a partir da década de 60, deve- 13 se, principalmente, ao imediato aproveitamento da infra-estrutura da lavoura de trigo (Triticum aestivum), que ficava ociosa na época de estação quente, e também a necessidade de encontrar uma leguminosa que propiciasse a sucessão com o trigo. O que garantiu sua crescente participação na agricultura gaúcha foi sua perfeita adaptação ao sistema já adotado. Em Santa Catarina, a soja foi introduzida inicialmente, na região Oeste e no Vale do Rio do Peixe, por agricultores vindos do Rio Grande do Sul, porém, seu cultivo deu-se em pequena escala, voltado basicamente, à alimentação de suínos. Com o crescimento da produção de soja no estado, surgiram as primeiras indústrias para extração de óleo (GOLIN, 2005). A soja chegou ao Paraná na década de 50. No sudoeste do Estado, a cultura desenvolveu-se com a migração de colonos vindos do RS, onde a soja já era cultivada há mais tempo. O desenvolvimento ocorreu paralelamente com as demais regiões do Estado (Embrapa, 2004). A cultura da soja encontrou no Brasil, disponibilidade de área e condições climáticas muito favoráveis á sua expansão. Hoje o país ocupa o segundo lugar em nível mundial nesta espécie em termos de produção total e de área cultivada, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Esta cultura é responsável por 10% do total das receitas cambiais brasileiras e por outros benefícios indiretos que são gerados ao longo da sua cadeia produtiva, exercendo uma enorme importância econômica e social no Brasil (VIDOR et al., 2003). A eficiência de um bom gerenciamento e a utilização de novas tecnologias com o intuito de reduzir custos e aumentar rendimento tem grande importância para que produtores participem em mercados cada vez mais globalizados e competitivos (EMBRAPA, 2008). 14 2.2 Botânica e biologia Segundo Silva (1997), a soja (Glycine max (L.) Merrill) trata-se de uma planta herbácea, anual, de costume ereto, pubescente (apresenta haste, folha e fruto provido de pêlos muito finos, brancos, pardo-queimados ou tostados), e que varia de 60 cm a 150 cm de altura, com sistema radicular rico em nódulos de bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico. As folhas são compostas por três folíolos grandes, geralmente de formatos ovais. Os frutos característicos do tipo vagem são achatados, pilosos e assumem cor castanho-clara quando maduro e contém de duas a cinco sementes. De acordo com o sistema Cronquist, citado por Castro et al., (1999), a Soja pertence à família das Fabaceae, e ao Gênero Glycine. Toniolo e Mosca, (1991), apontaram que são cultivadas três plantas provenientes da espécie Glycine max, distintas pelo modo de crescimento que cada uma apresenta. Descreveram então os tipos distintos em: Crescimento do tipo Indeterminado, onde não existe inflorescência terminal no ápice da planta, assim não cessando o seu crescimento. A floração inicia precocemente, antes mesmo da planta atingir metade de seu peso final. A formação de vagens tem seu princípio na parte basal da planta, em direção ao ápice, tendo assim seu amadurecimento graduado. No crescimento do tipo Determinado, ocorre justamente o contrário, sendo que a presença de uma inflorescência na parte apical não permite mais o crescimento da planta, a presença de vagens se dá de forma igual da base ao ápice, assim como sua maturação. Há ainda as plantas de crescimento Semideterminado, com existência de um misto, ou uma variedade simultânea no conjunto de plantas. 15 Potash e Phosphate Institute, fundamentada na Escala Fenológica de Fehr e Caviness (1977), citada por Potafos, descreve o sistema de desenvolvimento da planta em duas fases: vegetativa (V) e reprodutiva (R). Subdivisões da fase vegetativa são designadas numericamente como V1, V2, V3, até Vn, com diferença apenas nos dois primeiros estádios que são designados como VE (emergência) e VC (estádio de cotilédone). O último estádio vegetativo é designado como Vn, com “n” representando o número do último nó vegetativo formado por um cultivar específico. E Subdivisões da fase reprodutiva, que se inicia em R1, florescimento, e estende-se até R8, que se caracteriza no pleno amadurecimento das plantas. Em plantas de hábito determinado o florescimento progride de cima para baixo, já em planta de hábito indeterminado ocorre o inverso, e a planta continua a crescer mesmo após o aparecimento das primeiras flores. Os ramos começam a florescer alguns dias depois da haste principal. As taxas de crescimento vertical da raiz no florescimento aumentam incisivamente e permanecem relativamente altas nos estádios R4 a R5. O crescimento radicular é determinado pelas condições edafoclimáticas, e ocorre durante todo o ciclo da cultura, cessando quando os nutrientes são direcionados a formação de grãos, estádio R5 (CÂMARA et al.(1982), apud CASTRO et al. (1999). E de acordo com Toniolo e Mosca, (1991), as raízes primárias crescem na vertical, podendo a raiz principal chegar a um metro ou mais de profundidade, e Mitchell e Russell, (1971) apontaram que ao mesmo tempo formam-se raízes adventícias, que são ramificações da raiz principal, que partem logo abaixo do hipocótilo, e se aprumam paralelamente a principal, mas com abrangência maior em sentido horizontal. 16 As principais funções das raízes são a sustentação das plantas e a absorção de água, nutrientes e outras substâncias minerais como Nitrogênio, Potássio e Fósforo do solo (VERONA, 1998). 2.3 Nutrição de plantas O crescimento da planta é regulado pela energia luminosa do Sol e pelos elementos nutritivos incorporados no solo (TONIOLO e MOSCA, 1991). 2.3.1 Nitrogênio O nitrogênio (N) é o mais caro dos nutrientes e o requerido em maiores quantidades pela maioria das culturas (RAIJ, 1987). Na soja (Glycine max (L.) Merrill) não é diferente, pois os grãos são muito ricos em proteínas, apresentando um teor médio de 6,5% N. Desse modo, para produzir 1.000 kg de grãos de soja são necessários 65 kg de N, e pelo menos mais 15 kg de N para as folhas, caule e raízes, assim tem-se uma necessidade de 80 kg de N. Conseqüentemente, para a obtenção de rendimentos de 3.000 kg de grãos/ha, são necessários 240 kg de N, dos quais 195 kg são retirados da lavoura pelos grãos (HUNGRIA et al, 2001). Nos agrossistemas, o adubo nitrogenado é o principal veiculo de adição de N e um dos insumos de maior importância pelo desempenho crescente na produtividade vegetal e pelo atendimento da demanda de alimentos (YAMADA et al., 2007). É um nutriente bastante móvel no floema, provocando sintomas de deficiência nas partes mais velhas das plantas. Os sintomas de deficiência são clorose total, seguida de necrose, devido a menor produção de clorofila. Quando a planta é 17 deficiente em N, a relação carboidratos solúveis/proteína é maior pois há falta de N para a síntese de proteína (SFREDO, 2008). O N pode ser absorvido nas formas de Nitrato e Amônio, sendo a primeira uma forma livre não adsorvida no solo e que praticamente acompanha a água que entra na planta tornando-se a forma predominante (RAIJ, 1987) e, assim sendo, após a absorção o NO3 deve ser reduzido a NH4 para o N se transformar em aminoácidos e proteínas (SFREDO, 2008). O N é constituinte de proteínas, aminoácidos, nucleotídeos, hormônios, coenzimas, vitaminas e pigmentos como clorofila, principal constituinte da fotossíntese (FLOSS, 2008). A pequena fração mineral, presente como NO3 ou NH4, tem como função ativar enzimas. Cerca de 90% do N total da planta encontra-se na forma orgânica (SFREDO, 2008). É um nutriente bastante móvel no solo, de desequilíbrio entre as quantidades disponíveis e não disponíveis, e sem efeito cumulativo direto na adubação de um ano para outro, sem assim haver efeito das adubações de caráter nitrogenado na cultura subseqüente se a anterior não for capaz de ciclar esse elemento e disponibilizá-lo ao sistema (RAIJ, 1987). 2.4 Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma planta capaz de estabelecer simbiose e estabelecer nódulos em seu sistema radical, se caracterizando como uma planta nodulífera. O nódulo pode ser considerado a “casa das bactérias”, local onde ocorre a fixação de Nitrogênio (FBN) (CÂMARA, 2000). 18 As primeiras observações de presença de nódulos nas raízes das Fabáceas se deu por volta da metade do século XIX e sua produção pela ação bacteriana foi relatada em 1858 por Lachmann (MELLO et al, 1985). Segundo os mesmos autores, após isso vários estudos deram origens aos denominados grupos de inoculação cruzada, ou seja, plantas e suas respectivas espécies de bactérias fixadoras de Nitrogênio (N), as quais demonstram ao máximo essa característica. A simbiose é resultado de um processo evolutivo de milhões de anos, entre a planta hospedeira e a bactéria, para permitir que haja a sobrevivência em condições de déficit de N no solo (HUNGRIA et al, 2001). No vanguarda desses estudos encontra-se uma pesquisadora brilhante e convicta no sucesso de seus resultados, a checoslovaca naturalizada brasileira Johana Döbereiner (FRANCO, 2009). Nascida em 1924, na Checoslováquia, Johana chegou ao Brasil em 1951 e mais tarde naturalizou-se brasileira. Formada em agronomia pela Universidade de Munique, destaca-se no mundo científico pelos seus mais de 500 trabalhos publicados, ganhando 12 prêmios importantes e ocupando um lugar na Academia de Ciências do Vaticano, sendo, inclusive, indicada para receber o prêmio Nobel de Química. Dra. Johana Döbereiner está na sétima posição entre os pesquisadores brasileiros mais citados no mundo e figura essa lista sendo a primeira do sexo feminino. Dentre suas várias pesquisas descobriu que as bactérias do gênero Rhizobium retiram o nitrogênio do ar e o transferem para a planta, que o utiliza como nutriente para favorecer o seu crescimento. A sua história confunde-se com a da fixação biológica de nitrogênio, e quando em 1964 Johana ajuda a balizar o então iniciante programa de melhoramento de soja tropical brasileiro à seguir na contramão do norte americano, ajudou a alavancar o Brasil ao segundo lugar na 19 produção mundial e a uma economia de bilhões de dólares em adubos nitrogenados, viabilizando essa cultura (MOLINA, 2008). A FBN é um processo de redução do nitrogênio atmosférico, que só ocorre entre microorganismos, e se da graças à capacidade de esses microorganismos produzirem a enzima nitrogenase entre outros componentes essenciais e indispensáveis para que ocorra o processo. O Ferro (Fe) e o micronutriente Molibdênio (Mo) são parte constituinte das proteínas básicas que dão origem a enzima nitrogenase (FLOSS, 2008). Reação simplificada da FBN: 1 /2N2 + 3H+ nitrogenase NH3 Embora a reação seja de redução e funcione em condições anaeróbicas, existe o suprimento controlado de Oxigênio (O2), para que outros componentes possam ser efetivos, oxidar glicídios e produzir energia (ATP), e essa participação restrita de O2 só é possível mediante a presença da proteína leghemoglobina, que transporta o oxigênio do meio externo até o bacterióide e confere aos nódulos a tonalidade avermelhada (YAMADA, 2007). Em condições de campo, na primeira semana, de cinco a oito dias após a emergência (DAE) já é possível observar a formação dos primeiros nódulos, de tamanho relativamente bom e em número de quatro a oito, ao alcançar dez a doze DAE. Nessa fase, poderá se observar que as plantas noduladas estão um pouco amareladas, se comparadas àquelas que receberam uma dose inicial de fertilizante nitrogenado. O fertilizante nitrogenado já está pronto para ser absorvido, enquanto as atividades biológicas estão iniciando e necessitam de um certo tempo de adaptação, por isso há esta ocorrência. Esses sintomas desaparecem após dois ou três dias (HUNGRIA et al, 2001). 20 A FBN só acontece quando existe falta de nitrogênio para suprir necessidades nutricionais da planta. Obviamente que se for detectada pela planta a presença de nitrogênio no solo ele será absorvido, e poderá inibir a formação de nódulos. Essa inibição pode ser temporária, e a formação de nódulos se iniciará assim que o teor de N do solo diminuir e não mais suprir a demanda (YAMADA, 2007). Deve-se salientar que no início da infecção as bactérias agem como parasitas e não como um organismo simbiótico, fazendo assim com que possam existir bons resultados na adubação nitrogenada em leguminosas jovens (MELLO et al, 1985). Alguns autores como Borkert et al (1994), citam que a planta chega a extrair do solo cerca de 30% do nitrogênio que ela necessita e o restante sim é proveniente da FBN. A fixação simbiótica de nitrogênio inicia nas primeiras semanas da cultura e se intensifica até o período de formação das vagens (HUNGRIA et al, 2001). Com fotossíntese acelerada a fixação alcança o máximo e pode exceder a velocidade de síntese de proteína, podendo haver excesso de N causando fito toxidade (MELLO et al, 1985). Como a soja tem seu centro genético original localizado na China, as bactérias capazes de inocular suas raízes e capturar nitrogênio também não são nativas do Brasil (HUNGRIA et al, 2001). Por isso existiu a necessidade de se identificar bactérias capazes de efetuar a FBN e produzir estirpes que fossem capazes de viver em simbiose com essa cultura. Interações com pesquisadores do mundo todo e a reunião de muitas informações deram subsídio a essas descobertas. A base genética das estirpes utilizadas no Brasil são trazidas de culturas puras dos 21 Estados Unidos (várias estirpes SEMIA-RS e SMS-SP) e Austrália (CB1809) (FRANCO, 2009). Alguns testes realizados a campo, com cultivo de soja no inverno e uso de diferentes doses de nitrogênio na base, realizados por Novo et al (1999), mostraram que apenas a inoculação não forneceu a quantidade de N suficiente para que a cultura maximizasse sua produtividade, também foi observado que a adição de N mineral prejudicou a fixação biológica de nitrogênio, mas aumentou o teor de proteína dos grãos. 22 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Local O experimento foi realizado no ano agrícola de 2009/2010 em uma área de 385m² pertencente ao Sr. Jucelito Bordin, situada a 26°30'41’’ latitude sul e 51°55'37’’ longitude oeste, a 1.035m de altitude, no interior da cidade de Palmas, sudoeste do Estado do Paraná. Ilustração 01 Vista do local do experimento. Fazenda Sião, Palmas – PR, 19/XII/2009. 3.2 Clima O Clima da região Sudoeste do Paraná segundo o sistema de classificação de Köppen, é considerado como sendo um clima subtropical úmido mesotérmico 23 (Cfb) com temperaturas médias anuais de 15oC a 22oC e precipitação média de 1800 a 2000mm, bem distribuídas durante o ano. Costumeiramente, os verões são brandos e invernos frios. Pelo fato do inverno ser rigoroso, apresenta ainda de 5 a 25 dias com geada/ano. 3.3 Solo O solo é caracterizado como sendo LATOSSOLO ROXO Distrófico equivalente ao subtropical Álico (Embrapa, 2006). 3.4 Tratamentos Os tratamentos utilizados no experimento encontram-se na tabela a seguir e somam o total de seis com quatro repetições cada. Tabela 01 Tratamentos utilizados no experimento, 10/IX/2009. Tratamento Descrição T1 00 kg/ha de N com Semente Inoculada T2 05 kg/ha de N com Semente Inoculada T3 10 kg/ha de N com Semente Inoculada T4 00 kg/ha de N com Semente não Inoculada T5 05 kg/ha de N com Semente não Inoculada T6 10 kg/ha de N com Semente não Inoculada 24 3.5 Delineamento experimental O delineamento experimental utilizado foi o de Blocos Completos Casualizados com quatro repetições. As parcelas compostas de cinco linhas com 5m de comprimento, espaçadas 0,50m entre linhas, tendo assim cada parcela uma área de 10m². A área que foi considerada para fins estatísticos, denominada área útil foi constituída pelas três fileiras centrais de cada parcela, as fileiras laterais e as extremidades de cada parcela eliminadas sendo que nas extremidades foi eliminada uma área de 1m, para minimizar os efeitos do ambiente. Portanto a área útil foi de 1,5m de largura por 3m de comprimento formando uma área de 4,5m². Ilustração 02 Croqui de parcela da área do experimento, 10/IX/2009. 25 3.7 Tratos Culturais 3.7.1 Adubação Foi utilizada apenas adubação de base com preparação manual de fontes separadas de macro-nutrientes. Os tratamentos diferem entre si na adubação de base, mas as quantidades dos nutrientes adicionados na linha são as mesmas, exceto para o Nitrogênio. As quantidades utilizadas foram calculadas conforme análise de solo (em anexo) e interpretação conforme o Manual de Adubação e Calagem para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As fontes utilizadas foram Superfosfato simples (P2O5) para Fósforo e Cloreto de Potássio (KCl) para potássio. 3.7.2 Semeadura A semeadura foi realizada no dia 23 de novembro de 2009, e foi utilizada a cultivar de Soja BMX Potência RR, da empresa brasileira Brasmax, com uma população após emergência e raleio de 300.000 plantas/ha. Nos tratamentos que foram inoculados utilizou-se o método denominado Inoculação Padrão, termo utilizado neste trabalho para representar a técnica recomendada para as práticas de produção adotadas na região, ou seja, inocular no ato da semeadura, esta que ocorreu de forma manual, com plantadeiras artesanais de uma linha. 26 3.7.2.1 Inoculante O inoculante utilizado no experimento foi o Cell-Tech HC da empresa Nitragin, um formulado bioquímico com células vivas de Bradyrhizobium japonicum SEMIA 5080 e SEMIA 5079 (Nitragin, 2010). 3.7.3 Tratamentos fitossanitários Anterior a semeadura foi efetuada dessecação com herbicida não seletivo Roundup WG (Glifosato), na dose de 1 kg/ha. Aos 21 dias após emergência (DAE) foi efetuado um tratamento com herbicida pós emergente não seletivo Roundup WG (Glifosato), na dose de 1 kg/ha, para controle de invasoras. Quando necessário foram feitos tratamento com inseticida sistêmico Tamaron BR (metamidofós), na dose de 0,5 L/ha, para controle e supressão de pragas como Anticarsia gemmatalis e Pseudoplusia includens, entre outras. Visando otimizar as condições que favoreçam a planta, foram efetuados tratamento com fungicidas, em pleno florescimento e duas vezes subseqüentes com intervalo de 18 dias cada, com produto à base de estrobilurina e triazol, de marcas comerciais como Priori Xtra (0,30 L/ha) e Sphere Max (0,15 L/ha). 3.7.4 Colheita A colheita foi efetuada no dia 12 de abril de 2010, de forma manual. As plantas da área útil foram colhidas, trilhadas e separadas as impurezas, logo após os grãos foram submetidos a teste de determinação de umidade que ficou em 13%, de posse dos dados foram efetuados os cálculos para estimar o rendimento de grãos por hectare. 27 3.8 Variáveis analisadas Na fase reprodutiva R1 foram coletadas amostras foliares, cerca de quarenta folhas de quarenta plantas por parcela, dos terceiros ou quarto nós a partir do ápice para determinação de N na folha (SFREDO, 2008). Após finalizada a colheita, os grãos de cada parcela foram pesados, e assim determinado o rendimento por área. Houve a separação de forma aleatória de 1000 grãos por tratamento e feita a pesagem em balança de precisão no Laboratório de Análises de Sementes da Unochapecó. 3.9 Análise Estatística Os dados coletados foram submetidos a análise de variância pelo teste F e as diferenças entre as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 0,05 de significância, com o auxilio do software Assistat. 28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Condições meteorológicas 4.1.1 Precipitação Ilustração 03 Precipitação (mm) referente aos meses de novembro de 2009 à abril de 2010 – Palmas – PR. 05/XI/2010 Conforme a ilustração 03, entre o período de 23 de novembro de 2009 até dia 23 de dezembro de 2009, da semeadura até o estádio V3, (três trifólios) (POTAFOS, 1997), o acúmulo de chuvas foi de 296,5 mm (COAMO, 2010), uma média de 9,8 mm/dia, ou seja satisfatório para o período, pois a necessidade da cultura fica em torno de 3-4 mm/dia, já que a evapotranspiração é menor (Embrapa, 2008). 29 Entre o estádio V3 e R3 (pleno florescimento - início da formação de vagens) (POTAFOS, 1997), que corresponde ao período de 24 de dezembro de 2009 a 31 de janeiro de 2010, a planta aumenta suas taxas respiratórias, transpiratórias e de transporte e translocação de nutrientes pois estão ocorrendo processos fisiológicos que definirão alguns atributos de rendimento, como número de vagens/grãos por vagem e formação de botões florais e aumento incisivo do crescimento vertical das raízes (Floss, 2008) e para isso a necessidade de água aumenta para 5-6 mm/dia (Embrapa, 2009). A precipitação nesse período acumulou 312,5 mm (COAMO, 2010), uma media 8 mm/dia, portanto a quantidade de chuvas para esse período foi satisfatória. Durante todo o mês de fevereiro até 12 de março de 2010 o acúmulo de chuvas ficou em 154,5 mm (COAMO, 2010), uma média de 3,8 mm/dia. Neste período a planta encontrava-se na fase reprodutiva, passando do estádio R3 para R6 (formação dos grãos) (POTAFOS, 1997), e é um período de maior necessidade de água, cerca de 7-8 mm/dia (Embrapa, 2009), para que ocorram de forma suficiente as translocações nutricionais das fontes (folhas, estruturas fotossintéticas, solo) para os drenos (frutos, sementes). Segundo Reichardt (1987), a cultura da soja (Glycine max (L.) Merrill) é sensível a condições de solo saturado, devendo este ser bem drenado e arejado, e dentro de limites a soja mostra uma notável capacidade de se adaptar a déficits de água. Segundo Floss (2008) o déficit de água no período reprodutivo é o que mais afeta o rendimento, e o acúmulo diário de água não foi satisfatório e mesmo assim a cultura demonstrou um bom resultado, isso pode ser explicado por outros fatores como, escalonamento das chuvas, quantidades acima da média em outros períodos da cultura que foi instalada sob plantio direto, o que auxilia na conservação da umidade do solo, entre outros. 30 Nos últimos trinta dias da cultura no campo (13 de março a 12 de abril de 2010), período que correspondeu a passagem dos estádios R6 para R8 (maturidade completa) (POTAFOS, 1997) o acúmulo de chuvas ficou em 246 mm (COAMO, 2010), 8,2 mm/dia em média. Satisfatório para o período, já que em seu final de ciclo a planta necessita de doses baixas de água. A água é o solvente universal e o principal constituinte dos seres vivos, representa 90% do peso da planta. É ela que conduz, como veículo, substâncias que devem entrar ou sair de células através da membrana celular, regula temperatura mantendo e distribuindo o calor, além de ter participação imprescindível em reações de hidrólise, ou seja, decomposição de moléculas grandes em moléculas menores, por isso o déficit hídrico pode acarretar menores taxas de desenvolvimento na cultura, menor reciclagem de nutrientes, também como menor eficiência no uso de fertilizantes (SOARES, 1998). A disponibilidade de água para a planta de soja não deve ter restrições em dois períodos de desenvolvimento da cultura, na germinação-emergência e floraçãoenchimento de grãos. O desenvolvimento de uma planta só inicia quando houver nível adequado de água para que ocorra a germinação, a soja necessita de mais de 50% do peso da semente, para permitir o entumescimento e desenvolvimento do embrião, mas não pode ultrapassar a taxa de 85%, portanto o déficit e excesso são prejudiciais nos primeiros momentos da cultura a campo. Com o passar do tempo as exigências por água vão aumentando chegando ao seu máximo na fase de floração-enchimento de grãos, onde a soja necessita 7-8 mm/dia. Qualquer déficit expressivo pode causar alterações fisiológicas na planta e conseqüente diminuição de rendimento (Embrapa Soja, 2008). 31 Do ponto de vista agrícola a distribuição mensal da precipitação é mais importante que a anual, para atender as exigências especificas de cada cultura na sua estação de cultivo e estádio de desenvolvimento (FLOSS, 2008). O total de água necessário na cultura da soja, para a obtenção do máximo rendimento, varia entre 450 e 800 mm/ciclo, dependendo das condições climáticas do período, do manejo empregado na cultura e da duração do ciclo (Embrapa Soja, 2008). Câmara et al. (1982) afirmaram que a cultura da soja adapta-se bem a regiões onde as precipitações médias se situam entre 700 mm e 1.200 mm. O acúmulo total no período do experimento foi de 1.009,5 mm (COAMO, 2010), o que pode-se considerar satisfatório, ou seja, que o fator água não foi limitante para a expressão dos resultados. 4.2 Nitrogênio no tecido foliar Percebe-se pela ilustração 04 que o tratamento T2 (IP – Inoculação Padrão + 5 Kg.N/ha) apresentou os melhores resultados diferindo estatisticamente dos demais tratamentos. Os tratamentos T1 (IP) e T3 (IP + 10 kg.N/ha) apresentaram teores menores que todos os demais. 32 -1 Ilustração 04 Quantidade (g.kg M.S. ) de nitrogênio no tecido foliar das plantas de soja (Glycine max (L.) Merrill) em resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes nitrogenados e testemunha. Os resultados obtidos não permitem concluir que a adição de nitrogênio (N) mineral e/ou inoculação padrão para a soja acarreta em elevação no teor de N no tecido foliar no estádio R1 da cultura. Contudo, observa-se que as menores adições de nitrogênio na semeadura demonstraram maiores teores de nitrogênio foliar em R1, isso pode estar relacionado com a eficiência de absorção dos fertilizantes nitrogenados e suas perdas ao meio, ou seja, as menores quantidades foram mais rapidamente absorvidas, tiveram menores perdas e portanto resultaram em maior eficiência no acúmulo deste nutriente neste estádio da cultura. Processos como a volatilização da amônia, já que a fonte de N aplicada foi uréia, ocasionam perdas e caracterizam as baixas taxas de eficiência dos fertilizantes nitrogenados (BELOW, 2002). De acordo com Lara-Cabezas et al. 33 (1997), embora o adubo tenha sido incorporado existem perdas significativas por esse processo. De acordo com Sfredo (2008), 84% do N absorvido pela soja é exportado pelos grãos. O resultante de N, desconsiderando o exsudado pelas raízes, tem sido próximo a zero, ou seja, pouco N deixado no solo o que favorece a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). 4.3 Peso de mil grãos Segundo Cunha (2004), esta variável consiste em uma medida de qualidade utilizada para diferentes finalidades, dentre elas a comparação da qualidade de diferentes lotes de sementes, determinação do rendimento de cultivos e mesmo para o cálculo da densidade de semeadura. Conforme a ilustração 05, a análise de variância revelou diferença significativa entre os tratamentos em relação a variável peso de mil grãos. O tratamento designado T1, ou seja, somente inoculação padrão obteve os maiores índices, e em relação a testemunha a diferença ficou em torno de 16%, em números reais isso significa 26,1 g. 34 Ilustração 05 Peso de 1000 grãos das plantas de soja (Glycine max (L.) Merrill) em resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes nitrogenados e testemunha. Durante o enchimento de grãos a demanda por nutrientes é grande, e é neste período que os grãos acumulam metade do N, P e K, por redistribuição das partes vegetativas, a outra metade por absorção do solo e/ou atividade dos nódulos. A translocação, termo adotado aqui para descrever o transporte multidirecional do floema, é bastante variável e regido por controle metabólico. Estruturas fotossinteticamente ativas, como folhas maduras, suprem as necessidades de partes da planta que não são auto-suficientes. Numa planta jovem o fluxo geralmente é para crescimento de sistema radicular. Conforme a planta cresce esse fluxo se diversifica, se direcionando a todas as partes da planta. Quando se atinge a fase reprodutiva praticamente todo o transporte se direciona as flores e frutos (estruturas reprodutivas), de nutrientes orgânicos a minerais presentes nas folhas. Ou seja, parte destes nutrientes são translocados, seguindo um 35 gradiente de concentração, das estruturas fotossinteticamente ativas, como folhas e outros tecidos (fonte), para estruturas de reserva, como os grãos (dreno) (FLOSS, 2008). Essa redistribuição ocorre independentemente da disponibilidade de nutrientes no solo (CÂMARA, 2000). Koutroubas et al (1998), afirmam haver supremacia nas plantas inoculadas no acúmulo de fitomassa seca em R2 (florescimento) e R5 (enchimento de grãos), estádios em que a planta apresenta a maior intensidade metabólica devendo estar bem suprida de N e fotoassimilados, e de acordo com o referido trabalho, o nitrogênio fixado pela nitrogenase é incorporado mais rapidamente e com menos gasto de energia que a fixação via nitrato redutase. E no fato de macronutrientes, principalmente nitrogênio, terem função como catalizadores da fotossíntese, isso significa que quanto maiores as quantidades de N e quanto maior o tempo de sua presença na planta, maior será a realização da fotossíntese e produção de fotoassimilados e abastecimento dos drenos (FLOSS, 2008). 4.4 Rendimento Na ilustração 06, são apresentados os dados de rendimento dos diferentes tratamentos. Houve diferença significativa entre os tratamentos. 36 -1 Ilustração 06 Rendimento (kg.ha ) de grãos de soja (Glycine max (L.) Merrill) em resposta à inoculação padrão (IP), IP combinada com adição de fertilizantes nitrogenados, somente adição de fertilizantes nitrogenados e testemunha. O tratamento que recebeu apenas a inoculação padrão, referenciado como T1, obteve maior rendimento em relação aos demais. Esse resultado confirma a eficiência das estirpes SEMIA 5079 + SEMIA 5080. Vargas et al. (1992), em estudo nos Cerrados, conduzindo três experimentos com soja (Glycine max (L.) Merrill), realizados em plantio convencional, com as estirpes SEMIA 5079 + SEMIA 5080, encontraram resultados onde os ganhos variaram de 80 a 291 kg/ha, correspondendo a um incremento, na produtividade, de 4 a 12,5%. Estes dados confirmam o encontrado no experimento. Hungria et al. (1997) e Ferreira et al. (2000), constataram que o plantio direto, quando comparado ao plantio convencional em soja, aumentou o número de células de Bradyrhizobium e que as estirpes foram mais eficientes no processo de fixação do N2. 37 Os Bradyrhizobium são as bactérias mais utilizadas para a inoculação em soja, e as estirpes mais recomendadas para esta cultura são as SEMIA 587, SEMIA 5019 (29 w), SEMIA 5079 (CPAC 15) e SEMIA 5080 (CEPAC 7), que obrigatoriamente são introduzidas aos pares nos inoculantes comerciais (Reunião..., 1998). Essas estirpes são utilizadas a décadas e estão estabelecidas no solo. Programas de seleção são realizados para encontrar estirpes mais eficientes e com capacidade de competir com as naturalizadas (VARGAS E HUNGRIA, 1997). O tratamento T1 diferenciou dos demais, incluindo os contendo nitrogênio mineral e/ou inoculação padrão. Esses dados estão de acordo com os encontrados por Hungria et al (2001), que constataram que doses baixas de N na fase inicial da cultura tem efeito adverso a FBN afetando o metabolismo da planta, com a diminuição de disponibilidade de oxigênio na respiração nodular e a limitação de carboidratos ao metabolismo do nódulo, podendo até mesmo causar perdas em rendimento. Durante a germinação e crescimento das plantas de soja, a semente e posteriormente as raízes exsudam compostos químicos que atraem as bactérias fixadoras de nitrogênio. O plantio direto beneficia a ocorrência de algumas estirpes resistentes ao intemperismo do meio, pois propicia uma condição edafoclimática favorável, como regulação da temperatura e manutenção da umidade, mas muitas vezes as bactéria só atingem as raízes quando a planta já atingiu um determinado estádio, diferentemente das plantas inoculadas, que propiciam uma nodulação imediata (MERCANTE, 2005). Esse resultado mostra que a reinoculação, mesmo em solo com sucessivos anos de plantio direto de soja, promove uma melhor nodulação e conseqüente fixação biológica de nitrogênio eficiente. 38 Os tratamentos T5 e T4 apresentaram resultados inferiores aos tratamentos T2, T3 e T6. Observando este fato pode-se afirmar que os resultados apresentados se devem a menor dose de N recebidas pelos tratamentos primeiramente citados. A testemunha (T4), apresentou resultados menores que T1, T2, T3 e T6. Em relação a T1, T2 e T3 à presença de inoculante (reinoculação) e em relação a T2, T3 e T6 à adição de nitrogênio mineral, o que sugere que em condição de não inoculação, a adição de 10 kg de N/ha, no momento do plantio, proporciona elevação nos rendimentos. Moreira e Siqueira (2006), afirmam que em culturas com elevado potencial nodulífero, como a soja, doses de arranque não são recomendadas, pois não induzem aumento na produção, corroborando com resultados de vários estudos que indicam que o excesso de N mineral reduz drasticamente a nodulação em leguminosas, pois esta ocorre em resposta as demandas nutricionais da planta. Ainda os mesmo autores afirmam que dose de arranque, denominada “starter”, pode beneficiar a FBN, mas em leguminosas que apresentam nodulação tardia ou fixam N durante um curto período, como é o caso do Feijão (Phaseolus vulgaris). Ilustração 07 Sistema radical dos tratamentos T1 (IP) e T3 (IP + 10 Kg.N/ha) respectivamente. 19/XII/2009. 39 Campos e Gnatta (2006), conduzindo durante três safras, experimentos relacionando diferentes inoculantes e adubação nitrogenada na semeadura da soja, observaram que a aplicação de nitrogênio mineral não resultou em incremento no rendimento da cultura. 4.4.1 Viabilidade econômica O tratamento que obteve maior rendimento, T1, excluindo-se a testemunha foi o que teve menor custo de implantação. Comparando os Tratamentos T1 (IP) e T3 (IP + 10 kg.N/ha) a diferença de rendimento é de 119 kg/ha, o que proporcionou uma adição na receita bruta de (119Kg/60 Kg/Sc x R$ 45,60) R$ 90,28/ha, que adicionado ao custo do fertilizante nitrogenado utilizado (10 kg.N/ha), de R$ 20,00/ha, chega-se a uma diferença de R$ 110,28/ha (COAMO, 2010). 40 CONCLUSÕES Nas condições em que o experimento foi conduzido, os resultados obtidos permitem concluir que: - A inoculação padrão (IP) proporciona elevação no rendimento se comparada com a não realização da mesma; - A realização da inoculação padrão combinada com a adição de nitrogênio (N) mineral no momento da semeadura proporcionou rendimentos superiores, quando a não adição de nitrogênio mineral e não inoculação; - A inoculação padrão isolada proporciona rendimentos superiores que a adição de 10 kg.N/ha com ou sem a mesma; - Há uma tendência de que a inoculação proporciona maior peso de mil grãos na cultura da soja (Glycine max (L.) Merrill); - Não foi possível verificar relação causal entre a inoculação padrão e a adição de N na semeadura com o teor de N no tecido foliar no estádio R1 da cultura da soja. 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS Sugere-se com base nos resultados obtidos, que novos estudos sejam realizados visando esclarecer os seguintes pontos: - Se a adição de nitrogênio (N) compromete a fixação biológica de N (FBN) ao longo de todo o ciclo da cultura; - As marchas de absorção de N pela planta; - Os teores de proteína no grão; - Se a inoculação padrão proporciona componentes de rendimento diferentes como: IAF (Índice de área foliar), IC (índice de colheita), DAF (duração da área foliar), ciclo, entre outros; - Se em condições de cerrado a inoculação terá a mesma eficiência. 42 REFERÊNCIAS BELOW, F. E. Fisiologia, nutrição e adubação nitrogenada do milho. POTAFOS: Informações Agronômicas, Vol. 99, p. 7-12, 2002. BORKERT..... Arquivo do agrônomo n˚ 5: informações agronômicas, n˚ 66, junho de 2004. 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