Informativo 08 2015 - Prefeitura Municipal de Cachoeirinha

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
NOTA INFORMATIVA MORMO
31 de agosto de 2015
Descrição da Doença
Segundo a Secretaria de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul, o Mormo foi
registrado no Estado pela primeira vez em eqüino no Município de Rolante em Junho
de 2015 permanecendo o único foco existente até o momento.
No Brasil os primeiros casos de Mormo foram descritos em 1811, introduzidos
provavelmente por animais infectados importados da Europa. Após vários relatos da
ocorrência da enfermidade em eqüídeos e humanos houve um período de “silêncio
epidemiológico” e a doença parecia ter sido erradicada no Brasil. A última referência de
um foco de Mormo fora relatada no Município de Campos, no Estado do Rio de Janeiro
na Década de 60. Em 1999 foi diagnosticada nos Estados de Alagoas e Pernambuco;
em 2004 notificados focos nos Estados do Paraná e Santa Catarina; em 2008 no
Estado de São Paulo; em 2009 no Distrito Federal e em 2012 nos Estados do Rio de
Janeiro e Minas Gerais. Desde 2013 até o corrente ano houve registros de casos de
Mormo em quase todos os Estados do país além dos Estados acima citados,
Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande
do Norte, Roraima, Rondônia, Sergipe, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio
Grande do Sul.
O Mormo é uma zoonose infectocontagiosa causada pela bactéria Burkholderia mallei
que acomete primeiramente os eqüídeos (cavalos, burros e mulas) e pode ser
transmitida eventualmente a outros animais e ao homem.
A doença é transmitida ao homem pelo contato com animais infectados. A bactéria
entra no organismo através da pele e das mucosas dos olhos e nariz. Casos
esporádicos podem ocorrer principalmente em atividades profissionais relacionadas ao
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manejo desses animais ou manipulação de amostras contaminadas, infectando
médicos
veterinários, tratadores
de
eqüinos, funcionários de
abatedouros e
laboratoristas.
No homem, os sintomas gerais são febre, dores musculares, dor no peito, rigidez
muscular e cefaleia. Podem ainda ocorrer lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz
e diarreia. As manifestações clínicas podem ser classificadas, de acordo com a forma
de infecção, em:
• Infecção localizada: a penetração se dá a partir de um corte ou um arranhão na pele.
Uma infecção localizada, com ulceração, pode se desenvolver entre um e cinco dias, no
local de penetração da bactéria. Hipertrofia dos gânglios linfáticos também pode
ocorrer. Infecções envolvendo as mucosas dos olhos, nariz e trato respiratório poderão
causar aumento da produção de muco nos locais afetados.
• Infecção pulmonar: quadro de pneumonia, abscessos pulmonares e derrame pleural
podem ocorrer. A radiografia de tórax demonstrará infecção localizada nos lobos dos
pulmões.
• Infecção generalizada: pode ocorrer septicemia, geralmente fatal, dentro de sete a
dez dias, quando não tratada.
• Infecções crônicas: envolvem múltiplos abscessos, que podem ocorrer nos músculos
dos membros inferiores e superiores, no baço ou no fígado.
Vigilância Epidemiológica
Os serviços de saúde da rede pública e privada devem ficar em alerta aos casos
suspeitos de Mormo em pessoas, procedentes de áreas afetadas pela doença, para
que sejam iniciadas as condutas terapêuticas o mais breve possível.
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Para o atual momento epidemiológico considera-se como definição de caso suspeito
de Mormo:
Paciente com aparecimento de abscesso ou lesão ulcerada de pele e história de
exposição a animais suspeitos de infecção por B. mallei nos últimos 14 dias.
OU
Paciente com Síndrome Infecciosa (febre, mal-estar, fadiga, dor de cabeça, mialgias,
incluindo dor lombar, linfoadenopatia e dor no peito), acompanhada de sintomas
respiratórios (tosse, dispnéia, dor torácica e escarro muco purulento) e história de
exposição a animais suspeitos de infecção por B. mallei nos últimos 45 dias.
OU
Paciente com sinais de abscesso em qualquer órgão/sistema e história de exposição a
animais suspeitos de infecção por B. mallei nos últimos 90 dias.
Para o atual momento epidemiológico considera-se como definição de caso
confirmado de Mormo:
Paciente suspeito, com diagnóstico laboratorial confirmado feito através da realização
de cultura para identificação de B. mallei.
Para o atual momento epidemiológico considera-se como definição de caso
descartado de Mormo:
Paciente com diagnóstico laboratorial descartado para Mormo e/ou confirmatório para
outra enfermidade.
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Tratamento: Devido à baixa incidência de casos humanos de mormo no mundo, há
poucas informações sobre o tratamento. Burkholderia mallei é geralmente sensível in
vitro, entre outros à tetraciclina, ciprofloxacina, estreptomicina, gentamicina e
sulfonamidas.
Notificação
Todo caso suspeito de Mormo deverá ser notificado imediatamente por telefone no
máximo em 24 (vinte e quatro) horas a partir da suspeita inicial para a Vigilância
Epidemiológica Municipal e, simultaneamente, para a Coordenadoria Regional de
Saúde correspondente e Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Setor de
Antropozoonoses – fone 51 3901-1160 e/ou Disque Vigilância 150). Deverá ser
preenchida a ficha de notificação individual, porem não deve ser incluída no SINAN até
novas orientações do Ministério da Saúde.
Como orientação, em casos suspeitos em animais, estes devem ser informados à
Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária do RS e/ou Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento, ressaltando que as mesmas informações devem ser
encaminhadas ao Ministério da Saúde.
Medidas de Prevenção e Controle
Não há vacina disponível para Mormo. A prevenção da doença em seres humanos
envolve a identificação e eutanásia do animal infectado.
Atenção especial deve ser dada a todos que cuidam de animais ou trabalham com
espécimes suspeitos de infecção (médicos veterinários, tratadores de animais,
magarefes, profissionais de laboratório). Os profissionais expostos e pessoas que têm
contato com animais suspeitos ou com equipamentos contaminados devem usar
equipamentos de proteção individual (EPI) tais como: luva, máscara, óculos e avental.
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É importante evitar a exposição e o compartilhamento de veículos, equipamentos e
alojamentos de animais na área afetada, para minimizar o risco de contágio.
Diagnostico Laboratorial
O Diagnóstico Laboratorial será realizado no Laboratório Central de Saúde Pública –
LACEN/RS. Salientamos que as amostras deverão ser devidamente identificadas com
nome completo do paciente, tipo de material e hora da coleta de cada material.
Metodologias utilizadas: hemocultura e cultura de outros espécimes clínicos.
Amostras coletadas: secreções respiratórias, secreções de lesões, secreções de
linfonodos, sangue (coleta de hemocultura em meio próprio), tecidos do fígado e
pulmão (pos mortem, estes fragmentos devem acondicionados em frasco estéril in
natura). A manipulação das amostras deve ser realizada com uso de EPI (luva, óculos,
máscara e avental).
Acondicionamento e encaminhamento: as amostras devem ser acondicionadas em
caixas térmicas com gelo reciclável, exceto a hemocultura que deve vir em temperatura
ambiente, devidamente acondicionada. Deve ser entregue o mais rápido possível na
recepção do LACEN/RS. De segunda a sexta-feira realizar contato telefônico prévio
com DVE. Nos finais de semana e feriados, deverá ser feito contato através do celular
de plantão da DVE (51) 8501-6882.
Cadastro no GAL: conforme orientações do LACEN/RS.1
1
Acessar http://gal.fepps.rs.gov.br/. Entrar em pesquisa, incluir os dados do paciente e requisitante, agravo (utilizar agravo não
identificado), amostra (cadastrar aquela que será enviada), amostra in natura, data da coleta, incluir. Entrar em pesquisa/exames:
nova pesquisa (selecionar Mormo), amostra (já cadastrada), incluir. No campo dados laboratórios/clínicos – colocar os dados
clínicos do caso suspeito. Automaticamente aparecerá – bactérias, culturas – como exame solicitado, salvar requisição, encaminhar
para a rede.
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