UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA DIRETRIZES PARA ADMISSÃO E ALTA DE PACIENTES CRITÉRIOS DE ADMISSÃO. “A Unidade de Terapia Intensiva deve ser reservada para os pacientes com condições médicas com razoável perspectiva de recuperação substancial.” Modelo por Priorização: Prioridade 1 – Pacientes instáveis necessitando de monitorização e tratamento intensivo que não podem ser oferecidos fora da UTI. Os tratamentos incluem a ventilação mecânica, uso contínuo de drogas vasoativas por exemplo. Os pacientes não devem ter limite no tratamento recebido. Pacientes com doença aguda, em instabilidade hemodinâmica, necessitando de monitorização invasiva ou drogas vasoativas; pacientes em pós-operatório ou insuficiência respiratória necessitando de ventilação mecânica. Prioridade 2 – Pacientes necessitando de monitorização intensiva e que podem potencialmente necessitar de intervenção terapêutica e sem limite estipulado para a intervenção. Pacientes com doenças crônicas que desenvolvem condições médicas ou cirúrgicas agudas. Prioridade 3 – Pacientes instáveis com poucas possibilidades de recuperação em decorrência da doença base ou natureza da doença crítica. Os pacientes podem receber tratamento intensivo com limitação na intervenção terapêutica, como não intubação ou ressuscitação cardiorrespiratória. Pacientes com doença maligna metastática complicada infecção, tamponamento cardíaco ou obstrução de vias aéreas. Prioridade 4 – Pacientes não adequados à internação para monitorização e tratamento intensivo e podem ser divididos em: A. Pacientes com doença terminal e condição de morte iminente, graves demais para se beneficiar de tratamento intensivo. Pacientes com dano cerebral irreversível; disfunção multiorgânica irreversível; câncer metastático sem resposta a radio ou quimioterapia; pacientes conscientes que refutam o tratamento intensivo; pacientes em morte cerebral não doadores de órgãos; estado vegetativo. B. Pacientes com pouco ou nenhum benefício de tratamento intensivo, com pouca probabilidade de intervenção. Pacientes com cirurgia vascular periférica, cetoacidose diabética hemodinamicamente estáveis, insuficiência cardíaca leve a moderada, overdose de drogas em paciente consciente. Modelo por diagnóstico. A. Sistema cardiovascular: a. Infarto agudo do miocárdio com complicação. b. Choque cardiogênico. c. Arritmias complexas necessitando monitorização e intervenção. d. Insuficiência cardíaca congestiva com insuficiência respiratória e/ou necessidade de suporte hemodinâmico. e. Emergências hipertensivas. f. Angina instável, com arritmia, instabilidade hemodinâmica, ou dor torácica persistente. B. C. D. E. F. G. g. Parada cardíaca. h. Tamponamento cardíaco com instabilidade hemodinâmica. i. Aneurisma dissecante da aorta. j. Bloqueio cardíaco completo. Sistema pulmonar: a. Insuficiência respiratória aguda necessitando de ventilação mecânica. b. Embolia pulmonar com insuficiência respiratória. c. Pacientes em unidade intermediária com deterioração da condição respiratória. d. Necessidade de cuidado respiratório ou de enfermagem não disponível em outro setor. e. Hemoptise maciça. f. Insuficiência respiratória com intubação iminente. g. Obstrução aguda de vias aéreas. Sistema neurológico: a. Acidente vascular cerebral com alteração da consciência. b. Coma: metabólico, tóxico ou anóxico. c. Hemorragia intracraniana com potencial de herniação. d. Hemorragia subaracnóide aguda. e. Meningite com alteração da consciência ou comprometimento respiratório. f. Doença neuromuscular ou do sistema nervoso central com deterioração neurológica ou comprometimento respiratório. g. Status epilepticus. h. Morte cerebral em paciente doador de órgãos. i. Vasoespasmo. j. Trauma de crânio grave. Intoxicação exógena. a. Em pacientes hemodinamicamente instáveis. b. Com alteração da consciência ou proteção inadequada da via aérea. c. Com convulsão. Sistema gastrintestinal: a. Sangramento gastrintestinal com hipotensão, angina, não interrompido, ou com comorbidades. b. Falência hepática fulminante. c. Pancreatite aguda grave. d. Perfuração esofágica, com ou sem mediatinite. Sistema endócrino: a. Cetoacidose diabética complicada por instabilidade hemodinâmica, alteração da consciência, insuficiência respiratória ou acidose grave. b. Tempestade tiroidiana ou mixedema com instabilidade hemodinâmica. c. Estado hiperosmolar com coma e/ou instabilidade hemodinâmica. d. Crise adrenal com instabilidade hemodinâmica. e. Hipercalcemia grave com alteração da consciência, necessitando monitorização hemodinâmica. f. Hipo ou hipernatremia com alteração da consciência, necessitando de monitorização hemodinâmica. g. Hipo ou hipermagnesemia com alteração hemodinâmica ou arritmia. h. Hipo ou hipercalemia com arritmia ou fraqueza muscular. i. Hipofosfatemia com fraqueza muscular. Cirúrgicos: a. Pós-operatório com necessidade de monitorização hemodinâmica, suporte ventilatório ou enfermagem intensiva. b. Trauma múltiplo grave. H. Miscelânea: a. Choque séptico. b. Monitorização hemodinâmica. c. Condição clínica com necessidade de enfermagem de terapia intensiva. d. Lesões ambientais. e. Novas terapias com potencial de risco para complicações. f. Insuficiência renal aguda necessitando de diálise de urgência. g. Grande queimado. Modelo por Parâmetros Objetivos. A. Sinais Vitais: a. Pulso < 40 bpm ou > 150 bpm. b. Pressão arterial sistólica < 80 mmHg ou 20 mmHg menor que a pressão usuial do paciente. c. Pressão arterial média < 60 mmHg. d. Pressão arterial diastólica > 120 mmHg. e. Frequência respiratória > 35 mmHg. B. Valores Laboratoriais: a. Sódio sérico < 110 mEq/L ou > 170 mEq/L. b. Potássio sérico < 2,0 mEq/L ou > 7,0 mEq/L. c. PaO2 < 50 mmHg. d. pH < 7,1 ou > 7,7. e. Glicemia > 800 mg/dL. f. Cálcio sérico > 15 mg/dL. g. Níveis tóxicos de drogas ou outra substância química em paciente com comprometimento hemodinâmico ou neurológico. C. Radiografia/ Ultrasonografia/ Tomografia (Descoberta recente). a. Hemorragia subaracnóide, contusão cerebral, hemorragia vascular cerebral com alteração da consciência ou sinais neurológicos focais. b. Ruptura de viscera, bexiga, fígado, varizes esofageanas ou útero com instabilidade hemodinâmica. c. Aneurisma dissecante da aorta. D. Eletrocardiograma. a. Infarto do miocárdio com arritmias complexas, instabilidade hemodinâmica ou insuficiência cardíaca congestiva. b. Taquicardia ventricular sustentada ou fibrilação ventricular. c. Bloqueio cardíaco completo com instabilidade hemodinâmica. E. Achados no exame físico (Início agudo). a. Anisocoria em paciente inconsciente. b. Queimadura com > 10% de superfície corporal queimada. c. Anúria. d. Obstrução de vias aéreas. e. Coma. f. Convulsão contínua. g. Cianose. h. Tamponamento cardíaco. CRITÉRIOS DE ALTA. O estado do paciente deve ser revisado constantemente para identificar os pacientes que não mais se beneficiarão dos cuidados de monitorização ou tratamento intensivos. A. Quando o status fisiológico do paciente estiver estabilizado e a necessidade de monitorização e cuidados intensivos não são mais necessários. B. Quando o status fisiológico do paciente sofrer deterioração e mais nenhuma intervenção seja planejada (alta para semi-intensiva).