O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia Uma série de 26 fichas fáceis de imprimir que indicam como os cidadãos da UE podem beneficiar das políticas comunitárias no domínio do emprego e da política social e que apontam a evolução e os desafios futuros. As fichas estão divididas em seis áreas temáticas: >> >> >> >> >> >> Mais e melhores empregos Direitos laborais Inclusão e igualdade Mobilidade profissional Programas de financiamento da UE A política na prática Há uma ficha em cada série que explica as ideias e políticas fundamentais e globais de cada tema e cada uma das subfichas explica mais em pormenor uma área de intervenção específica. A secção “Sabia que…” fornece alguns dados e números interessantes relacionados com cada área temática. No final de cada ficha aparece uma lista de outras fichas que abordam temas conexos e que podem interessar-lhe, bem como várias ligações para sítios onde se podem obter mais informações. A Mais e melhores empregos A1Desemprego e qualidade do trabalho A2Flexigurança A3Formação e adaptabilidade A4Reestruturações 1 3 5 7 9 B Direitos laborais B1 Saúde e segurança no trabalho B2 Legislação laboral 11 13 15 C Inclusão e igualdade C1 Igualdade entre homens e mulheres e equilíbrio trabalho/vida familiar C2 Luta contra a discriminação C3 Exclusão social e pobreza C4 Alterações demográficas e envelhecimento da população C5 Pensões C6 Cuidados de saúde e cuidados de longa duração 17 19 21 23 25 27 29 D Mobilidade profissional 31 D1Eliminar os obstáculos à mobilidade profissional 33 D2Os seus direitos à segurança social 35 E Programas de financiamento da UE E1 Fundo Social Europeu E2 PROGRESS E3 Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização 37 39 41 43 F A política na prática F1 Agenda Social para 2005-2010 F2 Diálogo Social F3 Alargamento da UE e cooperação internacional 45 47 49 51 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia A Mais e melhores empregos Criar mais e melhores empregos é essencial para manter e aumentar a riqueza europeia e assegurar um futuro sustentável aos cidadãos. Estão a ser feitos grandes progressos: a taxa de emprego da UE, actualmente em 66%, aproximou-se mais do objectivo global de 70% até 2010 fixado em Lisboa, o que significa que há cada vez mais pessoas a trabalhar. No entanto, ainda há muito por fazer, porque é preciso criar 20 milhões de empregos até 2010 para conseguirmos atingir aquele objectivo. Sabia que… O desemprego baixou significativamente de 8,9% em 2005 para 8,2% em 2006, tendo quase todos os Estados-Membros contribuído para esta tendência Cerca de metade dos Estados-Membros desenvolveram ou estão a desenvolver abordagens globais de “flexigurança” – um aumento considerável em relação ao pequeno número em 2006 A situação do emprego varia substancialmente de Estado-Membro para Estado-Membro e cada país tem as suas próprias políticas de emprego diferentes e bem desenvolvidas. Contudo, muitos dos desafios a nível nacional são comuns a todos os países. Portanto, a UE ao adoptar ao seu nível objectivos, prioridades e metas pode contribuir para coordenar estratégias nacionais de aumento do emprego e para o intercâmbio das melhores práticas. A UE procura atrair mais pessoas para entrarem – e permanecerem – no mercado de trabalho através da Estratégia Europeia para o Emprego (EEE), que desempenha um papel central na coordenação das políticas da UE para criar mais e melhores empregos. A EEE baseia-se em directrizes de emprego, aprovadas a nível da UE e que estabelecem prioridades comuns para as políticas de emprego dos Estados-Membros. A formação e a adaptabilidade são factores essenciais para desenvolver o potencial a longo prazo da UE em termos de competitividade e de bem-estar social. A UE implementa por isso um conjunto de políticas e de estratégias para melhorar os conhecimentos e as competências dos seus trabalhadores. Lidar com a mudança A UE também promove condições para os trabalhadores e as empresas se poderem adaptar às mudanças, permanecerem no mercado de trabalho e progredirem na sua vida profissional através da sua estratégia de “flexigurança”. A flexigurança promove uma combinação de mercados de trabalho, de organização do trabalho e de relações laborais flexíveis com elevado nível de emprego e de segurança de rendimentos. Outra prioridade da UE consiste em antecipar as mudanças e ajudar os trabalhadores, as regiões e as empresas a preparar-se para as reestruturações. A UE quer assegurar que os trabalhadores conseguem enfrentar as mudanças e antecipar as reestruturações, ajudando as pessoas afectadas a adaptar-se e os outros trabalhadores a desenvolverem as suas competências e conhecimentos. 1 Como é que os cidadãos beneficiam? Desde 1998 que a EEE contribuiu para o aumento do emprego na UE de 61,2% para 66% e para a diminuição do desemprego de 9,3% para 7,2%. Deste modo há mais pessoas com emprego e a riqueza da Europa aumenta no seu conjunto. As políticas da UE procuram tornar mais fácil arranjar emprego em todas as fases da vida activa e num contexto económico em rápida mutação. A abordagem da UE em matéria de flexigurança pretende ajudar os cidadãos a enfrentarem os desafios de um mundo globalizado e que muda rapidamente. Além disso, ao melhorarem os seus conhecimentos e competências, os cidadãos podem melhorar as oportunidades de emprego e de rendimentos. As políticas da UE também se destinam a permitir que as pessoas antecipem e reajam melhor às reestruturações. Se conseguirem gerir melhor a mudança, as condições de vida e a qualidade de vida podem ser melhoradas de modo mais sustentável, ajudando assim a criar mais e melhores empregos. Outro objectivo das políticas da UE para criar mais e melhores empregos é combater as desigualdades e apoiar os nossos sistemas de protecção social. Conseguindo mais pessoas a trabalhar é possível assegurar que as nossas sociedades conseguem fazer face às alterações demográficas: são precisas mais pessoas de todas as idades a trabalhar para financiar as despesas, por exemplo, com as pensões, à medida que a nossa população envelhece. Aumentar as competências e a empregabilidade dos trabalhadores também ajuda a eliminar os obstáculos que impedem as pessoas de entrar no mercado de trabalho, ao mesmo tempo que a formação pode ajudar os trabalhadores mais idosos a manterem-se activos no mercado de trabalho. Evolução e desafios futuros Um desafio especial para o futuro é a criação de mais e melhores empregos para os cidadãos da UE concentrando a acção nas áreas acima referidas. É necessário um esforço permanente para conseguirmos atingir as metas da UE em termos de emprego para 2010. A UE continuará assim a coordenar e a apoiar as acções dos EstadosMembros nestes domínios, tendo em vista assegurar progressos em toda a UE. Além disso, procurará antecipar e lidar com as alterações demográficas, aumentando em especial o número de trabalhadores mais idosos. Outras questões a tratar serão o aumento da rapidez das mudanças e da globalização, bem como a protecção dos direitos dos trabalhadores e a igualdade de oportunidades. Ligações para outras fichas Para mais informações sobre temas específicos no quadro de Mais e melhores empregos, consulte todas as fichas da série A. >> C4Alterações demográficas e envelhecimento da população Mais informações >> DG Emprego http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=81&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 2 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia A1 Mais e melhores empregos Desemprego e qualidade do trabalho Combater o desemprego e aumentar a qualidade do trabalho são grandes preocupações dos cidadãos da UE e constituem um elemento fundamental para manter e aumentar a riqueza europeia. A UE está a avançar para o seu objectivo de 70% das pessoas com idade entre os 15 e os 64 anos terem um emprego. Mas ainda há muito por fazer. Além disso, os níveis de emprego variam bastante entre os Estados-Membros, possuindo cada um deles a sua própria política de emprego distinta, estabelecida desde há muito. Sabia que… Entre 2000 e 2006, quase mais 12 milhões de pessoas conseguiram arranjar emprego O desemprego baixou de 9,0% em 2004 para 7,9% em 2006 Criada em 1997, a Estratégia Europeia para o Emprego (EEE) desempenha um papel central na coordenação das políticas da UE para criar mais e melhores empregos. A qualidade do trabalho é um elemento fundamental de uma economia competitiva e inclusiva. É um conceito multifacetado, que inclui a composição e os requisitos de qualificações dos postos de trabalho; os perfis dos trabalhadores, a sua inclusão e acesso ao mercado de trabalho, as suas competências e progressão na carreira e a sua satisfação pessoal com o emprego; e as condições de trabalho e a igualdade de oportunidades. A EEE baseia-se nas directrizes de emprego que estabelecem prioridades comuns para as ­ olíticas de emprego dos Estados-Membros, p aprovadas a nível da UE. Cada Estado-Membro elabora depois um programa em que descreve como vai implementar as directrizes a nível nacional. A Comissão Europeia analisa os progressos da execução dos programas nacionais. O intercâmbio de boas práticas e de experiências é um dos objectivos centrais da EEE. Por isso, o Programa de Aprendizagem Mútua (PAM) procura incentivar a aprendizagem mútua a todos os níveis e aumentar o grau de transferência das políticas mais eficazes. O PAM procura que haja um envolvimento pleno dos governos nacionais, dos parceiros sociais e de outros intervenientes. Cooperação As economias dos Estados-Membros são interdependentes. É necessário trabalharmos em conjunto e partilhar políticas que funcionem para conseguirmos reformas económicas. A cooperação e a partilha de experiências a nível da UE conduzem a uma abordagem comum e mais eficaz do emprego em toda a UE. Além disso, a EEE dá grande apoio à criação e manutenção de postos de trabalho a nível local, porque as autoridades locais e os parceiros sociais podem conhecer melhor as condições, as aspirações e as necessidades locais e estão mais bem situados para traduzir em acções no terreno as estratégias nacionais e locais. É por isso que são empreendidas iniciativas a nível da UE para fomentar o desenvolvimento do emprego local, em especial iniciativas para permitir aos intervenientes discutirem e trocarem experiências e informações. 3 Como é que os cidadãos beneficiam? Desde 1998, a EEE contribuiu para o aumento do emprego na UE de 61,2% para 66% e reduziu o desemprego de 9,3% para 7,2%. Deste modo há mais pessoas com emprego e a riqueza europeia aumenta na globalidade. Além disso, se houver um maior número de pessoas a trabalhar, conseguimos assegurar que as nossas sociedades enfrentam com êxito as alterações demográficas: precisamos de mais pessoas de todas as idades a trabalhar para financiar as despesas sociais à medida que a nossa população envelhece. A qualidade do trabalho também aumentou, beneficiando os cidadãos através do combate à pobreza associada a baixos salários, do aumento de competências e da melhoria das condições do emprego a tempo parcial. Devido à sua natureza multifacetada, o aumento da qualidade pode ter várias vantagens para os cidadãos: pode dar maior satisfação no trabalho; maior equilíbrio trabalho/vida familiar e saúde e segurança no trabalho; e maior acesso ao emprego, por exemplo nos casos de mulheres ou trabalhadores mais idosos. A rede de Serviços Públicos de Emprego nacionais que existe a nível da UE ajuda a promover a cooperação e o intercâmbio de informações e a adaptar melhor os candidatos a emprego às vagas existentes. Esta rede procura aumentar a implementação da EEE e a integração do mercado de trabalho europeu. Evolução e desafios futuros Quanto ao futuro, a UE continuará a trabalhar no sentido de atingir os seus objectivos em termos de emprego, que incluem uma taxa global de emprego de 70%, acima referida, juntamente com um objectivo de 60% para as mulheres e de 50% para os trabalhadores mais idosos. Um desafio especial para o futuro é a redução do desemprego dos jovens: uma pequena parte, mas significativa, de jovens continua prisioneira de empregos temporários e muitas vezes mal remunerados, de que têm dificuldade em sair. Outro grupo de risco são os jovens que passam longas temporadas sem emprego, educação ou formação. Desafios especiais para o futuro são aumentar a adaptabilidade dos trabalhadores e das empresas para fazer face à mudança e à globalização; e investir mais – e de forma mais eficaz – nas competências e nos conhecimentos dos cidadãos. Ligações para outras fichas >> >> >> >> >> A2 Flexigurança A3 Formação e adaptabilidade C2 Luta contra a discriminação C4Alterações demográficas e envelhecimento da população F A política na prática Mais informações >> Estratégia Europeia para o Emprego http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=101&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 4 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia A2 Mais e melhores empregos Flexigurança A flexigurança é uma política que promove uma combinação de mercados de trabalho, organização do trabalho e relações laborais flexíveis com um elevado nível de segurança de emprego e de rendimento. Fazendo parte integrante da Estratégia Europeia para o Emprego, reforça a agenda para o crescimento e o emprego da UE, que visa reduzir o desemprego e criar mais e melhores empregos. A flexigurança implica passar de uma mentalidade de ‘segurança do posto de trabalho’ para ‘segurança de emprego/empregabilidade’. A UE promove assim condições para os cidadãos se adaptarem à mudança, para entrarem ou permanecerem no mercado de trabalho mais facilmente e para progredirem na sua vida profissional. Sabia que… 76% dos europeus concordam que um emprego para toda a vida com o mesmo empregador é algo do passado 76% também consideram que a aptidão para mudar facilmente de um emprego para outro constitui uma vantagem útil quando hoje se procura emprego Embora a globalização e o progresso tecnológico sejam benéficos para o emprego e o crescimento, a mudança que provocam exige respostas rápidas dos trabalhadores e das empresas. As empresas estão cada vez mais sob pressão para se adaptarem. Os trabalhadores precisam de adquirir novas competências e a reestruturação das empresas está a tornar-se um fenómeno diário. Em resposta a estas mudanças, a estratégia de flexigurança da UE centra-se na promoção de políticas activas do mercado de trabalho, na motivação para acções de aprendizagem e formação ao longo da vida, na melhoria do apoio aos candidatos a emprego e apoio à igualdade de oportunidades para todos e na igualdade entre mulheres e homens. Princípios comuns Como cada Estado-Membro tem uma situação e uma cultura do mercado de trabalho específicas, as abordagens de flexigurança devem ser adaptadas às condições especiais de cada EstadoMembro. No entanto, os desafios que todos os países da UE têm pela frente são comuns. Além disso, num mercado interno com cerca de 500 milhões de pessoas e um mundo cada vez mais globalizado, as empresas operam para além das fronteiras e assim a flexigurança tornase uma questão transfronteiriça. Portanto, a UE propôs princípios comuns para ajudar os Estados-Membros a criarem e implementarem estratégias de flexigurança que tenham em conta as suas próprias situações. Estes princípios a nível da UE proporcionam aos Estados-Membros um entendimento comum da flexigurança e dos desafios a que pretende dar resposta e permitem que a UE coordene e acompanhe as várias estratégias utilizadas e promova o intercâmbio das melhores práticas. 5 Como é que os cidadãos beneficiam? A abordagem da UE da flexigurança pretende ajudar os cidadãos a enfrentarem os desafios de um mundo globalizado e em rápida mutação. Tem a ver com o desenvolvimento de condições de trabalho flexíveis, em que se pode combinar trabalho e responsabilidades familiares e em que se pode – pelo menos em princípio – ter um horário de trabalho flexível. Tem também a ver com o facto de proporcionar aos empregadores e aos trabalhadores um ambiente mais flexível para mudar de emprego. Ao mesmo tempo, flexigurança significa segurança de emprego, porque os cidadãos actualizam as suas competências e desenvolvem as suas aptidões – com prestações de desemprego adequadas durante um certo período de ­tempo se perderem o emprego. As políticas da UE pretendem que os cidadãos sejam capazes de encontrar facilmente um emprego em todas as fases da sua vida activa e que tenham boas perspectivas de progressão na carreira num contexto económico em rápida mutação. Além disso, alguns estudos revelaram que a implementação da flexigurança conduz a taxas de emprego mais elevadas e a taxas de desemprego mais baixas. Por outro lado, a dimensão da segurança social inerente a este conceito contraria a pobreza, procurando promover mercados de trabalho mais abertos, reactivos e inclusivos e apoiando ao mesmo tempo a igualdade entre homens e mulheres. Evolução e desafios futuros Atendendo às necessidades e aos desafios com que cada Estado-Membro se defronta, as abordagens de flexigurança serão individualizadas de país para país. A Comissão Europeia acompanhará e avaliará em que medida os Estados-Membros estão a desenvolver estratégias políticas globais que cobrem os princípios comuns da flexigurança. A confiança das empresas e dos cidadãos europeus em futuras oportunidades de emprego, no desenvolvimento das competências e dos recursos humanos, num trabalho digno, num ambiente de trabalho estimulante e no aumento do potencial das empresas tem de ser mais desenvolvida. O envolvimento activo dos parceiros sociais é fundamental para assegurar que os resultados da flexigurança beneficiam todos os cidadãos. Também é essencial que todos os intervenientes envolvidos estejam preparados para aceitar e assumir a responsabilidade pela mudança. A Comissão incentiva os Estados-Membros a trabalharem com os parceiros sociais para incluírem a flexigurança nas suas políticas nacionais. Ligações para outras fichas >> >> >> >> >> A1 Desemprego e qualidade do trabalho B2 Legislação laboral C1Igualdade entre homens e mulheres e equilíbrio trabalho/vida familiar C3 Exclusão social e pobreza F2 Diálogo social Mais informações >> Flexigurança http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=102&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 6 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia A3 Mais e melhores empregos Formação e adaptabilidade A formação e a adaptabilidade são factores críticos para o desenvolvimento do potencial a longo prazo da UE em termos de competitividade e bem-estar – todas as pessoas deviam beneficiar de mais e melhores empregos. Portanto, o aumento das competências e da adaptabilidade dos trabalhadores constitui uma prioridade da Estratégia Europeia para o Emprego. Há cada vez mais trabalhadores da UE a participarem em acções de formação, mas a percentagem continua a ser baixa – apenas 9,6% dos trabalhadores entre 25 e 64 anos de idade estão envolvidos em acções educativas e de formação. O objectivo da UE é que os trabalhadores europeus sejam competitivos internacionalmente e por isso promove a aprendizagem ao longo da vida. Sabia que… 88% dos cidadãos consideram que a formação regular aumenta as oportunidades de emprego, enquanto um ano suplementar de ensino ou de formação aumenta em quase 10% o salário de um trabalhador ao longo da sua vida O número de cidadãos com idades entre 25 e 64 anos que participaram em acções educativas ou de formação aumentou 2,5 pontos percentuais entre 2000 e 2006 Recursos humanos altamente qualificados e adaptáveis são importantes para o progresso tecnológico e para o crescimento, uma vez que aumentam a capacidade dos países para criarem novas tecnologias e absorverem as que foram desenvolvidas primeiro no estrangeiro. Os conhecimentos e as capacidades dos trabalhadores também estão directamente ligados ao crescimento económico. A UE possui um conjunto abrangente de políticas e de estratégias – aos níveis europeu, nacional e regional – para melhorar os conhecimentos e as competências dos trabalhadores. Por exemplo, a formação profissional contínua, que faz parte integrante da aprendizagem ao longo da vida, constitui uma prioridade para a UE, ajudando os cidadãos a obterem as competências de que necessitam para o mercado de trabalho. Programas específicos O Fundo Social Europeu é o principal instrumento financeiro da UE para investir nas pessoas, ajudando-as a aumentar os seus níveis de educação e as competências e melhorando as suas perspectivas de emprego. Nomeadamente, ajuda os cidadãos da UE concedendo-lhes apoio financeiro para acções de formação e de aperfeiçoamento de competências. Com essa finalidade, o FSE investe 10 mil milhões de euros por ano em todos os Estados-Membros e regiões. O programa da UE de Aprendizagem ao Longo da Vida compreende várias iniciativas no ­domínio da educação e da formação. Com um orçamento aproximado de 7 mil milhões de euros para 2007–2013, permite que os cidadãos aproveitem em todas as fases da sua vida boas oportunidades de aprendizagem em toda a Europa. Entretanto, o Quadro Europeu de Qualificações liga os sistemas de qualificações dos vários países, para que os empregadores e as instituições educativas possam perceber melhor as qualificações dos candidatos estrangeiros. Procura promover a mobilidade dos cidadãos e facilitar a sua aprendizagem ao longo da vida. 7 O Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização apoia acções de formação para os trabalhadores despedidos devido a alterações dos padrões económicos mundiais. Como é que os cidadãos beneficiam? Se os cidadãos melhorarem os seus conhecimentos e competências podem aumentar as oportunidades de emprego e de rendimento. Por outro lado, aumentar as competências e a empregabilidade dos trabalhadores ajuda a eliminar as barreiras que impedem as pessoas de entrar no mercado de trabalho, ao mesmo tempo que a formação ajuda os trabalhadores mais idosos a manterem-se activos no mercado de trabalho. Combatem-se assim as desigualdades e a exclusão social e apoiam-se os nossos sistemas de protecção social. A integração económica, a rápida globalização e os progressos tecnológicos exigem que os ­trabalhadores da UE possam reagir e gerir os efeitos da mudança. O desenvolvimento de novas competências ajuda-os a serem adaptáveis às mudanças e a manterem o emprego, por isso a formação e a adaptabilidade são partes fundamentais da estratégia de flexigurança da UE. A flexigurança é uma política que promove uma combinação de mercados de trabalho, de organização do trabalho e de relações laborais flexíveis com um elevado nível de segurança de emprego e de rendimento. Estas políticas ajudam a assegurar que os cidadãos adquirem as competências necessárias para aprender e inovar numa época de rápidas mudanças e de aprendizagem, tornando as empresas da Europa mais competitivas. A UE também visa aumentar a cooperação entre empresas e trabalhadores e entre empregadores, sindicatos, sociedade civil e estabelecimentos de formação. As acções a nível da UE permitem desenvolver estas ligações, que podem tornar a formação ainda mais pertinente e eficaz. Evolução e desafios futuros Um desafio futuro será como lidar com os efeitos do envelhecimento da população e a necessidade crescente de manter os trabalhadores no emprego. Tendo esta questão em mente, a UE continuará a trabalhar no sentido de assegurar que os trabalhadores europeus são dos melhores do mundo: com bons níveis de educação e de formação, com competências para dar resposta às exigências da economia do conhecimento e para a fazer progredir. Ligações para outras fichas >> >> >> >> A1 Desemprego e qualidade do trabalho A2 Flexigurança E1 Fundo Social Europeu E3 Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização Mais informações >> >> >> Capital humano e competências http://ec.europa.eu/employment_social/employment_analysis/ human_en.htm Aprendizagem ao longo da vida http://ec.europa.eu/education/policies/lll/lll_en.html Quadro Europeu de Qualificações http://ec.europa.eu/education/policies/educ/eqf/index_en.html © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 8 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia A4 Mais e melhores empregos Reestruturações As reestruturações não são um fenómeno novo, mas estão a tornar-se cada vez mais frequentes – um em cada três trabalhadores está numa empresa que existe há menos de 10 anos. As reestruturações afectam todas as empresas, independentemente da sua dimensão. A UE procura antever as mudanças e ajudar os trabalhadores, as regiões e as empresas a prepararem-se para gerir o processo de reestruturação. Visa portanto ajudar os cidadãos a enfrentar com êxito as mudanças e a antecipar as reestruturações através do apoio à reconversão industrial, económica e social das zonas e das pessoas afectadas pelas mesmas e ajudando-os a desenvolver as suas competências e conhecimentos. Sabia que… Em média, embora anualmente desapareçam 10% de empresas, a percentagem das que são criadas é idêntica Nas últimas décadas, a distribuição dos trabalhadores da UE pelos sectores económicos evoluiu: entre 1977 e 2002 foram criados mais de 44 milhões de empregos nos serviços, em comparação com uma perda de 7 e 7,5 milhões na indústria e na agricultura, respectivamente As “reestruturações” são um tipo específico de mutação industrial, caracterizadas geralmente por um processo brusco de ajustamento para atender às condições económicas gerais. Podem distinguir-se das mutações estruturais, que são um processo permanente de desenvolvimento e adaptação numa determinada empresa ou sector. A UE adoptou legislação para ajudar a gerir as reestruturações e proteger os trabalhadores, como as regras que determinam quais as questões sobre que os trabalhadores devem ser informados e consultados. Toma igualmente medidas prévias, como a elaboração de estudos e análises de impacto das novas políticas. Além disso, adopta medidas para ajudar a antecipar e a gerir a mudança em áreas que estão indirectamente ligadas ao emprego: a política industrial e a política de empresa da UE, por exemplo, ajuda a criar condições para o desenvolvimento económico e tecnológico a longo prazo e facilita a antecipação da mudança. Promovendo uma combinação de mercados de trabalho, de organização do trabalho e de relações laborais flexíveis com um elevado nível de segurança de emprego e de rendimento, a estratégia de flexigurança da UE também procura promover condições que permitam aos cidadãos adaptarem-se à mudança, manterem-se no mercado de trabalho e progredirem na vida profissional. Grupo de trabalho e fóruns Um grupo de trabalho promove a convergência entre os vários objectivos, políticas e acções da UE relacionados com as reestruturações, enquanto o Fórum da UE sobre Emprego e Reestruturações acompanha as mudanças e assegura que as várias iniciativas se ajustam adequadamente. Atendendo a que as Pequenas e Médias Empresas (PME) constituem 99% de todas as empresas, a UE criou em 2007 um fórum que se debruça sobre as reestruturações que afectam as PME para salientar os desafios e promover o intercâmbio de boas práticas. 9 Como é que os cidadãos beneficiam? Os trabalhadores sentem-se muitas vezes ameaçados pelas reestruturações, mas estas podem ser também um elemento positivo: são motores de mudança, contribuindo para aumentar a produtividade e para a introdução de novas tecnologias. A legislação e as políticas da UE visam permitir-lhe antecipar mais facilmente e reagir às reestruturações. Por exemplo, existem regras da UE que exigem que se uma empresa for adquirida por outra, os trabalhadores da empresa adquirida mantêm o seu contrato de trabalho com o novo empregador e em condições idênticas às anteriores à aquisição. A gestão da mudança também desenvolve o aperfeiçoamento sustentável das condições de vida e da qualidade de vida e portanto ajuda a criar mais e melhores empregos. Os cidadãos também beneficiam dos efeitos resultantes do financiamento da UE, centrando-se o apoio em acções de antecipação e de formação. O Fundo Social Europeu, por exemplo, financia sistemas para ajudar os cidadãos a aumentarem a educação e as competências, enquanto o Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização visa apoiar pessoas despedidas por causa das mudanças dos padrões económicos mundiais. Para completar estas políticas, a UE promove um diálogo social estruturado. Este Diálogo Social funciona entre empregadores e sindicatos e entre eles e as instituições da UE. Os parceiros sociais podem ajudar a UE – e portanto os cidadãos – desenvolvendo formas de antecipar as mudanças estruturais e, atendendo aos seus conhecimentos especiais de determinados sectores, podem alertar as instituições da UE para a respectiva evolução sectorial. Evolução e desafios futuros A UE continuará a trabalhar no sentido de desenvolver políticas de elevada qualidade para permitir a antecipação das mudanças, desenvolver a capacidade dos trabalhadores para se adaptarem e envolvê-los na vida das empresas através de uma parceria activa. Entre os desafios especiais incluem-se: assegurar a coerência entre as várias políticas relevantes para as reestruturações; adoptar uma perspectiva de longo prazo para garantir que os agentes económicos e sociais podem actuar eficazmente; e assegurar que todos os intervenientes podem participar. Ligações para outras fichas >> >> >> >> A2 Flexigurança E1 Fundo Social Europeu E3 Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização F2 Diálogo Social Mais informações >> >> >> Reestruturação http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=103&langId=en Observatório Europeu da Mudança http://www.eurofound.europa.eu/emcc/ Comissão Consultiva sobre mutações industriais CCMI, CESE http://eesc.europa.eu/sections/ccmi/index_en.asp © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 10 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia B D ireitos laborais Manter os trabalhadores em segurança e saudáveis constitui uma grande prioridade da UE. Foram adoptadas medidas para assegurar a protecção no trabalho e foram fixadas e seguidas pelos Estados-Membros normas comuns em matéria de saúde e segurança. As normas mínimas estabelecidas pela UE contribuem para garantir a abertura do mercado de trabalho e a flexibilidade dos trabalhadores relativamente aos contratos de trabalho. A UE aprovou legislação que melhorou a segurança dos trabalhadores e reduziu o número de acidentes de trabalho. A UE também trabalha com os parceiros sociais para assegurar que a legislação sobre os direitos dos trabalhadores aborda as questões mais importantes e da forma mais eficaz possível. Sabia que… A taxa de contratos de trabalho a prazo está a aumentar, representando 14% do emprego total na UE-25 35% dos trabalhadores sentem que o trabalho coloca em risco a sua saúde Os direitos dos trabalhadores são um domínio muito importante da política social europeia e são uma das áreas em que a UE adoptou mais medidas e com maior impacto. Melhorou substancialmente as condições de trabalho e garantiu os direitos básicos dos trabalhadores, por exem- plo limitando as horas de trabalho, assegurando condições de trabalho mais seguras e assegurando uma indemnização no caso de danos. Graças à legislação da UE, os trabalhadores estão mais seguros e são tratados de forma mais justa. Estabelecer normas comuns Os Estados-Membros têm de respeitar as normas comuns estabelecidas pela UE. As normas em matéria de saúde e segurança foram criadas para assegurar a segurança dos trabalhadores e reduzir o número de lesões e de mortes causadas por acidentes e doenças relacionados com o trabalho. Os regulamentos relativos à segurança conduziram a uma maior produtividade do trabalho, uma vez que os trabalhadores podem passar mais tempo no trabalho e menos tempo em casa a recuperar. Esta situação, por sua vez, beneficia a economia europeia, porque ao estarem a ­trabalhar e não a recuperar, os trabalhadores geram mais receitas. A UE também estabeleceu normas para dar condições mais justas aos trabalhadores. O mercado de trabalho europeu evoluiu muito e existem cada vez mais trabalhadores que não têm contratos de trabalho tradicionais a tempo inteiro. Por exemplo, o facto de poderem assinar um contrato a tempo parcial ou sazonal dá aos trabalhadores grande flexibilidade para poderem estar com a família ou para se encarregarem de outras obrigações. 11 Como é que os cidadãos beneficiam? Com a legislação da UE no domínio dos direitos dos trabalhadores, estes estão muito mais seguros no emprego. Os casos de lesão ou morte provocados por acidentes relacionados com o trabalho diminuíram consideravelmente graças às medidas da UE. Isto também ajudou a melhorar as condições gerais de trabalho através de normas sobre o tempo de trabalho, direitos mínimos em matéria de períodos e dias de descanso e outros benefícios. As condições de trabalho hoje são muito mais confortáveis do que eram no passado. Além disso, existe hoje um grau de flexibilidade muito maior do que havia antes. Havendo diferentes tipos de contratos os trabalhadores têm opções e não têm de assinar um contrato a tempo completo se não for essa a melhor opção para eles. Também têm maior flexibilidade para mudar de emprego, incluindo o direito de trabalharem no estrangeiro. Evolução e desafios futuros A UE envidou grandes esforços para assegurar os direitos dos trabalhadores dentro das suas fronteiras. No entanto, o mercado de trabalho europeu está a passar por grandes mudanças: os trabalhadores estão a abandonar os contratos de trabalho tradicionais, há cada vez mais pessoas a querer trabalhar e a população europeia está a envelhecer. Todas estas mudanças têm de ser tidas em conta para assegurar que os trabalhadores continuam plenamente protegidos de todas as injustiças e de outros riscos. Os trabalhadores também enfrentam riscos diferentes dos que havia no passado. É preciso envidar esforços a nível nacional e europeu para proteger os trabalhadores de novas ameaças de doença – especialmente as relacionadas com o stress, assédio e violência no trabalho. A Estratégia comunitária para 2007–2012 em matéria de saúde e segurança no trabalho salienta o que deve ser feito a todos os níveis para garantir a segurança dos trabalhadores perante novos riscos emergentes. A UE precisa de garantir que as normas de saúde e segurança são adoptadas a nível nacional e plenamente aplicadas para assegurar que os trabalhadores estão totalmente protegidos em todos os Estados-Membros. Ligações para outras fichas Para mais informações sobre temas específicos no âmbito dos Direitos laborais, consulte todas as fichas da série B. >> C5 Pensões >> C6 Cuidados de saúde e cuidados de longa duração Mais informações >> >> Legislação laboral http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=157&langId=en Saúde e segurança no trabalho http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=148&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 12 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia B1 D ireitos laborais Saúde e segurança no trabalho Melhorar a saúde e a segurança no trabalho constitui uma preocupação colectiva da UE, dos Estados-Membros e dos cidadãos, tanto por razões humanitárias como económicas. Um ambiente de trabalho seguro e saudável é um elemento essencial da qualidade do trabalho. A saúde e a segurança no trabalho é actualmente um dos aspectos mais importantes e mais desenvolvidos da política de emprego e dos assuntos sociais da UE baseada no artigo 137.º do Tratado CE. Graças à adopção e aplicação nas últimas décadas de um vasto conjunto de directivas da UE, foi possível melhorar as condições de trabalho nos Estados-Membros e fazer progressos consideráveis na redução da incidência de acidentes e doenças profissionais. A implementação da legislação em matéria de saúde e segurança contribui para aumentar a saúde pública e o crescimento económico em toda a UE. Sabia que… O número de acidentes mortais no local de trabalho diminuiu 23% entre 2000 e 2005 na UE-15 A taxa de incidência (x100 000 trabalhadores empregados) de acidentes de trabalho com mais de três dias de ausência baixou de 100 para 83 (–17%) durante o mesmo período O acervo legislativo da UE em matéria de saúde e segurança no trabalho foi desenvolvido com o objectivo de abranger um máximo de riscos com um mínimo de legislação. A Directiva-quadro 89/391/CE enuncia os principais princípios de prevenção de riscos profissionais. Outras directivas no domínio da saúde e segurança estabelecem exigências mínimas, por exemplo em relação aos locais de trabalho, aos equipamentos de trabalho, à exposição a agentes químicos, carcinogéneos, físicos e biológicos, a certas categorias de trabalhadores, etc. Em 2007 foi apresentada a Estratégia da UE para 2007–2012 em matéria de saúde e segurança no trabalho, que recebeu o apoio positivo do Parlamento Europeu e do Conselho. O seu objectivo é continuar o bom trabalho feito até agora, estabelecendo ao mesmo tempo metas ainda mais ambiciosas, como uma redução de 25% do número total de acidentes de trabalho até 2012. Papel dos Estados-Membros É essencial que o acervo comunitário seja aplicado efectivamente para proteger a vida e a saúde dos trabalhadores e assegurar que as empresas que operam no grande mercado europeu são colocadas em pé de igualdade. Um melhor cumprimento da legislação comunitária contribuirá para reduzir o número de ­acidentes de trabalho e de doenças profissionais. Para se atingir este objectivo é preciso o empenhamento de todos, tanto a nível comunitário como nacional. No seu papel de guardiã dos Tratados, cabe à Comissão assegurar que as directivas comunitárias são transpostas e aplicadas de forma eficaz. Para isso dará assistência aos Estados-Membros, 13 ­ xercendo igualmente a máxima vigilância e e dando início a processos de infracção sempre que necessário, como na verdade já aconteceu. Os Estados-Membros, por seu lado, são obrigados a assegurar que as directivas comunitárias são transpostas para o direito nacional e efectivamente aplicadas. O Comité de Inspectores Superiores do Trabalho, constituído por representantes dos serviços nacionais de inspecção do trabalho, dá assistência à Comissão Europeia tendo em vista melhorar a cooperação entre os órgãos nacionais responsáveis pelo cumprimento da lei. A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho presta informações no domínio da saúde e segurança no trabalho, ajudando a explicar a legislação da UE sobre este tema. Como é que os cidadãos beneficiam? Através da acção da UE neste domínio, os cidadãos têm agora melhores condições de trabalho em toda a UE: aumentou a segurança no trabalho, são avaliados os riscos profissionais em matéria de saúde e segurança e são adoptadas medidas de protecção. É tido em conta todo o bem-estar dos cidadãos no trabalho, incluindo os riscos físicos e psicossociais. Além disso, os empregadores sabem melhor como tornar mais seguros os locais de trabalho e os cidadãos estão mais conscientes dos riscos que enfrentam e de como os podem gerir. As acções a nível da UE levam a que os cidadãos estejam protegidos pelo mesmo nível de exigências mínimo de saúde e segurança, independentemente do Estado-Membro onde estão a trabalhar. Os Estados-Membros podem manter ou adoptar medidas mais exigentes. Por outro lado, os cidadãos beneficiam de vantagens indirectas, como o aumento do crescimento económico: a falta de protecção efectiva para assegurar saúde e segurança no trabalho pode conduzir ao absentismo, devido a acidentes no local de trabalho e doenças profissionais. Este facto tem um impacto negativo importante na economia. A legislação da UE visa que os cidadãos gastem menos tempo a recuperar de acidentes e doenças relacionados com o trabalho. Aumentam assim as suas horas de produtividade, que por seu turno aumentam o crescimento económico. Evolução e desafios futuros Embora a UE tenha feito progressos consideráveis, é necessário fazer ainda muito mais para tornar o bem-estar no trabalho uma realidade concreta para os cidadãos europeus. A Estratégia da UE para 2007–2012 em matéria de saúde e segurança no trabalho enuncia os problemas a abordar nos próximos anos. Um dos desafios é assegurar que a legislação da UE é adoptada e plenamente cumprida a nível nacional. É necessária maior cooperação entre a UE e os Estados-Membros para assegurar que a regulamentação nacional que transpõe as directivas da UE é aprovada e aplicada correctamente. Os aspectos da saúde e segurança no trabalho precisam de ser integrados em programas nacionais a todos os níveis de educação e em todos os domínios, incluindo a formação profissional e o ensino universitário, a fim de desenvolver eficazmente uma cultura intrínseca de prevenção. Devia ser dada especial atenção às pequenas e médias empresas, que não possuem os mesmos recursos que as grandes empresas para aplicarem a legislação em matéria de saúde e segurança. Ligações para outras fichas >> >> B2 Legislação laboral F2 Diálogo Social Mais informações >> >> Saúde e segurança no trabalho http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=148&langId=en Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho http://osha.europa.eu/ © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 14 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia B2 D ireitos laborais Legislação laboral A UE envidou grandes esforços para garantir os direitos dos trabalhadores e adoptou legislação que estabelece normas laborais mínimas a respeitar em todos os Estados-Membros. Além disso, a legislação laboral da UE tem como objectivo assegurar que a liberdade do mercado único não provoca qualquer degradação das normas laborais nem concorrência desleal. À medida que a UE moderniza a legislação laboral, os trabalhadores e os empregadores ganham mais flexibilidade e os cidadãos devem ter maior segurança de emprego ao longo da sua vida profissional. Sabia que… O número de pessoas que trabalham com um contrato diferente do modelo-tipo, incluindo o auto-emprego, constituía quase 40% dos recursos humanos da UE-25 em 2005 O emprego a tempo parcial representa 18% do emprego total As situações de trabalho nos Estados-Membros podem ser bastante complicadas, uma vez que muitos trabalhadores não são considerados plenamente integrados no mercado do trabalho. Isto deve-se em parte ao aumento de diferentes formas de emprego, visto que o trabalho a tempo parcial, o trabalho a prazo e o trabalho interino estão a tornar-se cada vez mais comuns em toda a Europa. A UE tomou medidas para assegurar que todos os trabalhadores gozam de protecção e beneficiam de direitos semelhantes, independentemente do local ou do tipo de emprego. Assegura também que todos os Estados-Membros transpõem a legislação laboral europeia para o seu direito interno. Cooperação europeia A UE assumiu um papel de liderança reunindo todos os intervenientes para discutir a legislação laboral. Governos nacionais, sindicatos, organizações profissionais e outros parceiros sociais reuniram com a UE para negociar e aprovar a melhor forma de modernizar e desenvolver a legislação laboral. Como resultado, a UE pode garantir que são tidos em conta todos os pontos de vista quando se abordam os desafios futuros da legislação do trabalho e que a legislação comunitária pode dar plenamente resposta às exigências do mercado de trabalho em evolução. 15 Como é que os cidadãos beneficiam? A acção da UE no domínio da legislação laboral confere aos trabalhadores maior flexibilidade e reduz a segregação do mercado. Os desempregados e as pessoas que estão fora do mercado de trabalho têm mais oportunidades de arranjar emprego e podem por isso entrar mais facilmente no mercado de trabalho. Os trabalhadores também passam a ter mais liberdade relativamente às suas vidas profissionais. A escolha é agora muito maior do que antes no que se refere à adaptação do tempo de trabalho e às oportunidades de carreira. A legislação da UE assegura que os trabalhadores têm ­flexibilidade e podem estabelecer um equilíbrio entre a vida familiar, o trabalho e a educação sem serem penalizados em termos das respectivas carreiras. Além disso, a legislação laboral assegura os direitos dos trabalhadores quando decidem mudar de trabalho ou quando o empregador não consegue cumprir as suas obrigações financeiras. A legislação laboral atribui igualmente aos trabalhadores o direito de serem informados e se poderem pronunciar no que se refere às grandes questões relativas à vida da empresa. Isto ocorre especialmente quando está em jogo o emprego dos trabalhadores. Evolução e desafios futuros A UE fez progressos consideráveis no domínio da legislação laboral, mas ainda há muito por fazer. A luta contra o trabalho não declarado prossegue e a UE precisa de aumentar os seus esforços para conseguir concluir esta acção. É necessário envidar ainda mais esforços para fazer com que os mercados de trabalho sejam mais inclusivos e reajam mais rapidamente à inovação e à mudança. Embora ainda haja muitas pessoas que não estão totalmente integradas no ­ ercado de trabalho, a verdade é que continua m a haver formas de trabalho não tradicionais que não são plenamente reconhecidas. O aumento da mobilidade dos trabalhadores é uma prioridade fundamental da UE e a legislação laboral tem de ser adaptada para reflectir este fenómeno. Mudar de emprego ou de país para trabalhar pode ser ainda um processo difícil e complicado. É preciso que a legislação laboral apoie a mobilidade dos trabalhadores na UE. Ligações para outras fichas >> >> >> >> A4 Reestruturações B1 Saúde e segurança no trabalho D1 Mobilidade profissional F1 Diálogo Social Mais informações >> Legislação laboral http://ec.UEropa.UE/social/main.jsp?catId=157&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 16 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia C Inclusão e igualdade A UE actua no sentido de resolver a exclusão social, ajudar a assegurar protecção social adequada e promover uma sociedade inclusiva baseada na igualdade de oportunidades. Já foram feitos progressos, tendo-se conseguido um maior bem-estar social nalguns domínios, mas é preciso fazer mais. Não é apenas uma questão da existência de leis, mas sim de garantir na prática a igualdade de oportunidades. Sabia que… As mulheres têm em média uma remuneração inferior em 15% à dos homens 78 milhões de europeus, 19 milhões dos quais são crianças, vivem em risco de pobreza Promover a igualdade e a inclusão social é assegurar que toda a gente, incluindo os grupos vulneráveis, pode participar plenamente no trabalho e na sociedade e tem oportunidades idênticas para isso. Esta tarefa tem vários aspectos. Um é assegurar a igualdade entre homens e mulheres, ajudando ao mesmo tempo as pessoas a estabelecerem um equilíbrio adequado entre a vida familiar e o trabalho. Combater as discriminações também é importante para que ninguém, nem nenhum grupo de pessoas, seja tratado menos favoravelmente do que os outros, por razões de género, origem racial ou étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual. Outra prioridade é combater a exclusão social e a pobreza – incluindo a pobreza infantil. Isto exige, por exemplo, que seja fornecido alojamento decente e acessível, que sejam resolvidos os problemas dos sem-abrigo e do excesso de endividamento e prosseguidas estratégias de inclusão activa para assegurar que as políticas sociais mobilizam as pessoas que podem trabalhar, assegurando ao mesmo tempo um nível de vida digno às pessoas que estão e vão continuar fora do mercado de trabalho. Outro aspecto consiste em antecipar e lidar com as alterações demográficas – nomeadamente o envelhecimento da população europeia – mantendo ao mesmo tempo sistemas de protecção social eficazes, como pensões adequadas e cuidados de saúde e cuidados de longa duração. Ninguém fica excluído A acção da UE em matéria de igualdade concretiza-se de uma série de formas: através de legislação, de programas de igualdade de oportunidades e de actuação no sentido de integrar as questões do género e de discriminação em todos os aspectos da actividade legislativa – um processo conhecido por integração da perspectiva do género (mainstreaming). Em relação à exclusão social e à protecção social, a UE procura reforçar a cooperação entre os Estados-Membros. Apoia igualmente programas destinados a aumentar a sensibilização, como o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidade para Todos, em 2007, e o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, em 2010. 17 Como é que os cidadãos beneficiam? Todos os cidadãos europeus têm direito à igualdade de tratamento e a viverem sem discriminações – trata-se de um princípio consagrado na lei e as políticas da UE esforçam-se por garantir a sua aplicação na prática. Por exemplo, de acordo com a legislação da UE é ilegal recusar trabalho a uma pessoa ou o acesso à formação por motivos baseados no género, na origem racial ou étnica, na religião ou crença, numa deficiência, na idade ou na orientação sexual. Ao mesmo tempo, a UE procura assegurar que as pessoas mais vulneráveis da sociedade não são abandonadas ao frio. As reformas da protecção social e as políticas de inclusão social da Europa – coordenadas e incentivadas a nível da UE – parecem estar a dar resultados. Por exemplo, aumentaram as taxas de emprego dos t­ rabalhadores mais idosos e o facto de se permitir a estes trabalhadores terem acesso ao emprego ou permanecerem empregados constitui um elemento importante da política de promoção da igualdade de oportunidades para todas as idades, de ajuda às pessoas para permanecerem activas na fase mais tardia das suas vidas – envelhecimento activo – e para fazer face aos desafios colocados pelas alterações demográficas. Na verdade, os cidadãos europeus beneficiam da acção da UE em matéria de igualdade e de inclusão social de várias formas, como se pode ler de modo mais pormenorizado nas outras fichas desta série sobre Inclusão e igualdade. A UE está a trabalhar no sentido de aumentar a integração das pessoas com deficiência, para citar apenas um exemplo. Evolução e desafios futuros Apesar dos progressos realizados até à data, nem todos os problemas foram resolvidos e a Europa enfrenta constantemente novos desafios sociais. Por exemplo, em geral na UE as mulheres continuam a ganhar 15% menos do que os homens, apesar de a legislação garantir a igualdade de remuneração. Ainda se assistem a muitas discriminações baseadas na origem étnica, na deficiência ou na orientação sexual, por exemplo. E a pobreza continua a ser um problema na Europa. A UE prosseguirá e alargará os seus esforços para promover a inclusão e a igualdade. Irá reforçar, por exemplo, as suas políticas no domínio da inclusão e da antidiscriminação. Irá continuar a combater a pobreza infantil e ajudar a abrir o mercado de trabalho aos trabalhadores mais idosos. E irá continuar a incentivar a prestação de cuidados de saúde e de cuidados de longa duração adequados – tudo tendo em vista assegurar a igualdade de oportunidades para todos. Ligações para outras fichas Para mais informações sobre temas específicos em matéria de Inclusão e igualdade, consulte todas as fichas da série C. >> F1 Agenda Social para 2005-2010 Mais informações >> >> DG Emprego http://ec.europa.eu/social/home.jsp?langId=en Anti-discriminação http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=423&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 18 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia C1 Inclusão e igualdade Igualdade entre homens e mulheres e equilíbrio trabalho/vida familiar Em princípio as mulheres e os homens têm os mesmos direitos, mas na prática ainda continua a haver diferenças, nomeadamente no mercado de trabalho. A situação está a melhorar, mas é preciso envidar mais esforços para colocar os homens e as mulheres em pé de igualdade. Ao mesmo tempo, conjugar o trabalho com a vida familiar pode ser difícil para todos, especialmente para as mulheres. A igualdade entre homens e mulheres constitui um valor fundamental que a UE promove, paralelamente a iniciativas para tornar mais fácil tanto para as mulheres como para os homens combinarem a vida profissional com a vida familiar. Sabia que… A taxa de emprego das mulheres em 2007 era de 58,3% – 14,2 pontos inferior à dos homens (72,5%) A remuneração das mulheres é em média 15% inferior à dos homens por hora de trabalho As mulheres não beneficiam de igualdade com os homens em relação a uma série de pontos. Pode ver-se isto, por exemplo, nas diferenças entre homens e mulheres em termos de emprego e de remuneração. As mulheres continuam a estar sub-representadas em posições de responsabilidade e em certas profissões ou sectores da economia, como a engenharia e as ciências, e um número desproporcionado trabalham a tempo parcial. Tudo isto apesar de as mulheres, em ­média, terem um nível de ensino superior. Um dos factores que explica estas desigualdades entre mulheres e homens no mercado de trabalho é o desequilíbrio existente na repartição das responsabilidades familiares: as mulheres ainda são responsáveis principalmente pelo trabalho doméstico e por cuidarem dos filhos e de outros familiares dependentes. Promover a igualdade de género A UE protege o direito à igualdade de tratamento entre homens e mulheres e apoia actividades para promover a igualdade de género. Os princípios da igualdade de tratamento e da igualdade de género estão consagrados no Tratado UE e conduziram à elaboração de legislação e de políticas específicas neste domínio. A UE também financia iniciativas e projectos para promover a igualdade entre homens e mulheres e procura integrar as questões do género em todos os aspectos da elaboração de políticas – a designada integração da perspectiva do género. De facto, a igualdade entre homens e mulheres faz parte da agenda para o crescimento e emprego da UE e da sua estratégia para o emprego e os parceiros sociais desempenham um papel importante na promoção da igualdade de género no trabalho. Foram criados organismos para a igualdade em todos os Estados-Membros da UE a fim de dar informações, respostas e aconselhamento jurídico aos cidadãos quanto aos seus direitos em matéria de igualdade. Por outro lado, o Instituto Europeu para a Igualdade de Género, em 19 Vilnius, na Lituânia, dará no futuro informações especializadas e vai melhorar os conhecimentos e aumentar a visibilidade da igualdade entre homens e mulheres. A importância de conseguir um maior equilíbrio entre o trabalho e a vida privada tanto para as mulheres como para os homens é realçada nas prioridades do Roteiro para a igualdade entre mulheres e homens, da Comissão Europeia, que e­ stabelece acções para 2006 2010. Esta prioridade é ainda reforçada no Pacto Europeu para a Igualdade entre Homens e Mulheres, que reflecte a determinação dos Estados-Membros da UE para executarem as políticas de igualdade de género. Também foi criada uma Aliança Europeia para as Famílias, a fim de fomentar políticas favoráveis às famílias, respeitando integralmente os princípios da igualdade entre homens e mulheres. Como é que os cidadãos beneficiam? A UE tem sido um verdadeiro motor de mudança no domínio da igualdade entre homens e mulheres e a situação das mulheres melhorou, designadamente no mercado de trabalho. As mulheres são responsáveis, por exemplo, por grande parte do crescimento do emprego nos últimos anos na UE. O acervo legislativo global da UE em matéria de igualdade de género determina que todos os cidadãos têm direito a igualdade de tratamento em todas as áreas relacionadas com o emprego e o trabalho, como a remuneração, acesso ao emprego, formação, licenças parentais e segurança social. Além disso, a legislação da UE proíbe a discriminação entre mulheres e homens no que se refere ao fornecimento de bens e serviços. A UE incentiva políticas que contribuam para um maior equilíbrio entre o trabalho e a vida privada: por exemplo, a existência de estruturas adequadas para acolhimento de crianças, bem como disposições apropriadas em matéria de licença parental e de formas flexíveis de trabalho que beneficiem tanto as mulheres como os homens. Tudo isto pode ter muitos benefícios, por exemplo em termos de partilha das responsabilidades familiares, de acesso ao emprego, de participação cívica e política, do aumento das possibilidades de continuação da carreira, de satisfação com o emprego ou de constituição de uma família. Evolução e desafios futuros A UE está empenhada em manter os esforços para promover a igualdade entre homens e mulheres e ajudar as pessoas a conciliarem o trabalho com a vida familiar. Uma das tarefas consistirá em assegurar a aplicação e execução adequadas da legislação sobre a igualdade de género. De um modo mais geral, para se conseguir a igualdade entre homens e mulheres é preciso acabar com os estereótipos sociais e culturais e aumentar a sensibilização dos homens, incentivando-os a assumirem mais responsabilidades familiares. Uma prioridade específica é criar mais e melhores empregos para as mulheres, o que significa, por exemplo, resolver a questão da diferença de remunerações entre homens e mulheres, continuar a desenvolver formas de trabalho flexíveis tanto para as mulheres como para os homens e assegurar estruturas de acolhimento de crianças e outros serviços de maior qualidade. Ligações para outras fichas >> >> >> B2 Legislação laboral C2 Luta contra a discriminação C4 Alterações demográficas e envelhecimento da população Mais informações >> >> >> Igualdade de género http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=418&langId=en Participação das mulheres e dos homens no processo de tomada de decisões ec.europa.eu/employment_social/women_ men_stats/index_en.htm Aliança Europeia para as Famílias ec.europa.eu/employment_social/families/index_en.html © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 20 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia C2 Inclusão e igualdade Luta contra a discriminação Um dos valores fundamentais da UE é que todos os seus cidadãos devem viver sem quaisquer discriminações. No entanto ainda existem discriminações sob muitas formas e em diferentes esferas da vida. A verdade é que a legislação protege os cidadãos contra a discriminação, mas não basta a lei: por isso a UE está a trabalhar no sentido de criar condições em que todos, na prática, possam gozar da igualdade de tratamento. Sabia que… A discriminação está generalizada, de acordo com muitos europeus: cerca de dois terços (64%) pensam que é geral no que se refere à origem étnica e metade ou mais pensa que se passa o mesmo com a deficiência (53%) e a orientação sexual (50%) A discriminação verifica-se quando uma pessoa ou um grupo de pessoas é tratado menos favoravelmente do que outras por motivos de género, origem racial ou étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual. Por outras palavras, discriminação significa tratar as pessoas de modo diferente, negativo ou desfavorável sem qualquer razão válida, seja directa ou indirectamente. acesso ao emprego ou à formação. De forma mais geral, a luta contra a discriminação está estreitamente relacionada com actividades como a promoção da igualdade de oportunidades, facilitando por exemplo a entrada ou a permanência de pessoas com deficiência no trabalho. A inclusão social – que permite que grupos vulneráveis se envolvam plenamente na sociedade – tem um enorme papel a desempenhar. A luta contra a discriminação tem vários aspectos. Entre eles inclui-se o combate à discriminação per se, assegurando-se, por exemplo, que ninguém é tratado injustamente em termos de Sendo importante por si mesma, a luta contra a discriminação conduzirá também a uma sociedade e a mercados de trabalho mais inclusivos, que é essencial para obter crescimento e emprego. Fazer face à discriminação A UE adopta medidas relativas à discriminação de muitas formas: através de legislação e financiando e incentivando o intercâmbio de ideias e de boas práticas. Um elemento importante é o apoio dado às redes da sociedade civil a nível da UE relativas aos diferentes motivos de discriminação, bem como o apoio à cooperação a nível da UE entre os organismos nacionais para a igualdade. A UE também dirige uma campanha de aumento de sensibilização designada “Pela Diversidade, contra a Discriminação”. A discriminação é igualmente abordada no diálogo social realizado a nível da UE entre representantes dos empregadores e dos trabalhadores, enquanto um plano de acção e uma estratégica específicos sobre as deficiências procuram assegurar que os problemas da deficiência são tidos em consideração em todos os aspectos da elaboração das políticas. De um modo mais geral, a UE promove a igualdade de oportunidades e a inclusão social através da sua estratégia para o emprego e outras iniciativas. 21 Como é que os cidadãos beneficiam? De acordo com a legislação da UE é ilegal recusar a qualquer pessoa um emprego ou o acesso à formação com base no género, origem racial ou étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual – não é permitido um anúncio de emprego que refira, por exemplo, “não são aceites candidaturas de pessoas idosas ou de mulheres”. A legislação da UE também protege os cidadãos contra o assédio ou a vitimização com base nos mesmos motivos. As normas sobre discriminação com base no género e na raça vão mais além e abrangem ainda o acesso aos cuidados de saúde, a bens e serviços e ao alojamento, de forma que não poderá ser negado a qualquer cidadão, por exemplo, tratamento médico com base na sua origem racial. Os cidadãos da UE têm várias possibilidades de obrigar a respeitar os seus direitos se acharem que foram objecto de discriminação. Em primeiro lugar, as vítimas de discriminação podem intentar acções perante os tribunais nacionais. Também pode haver mecanismos de resolução alternativa de litígios, como processos administrativos submetidos a organismos para a igualdade, e mecanismos de conciliação. Além disso, é possível obter ajuda dos organismos nacionais criados para a promoção da igualdade de tratamento com base na raça ou origem étnica. E deve ser permitido que as associações ou organizações contra a discriminação ajudem as vítimas de discriminação nos tribunais. Evolução e desafios futuros As actividades a nível da UE, apoiando os esforços nacionais, contribuíram muito para que a discriminação se tornasse um fenómeno do passado – mas são necessários ainda mais esforços. Existe uma série de desafios a que é preciso fazer face neste domínio. Em primeiro lugar, temos de continuar a assegurar a aplicação correcta da legislação antidiscriminação, de modo que aquilo que está no papel seja a realidade na prática. Por último, eliminar a discriminação é uma questão de mudança de comportamento e de mentalidades, de aumento de sensibilização para estas questões e de resolver as causas subjacentes às desigualdades. Temos de nos adaptar, por exemplo, ao facto de a sociedade europeia estar a mudar e de estar a ficar mais envelhecida e mais diversificada, se quisermos assegurar que os europeus vivem sem qualquer discriminação. Ligações para outras fichas >> >> >> B2 Legislação laboral C1Igualdade entre homens e mulheres e equilíbrio trabalho/vida familiar F1 Agenda Social para 2005–2010 Mais informações >> >> >> >> Acção contra a discriminação http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=423&langId=en Inclusão social http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=437&langId=en 2007 Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos equality2007.europa.eu Campanha “Pela Diversidade, Contra a Discriminação” www.stop-discrimination.info © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 22 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia C3 Inclusão e igualdade Exclusão social e pobreza É fundamental para a prosperidade e qualidade de vida dos europeus assegurar que todos os cidadãos estão integrados na sociedade. Ainda que os países da UE tenham sistemas de protecção social dos mais desenvolvidos do mundo, continua a haver demasiados europeus que não conseguem participar plenamente na sociedade e na economia. Há milhões de pessoas em risco de pobreza, por exemplo. A UE combate a exclusão social e a pobreza ajudando os Estados-Membros a trabalharem em conjunto e a partilharem experiências sobre as medidas que adoptaram. Sabia que… Cerca de 78 milhões de europeus vivem em risco de pobreza, sendo 19 milhões crianças Cerca de 23,5 milhões de pessoas na UE sobrevivem com 10 euros por dia e 7 milhões com 5 euros por dia A luta contra a exclusão social visa a promoção da inclusão de grupos vulneráveis e do combate contra a discriminação em todas as esferas da vida, nomeadamente no mercado de trabalho. As estratégias de inclusão activa têm um papel importante a desempenhar, a fim de garantir que as políticas sociais mobilizam as pessoas capazes de trabalhar, ao mesmo tempo que asseguram um nível de vida digno às pessoas que estão e vão continuar fora do mercado de trabalho. Entretanto são necessários serviços de protecção e apoio social adequados para resolver, por exemplo, os problemas dos sem-abrigo, da s­ aúde e do excesso de endividamento. Isto implica assegurar um alojamento decente e a um preço acessível, cuidados de saúde e serviços financeiros de qualidade e acessíveis e pensões seguras e adequadas. Ao mesmo tempo, a eliminação da pobreza implica acabar com um círculo vicioso que muitas vezes vê a pobreza passar de geração em geração – uma cilada a que as pessoas podem ter dificuldade em escapar. Em resumo, a promoção da inclusão social é essencial para a UE atingir os seus objectivos de um crescimento económico sustentável, mais e melhores empregos e maior coesão social. Protecção social e inclusão social A acção da UE contra a exclusão social concretiza-se através do Processo de protecção social e inclusão social, pelo qual procura coordenar e incentivar os esforços dos Estados-Membros para combaterem a exclusão social e a pobreza e para reformarem os seus sistemas de protecção social, com base na partilha de experiências. A UE também está empenhada em combater a ­pobreza no âmbito da sua agenda do crescimento e emprego. A mais-valia das acções a nível da UE reside no desenvolvimento de objectivos e abordagens em toda a UE que os Estados-Membros implementam através de planos de acção nacionais. Ao mesmo tempo, a UE concede apoio financeiro para actividades destinadas a impedir e a combater a pobreza e a exclusão social. 23 Como é que os cidadãos beneficiam? A acção da UE aumentou a sensibilização para estes problemas e contribuiu para inserir a exclusão social e a pobreza na agenda política. Incentivou os Estados-Membros a melhorarem os seus resultados em diferentes domínios e contribuiu para o intercâmbio de ideias. A UE criou igualmente uma base sólida para a formulação das políticas através do envolvimento de um conjunto de intervenientes como organizações nãogovernamentais, parceiros sociais e autoridades locais e regionais, bem como pessoas afectadas pela pobreza e outras que trabalham com pessoas em situação de pobreza. Assim, em relação aos que se sentem excluídos da sociedade ou atingidos pela pobreza, a UE está a ajudar a melhorar as condições sociais em geral e também, por conseguinte, as suas oportunidades de vida. Há muitas pessoas que beneficiam destas políticas. Para dar apenas alguns exemplos: pessoas que têm um emprego mal remunerado ou que estão desempregadas e têm dificuldades em encontrar um alojamento acessível; pessoas que têm uma deficiência ou pertencem a uma minoria étnica e não conseguem arranjar formação no trabalho; ou crianças cujos pais não podem comprar o material necessário para a escola. Evolução e desafios futuros As políticas sociais na Europa devem continuar a encontrar e a apoiar novas respostas para as necessidades especiais de grupos específicos. Isto implica não só resolver os problemas existentes e que são a fonte da exclusão e da pobreza, mas também antecipar potenciais riscos e a mudança, como o envelhecimento da população na Europa, os efeitos da globalização e a necessidade de as pessoas terem acesso às tecnologias da informação. As questões da pobreza infantil, do desemprego, dos sem-abrigo, da discriminação e do endividamento são apenas alguns dos desafios actuais, juntamente com a integração das pessoas com deficiência, das minorias étnicas e dos imigrantes. A UE já tem em vista o futuro e fixou a si própria o objectivo de produzir um impacto decisivo na erradicação da pobreza até 2010 – que será também o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social. Este Ano Europeu visa aumentar a sensibilização para a forma como a pobreza continua a destruir a vida de tantos europeus. Irá mostrar, nomeadamente, que todos temos um papel na eliminação da exclusão social e da pobreza e que um verdadeiro progresso exige um empenhamento a longo prazo de todos os intervenientes e níveis de decisão política. Ligações para outras fichas >> C2 Luta contra a discriminação Mais informações >> Protecção social e inclusão social ec.europa.eu/employment_social/spsi/index_en.htm © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 24 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia C4 Inclusão e igualdade Alterações demográficas e envelhecimento da população A população da UE está a envelhecer e a crescer mais lentamente – ou mesmo a declinar, em especial nalgumas regiões. Este facto tem implicações importantes no emprego, na saúde, nos cuidados de longa duração e na protecção social, bem como em questões como o planeamento urbano, o ambiente, os serviços e as tecnologias da informação e da comunicação. A UE está a trabalhar com os Estados-Membros no sentido de lidar com as alterações demográficas como parte da sua estratégia de crescimento económico, emprego e bem-estar social. Um bom planeamento agora é essencial para conseguirmos uma prosperidade sustentável no futuro. Sabia que… O rácio de dependência dos mais idosos – a população com mais de 60 anos em relação à população em idade de trabalhar – está previsto duplicar no ano 2050 Prevê-se que em 2050 a população da UE tenha declinado dos actuais 493 milhões de habitantes para 472 milhões O envelhecimento da população resulta da diminuição das taxas de nascimento combinada com o aumento da longevidade, uma tendência que se observa em todo o lado, mas que é especialmente acentuada na Europa. As alterações demográficas obrigam a sociedade a adaptarse e a modernizar-se numa série de domínios, nomeadamente os mercados de trabalho, os sistemas de protecção social, os esquemas de reforma e as pensões, saúde e outros cuidados, equilíbrio trabalho/vida privada, política de imigração e educação. É especialmente importante promover a igualdade de oportunidades para todas as idades e incentivar o envelhecimento activo, porque tornam mais fácil para as pessoas idosas obterem ou manterem o emprego e trabalharem – e manterem-se activas e envolvidas na sociedade – durante mais tempo. De facto, o envelhecimento activo constitui uma estratégia global que reflecte uma abordagem do ciclo de vida em relação ao trabalho com implicações no emprego, nos assuntos sociais e na aprendizagem ao longo da vida. Não é apenas uma questão de emprego e de mercado de trabalho – o empenhamento cívico e o voluntariado também são áreas em que as pessoas mais idosas podem dar uma contribuição importante. Adaptar-se à mudança A UE ajuda os Estados-Membros a desenvolverem políticas que conduzam a uma ‘renovação’ demográfica, a promoverem o emprego e a produtividade e a integrarem os migrantes. Fá lo incentivando o intercâmbio de experiências e de investigação e acompanhando e assinalando as tendências ­ emográficas. Este trabalho é apoiado por uma d série de instrumentos e iniciativas da UE: o Fórum Demográfico Europeu e Grupo de Peritos, o Relatório Demográfico bianual, o Observatório Europeu sobre a Situação Social e a Demografia e a Aliança Europeia para as Famílias. 25 Como é que os cidadãos beneficiam? As alterações demográficas têm impacto em questões importantes para nós ao longo das nossas vidas. É natural que os jovens não pensem muito nisto quando são novos, mas quando ficam um pouco mais velhos e pensam em constituir família, querem ter a certeza de que podem contar com boas estruturas de acolhimento de crianças e de cuidados de saúde, com esquemas de trabalho flexíveis para poderem conjugar a vida profissional com a vida familiar. Quando os nossos filhos saem de casa queremos que tenham uma habitação decente e acessível. Depois, quando nos aproximamos da reforma, quereremos provavelmente permanecer activos o maior tempo possível, talvez fazendo algum trabalho voluntário ou obtendo novas competências ou viajando. Precisamos de ter acesso adequado a transportes e outros serviços. E para podermos cuidar dos nossos familiares mais idosos ou do nosso parceiro quando ficarem frágeis, precisamos de uma pensão adequada e de opções acessíveis em matéria de cuidados. Felizmente que a UE está a ajudar a implantar políticas que nos permitirão olhar para o futuro com confiança, independentemente de sermos mais novos ou mais velhos. Evolução e desafios futuros O envelhecimento da população apresenta desafios e ao mesmo tempo oportunidades. Fazer face às alterações demográficas exige solidariedade e colaboração entre as gerações e uma cooperação contínua a nível europeu. Entre as áreas em que é necessário um esforço permanente para a adaptação às alterações demográficas incluem-se: dar mais apoio às famílias e aos pais potenciais e promover maior igualdade de géneros; utilizar plenamente o potencial dos recursos humanos da Europa, nomeadamente através do envelhecimento activo; aumentar a ­produtividade e adaptar as nossas economias às necessidades de uma sociedade a envelhecer; acolher e integrar os migrantes no nosso mercado de trabalho e na sociedade; e manter finanças públicas sólidas para salvaguardar a sustentabilidade a longo prazo dos sistemas de protecção social. A UE estabeleceu duas metas a atingir até 2010 relacionadas com o envelhecimento activo: uma taxa de emprego para os trabalhadores mais idosos (54–65 anos) de 50% e uma idade média de reforma de 64,9 anos (cinco anos mais do que em 2000). Ligações para outras fichas >> >> C3 Exclusão social e pobreza F1 Agenda Social para 2005–2010 Mais informações >> >> A demografia e a situação social na UE http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=500&langId=en Aliança Europeia para as Famílias ec.europa.eu/employment_social/families/index_en.html © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 26 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia C5 Inclusão e igualdade Pensões As pensões constituem uma grande preocupação para a UE e para os seus cidadãos. O risco de pobreza dos pensionistas tornou-se mais comum e a UE esforça-se para assegurar que as pensões são suficientes para garantir segurança financeira e de rendimento aos cidadãos mais idosos. A sustentabilidade das pensões, no entanto, tornou-se mais complicada com o aumento da esperança de vida – à medida que se vive mais, diminui a percentagem de tempo que se esteve empregado, o que torna mais difícil assegurar pensões adequadas para todos. Apesar disso, a UE procurou tornar mais desejável o trabalho durante mais tempo e assegurar que ninguém perde o direito à pensão se mudar de emprego ou for para outro Estado-Membro. Sabia que… A taxa de emprego dos trabalhadores entre 55 e 64 anos aumentou de 37% em 2000 para 45% em 2007 Sem a reforma em curso, em 2050 a percentagem de pessoas com mais de 75 anos que vivem em risco de pobreza poderá atingir 30% ou mais A UE está a colaborar com os Estados-Membros no sentido de assegurar a sustentabilidade dos sistemas de pensões. Em parte implica encorajar os cidadãos a trabalhar mais tempo. Quanto mais tempo os trabalhadores permanecerem activos no mercado de trabalho, mais contribuem para os regimes de segurança social e maiores prestações recebem depois de se reformarem. Do mesmo modo, a UE também incentiva a troca de informações sobre os sistemas de pensões nos diversos Estados-Membros. A partilha das melhores práticas pode ajudar a implantar sistemas financeiramente sustentáveis e encorajar a mobilidade, uma vez que os trabalhadores ficarão menos preocupados em saber se vão receber uma pensão depois da reforma. Transferibilidade das pensões A UE propôs uma directiva que prevê a transferibilidade das pensões, que visa garantir aos pensionistas que não perdem qualquer parte da sua pensão se mudarem de emprego ou se forem para outro país. A transferibilidade das pensões assegura que os cidadãos que mudam não ficarão em risco de pobreza depois da reforma. A transferibilidade das pensões é um elemento fundamental na promoção da mobilidade dos trabalhadores. Se os trabalhadores tiverem a certeza de que receberão o mesmo nível de pensão se mudarem de emprego ou de país, é mais provável que aceitem a mobilidade. A promoção da mobilidade dos trabalhadores é um dos objectivos fundamentais da UE, uma vez que permite uma maior integração e contribui para reduzir o desemprego. A Directiva sobre a transferibilidade das pensões aguarda a sua integração nos sistemas nacionais. 27 Como é que os cidadãos beneficiam? Quando a Directiva sobre a transferibilidade das pensões for transposta, qualquer cidadão poderá mudar de emprego ou de país sem se preocupar com a pensão. O objectivo é garantir que cada trabalhador terá uma pensão, independentemente de ter mudado de emprego ou ter ido para o estrangeiro. A reforma dos regimes de pensões destina-se a garantir pensões sustentáveis e adequadas apesar das alterações demográficas e da mobilidade dos pensionistas. Com as mudanças demográficas haverá menos pessoas a contribuir para os regimes da segurança social e mais pessoas a receberem os benefícios. A reforma deve assegurar que os mais idosos não irão sofrer da pobreza dos pensionistas e que os regimes de pensões são sustentáveis e cobrem toda a gente a um nível adequado. A reforma também melhorou as taxas de emprego dos trabalhadores mais idosos. A reforma dos sistemas de pensões faz parte das medidas de inclusão activa. Estas medidas ajudam as pessoas excluídas a entrarem no mercado de trabalho e criam incentivos para se trabalhar durante mais tempo. Evolução e desafios futuros Para assegurar a adequação e a sustentabilidade dos sistemas de pensões ainda há muito trabalho para fazer. Para dar resposta às alterações da população, a UE e os Estados-Membros devem envidar esforços para encorajar os trabalhadores mais idosos a permanecerem mais tempo na vida activa. Devido às alterações demográficas, a pressão sobre os regimes públicos de pensões vai aumentar. Para assegurar a sustentabilidade das pensões tem-se de recorrer mais a regimes privados. É preciso determinar o equilíbrio certo entre fundos públicos e privados de forma que nenhum sistema fique demasiado sobrecarregado e seja incapaz de pagar as pensões. Ligações para outras fichas >> >> >> D1 Mobilidade profissional D2 Os seus direitos à segurança social C4Alterações demográficas e envelhecimento da população Mais informações >> Assegurar pensões adequadas e transferíveis http://ec.europa.eu/employment_social/spsi/pensions_ en.htm © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 28 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia C6 Inclusão e igualdade Cuidados de saúde e cuidados de longa duração O acesso a cuidados médicos e sociais é um dos nossos direitos básicos. O rendimento ou a riqueza não devem ter influência no facto de podermos ou não receber esses cuidados. Além disso, as despesas com cuidados médicos não devem conduzir à pobreza. À medida que a população da Europa envelhece, aumenta a necessidade de cuidados de longa duração. Por isso, é preciso aprofundar e actualizar os planos de cuidados de longa duração, para que o aumento da procura de cuidados possa ser plenamente adaptado. A UE está a trabalhar no sentido de melhorar os cuidados de saúde e os cuidados de longa duração e de eliminar as desigualdades que ainda existem no nível de cuidados recebidos nos Estados-Membros e nos sectores socioeconómicos. Sabia que… O segmento da população da UE com mais de 80 anos aumentará 57% entre 2010 e 2030, criando maior procura de cuidados de longa duração Em média, 26% do PIB europeu foi gasto na protecção social A prestação de cuidados de saúde e de cuidados de longa duração é da competência dos Estados-Membros. Consequentemente, a UE não interfere na organização dos sistemas nacionais de prestação destes cuidados. No entanto, a UE beneficia todos os seus cidadãos no domínio dos cuidados de saúde. A nossa saúde tem impacto em todos os aspectos da nossa vida. Pode ser um elemento determinante das oportunidades de vida – a capacidade para fazer bons estudos, para encontrar um bom emprego, para progredir na carreira. A protecção social pode assegurar que todas as pessoas têm acesso aos cuidados de saúde – mesmo as mais difíceis de contactar, como as pessoas mais des- favorecidas, que muitas vezes precisam de apoio mas não o procuram. Para assegurar que toda a gente tem acesso a cuidados de saúde adequados, a UE colabora com os Estados-Membros e coordena reformas para modernizar os sistemas nacionais de cuidados de saúde. O aumento da procura de cuidados de longa duração criou pressão nos regimes de cuidados de saúde existentes. Os planos de saúde privados estão a ser utilizados com maior frequência. A UE esforçase por conseguir um equilíbrio adequado entre o financiamento público e privado dos cuidados de longa duração, a fim de assegurar que nenhum destes sistemas fica sobrecarregado e que ninguém que careça destes cuidados fique de fora. Cartão europeu de seguro de saúde O cartão europeu de seguro de saúde facilita muito mais a prestação de cuidados quando se viaja para outro Estado-Membro ou para o Liechtenstein, a Noruega, a Islândia ou a Suíça. Este cartão garante o direito do seu titular a receber tratamento no estrangeiro e simplifica os procedimentos exigidos antes de receber o tratamento. Com o cartão, quaisquer despesas que tivermos de pagar adiantadamente serão reembolsadas. Todos os cidadãos da UE têm direito ao cartão europeu de seguro de saúde. 29 Como é que os cidadãos beneficiam? A coordenação entre os Estados-Membros e a partilha das melhores práticas têm grandes potencialidades para melhorar o nosso acesso aos cuidados de saúde e cuidados de longa duração. O objectivo é reduzir as desigualdades em matéria de cuidados de saúde entre diferentes sectores socioeconómicos e além-fronteiras, para que todos os cidadãos possam beneficiar de cuidados de saúde e cuidados de longa duração de maior qualidade. Evolução e desafios futuros A UE tem de prosseguir o seu trabalho e ajudar os Estados-Membros nas suas escolhas sobre a concepção futura dos sistemas de cuidados de saúde. Em especial, os recursos para os cuidados de saúde devem ser geridos com mais cuidado. Tal como a procura de cuidados vai aumentar à medida que os cidadãos da UE envelhecem, a procura de prestadores de cuidados também aumenta. É igualmente preciso assegurar que o pessoal médico trabalha de modo a garantir ajuda ao maior número possível de pessoas sem que tal tenha impacto no nível de cuidados. Embora as desigualdades de acesso aos cuidados de saúde tenham sido fortemente reduzidas, ainda há muito a fazer neste domínio. As desigualdades podem diminuir ainda mais se forem enfrentados os factores de risco essenciais através da promoção da saúde e da redução de certas doenças que afectam os segmentos mais pobres da sociedade. Além disso, é preciso aumentar as actividades de prevenção para reduzir a necessidade de cuidados no futuro. Por outro lado, deve prosseguir o combate às desigualdades sociais inerentes que muitas vezes estão na origem de cuidados de saúde desiguais. É preciso continuar e reforçar as políticas de redução da pobreza e de integração social. A diminuição das desigualdades sociais reduz as desigualdades em termos de cuidados de saúde. Ligações para outras fichas >> >> D2 Os seus direitos à segurança social C4Alterações demográficas e envelhecimento da população Mais informações >> >> Cuidados de saúde e cuidados de longa duração http://ec.europa.eu/employment_social/spsi/health_and_ lt_care_en.htm Cartão europeu de seguro de saúde http://ec.europa.eu/employment_social/social_security_ schemes/healthcare/index_pt.htm © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 30 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia D M obilidade profissional No mundo actual a mobilidade dos trabalhadores é cada vez mais importante. As pessoas têm o direito de circular livremente na Europa, a economia global é cada vez mais competitiva e a nossa população está a envelhecer. Para ajudar a criar um verdadeiro mercado de trabalho europeu, a UE pretende facilitar aos cidadãos a mudança de emprego e de país, com a garantia de receberem na mesma as prestações sociais e pensões a que tiverem direito. Mesmo com a mobilidade a aumentar, é possível ainda deparar com inúmeros obstáculos para mudar para o estrangeiro, como dúvidas legais e administrativas ou obstáculos linguísticos. Sabia que… 7,2% dos europeus mudaram de casa em 2002 Apenas 18% dos trabalhadores da UE mudaram de emprego nos últimos 12 meses A mobilidade dos trabalhadores sempre foi muito reduzida na Europa – tanto em termos de mudança de emprego como de mudança geográfica para arranjar emprego noutra região ou noutro país da Europa. Contudo, os cidadãos estão a ficar cada vez mais conscientes das oportunidades de viver e trabalhar no estrangeiro. Muitos aceitam bem esta ideia: a maior parte dos jovens na UE admite que muito provavelmente precisarão de ir para o estrangeiro por motivos de trabalho, ainda que seja por um curto período. A UE e os Estados-Membros têm de colaborar para facilitar aos cidadãos que admitem a ideia de mudar para o estrangeiro poderem efectivamente fazê-lo. A UE aprovou legislação para coordenar os regimes de segurança social nos Estados-Membros. Os trabalhadores devem igualmente receber as pensões e as prestações da segurança social independentemente de mudarem de emprego ou de trabalharem num país diferente. Os trabalhadores podem assim ter maior mobilidade quando sabem que as suas pensões e a segurança social estão ao abrigo de qualquer risco. Promover a mobilidade A mobilidade dos recursos humanos traz muitos benefícios à Europa. Ajuda a reduzir o desemprego, uma vez que os trabalhadores se podem deslocar facilmente para outras regiões e outros países num mercado de trabalho que abrange toda a Europa. A economia também beneficia, uma vez que os trabalhadores podem preencher mais facilmente as vagas existentes e as pessoas podem obter novas competências. A UE procura dar aos cidadãos o máximo de informação possível sobre mobilidade. O Portal Europeu da Mobilidade Profissional - EURES – permite aos cidadãos acesso a anúncios de emprego em todos os Estados-Membros e permite-lhes colocar em linha os seus CV para os empregadores terem acesso directo aos mesmos. A rede EURES de conselheiros especialistas em mobilidade também oferece informações práticas sobre o trabalho no estrangeiro, como por exemplo os direitos à pensão e à segurança social no estrangeiro. 31 Como é que os cidadãos beneficiam? Todos os cidadãos têm direito a trabalhar em qualquer sítio na Europa e continuarem a receber as pensões, as prestações da segurança social e os cuidados de saúde. A mobilidade também aumenta as possibilidades de encontrarem emprego, porque têm direito de trabalhar em todos os Estados-Membros da UE, alargando a procura de emprego para lá das fronteiras do próprio país. Trabalhar no estrangeiro ajuda a criar novas competências que podem ser vantajosas para um emprego futuro, como línguas estrangeiras e aptidões interculturais. Os trabalhadores podem agora deslocar-se para o estrangeiro muito mais facilmente do que dantes. Os procedimentos administrativos foram simplificados e o processo de pedido de pensões ou de acesso aos cuidados de saúde é muito mais simples. Além disso, é mais fácil mudar de emprego ou mudar de país. Iniciativas da UE como a EURES e as Jornadas de Emprego dão acesso directo a informações sobre o trabalho no estrangeiro e vagas em toda a Europa. Evolução e desafios futuros A mobilidade dos trabalhadores aumentou recentemente, mas a UE e os Estados-Membros têm de continuar a promover a mobilidade. Os Estados-Membros deviam simplificar ainda mais as práticas administrativas para que a mudança para o estrangeiro não seja considerada uma confusão ou demasiado complicada. O Plano de Acção de 2007 da UE para a Mobilidade Profissional apela aos Estados-Membros para adoptarem medidas em todos estes domínios e incentiva-os a integrarem a mobilidade profissional e geográfica nas estratégias nacionais para o emprego. práticas. Podem ser utilizados regimes de aprendizagem mútua para a mobilidade a fim de os ajudar a coordenar e partilhar informações sobre mobilidade e melhorar as estratégias de mobilidade. Continua a haver falta de informação sobre a mobilidade em toda a Europa. São necessários mais estudos e inquéritos para compreender melhor a mobilidade dos trabalhadores europeus. Essa informação pode ser utilizada para afinar mais as estratégias de mobilidade e tornálas mais eficazes. Os Estados-Membros devem igualmente continuar a coordenar políticas e partilhar as ­melhores Ligações para outras fichas Para mais informações sobre temas específicos no quadro da Mobilidade, consulte todas as fichas da série D. >> A2 Flexigurança Mais informações >> >> Livre circulação de trabalhadores http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=25&langId=en Portal Europeu da Mobilidade Profissional http://eures.europa.eu © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 32 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia D1 M obilidade prof is s ional Eliminar os obstáculos à mobilidade profissional A livre circulação de trabalhadores é uma das liberdades fundamentais garantidas pela UE aos seus cidadãos. Em princípio, todos os cidadãos têm o direito de trabalhar e de viver noutro Estado-Membro sem qualquer discriminação com base na nacionalidade. Esta mobilidade é um factor essencial para reforçar a economia europeia. É igualmente importante para a criação de novos e melhores empregos em toda a UE. Contudo, a mobilidade ainda é limitada por vários obstáculos, como os custos, os procedimentos administrativos e – embora tenha havido progressos – a aceitação das qualificações no estrangeiro, para indicar apenas alguns. Sabia que… Apenas 2% dos cidadãos em idade de trabalhar vivem e trabalham noutro Estado-Membro Mas de 70% de trabalhadores jovens consideram que a sua carreira exigirá algum tipo de mobilidade A mobilidade profissional traduz-se na mudança de emprego ou na mudança para outro EstadoMembro para aí trabalhar. A livre circulação de trabalhadores na UE significa que em princípio os cidadãos têm direito de arranjar emprego em qualquer Estado-Membro. Podem aí residir para esse efeito e têm direito a ser tratados numa base de igualdade, por exemplo em termos de acesso ao emprego e de condições de trabalho. São aplicáveis algumas restrições em relação aos novos Estados-Membros. Uma maior mobilidade dos trabalhadores é extremamente benéfica para a UE e para a sua economia. Alarga o número de pessoas com capacidade que as empresas têm ao seu dispor para recrutar e promove uma maior integração europeia ao reunir pessoas de diferentes Estados-Membros. Mais mobilidade O Plano de Acção Europeu para a Mobilidade Profissional promove a mobilidade dos trabalhadores na UE. Define medidas para melhorar a legislação e as práticas administrativas a fim de tornar mais fácil trabalhar no estrangeiro. É necessário apoio político a todos os níveis e os Estados-Membros desempenham um papel importante na promoção da mudança de emprego e na mobilidade além fronteiras. A sensibilização crescente dos cidadãos para a mobilidade profissional também é um elemento essencial do Plano de Acção. Por outro lado, o Portal Europeu da Mobilidade Profissional (EURES) também contribui para facilitar a livre circulação de trabalhadores na UE. Acessível em 25 línguas europeias, constitui um “balcão único” para dar informações sobre mobilidade profissional e normalmente tem mais de 1 milhão e 500 mil anúncios disponíveis em linha de empregos existentes em toda a Europa. Uma rede de mais de 750 conselheiros dá assistência personalizada às pessoas que querem colocar questões relativamente à mobilidade dos trabalhadores. 33 Como é que os cidadãos beneficiam? A regulamentação da UE facilita muito a mobilidade transfronteiras e a mudança de emprego. Os cidadãos têm o direito de se deslocarem para fora dos seus países para procurarem emprego e de levarem consigo a família. Este processo é muito mais fácil para os cidadãos da UE do que para pessoas de países terceiros que gostariam de trabalhar na UE e que geralmente têm de obter uma autorização de trabalho para o poderem fazer. ­ ermitindo que um certificado válido num país p seja válido em todos os países da UE, que se tornou mais simples arranjar emprego no estrangeiro. Além disso, os processos administrativos estão mais simplificados. Quer se trate de mudar de emprego no mesmo país ou de mudar para um novo país, a UE está a tornar o processo mais fácil e mais harmonizado em todos os Estados-Membros. Os europeus, com a ajuda de serviços como o EURES, podem agora encontrar emprego – dentro ou fora do seu Estado-Membro – com menos dificuldades do que antes. Também podem consultar mais facilmente as oportunidades existentes em toda a UE antes de tomarem a decisão de mudar. Se um cidadão for trabalhar para outro EstadoMembro e achar que os seus direitos não são respeitados pelas autoridades nacionais do Estado-Membro onde trabalha, pode, consoante as circunstâncias, exigir a reparação da situação junto das autoridades nacionais, apresentar uma reclamação à Comissão Europeia ou solicitar assistência através do sistema SOLVIT ou através do Serviço de Orientação dos Cidadãos. Foi graças aos esforços da UE para assegurar o reconhecimento mútuo das qualificações, Evolução e desafios futuros Apesar dos progressos realizados até à data, continuam ainda a existir obstáculos à crescente mobilidade dos trabalhadores europeus. Muitos cidadãos não têm conhecimento das suas opções em termos de mobilidade. A UE e os Estados-Membros têm de trabalhar em conjunto para instruir as pessoas e incentivar maior mobilidade dos trabalhadores. A EURES tem de realizar acções mais concretas, como as Jornadas Europeias do Emprego, a ligação a outras redes de emprego e a partilha de boas práticas. É preciso incentivar programas de aprendizagem ao longo da vida, especialmente nos domínios das ciências e das tecnologias da informação e comunicação, para dar aos trabalhadores as competências e os conhecimentos necessários quando procuram mudar de emprego ou de país. Outro desafio reside na integração dos novos Estados-Membros no mercado de trabalho alargado da UE. Ligações para outras fichas >> >> B2 Legislação laboral D2 Os seus direitos à segurança social Mais informações >> >> >> >> Livre circulação de trabalhadores http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=25&langId=en Portal Europeu da Mobilidade Profissional http://eures.europa.eu SOLVIT http://ec.europa.eu/solvit/site/index_pt.htm Serviço de Orientação para os Cidadãos http://ec.europa.eu/citizensrights/front_end/index_pt.htm © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 34 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia D2 M obilidade prof is s ional Os seus direitos à segurança social Assegurar que os cidadãos não perdem os seus direitos à segurança social quando mudam dentro da UE constitui uma preocupação fundamental dos trabalhadores europeus. É por isso que a UE procura garantir a coordenação dos regimes da segurança social nos Estados-Membros. Através desta coordenação a UE pretende assegurar que todos os cidadãos são tratados como se fossem nacionais do país onde trabalham ou residem. Tornando mais simples o processo de obtenção das prestações da segurança social e criando continuidade entre os Estados-Membros, a mobilidade dos trabalhadores torna-se muito mais fácil. Sabia que… Existem actualmente mais de 600 000 trabalhadores que recorreram à mobilidade na UE Coordenar os regimes da segurança social Os regimes da segurança social na UE são coordenados desde há décadas. Os Regulamentos 1408/71 e 574/72 tratam muitas das questões de segurança social que se colocam aos trabalhadores e respectivas famílias que se deslocam para outro Estado-Membro: que país é responsável pelas prestações da segurança social, quem suporta os custos médicos necessários durante uma viagem noutro país da UE, etc. Estes regulamentos coordenam as inúmeras políticas de segurança social e asseguram que os trabalhadores não são objecto de discriminação em comparação com os cidadãos do país onde trabalham ou residem. Os Estados-Membros podem determinar os e­ lementos dos seus próprios regimes de segurança social – prestações, elegibilidade, etc. – desde que sejam respeitados os princípios básicos da igualdade de tratamento e não-discriminação. A UE adoptou medidas para dar a conhecer aos cidadãos os seus direitos à segurança social. Programas como o EUlisses fornecem às pessoas informações relevantes sobre os regimes da segurança social em toda a UE, para que possam compreender a situação tanto no seu país como no estrangeiro e saibam quais os benefícios a que têm direito independentemente do local onde vivem. Modernizar o intercâmbio de dados A UE actua no sentido de melhorar o intercâmbio de informações entre os Estados-Membros. O Regulamento 833/2004 visa aplicar o intercâmbio electrónico de dados ao domínio da coordenação da segurança social. A modernização do intercâmbio de dados permitirá simplificar os procedimentos e assegurará uma maior c­ oordenação entre Estados-Membros. Quando um trabalhador muda para um novo país, a sua segurança social e outras informações serão facilmente acessíveis pelas autoridades competentes no novo país, fomentando assim ainda mais a mobilidade dos trabalhadores por facilitar os procedimentos administrativos. 35 Como é que os cidadãos beneficiam? A acção da UE no domínio dos direitos à segurança social visa assegurar que todos os cidadãos são tratados numa base de igualdade quando mudam para outro Estado-Membro. A reclamação das prestações da segurança social é agora mais fácil graças à coordenação da UE dos sistemas da segurança social e das informações acessíveis aos cidadãos. Com o intercâmbio electrónico de dados ficam disponíveis as informações mais exactas e actualizadas sobre a situação da segurança social dos beneficiários, assegurando-se assim que lhes são concedidas as prestações a que têm direito. A UE também assegura a transferibilidade das pensões legais. Os cidadãos podem juntar pensões de vários países vivendo noutro país, dependendo do tempo que trabalharam em cada um desses países. Não pode ser negada a pensão a qualquer pessoa mesmo que deixe o país onde a pensão tem origem. Evolução e desafios futuros Embora tenha havido muitos progressos no domínio da coordenação dos regimes de segurança social, é possível melhorar ainda mais. Por exemplo, é preciso avaliar os regulamentos em vigor para determinar se têm de ser adaptados à luz de novos padrões de mobilidade dos trabalhadores, como mobilidade mais curta ou mais frequente. É igualmente preciso continuar a facilitar o acesso à informação. Projectos que dêem acesso à informação são um excelente instrumento para promover a mobilidade e garantir que os cidadãos compreendem os seus direitos à segurança social. Ligações para outras fichas >> >> C5 Pensões D1 Eliminar os obstáculos à mobilidade profissional Mais informações >> >> >> Coordenação dos regimes da segurança social http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=26&langId=en Custo dos cuidados de saúde no estrangeiro http://ec.europa.eu/employment_social/social_security_ schemes/healthcare/index_pt.htm EUlisses (ligações e informações sobre segurança social da UE) http://ec.europa.eu/employment_social/social_security_ schemes/eulisses/jetspeed/ © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 36 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia E Programas de financiamento da UE O financiamento da política social e de emprego da UE está centrado principalmente em três fundos: o Fundo Social Europeu (FSE), o programa PROGRESS para o emprego e a solidariedade social e o Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG). Cada um tem as suas próprias atribuições e condições. É aos Estados-Membros que incumbe em primeiro lugar a responsabilidade pela política social e de emprego. O financiamento da UE nestes domínios visa dar apoio e complementar – mais do que substituir – os esforços nacionais. Sabia que… Todos os anos o FSE ajuda cerca de 2 milhões de desempregados ou de pessoas inactivas, 200 000 pessoas socialmente excluídas ou desfavorecidas e 1,2 milhões de mulheres desempregadas ou inactivas a arranjarem emprego depois de beneficiarem de um projecto do FSE. Assegura igualmente acções de formação a 4 milhões de pessoas Até hoje, o FEG ajudou 7 337 pessoas despedidas devido à mudança dos padrões globais do comércio O FSE foi criado para reduzir as diferenças de níveis de vida e de riqueza na UE e promover assim o bem-estar social e económico. Este fundo apoia projectos que promovam o emprego e ajudem os cidadãos a melhorar os seus níveis de ensino e de competências, melhorando as suas perspectivas de emprego. O PROGRESS, programa da UE para o emprego e a solidariedade social para 2007–2013, visa reforçar o apoio da UE aos Estados-Membros para realizarem a Agenda Social – mais e melhores empregos e maior coesão. O FEG destina-se a combater os potenciais efeitos negativos da globalização e conciliar crescimento económico e coesão social. Para cada projecto financiado pela UE tem de haver uma contrapartida nacional ao apoio financeiro da UE, que pode ser coberto por fontes públicas ou privadas, por exemplo uma autoridade nacional. Na maior parte dos casos os EstadosMembros e a UE partilham a gestão dos fundos: embora as acções sejam concebidas a nível da UE, são executadas por autoridades nacionais ou regionais. Noutros casos, os programas são geridos directamente a nível europeu. Quais são as diferenças? Embora estes fundos actuem paralelamente, apresentam diferenças: o FSE investe na execução das políticas de emprego e da inclusão social nos Estados-Membros, apoiando actividades que sem este apoio não seriam possíveis. Além disso, a cooperação transnacional e inter-regional constitui desde há muito uma característica do sucesso das actividades do FSE. O programa PROGRESS visa mais o nível político e as suas actividades destinam-se à elaboração de análises e a desenvolvimentos políticos. ­Tanto o FSE como o PROGRESS são constituídos por programas plurianuais de apoio a objectivos estratégicos e de longo prazo. O FEG, no entanto, difere na medida em que se destina a actividades no terreno que beneficiem os trabalhadores e as empresas e dêem resposta a crises específicas à escala europeia. Concede um apoio único e limitado no tempo, destinado directamente a ajudar trabalhadores que foram despedidos por razões comerciais. 37 Como é que os cidadãos beneficiam? As pessoas na Europa beneficiam da acção da UE neste domínio tanto directamente – por meio de acções de formação e de outros regimes de apoio – como indirectamente – através de melhores políticas dos Estados-Membros e da aplicação da legislação da UE. Em última instância, os fundos visam modernizar o modelo social europeu ao mesmo tempo que criam mais e melhores empregos e maior coesão social. Em geral a UE atribui o apoio financeiro nos domínios social e do emprego quer adquirindo serviços, como estudos prospectivos, quer concedendo subsídios. Nalguns casos o financiamento pode ser concedido através de um convite para apresentação de propostas, publicado no sítio Internet da Comissão Europeia. É possível beneficiar do financiamento do FSE de várias maneiras: formação ou orientação para melhorar as nossas competências e perspectivas de carreira; apoio para nos ajudar a criar uma empresa ou a conseguir maior equilíbrio entre trabalho e vida familiar; e assistência às mulheres, aos trabalhadores mais idosos e a outros grupos tendo em vista o acesso ao mercado de trabalho. Também beneficiamos em última instância do PROGRESS quando os Estados-Membros promovem leis, políticas e práticas de acordo com os objectivos sociais da UE e nacionais. E os responsáveis políticos nacionais e da UE e outros intervenientes ficam em melhor posição para fazer face aos desafios de uma Europa social num mundo globalizado. O FEG visa manter ou reintegrar trabalhadores no mercado de trabalho. Se necessário é possível beneficiar de serviços de apoio personalizados, como ajuda para a procura de emprego, orientação profissional, assistência à recolocação, formação e reconversão individualizada e promoção do espírito empresarial. Evolução e desafios futuros A UE está empenhada em garantir que estes financiamentos são utilizados para contribuir para os objectivos da Estratégia de Lisboa para o crescimento e emprego – em especial uma taxa de emprego de 70% até 2010. Além disso, o financiamento deve dar resultados concretos para os cidadãos da UE. Por esse facto foram adoptadas medidas para acompanhar e avaliar os seus resultados e assegurar que cumprem os seus objectivos. Ligações para outras fichas Para mais informações sobre temas específicos no quadro dos Programas de financiamento da UE consulte todas as fichas da série E. >> F1 Agenda Social para 2005-2010 Mais informações >> Financiamento http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=86&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 38 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia E1 Programas de financiamento da UE Fundo Social Europeu O principal instrumento financeiro da UE para investir nas pessoas, o Fundo Social Europeu (FSE), promove o emprego e ajuda as pessoas a aumentarem o nível de educação e as suas competências, melhorando as perspectivas de emprego. É um elemento fundamental da Agenda para o Crescimento e Emprego da UE, que visa promover o crescimento económico, fomentar a competitividade e criar empregos. No período 2007–2013 serão investidos mais de 75 mil milhões de euros nos Estados-Membros da UE no quadro do FSE. Sabia que… O nível de financiamento do FSE difere de região para região em função da sua riqueza relativa O FSE representa aproximadamente 10% do orçamento da UE e todos os anos beneficiam do seu apoio cerca de 9 milhões de trabalhadores Sendo o mais antigo dos Fundos Estruturais da UE, o FSE foi criado em 1957 com o objectivo de reduzir o desemprego nos Estados-Membros e regiões da UE, promovendo o bem-estar económico e social. Está organizado em torno de dois grandes objectivos: o Objectivo da Convergência, que inclui todas as regiões com um produto interno bruto (PIB) per capita inferior a 75% da média da UE, e o Objectivo da Competitividade Regional e do Emprego, que cobre todas as outras regiões. O FSE assegura apoio em toda a UE a quatro áreas fundamentais no âmbito dos dois objectivos. Visa aumentar a adaptabilidade dos trabalhadores e das empresas e aumentar o acesso dos c­ idadãos ao emprego. Procura reforçar a inclusão social – assegurar que os grupos mais vulneráveis participam plenamente na sociedade – através da luta contra a discriminação e de maior acesso ao emprego de pessoas com deficiência. Promove igualmente parcerias para a reforma nos domínios do emprego e da inclusão. Além disso, nas regiões e nos Estados-Membros mais desfavorecidos, abrangidos pelo Objectivo da Convergência, o FSE apoia os esforços para alargar e melhorar o investimento nos conhecimentos e nas competências dos trabalhadores e as acções destinadas a desenvolver a capacidade institucional e a eficiência das administrações públicas, a nível nacional, regional e local. O FSE na prática O FSE é orientado pela Estratégia Europeia para o Emprego, que tem um papel central na coordenação das políticas da UE para criar mais e melhores empregos. Os financiamentos do FSE são acessíveis em todos os Estados-Membros e regiões. Cada Estado-Membro ou região chega a acordo com a Comissão Europeia sobre um programa operacional que estabelece as prioridades e os objectivos do financiamento do FSE para um período de sete anos, sendo o actual de 2007 a 2013. Em relação a cada projecto do FSE tem de haver uma contrapartida nacional para o apoio financeiro da UE, podendo essa contribuição ser coberta por fundos públicos ou privados – conhecido por princípio do co-financiamento. Os Estados-Membros e a UE partilham a gestão do FSE: embora as acções do FSE sejam concebidas a nível da UE, são executadas por autoridades nacionais ou regionais. 39 Como é que os cidadãos beneficiam? Todos os cidadãos beneficiam do apoio do FSE e o facto de haver um fundo a nível da UE permite que o apoio financeiro seja orientado para as regiões mais carenciadas em benefício de todos. Anualmente são apoiadas cerca de 9 milhões de pessoas: 4 milhões beneficiam de acções de formação, 2 milhões arranjaram emprego, etc. É possível beneficiar de diversas maneiras dos financiamentos do FSE: formação ou orientação para melhorar as competências e as perspectivas de carreira; apoio para ajudar a criar uma empresa ou conseguir um maior equilíbrio entre trabalho e vida familiar; e assistência às mulheres, aos trabalhadores mais idosos e aos jovens para acesso ao mercado de trabalho. Por exemplo, no âmbito do Projecto rotina diária nos Países Baixos, foram financiadas cerca de 140 experiências locais para ver como conciliar o trabalho com a vida familiar. No projecto dinamarquês intitulado Rede de ensino e de cursos flexíveis, uma rede de organizações ofereceu oportunidades de formação individual a pessoas desempregadas. Até ao momento já beneficiaram deste projecto cerca de 350 pessoas, que aumentaram as possibilidades de encontrar trabalho e melhoraram ao mesmo tempo o seu bem-estar geral. Evolução e desafios futuros O FSE é um elemento fundamental para dar resposta aos desafios futuros no domínio da política social e de emprego da UE. As questões específicas a abordar são como conseguir aumentar o emprego para melhorar os níveis de vida, como ajudar os trabalhadores da UE para aumentarem os níveis de competência e de adaptabilidade a fim de serem competitivos num mundo globalizado e como criar uma sociedade mais inclusiva baseada na igualdade de oportunidades para todos. Além disso, o desafio do envelhecimento da população obriga o FSE a centrar-se na utilização do potencial de toda a população: o facto de as pessoas trabalharem aumenta a competitividade e reduz os custos sociais e de saúde. Ligações para outras fichas >> >> >> A Mais e melhores empregos A1 Desemprego e qualidade do trabalho C Inclusão e igualdade Mais informações >> Fundo Social Europeu http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=325&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 40 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia E2 Programas de financiamento da UE PROGRESS O Programa Comunitário para o Emprego e a Solidariedade Social para 2007–2013, PROGRESS, destina-se a reforçar o apoio da UE aos EstadosMembros para realizarem a Agenda Social – mais e melhores empregos e maior coesão social. O PROGRESS apoia o desenvolvimento de políticas em cinco áreas: emprego, protecção e inclusão sociais, condições de trabalho, não discriminação e igualdade entre homens e mulheres, com um orçamento de 743,25 milhões de euros para sete anos. Sabia que… Embora incumba em primeiro lugar aos Estados-Membros a responsabilidade pelas questões de emprego e dos assuntos sociais, os principais desafios a enfrentar no futuro são na maior parte comuns a toda a UE-27, exigindo por isso uma acção concertada da UE O PROGRESS visa assegurar que a UE possa apoiar os compromissos dos Estados-Membros de criarem mais e melhores empregos e de proporcionarem igualdade de oportunidades para todos. Existe um conjunto de forças que estão a modelar o futuro das políticas sociais e de emprego da UE – globalização, mudanças tecnológicas numa sociedade baseada no conhecimento, alterações demográficas, níveis de vida e qualidade de vida. A UE tem de criar condições que permitam aos cidadãos europeus beneficiarem das oportunidades proporcionadas por estas forças. Precisa igualmente de desenvolver processos inovadores de elaboração de políticas e de colaboração com parceiros e de se empenhar em conseguir resultados efectivos. É preciso por isso desencadear um processo de reformas e de mudanças a nível nacional para apoiar os objectivos e as prioridades da UE estabelecidos na Agenda Social. O programa PROGRESS funciona portanto como catalisador e facilitador. O programa dá apoio a três tipos de actividades: análises; aprendizagem mútua, sensibilização e divulgação; e apoio aos principais intervenientes. Os seus fundos são utilizados para análises e aconselhamento político sobre as áreas de intervenção do programa; para acompanhar e fazer relatórios sobre a aplicação da legislação e das políticas da UE a nível nacional; para promover a transferência, aprendizagem e apoio de políticas entre EstadosMembros relativamente aos objectivos a às prioridades da UE; e para incentivar e transmitir os pontos de vista dos interessados e da sociedade em geral a fim de serem promovidos e transferidos. O PROGRESS na prática O PROGRESS é gerido directamente pela Comissão Europeia, com a assistência de um comité constituído por representantes dos Estados-Membros. Apoia-se igualmente numa rede de parcerias que envolvem autoridades nacionais, organizações de empregadores e de trabalhadores e ONG. 41 O programa PROGRESS e o Fundo Social Europeu (FSE) funcionam em paralelo. Contudo, o FSE aplica os seus fundos na execução das políticas de emprego e de inclusão social nos Estados-Membros. Além disso, desde há muito que a cooperação transnacional e inter-regional constitui uma componente bem-sucedida das actividades do FSE, promovendo a identificação de soluções inovadoras além fronteiras. Pelo contrário, o PROGRESS está mais orientado para o nível das políticas, com actividades destinadas a análises e desenvolvimento de políticas, centrando-se em actividades com uma forte dimensão europeia a fim de garantir um valor acrescentado a nível da UE. Como é que os cidadãos beneficiam? O PROGRESS procura melhorar a aplicação do direito comunitário. Os cidadãos podem por isso beneficiar em última instância da igualdade de condições criada por uma aplicação eficaz do direito da UE e por um nível comum de protecção legal em áreas como a saúde e segurança, a não discriminação e a igualdade entre homens e mulheres. Além disso, o PROGRESS procura incentivar os principais decisores políticos e intervenientes da UE e nacionais a compreenderem melhor e a apropriarem-se dos objectivos e das prioridades da UE. Uma alteração positiva desta compreensão irá beneficiar-nos por permitir uma maior convergência das políticas nacionais com as da UE. A criação de parcerias mais fortes entre os intervenientes nacionais e da UE contribuirá para se conseguirem consensos e para provocar mudanças no sentido de apoiar os objectivos e as prioridades da UE. Por último, os cidadãos beneficiarão do PROGRESS quando os Estados-Membros implementarem leis, políticas e práticas de acordo com os objectivos da Agenda Social – mais e melhores empregos e maior coesão social. E os decisores políticos e outros interessados nacionais e da UE ficarão em melhor posição para enfrentar os desafios de uma Europa Social num mundo globalizado. Evolução e desafios futuros O programa PROGRESS continuará a reforçar a contribuição da UE para apoiar os esforços dos Estados-Membros no sentido de promover mais e melhores empregos e igualdade de oportunidades para todos. Procurará centrar-se na realização de resultados concretos para os cidadãos da UE. O acompanhamento através de relatórios anuais de actividade ajudará a determinar em que medida o programa está no bom caminho. Uma avaliação intercalar (2008–2010) procurará analisar se o PROGRESS está a atingir os seus objectivos, a eficácia da utilização dos seus recursos e o seu “valor acrescentado”. Ligações para outras ficha >> >> >> >> >> A B C E1 F1 Mais e melhores empregos Direitos laborais Inclusão e igualdade Fundo Social Europeu Agenda Social para 2005–2010 Mais informações >> PROGRESS http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=327&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 42 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia E3 Programas de financiamento da UE Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização O Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG) destina-se a combater os efeitos negativos da globalização e a conciliar o crescimento económico com a coesão social. Visa especificamente apoiar os trabalhadores se perderem o emprego devido a mudanças na estrutura do comércio mundial, permitindo-lhes manterem o emprego ou encontrarem rapidamente um novo trabalho. Com a aplicação prevista de 2007 a 2013, no total o FEG pode conceder em cada ano até 500 milhões de euros em assistência. Sabia que… Podem ser elegíveis para financiamento do FEG até 100 000 trabalhadores por ano 37% dos europeus consideram a globalização como uma boa oportunidade para as empresas graças à abertura dos mercados A globalização oferece oportunidades de crescimento económico e de mais e melhores empregos. Mas pode ter consequências negativas e alguns trabalhadores podem perder o emprego. Através do FEG, a UE pode mostrar a sua solidariedade para com os trabalhadores despedidos por causa da globalização. Todos os EstadosMembros, grandes e pequenos, novos e antigos, podem ser afectados por estas mudanças e são por isso potencialmente elegíveis para assistência do FEG. O FEG concede apoios individuais sob a forma de um pagamento único e limitado no tempo destinado a ajudar os trabalhadores considerados pessoal e gravemente afectados por despedimentos resultantes do ajustamento do comércio. Não contribui para a reestruturação de empresas nem de sectores industriais. Difere de outros fundos da UE como o Fundo Social Europeu. Este financia programas plurianuais de apoio a objectivos estratégicos de longo prazo – nomeadamente o aumento da adaptabilidade de trabalhadores e empresários, o aumento do acesso ao emprego e da inclusão sustentável no mercado de trabalho, o reforço da coesão social de pessoas desfavorecidas, o aperfeiçoamento do capital humano e a promoção de parcerias e de iniciativas através de redes de intervenientes relevantes. O FEG, pelo contrário, intervém nos casos em que os despedimentos têm um impacto significativo numa região ou sector e atingem uma dimensão europeia em termos de escala e de impacto. Além disso, só financia medidas activas de emprego para manter as pessoas empregadas, mas não medidas passivas de protecção social, como pensões de reforma ou subsídios de desemprego – a competência destas medidas é dos Estados-Membros. 43 Da UE para o nível nacional, regional e local Se um trabalhador for despedido devido aos efeitos da globalização, o FEG pode complementar o apoio que lhe é concedido a nível local, regional e nacional. Poderá complementar qualquer apoio que lhe seja concedido pelo seu antigo empregador e pelas autoridades públicas em termos de medidas activas de emprego. Os Estados-Membros podem solicitar assistência do FEG em nome dos trabalhadores e são responsáveis pela execução das actividades financiadas. Devem concluir estas actividades no prazo de 12 meses a contar da candidatura à assistência. Como é que os cidadãos beneficiam? O FEG permite que os cidadãos beneficiem das vantagens da globalização – abertura dos mercados e melhores oportunidades para as empresas europeias –, concedendo-lhes ao mesmo tempo apoio para o caso de se defrontarem com os seus efeitos negativos. Destina-se a ajudar todos os trabalhadores em situação idêntica a ultrapassarem o pior do choque a curto prazo dos despedimentos em massa, se tal acontecer, e por isso é limitado a um período relativamente curto. A esperança é que esta assistência suplementar seja eficaz para oferecer emprego e permitir que os mercados de trabalho funcionem melhor. O objectivo do FEG é manter ou reintegrar os trabalhadores no mercado de trabalho. Se necessário, poderão ainda beneficiar de serviços de apoio personalizados, como assistência na ­ rocura de emprego, orientação profissional, p ajuda à recolocação, formação e reconversão específicas e promoção do espírito empresarial. O FEG também pode conceder medidas especiais limitadas no tempo, como subsídios de procura de emprego, subsídios de mobilidade ou subsídios a pessoas que participam em acções de formação e de formação ao longo da vida, todas geridas pelo Estado-Membro. A assistência não é limitada aos trabalhadores da empresa principal ou do sector principal com dificuldades – quem trabalhar para um dos fornecedores da empresa e perder o emprego por causa da empresa principal, também é elegível para as medidas do FEG. Evolução e desafios futuros À medida que a globalização acelera e se propaga, o FEG continuará a apoiar os cidadãos da UE que sofrerem alguns dos seus efeitos negativos. O FEG será acompanhado através de um relatório anual das suas actividades e resultados, a fim de assegurar que respeita os seus objectivos. Além disso, a Comissão Europeia elaborará um relatório intercalar em 2011 e uma avaliação final em 2014, em colaboração com os EstadosMembros. Ligações para outras fichas >> >> A2 Flexigurança E1 Fundo Social Europeu Mais informações >> Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=326&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 44 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia F A política na prática A UE adoptou uma Agenda Social global com vista ao desenvolvimento de um modelo social europeu moderno, inovador e sustentável. A presente ficha – e as outras da mesma série – explicam quais são os diferentes instrumentos políticos utilizados na política social da UE e para a execução da Agenda Social. Esses instrumentos incluem, nomeadamente, financiamento, legislação e diálogo social com a participação de empregadores e sindicatos. A UE também coopera com outros países, quer para os ajudar a preparar-se para a adesão à UE no domínio social se são países candidatos (ou potenciais candidatos), quer para aprofundar questões sociais a nível internacional. Sabia que… A UE tem uma Agenda Social ambiciosa que visa modernizar o modelo social europeu como parte da sua estratégia para promover o crescimento e o emprego Nos termos do Tratado UE, os parceiros sociais – trabalhadores e empregadores – devem ser consultados antes de ser proposta legislação comunitária sobre questões de política social: parte de um diálogo social alargado a nível europeu As acções a nível da UE em matéria de política social não substituem os esforços nacionais que já estão a ser feitos nas várias áreas políticas, destinando-se antes a complementar, coordenar e apoiar as medidas adoptadas pelos Estados-Membros, acrescentando-lhes valor. A abordagem da política social da UE baseia-se no designado método aberto de coordenação (MAC), um mecanismo para coordenar as políticas económicas, sociais e de emprego dos EstadosMembros. A finalidade é fazer convergir as políticas nacionais para objectivos europeus comuns, deixando ao mesmo tempo a cada país a escolha da melhor forma para atingir esses objectivos. No quadro do MAC, os Estados-Membros elaboram planos de acção nacionais que incluem os objectivos e um calendário e a Comissão Europeia acompanha o evoluir desses planos. Instrumentos políticos A UE possui uma série de instrumentos de política social. Entre eles inclui-se legislação sobre um conjunto de questões sociais e laborais. Outra componente importante é o diálogo social entre empregadores e sindicatos (parceiros sociais), bem como entre os parceiros sociais e as instituições da UE. E a UE também concede financiamentos importantes para programas e iniciativas relevantes (ver, para mais informações, as fichas sobre os programas de financiamento da UE). Paralelamente à Agenda Social – em que as principais prioridades são o aumento do emprego, a luta contra a pobreza e a promoção da igualdade de oportunidades – existe uma Estratégia Europeia para o Emprego, que visa orientar os esforços nacionais para criar mais e melhores empregos. A UE também se preocupa em integrar os aspectos da política social em todas as suas políticas – processo conhecido por integração da perspectiva do género (mainstreaming). 45 Como é que os cidadãos beneficiam? O objectivo da UE é criar mais e melhores empregos e uma sociedade inclusiva baseada na igualdade de oportunidades. Este objectivo reflecte-se na legislação da UE, que favorece os cidadãos estabelecendo normas mínimas que têm de ser respeitadas em toda a UE em áreas como a igualdade, discriminação, saúde e segurança dos trabalhadores, direito laboral, condições de trabalho e informação e consulta. A legislação da UE, por exemplo, garantiu às pessoas o direito de não serem discriminadas no emprego e ajudou a reduzir os acidentes e as doenças relacionados com o trabalho. As normas sociais mínimas a nível da UE, combinadas com a protecção dos direitos e a livre circulação de trabalhadores, ajudam a criar uma sociedade com coesão e condições de concorrência equitativas para as empresas. Além disso, o MAC tem funcionado como um catalisador de reformas políticas e tem ajudado a introduzir a­ lterações estruturais no mercado de trabalho e a criar empregos. Ao mesmo tempo, o diálogo com a sociedade civil cria um laço fundamental entre a UE e os seus cidadãos. O Diálogo Social a nível da UE produziu resultados concretos: os parceiros sociais concluíram acordos, por exemplo, sobre o “teletrabalho” (trabalhar normalmente fora das instalações do empregador), sobre a redução da exposição dos trabalhadores à poeira de sílica cristalina (uma substância que pode provocar silicose, uma doença dos pulmões potencialmente fatal que está associada a outras condições perigosas dos pulmões, como enfisema e cancro do pulmão) e sobre a prevenção da violência e do assédio no local de trabalho. A implementação destes acordos – que podem ser legalmente vinculativos – torna o trabalho mais seguro, mais saudável e mais flexível para milhões de pessoas. Evolução e desafios futuros A UE vai continuar a implementar a sua actual Agenda Social para 2005–2010, preparando ao mesmo tempo uma agenda renovada para depois de 2010. Um dos desafios será manter uma interacção positiva entre as políticas económicas, sociais e de emprego e as reformas. E a aplicação e cumprimento da legislação social da UE continuará a ser importante. Esta legislação já constitui uma base sólida de intervenção. Ao mesmo tempo, a UE procura antecipar e responder às mudanças, por exemplo da demografia e dos padrões de trabalho – os instrumentos políticos continuarão a adaptar-se no futuro às novas circunstâncias. Ligações para outras fichas Para mais informações sobre temas específicos no quadro da Política na prática, consulte todas as fichas da série F. >> E Programas de financiamento da UE Mais informações >> DG Emprego http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=23&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 46 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia F1 A política na prática Agenda Social para 2005-2010 A Agenda Social da UE é um roteiro que orienta as actividades da política social: visa modernizar o modelo social europeu e ao mesmo tempo ajudar a criar mais e melhores empregos e maior bem-estar social. A Agenda é a componente de política social da estratégia da UE – a Estratégia de Lisboa – para o crescimento e o emprego e inclui medidas concretas e inúmeras pistas para acções futuras. A Agenda procura assegurar que as políticas económicas, de emprego e sociais se reforcem mutuamente. Sabia que… A UE tem uma Agenda Social ambiciosa que visa modernizar o modelo social europeu como parte da sua estratégia para promover o crescimento e o emprego As principais prioridades da Agenda Social são o aumento do emprego, a luta contra a pobreza e a promoção da igualdade de oportunidades A primeira Agenda Social da UE, adoptada pela Comissão Europeia em 2000, correspondeu aos primeiros cinco anos da Estratégia de Lisboa (2000-2005). A versão actual, lançada pela Comissão Europeia em Fevereiro de 2005, abrange o período 2005-2010. A Agenda Social tem como objectivo modernizar os mercados de trabalho e os sistemas de protecção social, combater a pobreza e promover a igualdade de oportunidades, a fim de fomentar a riqueza e a solidariedade social na UE. como a mobilidade profissional, a transferibilidade das pensões, mais e melhores empregos, a adaptação a novas formas de trabalho e a gestão das reestruturações de empresas através do diálogo social. A luta contra a pobreza e a promoção da igualdade de oportunidades é o segundo tema principal e aborda questões como lidar com as alterações demográficas, reformar as pensões e cuidados de saúde, fazer face à discriminação e às desigualdades e incentivar a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens. As principais prioridades da Agenda Social são duas. A primeira é o emprego, incluindo ­aspectos Implementação da Agenda A implementação da Agenda Social é feita em parceria, envolvendo as instituições da UE, autoridades públicas aos níveis local, regional e nacional, representantes dos empregadores e dos trabalhadores e organizações não-governamentais. Para implementar a Agenda Social e apoiar os esforços para a sua execução a nível nacional e o intercâmbio de experiências são utilizados diversos instrumentos, nomeadamente: a Estratégia Europeia para o Emprego, o “método aberto de coordenação” no domínio da protecção social e da inclusão, o Fundo Social Europeu e o programa PROGRESS. 47 Como é que os cidadãos beneficiam? A Agenda Social para 2005-2010 ajuda os cidadãos procurando assegurar empregos e igualdade de oportunidades para todos e garantir que os benefícios do crescimento e do aumento de emprego na UE sejam para todos na sociedade. Através da modernização dos mercados de trabalho e dos sistemas de protecção social, a Agenda deve ajudar os cidadãos a tirarem o máximo proveito da vida e do trabalho, protegendo ao mesmo tempo as pessoas mais vulneráveis na sociedade. A Agenda aborda um conjunto de questões essenciais que interessam a toda a gente, nomeadamente: pobreza, pensões, cuidados de saúde, segurança social, procura de emprego, saúde e segurança no trabalho, conjugação do trabalho com a vida familiar e os efeitos da reestruturação das empresas. O seu objectivo é transmitir aos cidadãos da UE confiança na sua capacidade para gerirem os desafios que a sociedade enfrenta devido à globalização, à evolução tecnológica e ao envelhecimento da população. Estes desafios são ao mesmo tempo oportunidades. A Agenda indica políticas de emprego e sociais destinadas a ajudar as pessoas a aproveitar estas oportunidades com confiança – confiança nas suas competências, no sistema da segurança social e na sua capacidade para se adaptarem a situações que mudam. Acima de tudo, a Agenda deve contribuir para dar aos cidadãos aquilo que mais querem: empregos dignos e justiça social. Evolução e desafios futuros A actual Agenda Social, lançada em 2005, é aplicável até 2010. Contudo, como todas as medidas previstas já tinham sido adoptadas, a Comissão Europeia lançou em Julho de 2008 uma Agenda Social renovada que inclui iniciativas, por exemplo, em domínios como a luta contra a discriminação, a educação e a saúde. Um dos desafios para o futuro será manter uma interacção positiva entre as políticas económicas, sociais e de ­ mprego, criando ao mesmo tempo novas sinere gias com outras políticas, como a educação e a saúde. Será dada especial atenção à sua execução. Ao mesmo tempo, a agenda política da Europa continuará a antecipar e a adaptar-se a novas situações – como as alterações demográficas e o envelhecimento da população – para assegurar a sustentabilidade do modelo social europeu. Ligações para outras fichas >> >> >> A Mais e melhores empregos A1 Desemprego e qualidade do trabalho C Inclusão e igualdade Mais informações >> Agenda Social http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=1&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 48 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia F2 A política na prática Diálogo Social O Diálogo Social diz respeito a debates, consultas, negociações e acções conjuntas entre empregadores e sindicatos, bem como entre estes e as instituições da UE. A nível da UE ajuda a modernizar as políticas sociais europeias, complementando a nível nacional o diálogo social e as relações laborais. Os parceiros sociais – representantes dos empregadores e dos trabalhadores – desempenham um papel fundamental na definição das normas sociais europeias, na adaptação da organização do trabalho à alteração das circunstâncias e no aumento do crescimento, do emprego e do bem-estar social. O seu papel essencial na formulação da legislação no domínio social está consagrado no Tratado UE. Sabia que… Nos termos do Tratado UE, os parceiros sociais – trabalhadores e empregadores – devem ser consultados antes de ser proposta legislação comunitária sobre questões de política social Pelo menos uma vez por ano realiza-se uma “Cimeira Social Tripartida” para troca de pontos de vista a alto nível entre os parceiros sociais e representantes da UE No Diálogo Social bipartido a nível europeu, as organizações de empregadores e dos sindicatos discutem problemas transversais que afectam as empresas no seus conjunto, bem como questões relacionadas com sectores específicos da economia. O diálogo realiza-se em comités e grupos de trabalho e pode levar a negociações sobre vários assuntos, funcionando a Comissão Europeia como facilitador e mediador. Existem 35 comités sectoriais do Diálogo Social, que abrangem sectores económicos tão distintos como a agricultura, o comércio, a aviação civil, a indústria química e outros. No Diálogo Social tripartido, os representantes dos empregadores e dos trabalhadores reúnemse com representantes das instituições da UE (Comissão e Conselho de Ministros) na Cimeira Social Tripartida para o Crescimento e Emprego, que se realiza duas vezes por ano, bem como para conversações regulares a nível técnico e político sobre macroeconomia, emprego, protecção social e educação e formação. Parceiros sociais Os parceiros sociais representativos devem ser consultados a nível da UE antes de ser elaborada legislação social comunitária e podem negociar acordos sobre questões de política social a implementar através de legislação da UE ou pelos próprios parceiros sociais. Estão envolvidas no Diálogo Social interprofissional seis organizações, que representam os sindicatos (CES), empregadores do sector privado (BUSINESSEUROPE), do sector público (CEEP) e das pequenas e médias empresas (UEAPME) e profissionais e pessoal de gestão (EUROCADRES e CEC). Um número significativo de organizações europeias pertencentes a sectores económicos específicos participa nos respectivos diálogos sectoriais. 49 Como é que os cidadãos beneficiam? Os parceiros sociais têm experiência directa e um conhecimento profundo dos locais de trabalho: implicá-los no Diálogo Social a nível da UE conduz a uma elaboração aperfeiçoada das políticas e contribui para assegurar que as suas preocupações são tidas em conta em todas as iniciativas legislativas. Os parceiros sociais contribuem para muitas questões da política social de interesse para os cidadãos e os trabalhadores, como a modernização das relações laborais e da organização do trabalho; a formação e aprendizagem ao longo da vida; a saúde e segurança; a integração no mercado de trabalho de grupos desfavorecidos; a conjugação do trabalho com a vida familiar; o “teletrabalho”; reestruturações; igualdade de oportunidades; e mobilidade profissional. O Diálogo Social já produziu resultados. Os parceiros sociais influenciaram e nalguns casos determinaram a legislação social da UE. Concluíram vários acordos que estabelecem normas mínimas sobre questões de política social. E produziram um conjunto de novos textos para divulgar boas práticas e trocar informações, como códigos de conduta, orientações e manuais. Para dar apenas um exemplo, em 2007 os empregadores e os sindicatos concluíram um acordo sobre uma abordagem de tolerância zero no tratamento do assédio moral e sexual e da violência física no local de trabalho. Os dados sugerem que um em cada vinte trabalhadores considera ser objecto de intimidações e/ou assédio todos os anos. Evolução e desafios futuros O Diálogo Social continuará a ser um elemento central da política social da UE e do modelo social europeu: o novo Tratado de Lisboa reconhece expressamente o papel dos parceiros sociais e da Cimeira Social Tripartida. E o Diálogo Social continuará a abordar temas da actualidade. Na agenda actual constam assuntos como: equilíbrio trabalho/vida privada, incluindo a licença por razões familiares, regimes de trabalho e estruturas de prestação de cuidados; facilitar o acesso ao trabalho de grupos desfavorecidos, por exemplo recorrendo à aprendizagem ao longo da vida; e reconhecimento das qualificações profissionais em toda a Europa. Novos temas, como as consequências sociais das alterações climáticas e da dependência energética também começam a surgir na discussão. Ao mesmo tempo, os parceiros sociais estão a trabalhar no sentido de integrar plenamente os seus membros dos novos Estados-Membros no Diálogo Social da UE. Ligações para outras fichas >> B2 Legislação laboral Mais informações >> >> Diálogo Social http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=329&langId=en Videos sobre o Diálogo Social http://ec.europa.eu/employment_social/social_dialogue/ videos_en.htm © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 50 O que a Europa Social pode fazer por si Comissão Europeia F3 A política na prática Alargamento da UE e cooperação internacional Com o aumento do número de membros da UE, o alargamento criou um mercado único muito mais vasto para a livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais: a UE esforçou-se e esforça-se para assegurar que este mercado é acompanhado de condições equitativas em termos de normas sociais. Ao mesmo tempo, a globalização torna a cooperação internacional no domínio das políticas de emprego e sociais cada vez mais importante: a UE coopera activamente neste domínio com outros países e outras regiões. O objectivo da cooperação internacional é assegurar uma globalização justa para todos, tanto para os cidadãos europeus como para os parceiros da Europa. A actividade da UE a nível global procura promover uma globalização justa e alargar os benefícios da globalização para todos. Sabia que… Qualquer país que queira aderir à UE deve satisfazer, nomeadamente, as normas da UE em áreas como o direito laboral, a igualdade de tratamento entre mulheres e homens no emprego, a luta contra a discriminação e a saúde e segurança no trabalho A Agenda Social dá grande ênfase à contribuição que a UE pode dar para o reforço da dimensão social da globalização A política social e a UE alargada Os últimos alargamentos da UE em 2004 e 2007 elevaram para 27 os países membros e a sua população para cerca de 500 milhões de habitantes. Existe ainda uma série de países candidatos e potenciais candidatos que esperam pela adesão. Os países que querem tornar-se membros da UE devem, nomeadamente, satisfazer os requisitos legislativos no domínio da política social em matérias como o direito do trabalho, igualdade entre homens e mulheres, saúde e segurança no local de trabalho e política antidiscriminação. A UE concede-lhes apoio para melhorarem as suas políticas de emprego, de protecção social e de inclusão e para se prepararem para a coordenação a nível da UE das políticas nestes domínios. Devem igualmente assegurar que estão implantadas as necessárias estruturas de diálogo social. A UE realiza negociações de adesão com os países que estão suficientemente preparados para concluir as condições de adesão, ajudando ao mesmo tempo os países candidatos ou potenciais candidatos a preparar-se para as negociações de adesão e para a adesão através de financiamentos, apoio técnico e ajuda para desenvolverem capacidade para o diálogo social. Cooperação internacional A UE também coopera activamente com organizações internacionais e com outros países e regiões, incluindo países vizinhos da UE, tendo em vista promover a agenda da política social 51 da UE e as normas laborais internacionais e a troca de experiências. Os principais objectivos da cooperação internacional são a abordagem da dimensão social da globalização e a garantia de trabalho digno para todos – debruça-se sobre questões como o emprego, os direitos laborais, a protecção social, o diálogo social e a igualdade de oportunidades. Como é que os cidadãos beneficiam? Em relação ao alargamento da UE, ajudar os países a preparar-se para a adesão e estabelecer certos critérios para serem cumpridos antes da adesão serve para assegurar a existência em toda a UE de um nível mínimo de normas sociais e outras. A UE também apoia projectos nos países candidatos e potenciais candidatos para aumentar as oportunidades de emprego e de formação, reduzir as disparidades sociais e melhorar a qualidade de vida, designadamente das minorias, das mulheres, das crianças e dos grupos desfavorecidos. Para citar apenas dois exemplos, o Centro Bizimköy (“A nossa aldeia”) para deficientes na Turquia ajudou a criar oportunidades de emprego sustentáveis para pessoas com deficiência e a UE financiou igualmente parte de um projecto de apoio à reforma dos cuidados de saúde e da protecção infantil no Montenegro. A cooperação internacional ajuda a tratar questões a nível mundial, a divulgar os valores e as normas da UE para lá das suas fronteiras e a trocar experiências com parceiros. Isto deve ajudar toda a gente e não apenas os cidadãos da UE. Por exemplo, a Comissão Europeia está a desenvolver um diálogo político com países na vizinhança da UE e com economias emergentes e entidades regionais, nomeadamente na Ásia e na América Latina, para fazer face aos desafios sociais e do emprego. Contribui igualmente para os esforços internacionais realizados no quadro das Nações Unidas, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e de outras organizações internacionais para dar maior relevância à dimensão social da globalização e ajudar a promover a agenda da OIT relativa ao trabalho digno. A UE tem igualmente em conta as questões sociais e do emprego na sua política comercial. Evolução e desafios futuros A UE continuará a assegurar que o processo de alargamento da UE contribui para fomentar o emprego e a justiça social, porque são preocupações fundamentais dos cidadãos dos países candidatos e potenciais candidatos e da UE. A UE concede o apoio, mas na verdade o desafio é essencialmente para os países que querem aderir: em última instância é a eles que cabe preparar a adesão na área social e outras. A UE aprofundará igualmente a sua cooperação sobre questões sociais de importância mundial, em relações bilaterais com os seus parceiros e multilateralmente, na cena mundial. Os desafios da cooperação internacional incluem a agenda da procura de trabalho digno para todos. Será dada cada vez mais atenção ao alargamento da cobertura da protecção social e ao impacto social das alterações climáticas. Outra grande prioridade nos próximos anos é fazer face aos desafios sociais e do emprego na vizinhança da UE, a fim de promover o desenvolvimento sustentável, a estabilidade e a boa governação em países e regiões próximos das fronteiras da UE. Ligações para outras fichas >> >> >> >> A D C F1 Mais e melhores empregos Mobilidade profissional Inclusão e igualdade Agenda Social para 2005–2010 Mais informações >> >> >> Alargamento http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=320&langId=en Assuntos internacionais http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=87&langId=en Trabalho digno http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=323&langId=en © Comunidades Europeias, 2008 - Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação 52