Artigo 24hot!

Propaganda
Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 10., 2013, Belo Horizonte
Teores de boro e vigor de cultivares de café submetidas
à poda por esqueletamento
Felipe Lacerda Hayashi(1), Vânia Aparecida Silva(2), Allan Teixeira Pasqualloto(3),
Ramiro Machado Rezende(4), Alex Mendonça Carvalho(5)
(1)
Bolsista PIBIC/FAPEMIG/EPAMIG, [email protected];
(2)
Pesquisadora/Bolsista BIP FAPEMIG/EPAMIG - Lavras, [email protected];
CNPq/UFLA, [email protected];
[email protected];
(5)
(4)
(3)
Bolsista
Bolsista Doutorado CNPq/UFLA,
Bolsista Pós-Doc/CAPES/UFLA, [email protected]
INTRODUÇÃO
A poda tipo esqueletamento é drástica e consiste na associação de um
decote alto (1,6 a 2,0 m) com o corte acentuado dos ramos produtivos. Esse
tipo de poda pode ser empregado para escalonar a colheita; diminuir custos de
colheita; reduzir o tempo de colheita; otimizar a estrutura física da propriedade
como terreiros, secadores, máquinas; diminuir os custos com fertilizantes e
tratamentos fitossanitários nos talhões podados; entre outras utilidades.
Apesar de
as
variedades
apresentarem
o
mesmo
padrão
de
crescimento, podem responder de forma diferente às podas, ou seja, podem
variar quanto à capacidade de rebrota ou desenvolvimento vegetativo após a
poda. Dessa forma, as cultivares de café podem apresentar diferenças também
na capacidade de absorção e utilização de nutrientes após a poda, pois os
nutrientes minerais atuam em diversas rotas metabólicas que culminam no
desenvolvimento das plantas (TAIZ; ZEIGER, 2004). Considerando que o boro
é essencial para o crescimento das células, principalmente para as partes mais
novas da planta (GUIMARÃES; REIS, 2010), este estudo objetivou avaliar o
teor de boro e o vigor de diferentes cultivares submetidas à poda tipo
esqueletamento.
MATERIAL E MÉTODO
As cultivares foram submetidas à poda tipo esqueletamento com uma
roçadeira costal motorizada com kit esqueletadora. O experimento foi realizado
em lavoura com 4,5 anos de idade localizada em Campos Altos, MG. O corte
dos ramos laterais primários foi realizado de maneira que a planta ficasse, com
EPAMIG. Resumos expandidos
2
uma forma cônica, fazendo-se o corte dos ramos laterais a uma distância de 20
a 30 cm do tronco, na parte de cima (topo) e terminando com 40 a 50 cm na
base da planta. As adubações foram executadas após as podas, seguindo
recomendações de Guimarães e Reis (2010). Os tratos culturais, tais como
controle de plantas daninhas, fitossanitários e desbrotas, foram executados
sempre que necessário, visando o bom desenvolvimento da parte aérea.
Foram avaliadas dez cultivares de Coffea arabica L., desenvolvidas pelos
principais programas de melhoramento genético do País.
O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com três
repetições e dez tratamentos. As parcelas foram constituídas por cinco plantas,
no espaçamento de 3,5 m entrelinhas x 0,70 m entre plantas. As avaliações
nutricionais foram realizadas um ano e meio após a poda. A análise de
variância foi feita no programa computacional Sisvar (FERREIRA, 2011) e as
médias submetidas ao teste de Skott-Knott à significância de 5%.
As características avaliadas foram: comprimento do broto ortotrópico
(avaliado por meio da medição com de uma régua graduada); vigor vegetativo
(com atribuição de notas conforme escala arbitrária de dez pontos, sendo a
nota 1 conferida às piores plantas, com o vigor vegetativo muito reduzido e
acentuado sintoma de depauperamento, e a nota 10, às plantas com excelente
vigor, mais enfolhadas e com acentuado crescimento vegetativo, conforme
sugerido por Carvalho, Monaco e Fazuoli (1979). O teor de boro foi analisado
no 3o ou 4o par de folhas, a partir da extremidade dos ramos situados à meia
altura, segundo Malavolta, Vitti e Oliveira (1997).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a característica vigor vegetativo após a poda, houve a formação de
dois grupos de cultivares (Tabela 1). O grupo com as menores médias foi
composto por cinco cultivares, com amplitude variando de 6,00 a 7,33, ficando
nesse grupo as cultivares Catucaí Amarelo 20/15 cv 479, Catuaí Vermelho IAC
144, Oeiras MG 6851 e Catiguá MG 1. O outro grupo teve amplitude de 7,66 e
9,33 e foi constituído pelas cultivares Catucaí Amarelo 2 SL, Sacramento MG 1,
Catiguá MG 2, Araponga MG 1, Paraíso MG 1 e Pau Brasil Mg 1. Para o
parâmetro comprimento do broto ortotrópico, as cultivares que compuseram o
3
Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 10., 2013, Belo Horizonte
grupo com médias superiores foram: Catucaí Amarelo 2 SL, Catucaí Amarelo
20/15 cv 479, Catiguá MG 1, Sacramento MG 1, Paraíso MG 1 e Pau Brasil MG 1.
Já as cultivares Oeiras MG 6851, Catiguá MG 2, Araponga MG 1 e Catuaí
Vermelho IAC 144 representaram o grupo com as médias inferiores. Não foi
possível estabelecer uma relação entre os teores de boro e desenvolvimento
vegetativo, pois, considerando o teste de Skott-Knott, as cultivares foram
agrupadas em um mesmo grupo quanto às médias dos teores de boro.
CONCLUSÃO
Somente
quatro
das
dez
cultivares
apresentaram-se
superior
conjuntamente nas três variáveis analisadas, ou seja, Catucaí Amarelo 2SL,
Sacramento MG 1, Paraíso MG 1 e Pau Brasil MG 1.
Novas avaliações no decorrer do tempo serão essenciais para uma
melhor análise da relação entre os teores de boro e a resposta dessas
cultivares à poda por esqueletamento.
AGRADECIMENTO
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG), pelo financiamento das pesquisas e pelas bolsas concedidas.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, A.; MONACO, L.C.; FAZUOLI, L.C. Melhoramento do cafeeiro - XL:
estudo de progênies e híbridos de café Catuai. Bragantia, Campinas, v.38, n.2,
p. 202-216, 1979.
FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e
Agrotecnologia, Lavras, v.35, n.6, p.1039-1042, Nov./Dec. 2011.
GUIMARÃES, P.T.G.; REIS, T.H.P. Nutrição e adubação do cafeeiro. In: REIS,
P.R.; CUNHA, R. L. da. (Ed.). Café arábica: do plantio à colheita. Lavras:
EPAMIG, 2010. v.1, cap.6, p.343-414.
4
EPAMIG. Resumos expandidos
MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado
nutricional das plantas: princípios e aplicações. Piracicaba: POTAFOS, 1997.
319p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719 p.
Tabela 1 - Médias de vigor vegetativo, comprimento do broto ortotrópico e concentração de
boro foliar em cultivares de cafeeiro submetidas à poda
Cultivar
Vigor
Comprimento do
broto ortotrópico
Boro
Catucaí Amarelo 2 SL
7,66 a
14,40 a
38,67 a
Catucaí Amarelo 20/15 cv 479
6,00 b
15,27 a
48,67 a
Oeiras MG 6851
7,00 b
6,93 b
43,33 a
Catiguá MG 1
7,00 b
12,20 a
35,67a
Sacramento MG 1
9,33 a
12,93 a
43,50 a
Catiguá MG 2
8,66 a
8,46 b
35,33 a
Araponga MG 1
8,66 a
9,00 b
42,00 a
Paraíso MG 1
9,00 a
14,60 a
50,00 a
Pau Brasil Mg 1
8,00 a
12,20 a
41,00 a
Catuaí Vermelho IAC 144
7,33 b
15,27 a
36,67a
Média
7,2
12,19
44,58
CV (%)
15,84
65,00
15,92
NOTA: Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de SkottKnott a 5% de significância.
CV - Coeficiente de variação.
Download