A OMISSÃO DAS PREPOSIÇÕES A E DE COM OS VERBOS GOSTAR, PREFERIR, OBRIGAR E PROIBIR: UM ESTUDO EMPÍRICO Joana Vieira (1.º ano, CL, FLUP) A omissão de preposições regidas por verbos tem sido observada em alguns estudos em diversas construções, sejam frases simples ou frases complexas, nomeadamente, em estruturas de complementação ou relativas (cf. Peres & Móia, 1995; Mateus et al., 2003; Duarte, 2010; Valente, 2008; Raposo et al., 2013, entre outros). Neste contexto, o objetivo deste trabalho consiste na análise da omissão das preposições “a” e “de”, com os verbos “gostar”, “preferir”, “obrigar” e “proibir”, em faixas etárias dos 11 anos aos 18 anos. Para atingir este objetivo, foi construído um teste de gramaticalidade, que foi resolvido por alunos das faixas etárias dos 11-12 anos, 14-15 anos e 17-18 anos. Cada exercício contém dezoito frases, organizadas aleatoriamente, das quais seis apresentam um grau de dificuldade baixo (1), outras seis apresentam um grau de dificuldade médio (2) e as restantes seis apresentam um grau de dificuldade elevado (3)-(4). (1) (2) (3) (4) O João prefere morangos a manga. Eu prefiro cães a gatos, mas gosto mais de pássaros. A professora obrigou-me a ir ao quadro. A caneca de que gosto mais é a azul. A análise dos resultados foi feita em quatro categorias diferentes: (I) média de frases erradas por cada faixa etária; (II) média de frases erradas por género de cada faixa etária; (III) média de frases erradas por cada faixa etária consoante o grau de dificuldade de cada frase; (IV) frequência da omissão das preposições nas diferentes orações. O estudo realizado revela que a omissão das preposições “a” e “de” com os verbos “gostar”, “preferir”, “obrigar” e “proibir” se comprova efetivamente, embora apenas nas estruturas linguísticas mais complexas em que a preposição não ocupa o lugar típico relativamente ao verbo que a rege e que, por isso, envolvem um processamento mais elaborado. Para além disso, foi possível verificar qual a frequência dessa omissão. Finalmente, confirmou-se que a idade dos falantes, em termos gerais, contribui para a omissão das preposições “a” e “de” com os referidos verbos. A nossa comunicação terá a seguinte estrutura: (1) apresentação das questões de investigação; (2) Descrição da metodologia usada no estudo; (3) descrição e análise dos resultados; e (4) algumas considerações finais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Duarte, I. (2008). “Mudam-se os tempos, muda-se a gramática”. In Brito, A. M. (org.) Gramática: história, teorias, aplicações. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, pp. 11-28. Mateus, M. H. M.; Brito, A. M.; Duarte, I.; Faria, I.H.; Frota, S.; Matos, G.; Oliveira, F.; Vigário, M.; Villalva, A. (2003). Gramática da Língua Portuguesa . 5ª edição, Lisboa: Editorial Caminho – Colecção Universitária / Série LINGUÍSTICA. Peres, J. A.; Móia, T. (1995). Áreas críticas da Língua Portuguesa; 2ª edição. Lisboa: Editorial Caminho. Valente, P. (2008). Produção de frases relativas em alunos do terceiro ciclo do ensino básico e do ensino secundário. Dissertação de Mestrado. Lisboa: FLUL. Raposo, E. B. P.; Nascimento, M. F. B.; Mota, M. A.; Segura, L.; Mendes, A. (2013). Gramática do Português, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.