A Ética no Discurso da Comunicação Pública

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A Ética no discurso da Comunicação Pública
Carla Cr istiane Leit e Ribeir o 1
Resumo
Este artigo trata do conceito de comunicação pública, que atualmente esta
em construção, das áreas em que a Comunicação Publica é aplicada, do
que é ética e a relação delas no momento de divulgação de um assunto de
interesse público perante a sociedade.
Palavras-Chave: ética, comunicação pública, interesse público
Introdução
Para explicar e falar sobre a Ética no discurso da Comunicação Pública,
primeiramente é preciso definir o que é Comunicação Pública e o que é Ética, e
suas principais aplicações, para posteriormente descrever a interação das duas.
1. Comunicação Pública
Existem vários conceitos sobre Comunicação Pública, alguns autores
relacionam com a Comunicação Governamental – que realmente era no início do
século XX, mas com o crescimento da tecnologia e da facilidade ao acesso de
informações através da Internet, transformaram o conceito principal, ou seja, o
conceito encontra-se em construção. Atualmente diz-se que Comunicação Pública
é o fato de tornar público assuntos de interesse comum. Segundo Elizabeth
Brandão2:
1
Graduada em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda pelas Faculdades Integradas do Brasil
em 2008, pós-graduanda em Comunicação Social, Assessoria de Comunicação e Novas Tecnologias pelo Instituto
Brasileiro de Pesquisa e Extensão(2011). E-mail: [email protected]
2
BRANDÃO, Elizabeth P. Conceito de Comunicação pública. In DUARTE, Jorge. Comunicação Pública: Estado, Mercado,
Sociedade e Interesse Público. 1ª edição – 2ª reimpressão. São Paulo: Atlas,2009
2
“(...) Tamanha diversidade indica que a expressão ainda não é
um conceito claro, nem uma área de atuação profissional delimitada.
Pelo menos por enquanto, a expressão Comunicação Pública abarca
saberes e atividades e poderia ser considerada como um conceito em
processo de construção.”
Ela relata a atuação da Comunicação Pública nas áreas da Comunicação
Organizacional, sempre visando algum tipo de lucro; da Comunicação Científica,
na divulgação dos conhecimentos científicos para o desenvolvimento do país e da
população; da Comunicação do Estado e/ou Governamental, como difusora do
sentimento cívico, motivadora e educadora, informadora e prestadora de contas
através dos portais de transparências, promotora da cidadania ou convocadora
dos cidadãos para o cumprimento de seus deveres; da Comunicação Política de
dois ângulos distintos: 1) uso de instrumentos e técnicas de comunicação para a
expressão pública tanto do governo quanto dos partidos, 2) disputa entre os
“donos” de veículos e tecnologias da comunicação e o direito da sociedade de
interferir e determinar conteúdos e acessos a eles em benefício próprio e também
da Comunicação da Sociedade civil organizada, “referência a uma prática
realmente democrática e social da comunicação, sem compromisso com a
indústria midiática.” (BRANDÃO, p 7-8). No Brasil o conceito de comunicação
pública é ainda relacionado com comunicação governamental da época de pósditadura, mas dentre todas as discussões para o entendimento de um conceito
nacional, destaca-se o de ser um processo comunicativo entre Estado, Governo e
sociedade, com o objetivo de informar para construir a cidadania (BRANDÃO p 9).
3
Heloiza Brandão conclui em seu artigo3 que a comunicação pública deve ser
vista sobre o âmbito internacional com seus diversos significados e o âmbito
nacional tendo com paradigma a construção da cidadania. Para a ela a
comunicação pública deixa de ser parte integrante da Comunicação Social para
ser uma área de estudo que se utiliza das mesmas ferramentas.
Já MONTEIRO4, descreve que a Comunicação Pública tem seis finalidades
principais:
“... responder à obrigação que as instituições públicas têm de informar o
público; estabelecer uma relação de diálogo de forma a permitir a
prestação de serviço a público; apresentar e promover os serviços da
administração; tornar conhecidas as instituições (comunicação externa e
interna); divulgar ações de comunicação cívica e de interesse geral e
integrar o processo decisório que acompanha a prática política.”
A comunicação pública e feita por organizações sociais, pelo terceiro setor e
por empresas privadas que querem ultrapassar a visão de negócio privado e
alcançar os cidadãos tanto em ações de cidadania empresarial quanto em
questões de compromissos com a responsabilidade social5. A característica
principal desse tipo de informação é de ser de interesse geral.
Heloiza Matos6 descreve que a Comunicação Pública exige a participação
de toda a sociedade e segmentos, não apenas como receptores das informações,
mas também como produtores ativos de todo o processo na esfera pública,
“espaços físicos e imateriais em que os agentes sociais podem efetivar sua
3
Op. cit 1
MONTEIRO, Graça França. A singularidade da comunicação pública. In DUARTE, Jorge. Comunicação Pública: Estado,
Mercado, Sociedade e Interesse Público. 1ª edição – 2ª reimpressão. São Paulo: Atlas,2009
5
SILVA, Luiz Martins. Comunicação Pública, 2003 p. 36. In MONTEIRO, Graça França. A singularidade da
Comunicação Pública. Em: DUARTE, Jorge(org). Comunicação Pública: Estado, Mercado, Sociedade e Interesse
Público. Editora Atlas, 1ª Edição – 2ª Reimpressão, 200 pg. São Paulo, 2009.
6
MATOS, Heloiza. Comunicação pública, esfera pública e capital social.Em: DUARTE, Jorge(org). Comunicação Pública:
Estado, Mercado, Sociedade e Interesse Público. Editora Atlas, 1ª Edição – 2ª Reimpressão, 200 pg. São Paulo, 2009.
4
4
participação no processo de comunicação” 7. Heloiza ainda fala de um conceito
importante que as empresas na atualidade devem levar em consideração que é o
Capital Social, que está vinculado as redes sociais (Orkut, Facebook, Twitter,
entre outros), ou seja, o valor que cada empresa tem ou transmite aos seus
públicos via Internet.
2. Ética
Derivada do grego éthos e de sua tradução para o latim mos ou no plural
mores tem significado de moral. Segundo o Dicionário Michaelis8, ética significa:
1 Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios
ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à
filosofia prática. 2 Conjunto de princípios morais que se devem observar
no exercício de uma profissão; deontologia. 3 Méd Febre lenta e
contínua que acompanha doenças crônicas. É. social: parte prática da
filosofia social, que indica as normas a que devem ajustar-se as relações
entre os diversos membros da sociedade.
Vallis (p. 7) descreve a ética como uma daquelas coisas que todo mundo
sabe o que é, mas que não são fáceis de explicar quando alguém pergunta.
Relata que a ética é o estudo do comportamento humano perante uma
determinada sociedade. É o estudo sobre os valores das ações sociais tanto
coletivas, quanto individuais, do certo e errado.
Profissionalmente, ética é regimento das ações profissionais, os valores
éticos que regem a profissão, ou seja, o que é considerado certo e errado nas
normas, os chamados Códigos de Éticas.
3. A Ética no discurso da Comunicação Pública
7
8
Op cit.
Dicionário de Português Michaelis. Disponível em :
<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=ética>
Acesso em 23.ago.11
5
É difícil relatar a ética propriamente dita dentro da Comunicação, pois a análise
dos fatos ou assuntos de interesse geral pode variar de acordo com o que está
acontecendo na história presente do país. Podemos ver um crime político ou nãocomo desvio de verba no Ministério do Turismo, caso sexual de um chanceler,
assassinato de uma advogada ou juíza, entre outros - como apenas mais um
crime, porém no contexto atual da história brasileira, estes fatos se tornaram de
interesse público, ou seja, a sociedade quer saber o que está acontecendo. Cabe
aos agentes da comunicação pública relacionar se é ou não de interesse de toda
a sociedade.
É a partir disso que podemos descrever como a Ética interfere na
Comunicação Pública. Um evento cataclísmico que ocorre em uma região em que
isso já é comum pode não fazer muita diferença em ser informado a outras partes
do mundo, mas quando esse evento afeta a política econômica, social e tem
muita destruição e fatalidades, rapidamente é o mesmo é divulgado, como
aconteceu com o terremoto no Japão. Para verificar o que será veiculado tanto
nas mídias convencionais tanto nas novas mídias, vão depender do que está
acontecendo na historia da sociedade. Os fatos públicos são veiculados conforme
as necessidades e agravantes da época ou da sociedade. Para alguns países é
“normal” condenar uma mulher a morte por ter traído o marido, para outros é um
crime hediondo e horroroso. Assim a ética no discurso da comunicação pública
também vai variar, podemos exemplificar ainda mais essa situação, relacionando
a cultura do Brasil e da China, no Brasil os escândalos políticos com mais
agravantes são imediatamente vinculados na mídia (TV, Rádio, Internet), já na
China só é permitido a vinculação de fatos depois da aprovação do governo
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chinês, isso se da por causa da Censura. Se fosse à época da ditadura brasileira
isso também ocorreria.
A ética no discurso da comunicação tanto a social como a pública, esta
sempre relacionada com as leis, normas e regimentos do país na época de sua
veiculação. Muitos estudiosos podem dizer que no Brasil essa ética não existe ou
só existe quando interessa a que vai lucrar mais com a exposição e que em
outros países isso não ocorre, eu questiono isso: “Será que realmente a ética
dentro da Comunicação, tanto no Brasil quanto nos demais países mundo
existem?”.
Acredito que exista, mesmo que não da forma que alguns gostariam e com a
liberdade devida, mas sim, existe ética no discurso da Comunicação Pública no
Brasil e no mundo. A falta dessa ética esta na decisão do que tipo de notícia ou
assunto será mostrado a população. Como estudiosa da comunicação, tenho
sempre prestado atenção nas manifestações que ocorrem no país, mas
principalmente
em que
meio
essas manifestações
começam.
Como
a
manifestação que mais me chamou a atenção que foi a “Marcha das Vadias” –
uma passeata contra a violência sexual e a culpa da mulher nos ataque. Teve
início através da Internet aconteceu por praticamente todo o mundo. Outros
exemplos
são
as
chamadas
“paradas”,
convenções
ou
encontros
de
simpatizantes de todo o tipo de coisa, desde leitores de quadrinhos, blogueiros
até colecionadores de alguma coisa. Essas pessoas, que dentro do “conceito” de
comunicação pública são chamados de atores é que devem pensar refletir e ter
ciência da ética, ou seja, cabe a eles – pelo menos no Brasil - analisar e até
mesmo “censurar” aquilo que acham ser de interesse público dependendo da
época em que ocorrer o fato.
7
REFERENCIAS:
BRANDÃO, Elizabeth Pazito. Conceito de Comunicação. Em: DUARTE,
Jorge (org). Comunicação Pública: Estado, Mercado, Sociedade e Interesse
Público. Editora Atlas, 1ª Edição – 2ª Reimpressão, 200 pg. São Paulo, 2009.
MONTEIRO, Graça França. A singularidade da Comunicação Pública.
Em: DUARTE, Jorge (org). Comunicação Pública: Estado, Mercado,
Sociedade e Interesse Público. Editora Atlas, 1ª Edição – 2ª Reimpressão, 200
pg. São Paulo, 2009.
MATOS, Heloiza. Comunicação Pública, esfera pública e capital social.
EM: DUARTE, Jorge (org). Comunicação Pública: Estado, Mercado,
Sociedade e Interesse Público. Editora Atlas, 1ª Edição – 2ª Reimpressão, 200
pg. São Paulo, 2009.
DUARTE, Jorge (org). Comunicação Pública: Estado, Mercado,
Sociedade e Interesse Público. Editora Atlas, 1ª Edição – 2ª Reimpressão, 200
pg. São Paulo, 2009.
KOSOVSKI, Ester (org) Ética na Comunicação. Editora Mauad, 2ª Edição
159 pg. Rio de Janeiro, 1995.
OLIVEIRA, Jair Antonio de Ética e estética na Comunicação Pública
Brasileira. Revista Líbero Disponível em:
<http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/libero/article/viewFile/6102/5562>
Acesso em 26. jul.2011.
RIBEIRO, Paulo Silvino. O que é ética? Portal Brasil Escola. Disponível em:
< http://www.brasilescola.com/sociologia/o-que-etica.htm> Acesso em 23. ago.11
Dicionário Michaelis On-line. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/
portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=ética > Acesso em
23.ago.11
VALLIS, Álvaro L. M. O que é ética. Coleção Primeiros Passos. Editora
Brasiliense. 2ª Edição. 85p. São Paulo, 1987.
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