ii sieps

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II SIEPS
XX ENFERMAIO
I MOSTRA DO INTERNATO EM ENFERMAGEM
Fortaleza - CE
23 a 25 de Maio de 2016
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO DE CIRURGIA
CARDÍACA
Adryane Aparecida Câmara Cavalcante Lima¹, Ana Caroline Andrade Oliveira¹, Débora Andrade do Vale¹, Hugo Teixeira Holanda¹,
Petra Kelly Rabelo de Sousa².
1. Acadêmico de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará – Fortaleza, Ceará - Brasil
2. Mestre em Enfermagem. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem / Universidade Estadual do Ceará – Fortaleza, CearáBrasil
[email protected]
EIXO II: SABERES E PRÁTICAS DA ENFERMAGEM EM DIFERENTES CONTEXTOS LOCAIS,
NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Introdução
As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil. Apresentam-se
como fator adicional à elevada representatividade epidemiológica nos índices de
morbidade e mortalidade, o aumento da esperança de vida ao nascer no país e as
mudanças nos hábitos de vida das pessoas, decorrentes, principalmente, dos processos
de industrialização e urbanização, que aumentaram a sua exposição aos fatores de risco
para o seu desenvolvimento (CHAGAS, 2009). Os tratamentos desses problemas
cardiovasculares vêm obtendo ao longo dos anos avanços terapêuticos clínicos e
cirúrgicos. Quando a probabilidade de uma vida melhor após este evento supera o
tratamento clinico, realiza-se o tratamento cirúrgico. Existem três tipos de cirurgias
cardíacas: as corretivas nas cardiopatias congênitas; as reconstrutoras que envolvem a
revascularização do miocárdio e a plastia de valva aórtica, mitral ou tricúspide; e as
cirurgias substitutivas, como as trocas valvares e transplante (GALDEANO et al., 2009).
Independente do tipo de procedimento cirúrgico recomendado, a proximidade de um ato
operatório remete o ser humano ao temor pela própria existência e à incerteza quanto aos
resultados da intervenção. No caso de uma cirurgia cardíaca, o fato de o coração
simbolizar o sentimento e representar a fonte da vida, pode favorecer o surgimento de
ansiedade, temor, medo e incertezas. Tais sentimentos, na medida em que retratam
respostas do indivíduo ou da família diante de uma situação contextualizada no processo
saúde/doença e num determinado momento da vida, configuram-se como diagnósticos de
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enfermagem emergentes no período pré-operatório (AMORIM et al. 2014). Nesse sentido,
o enfermeiro surge para atender as necessidades desses pacientes, cuidando destes de
forma integral. Para isso utiliza-se a Sistematização de Assistência de Enfermagem
Perioperatória (SAEP) que possibilita a melhoria da qualidade da assistência prestada ao
paciente, uma vez que se constitui em um processo individualizado, planejado, avaliado e
contínuo. A SAEP norteia e embasa a atuação do enfermeiro nos períodos pré-operatório,
transoperatório e pós- operatório (SARAGIOTTO, 2009). Seguindo as etapas do processo
de enfermagem, percebe-se que o diagnóstico de enfermagem (DE) vem tendo destaque
diante dos estudos produzidos. A classificação dos diagnósticos da North American
Nursing Diagnosis Association (NANDA) é aceita pela American Nursing Association
(ANA) como classificação oficial de diagnósticos, sendo reconhecida para diversos
autores e pesquisadores como base na elaboração de um plano de ações que aborda as
reais necessidades do paciente, além de preparar o profissional para as demandas de
saúde. Considerando que a sistematização do cuidado fornece subsídios para a
elaboração do plano de cuidados individualizado, implementação de intervenções,
treinamento e qualificação da equipe, objetiva-se a partir deste estudo identificar qual a
assistência
de
enfermagem
no
pré-operatório
de
cirurgia
cardíaca.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de literatura, com abordagem qualitativa. A busca da
literatura foi realizada na base de dados SCIELO, LILACS E BDENF em março de 2015,
utilizando-se os descritores “pré-operatório”, “cuidado de enfermagem” e “cirurgia
torácica”, obtendo-se 30 publicações. Como critérios de inclusão, foram incluídos artigos
publicados no período de 2009 a 2014, disponíveis na íntegra e em português. Foram
excluídas teses, dissertações, artigos de reflexão, notas e revisões de literatura. Após a
aplicação desses critérios, 28 artigos foram pré-selecionados, dos quais dois não se
aplicavam ao tema. Logo, o estudo foi realizado com 26 artigos.
Resultados
e
Discussão
A literatura evidencia que o paciente internado para a cirurgia cardíaca exige cuidados de
enfermagem fundamentados nas necessidades técnico-científicas, observadas e
respeitadas durante os procedimentos para viabilizar a qualidade do processo operatório.
Para isso, o cuidado do enfermeiro deve suprir as necessidades dos pacientes,
considerando a complexidade da cirurgia cardíaca. Com o avanço das técnicas de
cirurgias cardíacas houve o aprimoramento dos cuidados de enfermagem no período préISSN: 2446-533X
operatório, o que contribuiu para sistematizar as ações do enfermeiro. Foi percebido que
a assistência de enfermagem pré-operatória exige do enfermeiro uma visão integral das
necessidades humanas do paciente e de sua família. Os cuidados de enfermagem no pré
operatório incluem orientação, preparo físico e emocional, avaliação e encaminhamento
ao centro cirúrgico com a finalidade de diminuir o risco cirúrgico, promover a recuperação
e evitar complicações no pós operatório, uma vez que estes estão associados a um
preparo pré-operatório inadequado. (CHRISTÓFORO B.E.B, CARVALHO D.S. 2009). Na
fase pré-operatória o paciente se encontra mais vulnerável em suas necessidades, tanto
fisiológicas quanto psicológicas, justificadas pela hospitalização e pelo processo da
doença cardíaca, tornando-se mais propenso ao desequilíbrio emocional. Nesse momento
o enfermeiro tem a oportunidade de conhece-lo, levantar problemas e necessidades,
fornecer informações que certamente contribuirão para minimizar seus medos e
inseguranças. (GASPERI P.D., PRADO M. L, 2009). Ressalta-se ainda, que a existência
de um conjunto de rotinas e protocolos, à medida que orientam e padronizam os
procedimentos, contribui para um cuidado melhor e mais científico aos pacientes, além de
assegurar a continuidade dos tratamentos ministrados. Porém, esses subconjuntos não
substituem o julgamento clínico nem o processo de tomada de decisão do enfermeiro, os
quais serão sempre essenciais para a prestação de cuidados individualizados aos clientes
e às suas famílias. Cabe ressaltar, que diante da necessidade de realização de uma
cirurgia cardíaca, sentimentos como medo e ansiedade são focos de alguns estudos
realizados com pacientes no pré-operatório e também sinalizaram a necessidade de
intervenção, pois percebe-se o processo cirúrgico como emocionalmente desgastante,
uma vez que pode alterar a percepção do ser humano. Segundo FRIAS, COSTA e
SAMPAIO (2009), muitos pacientes demonstram
nervosismo, agitação, medo e ansiedade. Esses sentimentos estão associados a
alterações em processos fisiológicos como frequência de pulso, pressão arterial,
frequência respiratória, temperatura, nível de consciência e comportamento, devido à
atividade nervosa central autonômica e endócrina. Efeitos alterados nesses sistemas
podem desencadear respostas desfavoráveis durante o pré, trans e pós-operatório
imediato, como a angina. Portanto, entre os principais cuidados do enfermeiro pode-se
incluir a redução do medo e ansiedade através do apoio emocional, do diálogo e da
escuta dos temores, além de fornecer informações em relação ao trans e pós-operatório,
desfazendo concepções errôneas. A minimização do medo e angústia traduz-se em
melhor recuperação pós-operatória e consequente redução do tempo de internação
hospitalar, evitando infecções e reduzindo custos institucionai. (MIRANDA A.F.A. et al.
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2011). Através da comunicação, uma importante ferramenta do plano terapêutico, o
enfermeiro consegue identificar os significados que o paciente e família atribuem à
doença, à hospitalização e ao próprio tratamento cirúrgico. O enfermeiro atua encorajando
o paciente a aderir aos regimes terapêuticos e transforma-se na principal fonte de
informações necessárias para o enfrentamento do ato cirúrgico (ASCARI R.A et al, 2013).
No entanto, a limitação do conhecimento em torno desta temática é um dos responsáveis
pela inaplicabilidade desses cuidados no cotidiano laboral do enfermeiro. Portanto, tornase fundamental a aproximação do ensino e da pesquisa com a assistência para vencer a
dicotomia do saber-fazer.
Conclusão
Diante dos resultados obtidos, evidencia-se que a identificação das necessidades dos
pacientes no período pré-operatório de cirurgia cardíaca auxilia os enfermeiros na
elaboração dos cuidados de enfermagem fundamentadas às necessidades individuais de
cada paciente, colaborando para a implementação de ações rápidas e eficazes para a
resolução dos problemas identificados e melhora na qualidade da assistência de
enfermagem prestada.
Referências
ISSN: 2446-533X
AMORIM, T.V. et. al. Cuidado sistematizado em pré-operatório cardíaco: Teoria do
Cuidado Transpessoal na perspectiva de enfermeiros e usuários. Rev. Bras. Enferm. ,
v. 67, n. 4, p. 568-574, 2014.
ASCARI, R.A. et. al. Percepções do paciente cirúrgico no período pré-operatório
acerca da assistência de enfermagem. Rev. Enferm. UFPE on line., Recife, v. 7, n.4,
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BAGGIO, M.A., TEIXEIRA, A., PORTELLA, M.R. Pré-operatório do paciente cirúrgico
cardíaco: A orientação de enfermagem fazendo a diferença. Rev. gaúcha Enferm.,
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FRIAS, T.F.P., COSTA, C.M.A., SAMPAIO, C.E.P. O impacto da visita pré-operatória
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GALDEANO, L.E., ROSSI, L.A., PEZZUTO, T.M. Diagnósticos de Enfermagem de
pacientes no período pré-operatório de cirurgia cardíaca. Rev. Esc. Enferm. USP,
v.38, n.7, p. 307-316, 2004.
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NETO, A.P., TEIXEIRA, J.B.A., BARBOSA, M.H. Elaboração de um instrumento para o
pré-operatório em cirurgias cardíacas. O Mundo da Saúde São Paulo, v.32, n. 1, p.
107-110, 2008.
ISSN: 2446-533X
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