Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Ciclo de Formação na Ferrovia PARÂMETROS DE PROJECTO DO TRAÇADO DE VIA Valores Limites Normativos António Fidalgo do Couto 1/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Características da linha férrea • Bitola b = 1435 mm Ciclo de Formação na Ferrovia b´= b + c = 1500 mm bitola Topo do carril plano de via eixo de via • Vias Múltiplas entre-eixo: E ≥ 4,20m ETI (Especificação Técnica de Interoperabilidade): E = 4,50m 2/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Características da linha férrea • Rampa máxima Ciclo de Formação na Ferrovia Apenas com tráfego de passageiros: 25/30 mm/m ETI - 35 ‰ se: iméd (10 km) < 25 ‰ L< 6 000 m França (SNCF) - 25-35‰ (Paris-Sudeste - 40‰) Alemanha (DB) - 12,5‰ (Colónia-Frankfurt -40‰) Japão - 15-20 ‰ • Raio mínimo f (VMAX e Vmin, h, I, E) 3/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Componentes do traçado em planta • Alinhamentos Rectos • Curvas Composta Ciclo de Formação na Ferrovia • Curva circular • Curvas de transição Comprimento Efectivo Limite (Norma ENV 13803-1) Categorias de tráfego (velocidade em Km/h) Valor limite recomendado [m] Valor limite máximo [m] III Linhas de tráfego misto concebidas para velocidades de comboios de passageiros 200 < V < 300 IV Linhas de tráfego misto com velocidades de comboios de passageiros V < 230 (ou 250) (com veículos dotados de características técnicas especiais) V Linhas de alta velocidade unicamente dedicadas a tráfego de passageiros 250 < V < 300 V max 1,5 Vmax 2 4/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Circulação em Curva • Acelerações/Forças Ciclo de Formação na Ferrovia anc plano horizontal plano de via plano horizontal plano de via Força Centrifuga: - Exerce uma força contra o carril exterior - Submete os passageiros e mercadorias a acelerações não desejadas. - Cria um momento Fc * yc efeitos: → desnivelamento transversal e/ou ripagem da via → aumenta o desgaste dos carris exteriores → descarrilamentos e/ou capotagem 5/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Circulação em Curva • Escala (h) Ciclo de Formação na Ferrovia b’ carril exterior h plano de via carril interior plano horizontal ¾ Limitar os esforços transversais e choques à entrada e saída das curvas, que conjuntamente com os movimentos de lacete, podem produzir descarrilamentos e capotagem ¾ Conseguir um desgaste similar em ambos os carris, limitando assim a ripagem da via, o desnivelamento transversal da via e o excessivo trabalho dos aparelhos de fixação ¾ Permitir uma maior comodidade para os passageiros e evitar possíveis movimentos das mercadorias 6/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Circulação em Curva • Escala teórica (ht): anc = 0 m/s2 • Escala prática (h): Ciclo de Formação na Ferrovia V2 b′V 2 ⇒ ht = 11,8 ⋅ ht = 127 R R Categorias de tráfego (velocidade em Km/h) h ⇒ Vt = III IV Linhas de tráfego Linhas de tráfego misto concebidas misto com para velocidades velocidades de de comboios de comboios de passageiros passageiros 200 < V < 300 V < 230 (ou 250) (com veículos dotados de características R.g.h b′ V Linhas de alta velocidade unicamente dedicadas ao tráfego de passageiros 250 < V < 300 técnicas especiais) Valor limite recomendado (mm) Valor limite máximo (mm) 160 160 160 180 180 200 ETI - 180 – 190 mm, 200 mm (cat.V) França (SNCF) - 160 mm (Excep.=180 mm) Alemanha (DB) - 100 (rec.) – 180 mm Japão - 180 – 200 mm 7/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Circulação em Curva Ciclo de Formação na Ferrovia • Insuficiência de Escala (I = ht - h): V 2 − (Vt ) 2 b' anc = ⇒ I = ⋅ anc 2 (3,6) .R g (ancPass.=1,0 – 1.5 m/s2) V > Vt = 127 R.h b′ Norma ENV 13803-1 Categorias de tráfego Valor limite recomendado [mm] Mercadorias Passageiros (velocidade em km/h) Valor limite máximo ª [mm] Mercadorias Passageiros III - Linhas de tráfego misto concebidas para velocidades de d 150 c 130 160 d 180 140 x 160 x 120 x 160 230 < V < 250 x 100 x 150 V = 250 x 100 x 150 200 < V < 250 100 100 150 250 < V < 300 80 80 130 V < 160 110 160 160 < V < 200 x 200 < V < 230 comboios de passageiros 200 < V < 300 c IV - Linhas de tráfego misto com velocidades de comboios b b de passageiros V < 230 km/h (ou 250 km/h em linhas modernizadas) com veículos dotados de características técnicas especiais V - Linhas de alta velocidade unicamente dedicadas a tráfego de passageiros c 130 V > 250 x 80 x 250 < V < 300 Estes limites da insuficiência de escala devem ser aplicados apenas aos tipos de veículos especificos dotados de características mecânicas especiais tais como pequena massa por eixo, massas não suspensas reduzidas, baixo coeficiente de souplesse. c Em vias não balastradas, para velocidades superiores a 250 km/h, pode ser utilizada uma insuficiência de escala de 150mm. d Estes valores só são aplicáveis a vagões de mercadorias que apresentam características mecânicas especiais, que lhes conferem desempenhos semelhantes aos dos veículos de passageiros. b 8/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Circulação em Curva • Insuficiência de Escala (cont.): Ciclo de Formação na Ferrovia ETI França (SNCF) - 100 - 150 mm (Excep.=160 mm) Alemanha (DB) - 70mm (rec.); 130mm (lim.) – 150 mm (n. perm.) Japão - 100 mm 9/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Circulação em Curva • Excesso de Escala (E=h-ht): Ciclo de Formação na Ferrovia V < Vt = 127.R.h. b′ g .h V2 b' E anc = − ⇒ = ⋅ anc 2 g b' (3,6) .R Norma ENV 13803-1: Limite recomendado: 110 mm; Limite máximo*: 130 mm. *Para comboios de passageiros, o valor limite máximo de E = 110 mm. França (SNCF) - 70 - 100 mm (Excep.=105-135 mm) 10/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Circulação em Curva Ciclo de Formação na Ferrovia • Velocidades máximas e mínimas admissíveis • Raios mínimos V2 −h I = ht − h = b ′ 127 R ⇒ V2 E = h − ht = h − b ′ 127 R ⇒ (I Lim + h).127.R b′ (h − Elim ).127.R Vmin = b′ Vmax = 2 2 b´.Vmáx b′.Vmin ≥R≥ 127(h − ELim ) 127(h + I Lim ) Usando I e E (ETI) rec. : I E h França (valores praticados) - 4000- 6250 m Alemanha (DB) : - Rrec(h=100mm; Irec=70 mm) - Rlim (h+Ilim=290mm) - Rperm(h+ I =330mm ) Japão (valores praticados)- 2500 – 4000 m 11/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Curvas de Transição Ciclo de Formação na Ferrovia • curva de raio variável ao longo da qual a escala crescerá de forma contínua até atingir o valor correspondente ao valor a implementar na curva circular, h. • a implementação da escala é geralmente feita por elevação da fila alta, com manutenção da espessura de balastro sobre os carris da fila baixa. h L b´ • a força centrífuga cresce progressivamente sendo compensada pela contínua variação da escala. 12/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Curvas de Transição Ciclo de Formação na Ferrovia • Dimensionamento: dh Limitação dinâmica: Variação da escala em função do tempo dt → limitar o valor desta velocidade ascensional Limitação geométrica: Variação da escala em função do comprimento dh/dl → limitar: dh/dl → Empenamento → descarrilamento Limitação de conforto (limites na sobreaceleração normal): Variação da insuficiência de escala em função do tempo dI/dt Limites do conforto: San = danc/dt = 0,25 e 0,4 m/s3. Altas velocidades: San = 0,15 m/s3 S anP = (1 + s) danc dt valor máximo aceitável 0,3 m/s3 - 0,8 m/s3 O desenvolvimento L da curva de transição deverá cumprir os três critérios, prevalecendo os relativos à segurança em relação com o de conforto 13/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Curvas de Transição • Limitação dinâmica Ciclo de Formação na Ferrovia dh dh dl dh V = . = v. = Δh. dt dl dt dl 3,6.L V ⎛ dh ⎞ Δh. ≤⎜ ⎟ 3,6.L ⎝ dt ⎠ lim ⎛ dh ⎞ ⎟ ⎝ dt ⎠lim ⇒ L≥ Δh.V ⎛ dh ⎞ 3,6.⎜ ⎟ ⎝ dt ⎠ LIM Norma ENV 13803-1 ⎜ Categorias de tráfego (velocidade em Km/h) Valor limite recomendado (mm/s) Valor limite máximo (mm/s) III Linhas de tráfego misto concebidas para velocidades de comboios de passageiros 200 < V < 300 IV Linhas de tráfego misto com velocidades de comboios de passageiros V < 230 (ou 250) V Linhas de alta velocidade unicamente dedicadas a tráfego de passageiros 250 < V < 300 50 50 50 60 60 60 Alemanha (DB): L≥ 8 .Δh.Vmax 1000 Para variações de escala com declive variável o valor dh/dt é variável, atingindo a meio da curva o seu valor máximo 14/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Curvas de Transição Ciclo de Formação na Ferrovia • Limitação geométrica Δh L≥ ⎛ dh ⎞ ⎜ ⎟ ⎝ dl ⎠ lim A norma ENV 13803-1 ⎛ dh ⎞ ⎜ ⎟ ⎝ dl ⎠ LIM -valor limite recomendado: 2,25 mm/m -valor limite máximo: 2,5 mm/m • Limitação de conforto danc ≤ (S an )lim dt ⇒ dI b' danc ⎛ dI ⎞ = . ≤⎜ ⎟ dt g dt ⎝ dt ⎠ Lim ⎛ dI ⎞ ⎟ ⎝ dt ⎠ LIM Norma ENV 13803-1 ⎜ Categorias de tráfego (velocidade em Km/h) Valor limite recomendado (mm/s) Valor limite máximo (mm/s) III Linhas de tráfego misto concebidas para velocidades de comboios de passageiros 200 < V < 300 IV Linhas de tráfego misto com velocidades de comboios de passageiros V < 230 (ou 250) V Linhas de alta velocidade unicamente dedicadas a tráfego de passageiros 250 < V < 300 50 50 50 75 90 75 ⇒ ΔI .Vmax . L≥ ⎛ dI ⎞ 3,6.⎜ ⎟ ⎝ dt ⎠ Lim. Alemanha (DB): L≥ 4 ΔI .Vmax 1000 15/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Curvas de Transição • variação de curvatura e de escala linear: Clotóide (r.l = const. = A2) Para a escala teórica: Ciclo de Formação na Ferrovia • v2/r = g.ht(l)/b’ Para o ponto de tangencia curva de transição/curva circular teremos : L=A2/R Para a escala prática: • anc = v2/r - g.h(l)/b’ Velocidade constante (v) ⇒ danc ⎛ v 2 g.h ⎞ v ⎟⎟. S an = = ⎜⎜ − dt ⎝ R b' ⎠ L A resposta dinâmica às variações dos gradientes de escala e curvatura depende fundamentalmente: • • da concepção da suspensão do veículo do tipo e desenvolvimento dos elementos de transição 16/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Curvas de Transição • variação de curvatura e de escala não-linear Ciclo de Formação na Ferrovia SCHRAMM 1 / r = 2.⎛ l ⎞ ⎜ ⎟ 1/ R ⎝L⎠ BLOSS 2 2 1/ r l⎞ ⎛ se 0 ≤ l/L≤1/2; = 1 − 2.⎜1 −se ⎟1/2 ≤ l/L≤1 1/ R L⎠ ⎝ 1/ r ⎛ l ⎞⎛ l ⎞ = ⎜ 3 − 2 ⎟.⎜ ⎟ 1/ R ⎝ L⎠⎝ L⎠ 2 COS (curva de transição japonesa) 1 / r 1/ R SEN = 1⎛ π .l ⎞ ⎜1 − cos ⎟ L ⎠ 2⎝ 1/ r l 1 ⎛ 2.π .l ⎞ = − sen⎜ ⎟ 1 / R L 2.π ⎝ L ⎠ Limites de dh/dt: Categorias de tráfego (velocidade em Km/h) Valor limite recomendado (mm/s) Valor limite máximo (mm/s) III Linhas de tráfego misto concebidas para velocidades de comboios de passageiros 200 < V < 300 IV Linhas de tráfego misto com velocidades de comboios de passageiros V < 230 (ou 250) V Linhas de alta velocidade unicamente dedicadas a tráfego de passageiros 250 < V < 300 55 55 55 70 70 70 17/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Ciclo de Formação na Ferrovia Curvas de Transição 18/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Curvas de Transição Ciclo de Formação na Ferrovia • Movimento (oscilatório) de balanço Quando o veículo circula ao longo de uma curva de transição fica sujeito a uma velocidade angular (ω) criada pela introdução da sobreelevação (ângulo de sobreelevação ψ = h/b’) : dψ dh dh ω= = = .v dt b' dt b' dl Aceleração angular do movimento de balanço (α) 1 d 2h d 2h v2 α= = 2 . ≤ α0 2 b' dt dl b' ⇒ d 2 h α 0 .b' ≤ 2 2 dl v limite a adoptar para α0 = 0,1 rad/s2. Sobreaceleração angular do movimento de balanço (α& ) dα 1 d 3 h d 3 h v 3 = = 3 . ≤ α& 0 3 dt b' dt dl b' ⇒ d 3 h α& 0 .b' ≤ 3 3 dl v Limite a adoptar para α& 0 ≈ 0,2rad / s 3 Para a aceleração lateral não compensada (anc) e a sobreaceleração (San) correspondente, dever-se-á também ter em conta a aceleração induzida pelo movimento de balanço. 19/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Perfil Longitudinal Sempre que ∆i superior a: Ciclo de Formação na Ferrovia - 2 mm/m, V < 230 Km/h - 1 mm/m. V > 230 Km/h ⇒ Concordâncias Verticais (D> 20 m) • Concordâncias (circunferência/parábola) D = Rv (a − b ) 1000 ⎡ (a − b ) ⎤ 2 z ( x) = − ⎢ ⎥x 2000 D ⎣ ⎦ D 20/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Perfil Longitudinal Ciclo de Formação na Ferrovia • Aceleração Vertical (av) v2 V2 V2 av = = = g 2 Rv 3,6 .Rv 127 Rv V2 ≤ (a v )LIM Níveis aceitáveis de comodidade → a v = 12,96 Rv Norma ENV 21/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Perfil Longitudinal • Raios mínimos das concordâncias verticais Ciclo de Formação na Ferrovia V2 g Rv = . ≤ (Rv )LIM 127 a v Tendo presentes os valores limite de av a norma fixa para RV lim: ETI: 10000 a 25000 m França (TGV Paris-Sudeste): 12000- 14000 m Alemanha (DB) : RV rec = 0.4.V max2 RV lim = 0.25.V max2 RVperm (conv.) = 0.16.V max2 RVperm (conc.) = 0.13.V max2 Japão (valores praticados): 10000– 15000 m 22/23 Traçado de Infra-Estrutura Ferroviária de Alta Velocidade Perfil Longitudinal • Sobreaceleração vertical Ciclo de Formação na Ferrovia dav d(1/rv ) 2 d(1/rv ) 3 Sav = = v = v ≤ Sav0 dt ds dt A menos dos sinais temos: drv rv2 Sav0 ≤ 46,656 ds V3 Esta condição permite controlar as descontinuidades na curvatura vertical Valor limite a adoptar: Sa0v ≈ 0,5 m/s3 NOTA: adicionalmente dever-se-ia analisar o efeito da variação escala (movimento de balanço) no perfil longitudinal 23/23