SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Jornalismo e aquecimento global: a perspectiva do livro-reportagem Diário do Clima de Sônia Bridi Tonie Maria Gregory dos Santos 1 Reges Schwaab (orientador) 2 Resumo: Este artigo analisa a estrutura do livro-reportagem Diário do Clima, da jornalista Sônia Bridi. Por meio das marcas narrativas presentes na construção do livro, buscamos observar como a obra pode ser um meio de entendimento sobre a problemática pela sociedade e, ainda, as contribuições para a reflexão do jornalismo contemporâneo. Na tentativa de compreender como a narrativa está organizada, temos como base metodológica a Análise de Conteúdo (AC), buscando interpretar o objeto em questão, identificando escolhas da jornalista na costura da reportagem. Com a investigação, oriunda de um trabalho maior, verificamos que a jornalista dá sustento ao texto, utilizando fontes e investindo em figuras de linguagem. Constatamos que o tema aquecimento global foi construído de forma positiva e reflexiva e, por conseguinte, o livro em questão contribui para evidenciar os efeitos do problema no ambiente. Palavras-chave: Jornalismo; Livro-reportagem; Narrativa; Aquecimento global; Ambiente. 1. Considerações iniciais O presente trabalho é resultado de um processo de investigação sobre a narrativa do livro-reportagem Diário do Clima – Efeitos do Aquecimento Global: um relato em cinco continentes, da jornalista Sônia Bridi. A obra retrata os bastidores das viagens feitas por Bridi e pelo repórter cinematográfico Paulo Zero durante seis meses ao redor 1 Estudante do 8º semestre do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Campus Frederico Westphalen. Membro do Resto – Laboratório de Práticas Jornalísticas (CNPq/UFSM). E-mail: [email protected]. 2 Professor do Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM, Campus Frederico Westphalen. Vice-líder do Resto – Laboratório de Práticas Jornalísticas (CNPq/UFSM). E-mail: [email protected]. 1 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: do planeta. Eles mostraram as transformações que a Terra vem sofrendo em decorrência das mudanças climáticas. Além de toda elaboração das matérias, houve uma preparação física dos protagonistas do livro para superar os obstáculos da viagem. Tendo em vista que a análise objetivou entender como Sônia Bridi constrói a narrativa do livro, primeiramente, exploramos como a jornalista contribui para uma compreensão pública da problemática ambiental. Em seguida, sondamos as marcas ou escolhas narrativas da reportagem estudada. E, por último, discutimos como o trabalho de Bridi (2012) ajuda numa reflexão sobre jornalismo. Com base na divisão que Lima (2009) faz das diferentes variantes que o livro-reportagem pode ter, enquadramos o livro analisado como pertencente aos tipos ambiente, ensaio e viagem, conhecido, também, como diário de bordo. Percebemos ainda que a obra de Sônia Bridi mescla três diferentes diários: diário da repórter (com as impressões da jornalista), diário da reportagem e diário do clima. Ao realizar o mapeamento do livro, localizamos elementos que mais aparecem na narrativa. No mapeamento construído, elencamos oito categorias que nos ajudaram a entender como foi estruturado o livro-reportagem: as entrelinhas do aquecimento global, fontes, procedimentos, estrutura do livro, figuras de linguagem (de palavras, de pensamento e de som), lugares percorridos, acontecimentos históricos como base de realidade social e cultural de cada povo e descrições de pessoas e de lugares.3 Optamos aqui por falar em jornalismo sobre meio ambiente e não jornalismo ambiental pois o livro-reportagem de Sônia Bridi não é, necessariamente, um livro dessa natureza, mas um livro-reportagem que fala sobre meio ambiente. Além disso, Bridi não se considera uma jornalista ambiental. 2. A jornalista Sônia Bridi Sônia Bridi lançou o Diário do Clima – Efeitos do aquecimento global: um relato em cinco continentes em 2012. Antes da viagem, em 2010, ela e Paulo Zero, repórter cinematográfico e cônjuge da jornalista, se lançaram no desafio de percorrer 14 3 Por razões de espaço, aqui nos detivemos mais nas primeiras categorias. 2 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: países para descobrir as consequências do aquecimento global em diversos pontos do Planeta. Antes, a jornalista já havia explorado o terreno dos livros com Laowai – Histórias de uma Repórter Brasileira na China, com relatos da época como correspondente da TV Globo/Brasil na Ásia. Sônia Matilde Bridi nasceu em 13 de novembro de 1963, na cidade de Caçador, Santa Catarina. O encanto pela escrita a levou para perto do jornalismo ainda na escola quando, com a ajuda de um professor de português, começou a trabalhar no jornal da cidade. Aos 17 anos, mudou-se para Florianópolis para cursar a faculdade de Filosofia, na Universidade Federal de Santa Catarina, já que o curso de Jornalismo ainda não estava regulamentado. Em paralelo à faculdade, trabalhava como redatora na Rádio Barriga Verde, que, um ano depois, também passou a contar com emissora de TV. Após ocupar as funções de produtora e editora, foi para a sucursal catarinense do Grupo Bandeirantes. Em 1984, foi contratada pela RBSTV, afiliada da Rede Globo. De editora passou ao cargo de coordenadora do interior. Mesmo com pouca idade, Bridi já tinha uma vasta experiência e percebeu que era importante ter o diploma de jornalista para exercer a profissão. Então, conciliando estudo com a atividade, foi para a reportagem televisiva, pois os repórteres tinham horário fixo. A nova função despertou interesse e, a partir dali, a profissional começou a fazer grandes produções para os telejornais. Bridi foi correspondente da TV Globo em Nova York, Londres e Paris. Além disso, fez parte da equipe para cobrir a Copa do Mundo na França. Em parceria com Zero, recebeu a incumbência de firmar uma base da Rede Globo em Pequim, na China. Atualmente, é repórter especial do programa Fantástico. Na função, ela e Paulo Zero realizaram a série Terra, que Tempo é Esse?, percorrendo Bolívia, Peru, França, Inglaterra, Itália, Estados Unidos, Groenlândia, Islândia, Brasil, Tanzânia, Butão, China, Vanuatu e Austrália, que deu origem ao Diário do Clima. 3. Livro-reportagem 3 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Belo (2006, p. 58) afirma que “a reportagem em livro não sobrevive somente das falhas de cobertura e da suposta miopia dos periódicos para com determinados assuntos. Bebe também das suas virtudes”. Resende explica que o discurso jornalístico “opera segundo a verdade dos fatos, o que interessa é o fato em si. O como narrar esse fato, a enunciação propriamente dita, resume-se à utilização de uma técnica” (RESENDE, 2005, p. 92). Além disso, diz que o jornalista não escolhe como narrar, pois a ele são impostos alguns limites no campo de atuação, assim como, o restringem a dados factuais. Entendemos que o livro-reportagem não se limita apenas em se apropriar das técnicas jornalísticas, mas por vezes, foge de algumas fórmulas impostas pelo jornalismo. Um modelo disso é a atualidade, que é uma das características do jornalismo, mas que não se enquadra no livro-reportagem. O jornalismo possui um vasto número de fórmulas a serem seguidas, no entanto, na construção de um livroreportagem, o jornalista pode ou não utilizar técnicas que se adaptem à sua obra. Para Bridi “é obrigação do jornalista ir, ver, chegar onde a coisa está acontecendo e tentar trazer para as pessoas que não podem ir lá” (BRIDI, 2013, documento eletrônico). O jornalismo, como parte constituída da comunicação, tem por finalidade informar ao público, em diversas formas, sobre o que acontece no mundo. Para reproduzir os fatos do dia a dia, o jornalista produz o que conhecemos por notícia e, quando se quer aprofundar determinados assuntos, que não são, necessariamente, factuais, utiliza o formato chamado reportagem. A reportagem no jornalismo impresso é um modo de contar os fatos que preocupa-se em mostrar detalhes, descrições, histórias de pessoas e lugares. Uma das características que distingue a reportagem da notícia é a quantidade de conteúdo, sendo assim, tornando-se mais extensa. O jornalista deve, ainda, analisar a maneira como está conduzindo a reportagem, pois ele precisa cativar o leitor até o final da leitura. Com o new journalism estadunidense, surgido na década de 1960 (DUARTE, 2014), o livro-reportagem ganhou ainda mais destaque. Para Belo (2006, p. 41), “em uma definição quase acadêmica, é possível dizer que livro-reportagem é um instrumento 4 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: aperiódico de difusão de informações de caráter jornalístico”. Já segundo Lima (2009), o livro-reportagem se aproxima de temas que o jornalismo nos espaços tradicionais não aborda: O livro-reportagem cumpre um relevante papel, preenchendo vazios deixados pelo jornal, pela revista, pelas emissoras de rádio, pelos noticiários de televisão, até mesmo pela internet quando utilizada jornalisticamente nos mesmos moldes das normas vigentes na prática impressa convencional. Mais do que isso, avança para o aprofundamento de conhecimento do nosso tempo, eliminando, parcialmente que seja, o aspecto efêmero da mensagem da atualidade praticada pelos canais cotidianos da informação jornalística (LIMA, 2009, p. 4). Lima (2009) fala, ainda, da função do livro-reportagem: [...] tocar o leitor, sensibilizá-lo, estimulá-lo, movê-lo para que a comunicação se dê. Todo processo de comunicação causa um efeito no receptor, mas esse efeito só é eficaz, do ponto de vista do emissor, se antes há o contato comum, o elo de ligação que se transforma no portal conhecido pelo qual o leitor avança para o universo desconhecido que a obra propõe. Por associações de idéias, memórias, identificações e projeções – nos níveis intelectual, emocional –, o leitor pode sentir-se algo familiarizado com o mundo contido no livro, inclinado a penetrá-lo (LIMA, 2009, p. 143). O livro passa a ser um complemento da imprensa cotidiana. Pode trazer assuntos que são pouco trabalhados nela. Também, não se enquadra em algumas normas do jornalismo convencional, como por exemplo, a atualidade instantânea, mas trabalha em outros regimes de tempo. 4. Jornalismo e meio ambiente Nos últimos anos, o jornalismo não somente noticia, mas auxilia a refletir sobre temas ambientais. A própria Sonia Bridi afirma em uma entrevista: Eu me sinto responsável por não deixar um assunto tão importante morrer. Eu já estou sendo afetada e meus filhos também serão. Se a gente não tomar uma ação, o aquecimento global poderá sair do controle. Alguma coisa tem que ser feita e a gente tem que ter responsabilidade (BRIDI, 2012, documento eletrônico). “O tema das mudanças climáticas somente repercutiu na mídia com maior intensidade nos últimos anos, repercutindo sobre agendas de governos e pesquisa e no imaginário popular” (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2008, p. 7). 5 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: No entanto, a qualidade das notícias ainda causa discussões. Na maioria das vezes, são publicadas matérias que apenas expõem fatos, não oferecendo uma abordagem mais complexa. Nesse sentido, para Dornelles (2008, p. 53): A pauta jornalística deve estar comprometida com a visão de que alguma coisa precisa ser feita, há problemas e desafios a serem enfrentados, há interesses em jogo, e que o jornalismo e o jornalista podem desempenhar um papel fundamental na sua explicitação. Os fatos, em geral, não podem ser vistos de um ângulo meramente técnico ou científico, pois estão atrelados a questões econômicas, vontade política, componente sócio-cultural, entre outros componentes. O jornalismo sobre meio ambiente possui função informativa, pedagógica e política (BUENO, 2007). Um papel de agente de transformação social para a melhoria na qualidade de vida se desenha aí. A crise ambiental global exige abordagens sobre soluções. No prefácio do livro, Bridi relata os seus motivos para lutar pela causa: Discutir a mudança do modelo de produção e consumo em plena crise econômica é tarefa quase impossível. Mas nós queríamos manter o assunto na pauta. A experiência de restaurar a camada de ozônio mostrou que, quando o planeta inteiro se une em prol de uma causa, podemos reparar os danos. Tenho dois filhos, quero ter netos e desejo que eles vivam em tempos de paz e prosperidade. Por isso, Paulo e eu achamos que deveríamos fazer uma série de reportagens mostrando os lugares do planeta que já sofreram com as mudanças climáticas (BRIDI, 2012, p. 12). Entendemos que Sônia Bridi não é uma jornalista ambiental, mas ela traz a temática ambiental em suas matérias e no livro estudado. A jornalista é entusiasta do assunto e, desta forma, as matérias relacionadas ao meio ambiente mostram não só os problemas e desafios que o planeta enfrenta, como também, os motivos que levaram a esta situação e atitudes possíveis diante do cenário. 5. Aquecimento global No Século 20, o termo mudanças climáticas começou a ser utilizado e, a partir dali, ganhou força devido às modificações do clima: [...] é no começo dos anos 1970, que surgem as primeiras vozes de alarme tanto de cientistas quanto de ecologistas. As atividades humanas passam a ser consideradas no resultado final desta conta. O contexto daqueles anos também fez surgir o termo aquecimento global, significando o aumento da temperatura média da terra, que se popularizou décadas depois (MORAES, 2015, p. 36-37). 6 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Mudanças climáticas são alterações no clima geral do Planeta, percebidas por meio de registros científicos verificados durante anos. A Terra passa por alterações climáticas consideradas “naturais”, esfriando ou esquentando em determinadas épocas. Por outro lado, não se pode dizer que todo e qualquer evento extremo seja resultado das alterações climáticas. Períodos de inverno ou verão rigorosos, não estão, necessariamente, ligados ao fenômeno da mudança do clima (MORAES, p. 37, 2015). Essas oscilações do clima podem ser provenientes de fenômenos naturais ou de atitudes humanas. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança de Clima (IPCC), diz que mudança climática “refere-se a qualquer mudança no clima durante um período de tempo, independente se for uma variação natural ou o resultado de uma atividade humana” (IPCC, 2007, p. 3). Ainda segundo o mesmo relatório, o “aquecimento do sistema climático não é um equívoco, sendo agora evidente de acordo com as observações de aumento global do ar e das temperaturas dos oceanos, derretimento de gelo e neve em larga escala, e aumento global do nível dos oceanos” (IPCC, 2007, p. 8). Já o aquecimento global é definido por Moraes (2015, p. 37) [...] como o aumento da temperatura além do natural, extrapolando a capacidade da atmosfera em reter este calor. Desta forma, entende-se que a Terra é aquecida pelo chamado efeito estufa, relacionado à quantidade de energia da radiação solar e o calor que e liberado pelo planeta. A ciência identificou e monitora a emissão de diferentes gases que tem “efeito estufa”, ou seja, ampliam o aquecimento do planeta. O aquecimento global tem causado grandes consequências, como o derretimento do gelo das calotas polares e o aumento no nível de água dos oceanos, o que não é nada positivo para o ecossistema. Paralelo a isso, estudos comprovam que as atitudes humanas estão prejudicando a atmosfera terrestre. O uso indiscriminado de recursos naturais, além dos gases poluentes que são liberados a cada dia, afetam cada vez mais o planeta. Ademais, ações como desmatamento de florestas, poluição e queimadas, são agravantes para a situação do Planeta. Desse modo, no livro analisado, Bridi convida a conhecer a situação ambiental de cada país percorrido e procurar entender as perdas que os países tiveram em decorrência das mudanças climáticas e dos efeitos do aquecimento global. 7 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 6. A construção do livro-reportagem Tendo em vista o problema de pesquisa que orientou o trabalho que deu origem a este artigo, ou seja, como a jornalista Sônia Bridi constrói a estrutura narrativa do livroreportagem Diário do Clima – Efeitos do aquecimento global: um relato em cinco continentes, utilizamos a Análise de Conteúdo (AC) como suporte metodológico. O desejo de entender como o livro foi elaborado e os recursos que a jornalista utilizou para isso, nos levaram a interpretá-lo, classificando a narrativa em categorias que julgamos importantes para essa construção. Estas categorias foram classificadas a partir do que a leitura do livro nos revelou. Além disso, ao selecionar a AC, trabalhamos nas pistas sobre como a jornalista Sônia Bridi construiu a narrativa: O funcionamento e o objectivo da análise de conteúdo, podem resumir-se da seguinte maneira: Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (BARDIN, 1977, p. 23 [grafia original]). Assim, tomamos a Análise de Conteúdo como um conjunto de dispositivos metodológicos que são cada vez mais sutis e estão em constante aperfeiçoamento, mas que se aplicam a discursos diversificados. Herscovitz (2008) contribui afirmando que A análise de conteúdo pode ser empregada em estudos exploratórios, descritivos ou explanatórios. Os pesquisadores que utilizam a análise de conteúdo são como detetives em busca de pistas que desvendem os significados aparentes e/ou implícitos dos signos e das narrativas jornalísticas, expondo tendências, conflitos, interesses, ambiguidades ou ideologias presentes nos materias examinados (2008, p. 127). Para que a presente pesquisa se concretizasse, foi realizado um mapeamento do livro, observando as fontes acionadas por Sônia Bridi, os procedimento, a estrutura dos capítulos, o uso da linguagem, pensando esses elementos como marcas narrativas. Além disso, foram destacados os lugares percorridos, a realidade social e cultural de cada povo, as descrições das pessoas, dos locais e dos acontecimentos históricos. 8 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Segundo Bardin (1977), a AC desenvolve-se em três fases: (a) pré-análise; (b) exploração do material; e (c) tratamento dos dados, inferência e interpretação. Neste trabalho, estas três fases foram divididas da seguinte maneira: na pré-análise se deu a leitura do livro, fazendo apontamentos de possíveis itens a serem analisados mais tarde. Na exploração do material foram feitas duas leituras aprofundadas. A esta etapa, sucedeu-se a exploração completa do material. Foram levantadas todas as pistas, apontamentos e informações relevantes sobre a narrativa, os lugares que a jornalista percorreu, as pessoas que entrevistou e a situação do aquecimento global em cada ambiente. O levantamento foi feito a fim de compreender como a jornalista contribui para uma compreensão pública da problemática do aquecimento global. Queríamos analisar, ainda, as marcas – escolhas – narrativas da reportagem e discutir como o trabalho de Bridi ajuda a refletir sobre o jornalismo. Já na fase do tratamento dos dados, inferência e interpretação ocorreu a interpretação de todas as informações que foram apuradas no livro. Os resultados obtidos foram analisados para, em seguida, compreender a maneira como a narrativa foi construída ao longo do livro. Foi neste momento que construímos algumas respostas, observando as marcas e as escolhas narrativas. 7. A estrutura narrativa O livro Diário do Clima – Efeitos do aquecimento global: um relato em cinco continentes possui 255 páginas, 20 capítulos, mais a conclusão. Bridi visitou cinco continentes, percorrendo 14 países. O livro está estruturado em capítulos de acordo com os países visitados. Da análise construída originalmente, a partir de oito categorias reveladas pela obra, organizamos aqui a apresentação de seis delas: a construção da ideia do aquecimento global, fontes, procedimentos, estrutura do livro, figuras de linguagem e descrições de pessoas e de lugares. 7.1. As entrelinhas do aquecimento global 9 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Bridi desenvolve no livro a questão do aquecimento global de forma clara e embasada, oferecendo muitos subsídios para compreender a problemática, como no exemplo a seguir: Como a gente aprende ainda no primário, árvores capturam carbono. Árvores mortas soltam o carbono de volta para a atmosfera. Essas árvores mortas por causa da seca de 2010 vão liberar carbono durante anos. O crescimento de novas nas clareiras abertas pode compensar a perda. Mas para isso é preciso que o equilíbrio de secas e cheias se mantenha. Secas frequentes como as da década passada põem em risco o equilíbrio da floresta e de todo o planeta (BRIDI, 2012, p. 253). A construção da temática ambiental como um todo é bem explicitada. Primeiro, porque a jornalista mostra os lugares que estão sofrendo drasticamente com as mudanças climáticas. Além disso, mostra alguns lugares que estão tendo atitudes positivas frente ao problema, com a possibilidade de uma ligação do local com a dimensão global do tema. 7.2. Fontes Ao realizar o mapeamento, percebemos que as fontes são um elemento importante na construção do livro, dando suporte a tudo que a jornalista relata. Bridi aciona fontes/entrevistados em toda a narrativa, deixando o texto mais dinâmico. 10 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Em todos os capítulos, Bridi utiliza fontes contatadas antes da viagem para a construção do livro. São geralmente fontes oficiais, que falam em um âmbito mais técnico, dando embasamento científico ao texto. Já as fontes encontradas na hora da gravação servem para compreendermos o que as pessoas da cada região vêm percebendo de diferente no clima e/ou na paisagem nos últimos anos. São importantes no desenvolvimento do livro pois auxiliam com um conhecimento da experiência e com relatos do cenário que sofre alterações. 7.3. Procedimentos Por meio dos procedimentos descritos no livro conseguimos ter noção do quão difíceis foram os trajetos. Os deslocamentos, os obstáculos em carregar equipamentos para gravação, são descritos pela jornalista no livro: Três horas mais tarde, estamos de volta à trilha vermelha. Como fica na parte baixa, é uma calçada de madeira que leva até a beira da água, ou melhor, do gelo. Mas o ponto de gravação não é bom. Decidimos continuar na trilha azul para leste. Depois do sofrimento, a merecida recompensa: assim que cruzamos uma colina, estamos numa área cheia de musgos, nos quais crescem flores muito pequeninas.[...] Cruzada a segunda colina, a vista é espetacular. Gravo uma passagem e preciso lutar com os mosquitos para falar por quinze segundos direto. Queremos ir até a margem, mas Paulo quer descer meio escorregando pela encosta íngreme, e eu, morrendo de medo daquela altura, quero dar a volta maior. Paulo vira as costas e vai (BRIDI, 2012, p. 125). Os procedimentos jornalísticos visíveis no livro-reportagem são um conjunto de etapas compatíveis a qualquer produção em jornalismo: pauta, captação, redação e edição. Contudo, cada uma delas mostra traços próprios, que juntos formam um produto singular. Percebemos que os procedimentos são importantes tanto no sentido da estrutura construída, como também, para poder mostrar, como pano de fundo, a habilidade, precisão e clareza da jornalista. 7.4. Estrutura do livro A jornalista segue uma mesma estrutura em todas as reportagens, utilizando a descrição para isso. Cada local visitado é retratado pela primeiras impressões, por 11 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: apontamentos de como está o clima no momento, hábitos e cultura e tudo o que os olhos conseguem alcançar. Além disso, Bridi mostra o que chama a sua atenção, o melhor e o bonito daquele local. Um exemplo está no capítulo 12, quando a jornalista chega em Ilulissat, na Groenlândia: É uma manhã de sol, muito diferente do tempo na nossa viagem anterior à Islândia, há dois anos. Foram três dias sob chuva, viajando pela ilha com a paisagem mais intrigante que já vi. Pedras negras vulcânicas cobertas de um musgo que parece fluorescente, um verde de outro mundo. Mas o que incomodou na época não foi o frio nem a chuva, foi o vento: cortante, constante, gelado. Ao embarcar para Paris, onde vivíamos, ventava tanto que tinha turbulência no avião estacionado – turbulência no chão! Passamos pela estrada do parque aquático com piscinas de água naturalmente aquecida pela ação vulcânica no subsolo da ilha e seguimos pela estrada bonita, bem conservada. A melhor lembrança que tenho daqui, no entanto, é a comida deliciosa. No centro da capital, perto da igreja, comemos arctic char, um peixe da família do salmão, preparado de um jeito que merecia ganhar prêmio de gastronomia (BRIDI, 2012, p. 109). Com as citações acima, percebemos o quanto Bridi se preocupa em expor as belezas, a boa comida e a realidade dos lugares. Isso proporciona àqueles que não conhecem os locais, mas que, no momento que leem o livro, consigam se sentir imersos na história, viajando, conhecendo e criando sensações sobre todos esses ambientes apresentados na narrativa. No livro estudado, a descrição serve como forma de organização, já que, a jornalista utiliza em todos os capítulos esta ferramenta. Ademais, os detalhes são essenciais para distinguir determinado capítulo de outro, assim, a presença de adjetivos, palavra que expressa uma qualidade, bem como, locuções adjetivas são traços diferentes de um texto descritivo. 7.5. Figuras de linguagem: de palavras, de pensamento e de som Nicola e Terra (2002) foram nosso aporte para definir as figuras de linguagem encontradas na análise do livro: No trabalho com a linguagem, usando a imaginação, o artista da palavra procura fazer associações de imagens muitas vezes inusitadas, explora determinadas construções com a intenção deliberada de reforçar a expressividade, tornando o texto mais criativo e original, mesmo que para isso tenha de se “desviar” dos padrões da gramática normativa. Os “desvios” como reforço da mensagem têm função estilística, não constituindo erro. Em geral, resultam nas chamadas figuras de linguagem (2002, p. 241). 12 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Trazemos as figuras de palavras encontradas, comparação e metáfora. Para descrever essas duas figuras, acolhemos as explicações de Tufano: A metáfora consiste em atribuir a uma palavra características de outra, em função de uma analogia estabelecida de forma bem subjetiva. [...] A metáfora é uma espécie de comparação sem a presença de conectivos do tipo como, tal como, assim como etc. Quando esses conectivos aparecem na frase, temos uma comparação e não uma metáfora (TUFANO, 1948, p. 215). Apresentamos no quadro subsequente as figuras de palavras: Seguindo ainda o raciocínio de Tufano, examinamos as figuras de pensamento hipérbole e ironia, encontradas no livro. Entendemos que “ocorre a hipérbole quando, para realçar uma ideia, exageramos na sua representação” (TUFANO, 1948, p. 220). Já a ironia “é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sarcástico” (TUFANO, 1948, p. 221). Observamos os exemplos a seguir: 13 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Já como figuras de som, encontramos a onomatopeia. Para Dutra, “entende-se por onomatopéia o conjunto de palavras cuja pronúncia pretende imitar o som natural dos ruídos produzidos por seres animados ou não” (DUTRA, 1997, p. 145). Analisamos o trecho: “E a câmera apitando – pi-pi-pi-pi” (BRIDI, 2012, p. 115). E também o próximo: “Outro bloco cai, ainda maior, e o barco inteiro exclama ‘OHHHHHH!!!!’” (BRIDI, 2012, p. 116). Em meio a esses fatores e exemplos explanados anteriormente, Bridi investe no uso de figuras de linguagem com a finalidade de deixar o livro-reportagem com mais dinamicidade e expressão. Estas são características das figuras de linguagem e determinam a construção de um texto. Com a utilização de tais figuras, a narrativa se torna mais fácil, fazendo com que o leitor possa ampliar seus horizontes na busca de interpretações acerca das lacunas subentendidas deixadas pela jornalista. 7.6. Descrições de pessoas e de lugares Na construção do livro, a jornalista faz muitas descrições, tanto de pessoas, como de lugares. As pessoas são caracterizadas pelas roupas que vestem, atitudes e forma física. Já os locais, são descritos pelas impressões que Bridi tem, trazendo dados e números para uma melhor compreensão do espaço que está mostrando. No quadro a seguir, podemos analisar o modelo específico de descrição de pessoas e, logo após, um exemplo de descrição de lugar. 14 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Já como exemplo de descrição de lugar, observamos o exemplo a seguir: Paramos para almoçar em Oruro, uma cidade com 260 mil habitantes a 3.700 metros de altitude. Fundada no século XVII pelos espanhóis, Oruro é um grande centro de mineração e teria sido a primeira cidade das Américas a ser urbanizada por engenheiros, com as ruas em forma de xadrez. Desde então não foi modernizada. As ruas, com a largura dos tempos coloniais, formam um engarrafamento de carros velhos, malconservados, expelindo muita fuligem. Nesta altitude é preciso usar carro com motor potente. Muitos são a diesel e sem controle de emissões. A cidade fede a escapamento e não anda. Levamos quase uma hora da entrada até o restaurante (BRIDI, 2012, p. 21). A partir das passagens citadas, percebemos que a descrição é um elemento que possui funções importantes na narrativa. Pensando na forma jornalística, as descrições no livro são feitas a partir de uma observação profunda, o que é característica central do jornalismo. Além do que, ao utilizar-se de descrições na narrativa, a jornalista consegue imergir o leitor naquele ambiente, fazendo com que ele se sinta parte da cultura que predomina sobre a população. 8. Considerações finais O objetivo do trabalho foi compreender como está estruturado o livroreportagem Diário do Clima – Efeitos do aquecimento global: um relato em cinco continentes de Sônia Bridi, que tem como foco a temática dos efeitos do aquecimento global. A obra analisada revelou a situação das mudanças climáticas, decorrentes, fundamentalmente, da ação humana. Após sucessivas leituras do livro, juntamente com o mapeamento empreendido, constatamos que a construção do tema aquecimento global foi positiva no sentido de mostrar a realidade, trazendo elementos para uma possível mudança de hábitos impregnados em nossa cultura. A obra faz alertas sobre futuras mudanças que podem acontecer. A partir da análise, percebemos que a jornalista fez escolhas precisas sobre cada local a ser percorrido para evidenciar a problemática trabalhada. Observamos que a jornalista utiliza muitas fontes para a construção do livro. Além disso, houve um acentuado uso de figuras de linguagem, destacando-se a figura de pensamento metáfora, a mais utilizada pela jornalista. Uma das alternativas para 15 SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo V Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Campo Grande – UFMS – Novembro de 2015 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: justificar esse uso, seria a de que, ao trazer na narrativa a metáfora, a jornalista está instigando a imaginação do leitor, fazendo com que ele busque entender pelo seu esforço também. Em seguida, como segunda opção, acreditamos que a jornalista faz uso da metáfora para ter um texto mais atrativo e que envolva o leitor. A partir do percurso feito para este trabalho, indicamos também possíveis análises futuras que podem ser realizadas com o mesmo objeto de estudo. Uma delas é dar maior ênfase à análise linguística no que se refere aos aspectos estruturais da linguagem, abordando neologismos, ditos populares, estrangeirismos, entre outros. E, ainda, pensando no tema do livro, aquecimento global, fazer um comparativo com outros estudos publicados que tratam da mesma temática. Em última análise, estudar o livro-reportagem de Sônia Bridi permitiu compreender que este tipo de jornalismo esclarece dúvidas, colabora para um melhor conhecimento da causa e, ainda, pode auxiliar para o conhecimento do leitor. O livroreportagem pode ser considerado material de referência à respeito da temática, evocando um espírito de conscientização, visto que informa sobre a situação de cada país em relação à questão ambiental e a necessidade urgente de mudança de atitudes em prol da existência coletiva. Referências BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1977. BELO, E. Livro-reportagem. São Paulo: Contexto, 2006. BRIDI, S. Ana Maria toma café com a jornalista Sônia Bridi. GLOBO.COM: Mais você. Entrevista concedida a Ana Maria Braga. 2012. Disponível em: <http://gshow.globo.com/programas/mais-voce/v2011/MaisVoce/0,,MUL161541118173,00.html>. Acesso em: 28 maio 2015. BRIDI, S. Diário do Clima – Efeitos do aquecimento global: um relato em cinco continentes. São Paulo: Globo, 2012. BRIDI, S. Sônia Bridi fala sobre o papel do jornalista. IMAZON: Literatura e Sustentabilidade 2. Entrevista concedida a Beto Veríssimo. 2013. 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