universidade regional do noroeste do estado do rio grande

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
GABRIELA LIPPERT VETTORELLO
RELAÇÃO ENTRE A OFERTA DE MOEDA E CRESCIMENTO ECONÔMICO NA
ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO 1995-2015.
IJUÍ-RS
2015
2
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS ECONÔMICAS
E DA COMUNICAÇÃO.
GABRIELA LIPPERT VETTORELLO
RELAÇÃO ENTRE A OFERTA DE MOEDA E CRESCIMENTO ECONÔMICO NA
ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO 1995-2015.
Monografia de Conclusão de curso,
apresentado ao Curso de Ciências
Econômicas da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do
Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como
requisito para conclusão de curso.
Orientador: Romualdo Kohler.
Ijuí2015
3
A Banca Examinadora abaixo-assinada aprova a Monografia:
RELAÇÃO ENTRE A OFERTA DE MOEDA E CRESCIMENTO ECONÔMICO NA
ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO 1995-2015.
Elaborada por:
GABRIELA LIPPERT VETTORELLO
como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Economia.
Ijuí (RS), 2015.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Dr. Romualdo Kohler.
Orientador
_______________________________________
Dr. DilsonTrennepohl
4
AGRADECIMENTOS
Ao meu professor orientador, Romualdo Kohler, pelo apoio, paciência,
dedicação, conhecimento e disponibilidade no auxilio na elaboração do presente
trabalho de conclusão de curso.
Aos
demais
professores
do
curso
de
Ciências
Econômicas
pelas
contribuições ao longo do curso.
Aos meus pais, Aurélio Vettorello e Marlene Lippert Vettorello, por todo apoio,
confiança e dedicação a mim concebidos durante toda caminhada.
Ao meu companheiro, Lázaro Mateus Della Flora Crescente, por sua
compreensão, carinho e auxilio, no caminho trilhado ao longo de toda graduação.
Ao meu Gestor Marcos Henkes, pela compreensão e atenção ao longo do
período de estudo.
5
RESUMO
Este estudo apresenta a verificação da existência de correlação entre os agregados
monetários de oferta de moeda restrita M1 e oferta de moeda ampla M4, com o PIB
e com os níveis de Inflação, na economia brasileira no período compreendido entre
janeiro de 1995 e junho de 2015. Inicialmente se busca identificar os efeitos que a
moeda proporciona na economia, trazendo a sua evolução, suas funções e um
debate teórico sobre o tema proposto, na sequência mostra-se a representação da
economia monetária e a sua importância, bem como o papel que o Banco Central,
enquanto autoridade máxima do sistema financeiro nacional possui, e quais os
instrumentos que o mesmo utiliza para dinamizar a economia monetária. Por fim
realiza-se a identificação dos métodos estatísticos aplicáveis para analisar os dados,
e a mensuração das variáveis a ser utilizadas e posteriormente efetua-se a
verificação dos dados empíricos abordados, para dar o direcionamento e concluir os
objetivos inicialmente propostos.
Palavras Chave: Moeda, Inflação, PIB, Correlação.
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Tabela de comparação entre o Modelo Clássico e Keynesiano. ............... 19
Tabela 2. Tabela de legenda das correlações de Pearson. ...................................... 31
Tabela 3. Tabela de correlação PIB com M1 e PIB com M4, para os anos 2011,
2012, 2013 e 2014. ................................................................................................... 34
Tabela 4. Tabela de correlação PIB com M1 e PIB com M4. .................................... 34
Tabela 5. Tabela de correlação do IPCA com M1 e IPCA com M4 para os anos
2011, 2012, 2013 e 2014. ......................................................................................... 37
Tabela 6. Tabela de correlação do IPCA com M1 e IPCA com M4. .......................... 38
7
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Gráfico de correlação M1 com PIB, janeiro de 1995 a junho de 2015. ..... 32
Gráfico 2. Gráfico de correlação M4 com PIB, janeiro de 1995 a junho de 2015. ..... 33
Gráfico 3. Gráfico de correlação M1 com IPCA, janeiro de 1995 a junho de 2015. .. 35
Gráfico 4. Gráfico de correlação M4 com IPCA, janeiro de 1995 a junho de 2015. .. 36
8
SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................... 09
1. A moeda e seus efeitos na Economia............................................ 11
1.1 Evolução da Moeda e suas principais funções ............................ 11
1.2 O confronto teórico acerca dos efeitos da moeda na economia .. 14
2. Política Monetária ............................................................................ 23
2.1 O papel do Banco Central do Brasil ............................................ 23
2.2 Instrumentos de política monetária .............................................. 27
3. Verificação empírica da correlação entre os Agregados Monetários e o
Crescimento econômico brasileiro no período 1995-2015 .......... 30
3.1 Definição da amostra e metodologia da testagem dos dados ..... 30
3.2 Testes de correlação com PIB e análise dos resultados ............. 32
3.3 Testes de correlação com IPCA e análise dos resultados ........... 35
Considerações Finais ................................................................................ 39
Referências Bibliográficas ........................................................................ 41
Anexos ........................................................................................................ 43
9
INTRODUÇÃO
A economia é uma ciência que estuda diversas variáveis e como elas
impactam na vida dos agentes econômicos, segundo Lionel Robbins (1932) é a
ciência que estuda o comportamento humano como inter-relação entre fins e meios
escassos que têm usos alternativos.
Nosso objeto principal de estudo se enquadra na área da macroeconomia.
Segundo Bacha (2006), a macroeconomia observa a economia como um todo, ou
seja, ela tem uma visão telescópica da economia.
Ao analisar o funcionamento da Economia de forma macroeconômica, se
percebe que existem muitas variáveis que influenciam na dinâmica exercida sobre a
economia.
O recorte aqui epigrafado foca a questão monetária, visto que a moeda, ao
longo do processo histórico de desenvolvimento da sociedade, sempre exerceu
papel primordial no funcionamento econômico.
Apesar desta importância o pensamento econômico nunca encontrou sintonia
nos efeitos da moeda na economia, ao ponto de se poder afirmar que este se
constitui em um quesito divisor de águas entre diferentes escolas do pensamento
econômico. A centralidade do debate recai sobre a influência da quantidade de
moeda no comportamento da atividade econômica e/ou dos níveis de inflação.
Descortina-se o palco para o objetivo central deste trabalho, verificar se existe
associação entre quantidade de moeda em seu sentido restrito M1, ou amplo M4,
com os níveis de produção PIB, e com os níveis de Inflação medidos pelo IPCA,
enquanto índice oficial de variação de preços no Brasil.
Para tal, se estruturou o presente trabalho em três capítulos. O primeiro
capítulo faz uma abordagem da moeda e quais são os efeitos que a mesma produz
na economia, tão logo se busca a história do surgimento da moeda a sua evolução
ao longo do tempo e suas principais funções. Apresenta-se também o debate teórico
das principais contribuições sobre o tema proposto, em especial das visões ortodoxa
e heterodoxa.
10
O segundo capítulo, traduz a essência deste trabalho, o estudo da economia
monetária definindo o papel exercido pelas autoridades monetárias sobre a
economia, tendo como base as estratégias definidas pelo governo. Identifica-se
também quais são os instrumentos capazes de alterar o funcionamento econômico e
de que forma eles interagem com os agentes para transformar a economia como um
todo.
O terceiro capítulo, considerado o mais importante deste estudo, aborda a
verificação empírica da correlação entre variáveis, enfatizando as metodologias
aplicadas para realizar a análise de correlação, baseadas no método de Pearson.
No final do capítulo, realizam-se os testes de correlação entre M1 com PIB, M1 com
inflação e M4 com PIB, M4 com inflação e aponta-se os resultados encontrados.
Por fim, após todo levantamento bibliográfico e teste dos dados, quer-se
chegar ao entendimento se as variáveis colocadas em amostra possuem correlação
e de que forma elas impactam no crescimento econômico e nas alterações dos
níveis de preços.
11
1.
A moeda e seus efeitos na economia
Neste primeiro capítulo, se faz um resgate sobre a importância da moeda na
economia, com destaque primeiro na evolução da moeda e suas funções para
depois se avançar no debate teórico a luz das diferentes vertentes entre pensadores
ortodoxos e heterodoxos, acerca da neutralidade da moeda nas atividades
econômicas e de sua participação no comportamento evolutivo dos preços.
1.1.
Evolução da Moeda e suas principais funções.
Os primeiros registros de civilização apontam para grupos nômades que se
deslocavam permanentemente em busca de alimentação, via cata, caça e pesca.
Aos poucos a vida nômade foi perdendo espaço e as comunidades começaram a
fixar-se e organizaram-se em pequenos grupos, com atividades mais específicas
para seus integrantes, como agricultores, pastores e outras classes de
trabalhadores.
Cada grupo produzia seus próprios produtos, aos poucos, com uma vida
econômica mais organizada as sociedades perceberam que precisavam de uma
forma mais eficiente para trocar as suas mercadorias, visto que o escambo não era
o ideal, pois nem sempre as duas partes obtinham vantagem em trocar seus
produtos.
Desde os primórdios da civilização sempre houve na economia várias formas
de trocas de mercadorias chamadas de escambo. Neste sistema de trocas, de
mercadoria por mercadoria, deveria haver duplo interesse de necessidades entre os
demandantes, de modo a suprimir uma dupla coincidência de desejos.
A partir da fixação dos grupos em pequenas sociedades a vida econômica
começa a ser conduzida para uma nova etapa, onde somente determinados
produtos eram aceitos como troca. A partir disto as primeiras moedas começam a
surgir, instigados pela necessidade das pessoas em realizar trocas, sem que fosse
necessária a dupla condição de desejos.
Os metais preciosos passaram a assumir a função de moeda por diversas
razões: são limitadas na natureza, possuem durabilidade e resistência, são
divisíveis em peso etc. Para exercer o controle sobre os metais em
circulação, foi implantada a cunhagem da moeda pelos governantes, o que
12
deu origem à atual moeda metálica. (VASCONCELLOS & GARCIA, 2006 p.
139).
Estes produtos são denominados intermediários de trocas e os bens passam
a ter um preço de acordo com quantidades pré-estabelecidas, sendo considerada
uma forma rudimentar de moeda.
Mesmo em seu estágio mais primitivo e usada para intermediar processos
rudimentares de troca, a moeda pode ser conceituada como um bem
econômico qualquer que desempenha as funções básicas de intermediário
de trocas, que serve como medida de valor e que tem aceitação geral.(
LOPES E ROSSETI, 2002, p. 18).
A moeda mesmo que em sua forma mais primitiva desempenhava um papel
essencial nas civilizações, e ao longo de todo processo histórico ela foi se
desenvolvendo juntamente com a criação de novas necessidades das sociedades e
cada vez mais se tornou indispensável na vida das pessoas.
A primeira forma de moeda foi a moeda mercadoria, que deveria atender a
uma necessidade comum para ser aceita, possuía valor de uso e de troca.
A moeda metais foi fundamentada na visão mercantilista onde que uma nação
era considerada mais rica quanto maiores fossem seus estoques de metais
preciosos, esta visão viabilizou o processo de cunhagem de metais.
A terceira moeda foi a moeda papel ou representativa onde que a moeda era
custodiada pelos ourives e estes emitiam certificados de depósitos e quem os
detivesse possuía uma moeda representativa que podia ser transferida de posse
sem maiores problemas. Seu funcionamento foi de curto prazo, pois os ourives
acabaram emitindo mais certificados do que realmente havia de moeda em caixa e
assim, logo, nem todos os credores conseguiram deter o seu valor monetário
fisicamente.
Após a moeda representativa, deu-se início a passagem para a moeda
fiduciária ou papel moeda que é uma prática adotada até hoje pelas populações
mundiais, esta representa a passagem da moeda papel para o papel moeda, onde
os sistemas de lastros, sob forma de metais preciosos, foram abandonados. Hoje há
algumas características para o sistema monetário, que são: inexistência de lastro
metálico, inconversibilidade absoluta e o monopólio estatal das emissões.
Outra prática fundamental que surgiu com a intermediação bancária é a
moeda bancária, escritural ou invisível sendo denominada invisível por justamente
13
não ter existência física e é escritural por corresponder a lançamentos a débito e a
crédito registrados nas contas dos bancos.
Atualmente a moeda escritural é a que mais vem ganhando espaço no dia-adia, ela tornou-se uma ferramenta essencial para utilização, sem necessariamente
ter a moeda em mãos.
Desde o surgimento da moeda, até hoje, existem algumas considerações
importantes a ser colocadas em amostra, pois, para que ela seja considerada moeda
deve: ser qualquer instrumento ou objeto aceito por uma coletividade, que seja um
intermediário de troca, também uma unidade de conta e representa uma reserva de
valor.
É importante salientar que não precisa ter valor intrínseco ou ser lastreada em
metal precioso, bastando ter a confiança e aceitação geral pelos agentes
econômicos.
Por desempenhar funções econômicas essenciais, notadamente as
relacionadas à intermediação de trocas, à liquidação de dívidas e a
manutenção de reservas de valor, a moeda é procurada por todos os
agentes que interagem e transacionam em sistemas economicamente
organizados, viabilizando a sua integração no processo de divisão social do
trabalho e a sua participação nos resultados das atividades produtivas.
Nestas condições, independentemente dos padrões políticos-institucionais
que a sociedade esteja praticando, a manutenção, pelos indivíduos e
empresas, de determinados níveis de encaixe monetário, pode ser
considerada como uma necessidade vital. (LOPES & ROSSETTI, 2002, p.
57).
Ao explorar as principais funções da moeda, percebe-se que a mesma
enquanto intermediário de troca representa a mais básica de suas funções servindo
para trocar mercadorias ou serviços por dinheiro, onde o demandante tem maior
interesse em um produto do que permanecer com o dinheiro no bolso e desta forma
ela possui a função de transacionar. Esta função é considerada a mais importante,
afinal representa uma ruptura muito grande da sociedade enquanto passagem da
economia de escambo para o início da economia monetária.
Outra função da moeda é o de unidade de conta. Esta por sua vez faz com
que os produtos sejam precificados apenas com moeda única, não sendo
necessário que uma mercadoria seja de mesmo valor que a outra, sendo calculado
principalmente de acordo com os custos de produção, bem como a demanda do
produto. Através desta função é possível saber a quantidade de moeda em
circulação e qual é a demanda que as pessoas possuem para transacionar umas
com as outras.
14
A terceira função, essencial para o funcionamento do sistema monetário, a
moeda serve de reserva de valor percebendo-se que desde o momento de sua
posse até a passagem da moeda para outra transação ela é considerada reserva de
valor e serve não apenas para transacionar, mas também é possível utilizar esta
função para guardar e acumular riquezas. A moeda é considerada como
prontamente disponível, ou seja, de alta liquidez e quando aplicada em ativos esta
liquidez não é imediata.
Estes apontamentos traduzem o viés que conduziu a moeda até os dias
atuais, intermediando as principais funções e a interferência que ela exerce na vida
das pessoas e no funcionamento da economia.
1.2.
O confronto teórico acerca dos efeitos da moeda na economia
A moeda e a sua importância no funcionamento econômico, sempre foi objeto
de grande discussão, em especial sobre seus efeitos na economia, quer no
desempenho das atividades econômicas, quer na estabilidade dos preços.
Neste aspecto, diferentes correntes de pensamentos se cruzam. Os primeiros
estudos sobre a moeda surgiram na Antiguidade, com Aristóteles, que por seus
registros já demonstrava possuir a capacidade de diferenciar o valor de uso e de
troca
da moeda,
porém
estes estudos permaneceram
por muito tempo
descontinuados, retornando apenas no Renascimento.
Uma das primeiras discussões que merece destaque é a questão do Bullion
(ouro em espécie) e a visão de dois grupos, os chamados Bullionistas que
defendiam que o valor do Bullion se associava as chamadas notas bancárias e eram
pagas de acordo com o valor do Bullion, percebeu-se que quando havia excesso de
emissão das notas bancárias ocorria uma depreciação do valor do ouro, passando a
apresentar períodos de inflação.
Os chamados Antibullionistas discordavam dos Bullionistas, acreditando que
não eram apenas as notas bancárias que faziam aumentar os preços e depreciar a
moeda. Ainda afirmavam que o preço do Bullion não estava associado ao aumento
na quantidade de moeda.
Segundo Mollo (1994) Ao longo das discussões levadas adiante pelos dois
grupos, quatro questões básicas ainda permeiam o debate monetário. São elas: a
15
pertinência da Teoria Quantitativa da Moeda e consequente necessidade de
controlar a oferta monetária, a relação entre a Teoria Quantitativa da Moeda e o
balanço de pagamentos, a relação entre a economia real e monetária e a relação
entre os fenômenos monetários e a estabilidade ou instabilidade dos preços.
A grande discussão que se estabeleceu, notadamente a partir do final da
última década do século XVIII e durante todo o século XIX, era com respeito
ao que se poderia considerar uma oferta monetária bem regulada. A razão
essencial dessa discussão encontrava-se no sentido da casualidade entre
moeda e preços, levando á controvérsia conhecida na literatura econômica
como banking scholl versus currency school. O evento que deu origem à
controvérsia foi à suspensão determinada pelo Banco da Inglaterra do
resgate de suas notas por barras de ouro. (LOPES & ROSSETTI, 2002, p.
189).
Essas divergências, também estão registradas, mais tarde, no debate entre a
Currency School, enquanto representantes do mundo dos acadêmicos e a Banking
School, enquanto representantes dos homens de negócios.
A currency school defendia a ideia de que a queda do valor das notas do
banco se devia a emissões em excesso, que ocasionavam o aumento dos
preços e a consequente depreciação da moeda e da taxa de câmbio...
...Por seu lado a banking school defendia a ideia de que a quantidade de
moeda era determinada pelas necessidades dos negócios. (LOPES &
ROSSETTI, 2002, p. 190).
Efetivamente os Bullionistas e depois a Currency School, inspiraram um
tratamento mais acabado dos pensadores clássicos, denominados como ortodoxos,
assim como os Antibullionistas e a Banking School precederam o arcabouço teórico
Keynesiano, englobando os pensadores chamados heterodoxos.
Pelo lado da ortodoxia destaca-se de princípio as contribuições de Jean
Bodin, considerado o criador da chamada teoria quantitativa da moeda, segundo a
qual a quantidade de moeda em circulação define as variações de preços dos bens
e serviços.
Em síntese, a teoria quantitativa da moeda é demonstrada pela equação
MV=PT, onde que M= quantidade de moeda em circulação, V=velocidade de
circulação, P=nível geral de preços, T=Volume físico de transações. Ao assumir a
condição de constância para a velocidade de circulação da moeda e para o volume
físico das transações, defendiam que a quantidade de moeda estava diretamente
associada ao nível geral de preços.
16
Posteriormente, a literatura econômica destaca uma evolução na abordagem
da teoria quantitativa, retrabalhando a forma de interpretá-la e dando origem a
conhecida equação de Cambridge ou de caixa, que é representada da seguinte
maneira:
M = kP.Y
onde: M = oferta de moeda (variável exógena).
k = renda mantida em caixa, para fins de transação
P = índice geral de preços.
Y = renda real
A equação de Cambridge quer nos dizer que os agentes econômicos, detém
renda real, em função dos seus rendimentos e da necessidade de transações que
precisam realizar.
E assim várias dicussões acerca do assunto foram sendo conduzidas ao
longo do processo histórico do pensamento econômico.
Os economistas ortodoxos filiam-se, regra geral, á corrente chamada
monetarista. Com várias nuances essa corrente afirma que a emissão
injustificada de moeda é sempre ruim, porque acaba sempre tendo como
resultado um aumento da inflação e a instabilidade do sistema, sem
nenhum efeito sobre o nível de produto e emprego em que opera a
economia. O principal argumento que estes economistas utilizam na defesa
de sua posição é a chamada equação quantitativa da moeda: M.V=P.Y,
onde M= meios de pagamento, V=velocidade de circulação da moeda, P=
nível geral de preços e Y=produto agregado real. (PAULANI, 2012, p. 299).
Os pensadores clássicos acreditavam que a moeda servia apenas como
intermediária de trocas e que as variações nos preços eram afetadas por mudanças
na quantidade de moeda em circulação, contrapondo-se desta forma a visão
mercantilista que foi primordialmente aceita. A visão mercantilista era baseada em
uma economia de acumulação de riquezas e metais preciosos, sendo que uma
nação era considerada mais rica, quanto maiores fossem seus estoques de metais
preciosos.
O principal expoente Clássico foi Adam Smith, considerado o Pai da
economia que, neste tópico, defendia que os aumentos nos estoques de ouro e
prata não geravam necessariamente aumento nas riquezas das nações. Acreditava
que primeiramente estes aumentos iriam levar a um aumento interno dos preços o
que ocasionaria a importação de produtos e uma elevação na transferência de
moeda para outros países.
17
No pensamento clássico, a oferta monetária é tratada como variável
exógena – o que equivale a dizer que o nível da moeda disponível em dado
sistema econômico é exclusivamente controlado pelas autoridades
monetárias. São estas quem decidem o montante da moeda que será posto
em circulação. (LOPES & ROSSETTI, 2002, p. 65).
Nestes fundamentos, o pensamento clássico se estrutura na premissa de que
a moeda servia apenas como intermediário de troca e que as pessoas retinham
moeda somente até o momento de transferi-la a outro agente econômico, sendo que
levam em conta a essência da teoria quantitativa da moeda.
A taxa de juros é tida como um fenômeno real, e a parcela de renda não
consumida pelas famílias é destinada a poupança, de forma que apenas em um
processo transitório ela poderá afetar a taxa de juros.
Assim, os clássicos eram fervorosos na defesa da neutralidade da moeda,
sendo que esta não afeta a produção, emprego e tampouco a taxa de juros e
apenas serve para intermediar as transações econômicas. Em síntese, eram
apologistas do liberalismo e, na questão monetária, por coerência não poderia ser
diferente.
Conforme já indicado, outro ponto de vista é defendido pelos economistas
heterodoxos que em oposição aos ortodoxos indicam que a quantidade de moeda
pode sim afetar a atividade econômica, em especial, em situações de ociosidade de
fatores de produção, ou melhor, abaixo da capacidade produtiva da economia.
Eles acreditam que em determinados contextos, elevações em M, podem
produzir elevações em Y em vez de elevações em P, principalmente se tais
elevações decorrem de aumento nos gastos do governo. Se houver
capacidade ociosa nas empresas e elevado nível de desemprego da mão
de obra, certamente a economia esta sofrendo um problema de escassez
de demanda agregada, de modo que o aumento nessa demanda,
provocado pela elevação dos gastos do governo, pode dinamizar a
economia reduzir a ociosidade e elevar o nível de produto e emprego sem
afetar, ou afetando apenas marginalmente, os preços. (PAULANI, 2012, p.
301).
Neste sentido há um destaque do papel do Estado, enquanto regulador da
oferta monetária.
Keynes ao contrapor os clássicos, escreveu em 1936 a Teoria do Juro do
Emprego e da Moeda, defendendo que a economia não se regula automaticamente
pelo mercado e precisa de um mínimo de intervenção para ter um melhor
funcionamento.
18
Em sua teoria, Keynes introduz a função de reserva de valor, que até então
não era conhecida e também diz que a moeda não é neutra, afinal geram riscos e
incertezas no mercado e isto está altamente associado às economias modernas.
Na versão Keynesiana, contrapondo a versão clássica, a moeda deixou de
ser vista apenas como instrumento de intermediação de trocas que não
afetava significativamente outras variáveis econômicas, como a taxa de
juros e o volume global de emprego. Enfocando-a também como uma
reserva de valor, mantida não apenas para fins transacionais, mas também
para atender a oportunidades de especulação, Keynes deixou de ver a
moeda como componente neutro. Em sua versão, uma significativa parcela
da demanda de moeda é afetada pelas expectativas sobre o
comportamento da taxa de juros, ao mesmo tempo em que o nível do
emprego, e, consequentemente, outras variáveis que se localizam no setor
real da economia sofrem a influência de variações situadas no setor
monetário. (LOPES & ROSSETTI, 2002, p. 67).
Neste contexto afirmavam que a oferta de moeda afeta o lado real da
economia, associada à evolução da taxa de juros, contrapondo a visão clássica da
neutralidade da moeda e de que os juros são um fenômeno real.
Na visão de Keynes, os determinantes da taxa de juros não se encontravam
no lado real da economia, mas no mercado monetário. Em outras palavras,
para ele o cotejo entre a demanda e a oferta de moeda determinava a taxa
de juros. E a moeda, para Keynes, não era demandada apenas para que se
pudesse fazer transações com ela, ou seja, ela não era demandada apenas
como meio de troca, mas também como reserva de valor, conformando
aquilo que ele denominou demanda especulativa por moeda – para
diferenciá-la da demanda transacional, motivada pela necessidade de
numerário para efetuar trocas. (PAULANI, 2012, p. 304).
Assim quanto maiores os riscos trazidos pela moeda especulativa maiores
serão as taxas de juros que o mercado irá ofertar, aliado a esta afirmação está
associado o que Keynes chamou de preferência pela liquidez, sendo que quanto
maiores os juros pagos ao capital, maior será a liquidez ofertada. Em tempos de
crise esta liquidez é muito procurada pelos agentes demandantes por moeda
especulativa.
Ao resumir a visão de Keynes, se pode dizer que o desejo dos agentes
econômicos em reter moeda, depende da taxa de juros, caracterizando a função
reserva de valor expressa pela demanda por moeda para fins especulativos.
Nesta linha, a moeda afeta a produção e o emprego, ou seja, quanto maiores
forem as quantidades ofertadas de moeda, maiores serão os índices de produção e
19
emprego, aliado a isto, os investimentos são conduzidos em conjunto com o
crescimento econômico, pois sem investimento não há crescimento.
Os juros estão relacionados ao mercado monetário e dependem da oferta de
moeda, assim a taxa de juros sobe ou diminui, em função da quantidade ofertada de
moeda e os agentes econômicos estão interessados na liquidez que suas retenções
irão causar. Pode-se dizer ainda que as variações na quantidade de moeda
provocam elevações na taxa de juros, investimentos e demanda agregada.
Em síntese, a tabela a seguir apresenta de forma objetiva os principais
elementos de distinção entre os modelos, clássico e keynesiano:
Tabela 1. Tabela de comparação entre o Modelo Clássico e Keynesiano.
A moeda no modelo clássico
A moeda no modelo Keynesiano
A
moeda
serve
apenas
como  A moeda é desejada pelos agentes
intermediária de trocas. Ninguém retém econômicos como reserva de valor.
moeda pela moeda, já que se admite a Dependendo das variações futuras das
existência
de
outros
ativos
que taxas de juros, ela pode ser fonte de
desempenham a função reserva de valor importantes ganhos de capital.
melhor que os ativos monetários.
 A moeda, via taxa de juros, afeta o
 A moeda determina apenas o nível geral nível
dos
investimentos
e,
de preços, não afetando, contudo, a consequentemente,
a
demanda
estrutura dos preços relativos, a qual está agregada no mercado do produto.
ligada ao processo de alocação dos Afeta, portanto, a produção e o nível do
recursos. As mudanças que porventura emprego.
venham a se verificar na estrutura dos  A moeda determina a taxa de juros.
preços relativos são determinadas por Em Keynes os juros são considerados
fatores reais, não monetários. Assim, a um
fenômeno
exclusivamente
moeda não afeta a produção nem o monetário, significando um prêmio que
emprego, determinando apenas o nível os agentes econômicos recebem por
geral dos preços e os salários nominais.
abrir mão de liquidez.
 A moeda não afeta de forma permanente  A moeda age, indiretamente, sobre a
a taxa de juros. Esta é um fenômeno real, demanda agregada no mercado do
determinado pela parcimônia e pela produto, afetando assim o setor real da
produtividade marginal do capital. Os economia. Essa ação pode ser assim
possíveis efeitos da moeda sobre a taxa sintetizada:
de juros são apenas transitórios.
 A moeda age diretamente sobre a
demanda agregada de bens e serviços.
Mas, dado que a economia opera em
permanente situação de pleno emprego,
este tipo de ação afeta apenas os preços,
não o nível de emprego. Essa ação da
moeda pode ser assim sintetizada:
 Moeda   Demanda agregada de  Moeda   Taxa de Juros  
bens e serviços   Preços
Investimento   Demanda agregada
Fonte: (Lopes & Rossetti,1998, p.172-174).
20
Finalizando o debate, é importante resgatar a evolução dos pensamentos
clássico e keynesiano que, apesar da atualização na abordagem conservam a
essência dos elementos originais.
Deve-se lembrar ainda do pensamento monetarista que apresenta distinções
importantes dos keynesianos, entre elas se destaca o texto que segue.
Variações na quantidade de moeda afetam o nível de produto apenas no
curto prazo. No longo prazo, variações na quantidade de moeda afetam
apenas o nível de preços. Os monetaristas têm como caso especial de sua
teoria uma equação similar à Teoria Quantitativa de Moeda (M.V=P.y). Por
isso, para os monetaristas no longo prazo (onde y e V são constantes), a
taxa de inflação será igual à taxa de crescimento do estoque de moeda
(M=P). No curto prazo a taxa de crescimento da quantidade de moeda
determina a taxa de crescimento do produto real. Assim, flutuações no
Produto Interno Bruto (PIB) real, são determinadas pela modificação da taxa
de crescimento da moeda. (BACHA & LIMA, 2006, p. 56-57).
Nesta direção, necessário se faz um destaque especial a teoria desenvolvida
por Milton Friedman, considerado a centralidade teórica da corrente monetarista,
versão contemporânea do pensamento Clássico.
Esta corrente atribui a distúrbios provocados pela política fiscal as causas
fundamentais das flutuações no nível da atividade econômica (instabilidade
do sistema ou ondas de crise e desemprego). As depressões e a inflação
seriam fundamentalmente resultantes da forma como a política monetária é
conduzida. (LOPES & ROSSETTI, 2002 p. 221).
Friedman, apesar de sua inspiração clássica, entende a moeda como o centro
da macroeconomia e com um poder muito forte na condução da economia como um
todo, todavia indica que a moeda pode influenciar no curto prazo o crescimento
econômico de forma muito ampla, mas que, se conduzida de forma ineficiente, pode
acarretar vários distúrbios no funcionamento do todo. Friedman defendia ainda que o
Estado não deveria controlar a emissão de moeda, defendendo um Banco Central
independente e autônomo, onde o mercado deve funcionar livremente. Relaciona a
riqueza humana, capacidade do indivíduo e a riqueza não humana, riqueza material.
Menciona ainda que há uma diferença nas demandas por moeda por parte
das famílias e das empresas, onde que as famílias demandam moedas por
necessidade e as empresas por questões estratégicas.
21
Ele também nos lembra que a politica monetária trabalha com defasagem
temporal podendo ter seus efeitos mais visíveis no longo prazo. Com este destaque
de Friedman tornou-se consenso em nossos dias, algumas considerações acerca da
defasagem da política monetária se fazem necessárias:
A política monetária opera com defasagens, isto é, o efeito máximo sobre a
economia de mudanças na taxa de juros básica não ocorre imediatamente.
Esse é um aspecto sobre o qual há consenso entre os macroeconomistas, e
que tem importantes implicações para a condução da política monetária...
...A mensuração precisa das defasagens é difícil, pois modelos são apenas
aproximações da realidade e estimativas envolvem um razoável grau
imprecisão. Entretanto, a evidência empírica para um conjunto de países,
em geral, aponta para uma defasagem de três a cinco trimestres entre o
momento de uma mudança na taxa de juros e o efeito total sobre a inflação
ter alcançado 50%. (Banco Central do Brasil, Setembro de 2007).
Segundo Lopes e Rosseti (2002, p. 286), as principais defasagens
encontradas na política monetária são: Defasagem de percepção e interpretação,
Defasagem de tomada de decisão, Defasagem de implementação e Defasagem de
Efeito.
A defasagem de percepção e implementação, está associada à estatística
que começa a dar sinais assim que os dados começam a ser coletados, porém as
percepções sobre o que realmente está acontecendo demoram certo tempo para
acontecer.
Defasagens de tomada de decisão se relaciona a capacidade das autoridades
em perceberem as ações corretas que devem ser tomadas quanto a oferta
monetária, taxas de juros e outros e geralmente estes instrumentos possuem uma
defasagem de tempo para serem percebidos na economia.
Defasagem de implementação, estas estão associadas à temporalidade entre
a lei e a sua implementação prática e é preciso que o sistema se adapte à estas
novas implementações.
Defasagem de efeito neste sentido é preciso que a atividade econômica
corresponda com o que foi proposto de mudanças.
Os clássicos e os monetaristas modernos dão ênfase aos efeitos diretos,
enquanto as interpretações keynesianas enfatizam a atuação indireta da
moeda sobre a economia. De qualquer forma, os ajustes não se fazem
automaticamente. Levam tempo. (LOPES & ROSSETTI, 2002, p.288).
22
Assim apresentaram-se as principais divergências teóricas acerca do papel
da moeda na economia, cabe no próximo capítulo se avançar na direção da política
monetária e seus instrumentos de intervenção, ressaltando que o debate deste
estudo é puramente tratar sobre a política monetária, não realizando estudo sobre
as outras formas de intervenção que o Estado pode vir a exercer.
23
2.
Política Monetária
Ao longo deste segundo capítulo realiza-se uma abordagem sobre a política
monetária, conceituando o papel do Banco Central do Brasil, quais são as principais
funções que o mesmo desempenha, direciona-se algumas colocações sobre a
independência e autonomia do Banco Central e conceitua-se os principais
instrumentos de política monetária capazes de provocar alterações na dinâmica
econômica.
A política monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e
das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da
política econômica global do governo. Alternativamente, pode também ser
definida como a atuação das autoridades monetárias, por meio de
instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar a
liquidez do sistema econômico. (LOPES & ROSSETTI, 2002, p. 253).
A política monetária exerce papel primordial no funcionamento das economias
capitalistas e auxilia os reguladores de moeda e o governo nas diretrizes a serem
escolhidas em sua desenvoltura. Tem o papel de fazer a intermediação financeira e
controlar as emissões de moeda.
2.1
O papel do Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil é o órgão executivo central do sistema financeiro
do país, surgiu em 31 de dezembro de 1964, com a promulgação da lei nº 4.595. O
BCB está incumbido de cumprir as seguintes funções: Banco dos Bancos, Executor
de política monetária, Banco Emissor, Banqueiro do Governo e Superintendente do
Sistema Financeiro Nacional.
Como Banco dos Bancos deve fornecer empréstimo de liquidez as instituições
bancárias e receber os depósitos compulsórios das instituições que compõe o
sistema financeiro e ainda regulamentar o funcionamento da compensação de
cheques, títulos e outros documentos.
A necessidade de um emprestador de último grau se fez necessária para
administrar da melhor forma possível toda a quantidade de moeda disponível em
circulação, bem como um controle sobre as metas de inflação e consequentemente
a taxa de juros, afinal toda e qualquer alteração da mesma influencia na cadeia
24
produtiva nacional, deliberando assim a complexidade que é o seu sistema como um
todo.
Entre as operações passivas do Bacen, a de maior expressão é a base
monetária, em conceito ampliado: inclui o papel moeda em circulação, as
reservas bancárias voluntária e compulsória recolhidas em espécie
monetária pelos bancos comerciais e os títulos de emissão própria em
poder do público. (LOPES & ROSSETTI, 2002, p. 449).
Enquanto executor de política monetária, tem o papel de regular a expansão
dos meios de pagamento através dos instrumentos de política monetária como
regular as taxas de depósito compulsório, redescontos, compra e venda de títulos
públicos no mercado aberto.
De acordo com esta função identifica-se diferentes impactos na economia,
pois está engajado aos interesses do Governo e à execução de suas ações, através
do Banco Central, as possibilidades de aumentar ou diminuir a quantidade de
dinheiro em circulação.
A função de Banco Emissor está atrelada a executar a emissão de moeda,
sendo que é o único banco autorizado pelo governo para tal função, bem como deve
substituir aquelas moedas que estiverem desgastadas.
Ser o banqueiro do governo, financiando o tesouro nacional através da
compra e venda de títulos públicos, bem como deve administrar a dívida pública
interna e externa, é depositário e administrador das reservas internacionais do país.
Outra função é o de ser superintendente do sistema financeiro nacional
atuando na fiscalização e controle das instituições financeiras e suas atividades,
autorizando o funcionamento das mesmas, bem como, autorizar a criação de
mudanças nas instituições financeiras e em seus serviços penalizando quando
preciso.
Desde que ocorreu a fixação de metas para inflação, o Banco Central
intervém na economia através de políticas que conduzem a alterações nas taxas de
juros, tudo isto para tentar segurar a inflação e melhor conduzir a economia
brasileira.
Sucintamente procura-se trazer para o este estudo o papel efetivo que o
Banco Central possui. O governo, enquanto direcionador das ações que o Banco
Central deve executar possui interesses atrelados a estas ações e dependem delas
o que pode ocorrer na economia.
25
Durante o processo histórico da economia brasileira, houve uma grande
discussão acerca do tema de autonomia ou independência do Banco Central do
Brasil, sendo que em alguns momentos elas tomam mais ênfase, geralmente
carregadas por discussões politicas.
Teoricamente, o conceito de autonomia se diferencia de independência. A
independência significa a tomada de decisão sem necessidade de
autorização ou acordo com órgão externo e, no caso do banco central, isso
quer dizer implantar políticas monetárias sem discussão prévia com
nenhuma esfera de poder. A autonomia, ação mais limitada, é a
possibilidade de determinar algumas regras e, para o banco central,
significa ter o poder de, por exemplo, possuir mandatos estáveis para sua
diretoria. (DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E
ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS – DIESE, junho de 2005, p. 3 e 4).
A escolha por uma maior autonomia, não sendo totalmente independente,
tornaria o funcionamento das principais políticas mais desprendidas e a economia
teria em sua magnitude, menor intervenção, do que o praticado ao longo do tempo.
A independência tornaria o Banco Central como um quarto poder dando total
integridade ao mesmo para gerir sobre a política monetária e cambial brasileira onde
o governo não teria nenhuma intervenção em suas decisões.
A independência, na melhor das hipóteses, expressaria uma situação
meramente formal e funcionaria como um princípio, ou menos ainda, como
um símbolo. Em outras palavras, a independência do Banco Central tão
defendida pelos monetaristas como regra fiadora de estabilidade monetária,
não é objetivo tão fácil de alcançar. (PAULANI, 2012, p. 295).
Esta discussão ainda se encontra inacabada, não podendo dar um
direcionamento do que seria a melhor alternativa para a economia brasileira.
Ao trazer para este estudo as funções executadas pelo Banco Central e as
colocações acerca de uma maior autonomia ou independência do mesmo, deve-se
realizar algumas colocações sobre o tema.
Segundo a visão Keynesiana, aceita pelos manuais de economia, existem
duas formas de política monetária, a expansionista e a restritiva, quem
operacionaliza as formas de intervenção é o Banco Central do Brasil.
A política monetária expansionista é aquela que eleva a liquidez da economia,
expandindo as atividades econômicas, injetando maior volume de recursos nos
mercados e elevando, por consequência os meios de pagamento. Este tipo de
26
política é essencial em tempos de retração econômica, desde que aplicados de
forma consciente, pois altos graus de expansionismo podem fazer com que a
economia cresça rapidamente e não se torne sustentável.
A política monetária restritiva, por sua vez, diminui as atividades econômicas,
sendo que as autoridades monetárias promovem reduções dos meios de pagamento
da economia, retraindo a demanda agregada (consumo e investimento) e assim a
atividade econômica de forma geral. Este tipo de política restringe a oferta de crédito
e eleva seu custo de forma a adequar consumo e investimento.
O Estado representa um papel importante, pois tem mecanismos capazes de
estimular o funcionamento econômico através de politicas intervencionistas, sendo
que quando a economia está em períodos de recessão é função do Estado,
promover o equilíbrio e minimizar os índices de desemprego.
É importante lembrar ainda que existem diversos fatores que se associam ao
comportamento da política monetária e um deles é a taxa de juros, possuindo
importante papel em relação à demanda da economia e também em suas atividades
como um todo, porém além de fatores endógenos existem fatores exógenos que
influenciam na taxa de juros, inflação e crescimento econômico.
Elevando a taxa de juros que paga por seus papéis, o governo provoca uma
elevação em todo espectro de taxas de juros do mercado e isso tem duas
consequências: em primeiro lugar, o investimento deve diminuir, reduzindo
a demanda agregada e, por conseguinte, o nível de renda e produto em que
opera a economia; em segundo lugar, em função do maior rendimento, deve
crescer a demanda pelos papeis do governo, fazendo com que ele consiga,
por este caminho, reduzir a oferta de moeda e desaquecer a economia.
Assim, em vez de controlar diretamente a oferta de moeda, o governo pode
manipulá-la indiretamente por meio da taxa de juros. (PAULANI, 2012, p.
303).
O tratamento da economia monetária é efetivo para o funcionamento
macroeconômico e o conjunto que dela exerce a sua formação, vai possibilitar o
crescimento ou retração da mesma, no caso brasileiro, onde o governo exerce
intervenção, as políticas monetárias adotadas estão associadas aos interesses do
mesmo na promoção de desenvolvimento econômico.
27
2.2
Instrumentos de Política Monetária
Ao longo da operacionalização da política monetária existem alguns
instrumentos que o Banco Central do Brasil utiliza para regular a oferta de moeda,
conduzindo a alterações na taxa de juros e nos níveis de atividade econômica.
A abordagem de cada um destes instrumentos será feita ao longo deste item
do estudo, porém antes de partir para os instrumentos de política monetária alguns
conceitos se fazem necessários para prosseguir a abordagem.
Um conceito importante é o de base monetária, pois é através dela que o
banco central atua na sistemática de funcionamento da Economia.
A base monetária (B) é constituída pela totalidade do papel moeda emitido
mais os encaixes em depósitos voluntários e compulsórios junto ao BC
(dep). Outra forma de dizer esta definição é afirmar que a base monetária é
constituída pela soma de três parcelas, quais sejam: o saldo do papel
moeda em poder do público (pmpp), o saldo do caixa em moeda corrente do
sistema bancário (cmsb) e o saldo dos depósitos voluntários e compulsórios
dos bancos comerciais( dep). (PAULANI, 2012, p. 276).
Resumidamente, a base monetária é a quantidade de papel moeda à
disposição na economia.
A quantidade de moeda assim definida depende de mudanças na base
monetária, B (representada, em conceito restrito pelo passivo monetário das
autoridades monetárias), constituído pelo papel-moeda e moedas metálicas
em poder do público, pelo papel-moeda e moedas metálicas mantidos em
caixa pelos bancos comerciais e pelos depósitos voluntários e compulsórios
dos bancos comerciais junto às autoridades monetárias. A oferta M de
moeda depende também de mudanças no multiplicador dos meios de
pagamento, k. (LOPES & ROSSETTI, 2002, p. 256).
Os meios de pagamento, também chamados de agregados monetários,
representam o total de moeda em poder do público mais os depósitos a vista nos
bancos comerciais, possuem alta liquidez e dividem-se em M1, M2, M3, M4.
Em termos agregados, a quantidade de meios de pagamento presente em
uma economia em determinado momento está relacionada com a
quantidade de papel moeda existente (moeda corrente) e com os depósitos
à vista do público nos bancos comerciais (moeda escritural). (PAULANI,
2012, p. 258).
28
Segundo o Banco Central do Brasil os meios de pagamento são compostos
da seguinte maneira:
M1 = papel moeda em poder do publico + depósitos à vista;
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança +
títulos emitidos por instituições depositárias;
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas
registradas no SELIC;
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez.
A quantidade que os bancos podem emprestar é calculada através do
chamado multiplicador bancário, que de modo geral é a divisão dos depósitos a vista
pela base monetária.
O multiplicador bancário ou multiplicador dos meios de pagamento, como
também é conhecido, é uma variável que sintetiza o mecanismo de
multiplicação da base monetária pelo processo de criação de moeda
operado pelos bancos comerciais. (PAULANI, 2012, p. 283).
Percebe-se que a oferta monetária está ligada aos meios de pagamento e
que estes por sua vez são alterados em função do chamado multiplicador bancário,
podendo influir sobre o nível geral de preços o nível de atividade econômica.
Uma das relações macroeconômicas mais importantes é a que liga os
meios de pagamento (ou oferta monetária) ao nível geral de preços. Outra
relação igualmente importante vincula quantidade de moeda e nível de
atividade. (PAULANI, 2012, p. 265).
É
através
dos
instrumentos
de
política
monetária
que
ocorre
a
operacionalização das atividades de oferta de moeda, os instrumentos por sua vez
se constituem basicamente pelo Open Market, Depósito compulsório e a Política de
Redesconto.
Open Market, ou operações de mercado aberto, é um instrumento para
regular a base monetária, em curto prazo influencia os níveis das taxas de juros e
fundamenta-se na compra e venda de títulos da dívida pública. Este instrumento
provoca alterações nos meios de pagamento, na base monetária e taxa de juros,
dependendo das intenções do governo ele vende títulos, retendo moeda da
economia, ou compra títulos injetando moeda na economia.
29
Depósito compulsório é aplicado sobre os depósitos captados pelos bancos
comerciais. É um instrumento de controle monetário que atua sobre os meios de
pagamento. Esta forma de intervenção atua sobre a quantidade de moeda que os
bancos poderão multiplicar o dinheiro, afinal quanto mais alta a taxa de depósito
compulsório, menor será o valor que os bancos poderão emprestar.
Política de redesconto é uma forma de equilibrar as contas dos bancos, em
caso de haver grande demanda por moeda. Através desta política os bancos
recebem dinheiro emprestado do Banco Central, ela atinge diretamente a taxa de
juros, afinal quanto mais alta esta for, mais alta será a taxa de juros repassada ao
demandante final.
O Banco Central através destes instrumentos tem o poder de criar ou destruir
moeda escritural, sendo que quanto maiores forem as reservas, menores serão os
valores que os bancos poderão emprestar.
Existem ainda algumas formas secundárias de ação sobre a política
monetária: persuasão moral, que é o convencimento dos agentes econômicos e a
regulação e controle do crédito que é uma política de juros que controla prazos e
estabelece algumas regras para o financiamento aos consumidores.
Percebe-se assim, que os instrumentos de política monetária, exercem função
de grande impacto na economia e estão alicerçados aos interesses do governo que
através do viés econômico interfere na politica monetária.
30
3.
Verificação empírica da correlação entre os Agregados Monetários e o
crescimento econômico brasileiro no período 1995-2015.
Neste capítulo, se objetiva a verificação empírica do grau de associação entre
os agregados monetários com a produção e com a evolução dos preços. Para tal,
primeiro se apresenta a metodologia e a amostra para depois avançar na testagem
dos dados empíricos.
3.1
Definição da amostra e metodologia de testagem de dados.
Traz-se para esta análise, dados retirados do Banco Central do Brasil, para o
período 1995-2015, entre eles o M1, oferta de moeda restrita, M4, oferta de moeda
ampla, PIB, produto interno bruto, que segundo Bacha (2006) é o valor monetário de
todos os bens e serviços finais produzidos com fatores de produção e o IPCA, índice
de preços ao consumidor amplo, que é o índice de inflação oficial no país. Baseado
nestes indicadores se faz uma verificação de correlação, afim de, medir seu grau de
associação.
Diante do exposto a tratativa do presente trabalho é realizar uma análise em
dados da economia brasileira. A escolha dos mesmos tem a intenção de verificar a
moeda enquanto meios de pagamento M1, constituído pela soma das moedas
manual (em poder do público) e escritural (depósitos a vista nos bancos), M4, são
todos os agregados monetários, mais os títulos públicos de alta liquidez, o PIB,
escolhido como variável a mostrar a produção existente no país e o IPCA, por ser o
índice que mede a evolução dos preços e consequentemente a inflação.
Segundo Bacha (2006), a inflação é uma situação de aumentos contínuos e
generalizados dos preços de bens e serviços em uma economia.
Para realizar a análise dos dados propostos necessário se faz introduzir os
conceitos sobre a teoria das correlações.
Segundo estudos de Pearson a correlação mensura a direção e o grau da
relação linear entre duas variáveis quantitativas, e se associam quando guardam
semelhanças na distribuição dos seus fatores. Mede a intensidade a associação
entre duas variáveis quantitativas.
31
Coeficiente de Correlação:
Karl Pearson (1857- 1936) desenvolveu a fórmula para cálculo do R que
representa a correlação entre as variáveis, sendo que o valor de R deve estar
sempre entre -1 e +1, quanto mais próximo da unidade, mais forte é a correlação,
conforme relacionado na tabela abaixo.
Tabela 2. Tabela de legenda das correlações de Pearson.
R
0
Não correlação Linear
R
0
|------0,3
Correlação Linear Positiva Fraca
R
0,3 |------0,6
Correlação Linear Positiva Média
R
0,6 |------0,8
Correlação Linear Positiva Forte
R
0,8 |------1,0
Correlação Linear Positiva Muito Forte
R
1,00
Correlação Linear Positiva Perfeita
Fonte: Fricke (2009).
Segundo Figueiredo Filho (2009), O coeficiente de correlação de Pearson não
diferencia entre variáveis independentes e variáveis dependentes. Dessa forma, o
valor da correlação entre X e Y é o mesmo entre Y e X. Schield (1995) lembra que a
correlação não se aplica a distinção de causalidades simples ou recursiva. Ou seja,
por ela dificilmente pode-se afirmar quem varia em função de quem. Simplesmente
pode-se dizer que há semelhanças entre a distribuição dos escores das variáveis.
Aponta-se ainda que durante uma análise de correlação, existe a presença de
pontos isolados, conhecidos como outliers, que influenciam na análise, afinal o
método de correlação de Pearson aplicado em nosso estudo, usa a média para
chegar ao resultado da correlação.
Segundo Figueiredo Filho (2009) o coeficiente de correlação de Pearson (r)
deve ser acompanhado por análises gráficas (gráficos de dispersão). Apenas depois
disso o pesquisador deve utilizar o coeficiente de correlação de Pearson (r) para
medir o grau e a direção da associação entre as suas variáveis de interesse.
Os gráficos de dispersão mostram de forma clara a correlação entre as
variáveis, bem como se há pontos isolados que merecem atenção específica.
32
Deste modo se quer verificar a correlação entre a oferta de moeda, produção
e inflação, indicando possíveis aumentos e diminuições e quais as consequências
causadas na economia brasileira.
Cabe também identificar através dos testes empíricos se as variáveis
apresentadas possuem problemas relacionados à defasagem temporal e apontar os
mesmos, caso existam.
3.2
Testes de correlação com PIB e análise dos resultados.
A estrutura deste item do estudo é realizar a análise do grau de
correlação entre as variáveis, M1 com PIB e M4 com PIB, sendo que para tal se
utilizou dados em valores absolutos retirados do Banco Central do Brasil, conforme
anexo 1.
Gráfico 1. Gráfico de correlação M1 com PIB, janeiro de 1995 a junho de 2015.
R$600.000,00
Correlação M1 com PIB
R$500.000,00
M1
R$400.000,00
R$300.000,00
PIB
Linear (PIB)
R$200.000,00
R$100.000,00
R$0,00
R$400.000,00
R$350.000,00
R$300.000,00
R$250.000,00
R$200.000,00
R$150.000,00
R$100.000,00
R$50.000,00
R$0,00
PIB
Fonte: Cálculos efetuados a partir dos dados secundários do BCB
Ao analisar o gráfico 1, referente à correlação de M1 com PIB no período
1995-2015, se obtêm o grau de correlação de 99%, sendo que este valor indica uma
33
correlação linear muito forte entre as variáveis, observou-se também que existem
alguns pontos de outliers que podem ser analisados com maior detalhe, pois eles
podem influenciar no resultado encontrado.
Gráfico 2. Gráfico de correlação M4 com PIB, janeiro de 1995 a junho de 2015.
R$600.000,00
Correlação M4 com PIB
R$500.000,00
M4
R$400.000,00
R$300.000,00
PIB
Linear (PIB)
R$200.000,00
R$100.000,00
R$0,00
R$6.000.000,00
R$5.000.000,00
R$4.000.000,00
R$3.000.000,00
R$2.000.000,00
R$1.000.000,00
R$0,00
PIB
Fonte: Cálculos efetuados a partir dos dados secundários do BCB
O gráfico 2, estabelece a correlação de M4 com PIB para o período 19952015, o gráfico apresenta uma correlação de 99%, também indicando alto índice de
correlação linear positiva muito forte, assim como no gráfico anterior este também
apresenta alguns pontos de outliers, influenciando no resultado encontrado.
Em virtude dos pontos de outliers encontrados nos gráficos 1 e 2, que
mostram a correlação de M1 com PIB e M4 com PIB, respectivamente, partiu-se
para uma análise mais detalhada sobre o que pode ter ocorrido na economia
brasileira nos pontos identificados.
A tabela abaixo traz o grau de correlação para alguns períodos específicos
que encontrou-se pontos isolados.
34
Tabela 3. Tabela de correlação PIB com M1 e PIB com M4, para os anos 2011,
2012, 2013 e 2014.
Valores de correlação do PIB nos períodos 2011, 2012, 2013 e 2014.
M1-PIB
M4-PIB
2011-2015
0,87
0,96
2012-2015
0,81
0,93
2013-2015
0,59
0,85
2014-2015
0,21
0,79
Fonte: Cálculos efetuados a partir dos dados secundários do BCB
Ao analisar os dados encontrados para os agregados M1 e M4, percebe-se
que a partir do ano de 2011, começou a ocorrer grau de correlação menor entre as
variáveis, desta forma percebe-se que a oferta de moeda continuou a crescer, tanto
para M1 como para M4, porém o nível de crescimento econômico medido através do
PIB não seguiu a direção esperada.
Percebe-se que no período o grau de associação vem caindo, o que talvez
possa indicar um esgotamento da capacidade produtiva da economia, percebido
mais fortemente no último período, entre 2014 e 2015, onde a correlação M1 com
PIB chega a apenas 21% indicando um grau de correlação linear positiva fraca e a
correlação M4 com PIB a 79% indicando um grau de correlação linear positiva forte,
embora ainda forte, é muito inferior aos índices de correlação registrados no
período.
Para qualificar a análise dos indicadores, se realizou também a testagem da
defasagem temporal, para verificar o seu comportamento, conforme demonstrado na
tabela abaixo.
Tabela 4. Tabela de correlação PIB com M1 e PIB com M4.
Valores de correlação do PIB
M1-PIB
M4-PIB
T0
0,99
0,99
T3
0,99
0,99
T6
0,99
0,99
T9
0,99
0,99
T12
0,99
0,99
T18
0,99
0,99
Fonte: Cálculos efetuados a partir dos dados secundários do BCB
35
Na tabela, 4, se apresentou os índices de correlação encontrados para os
dados M1 com PIB, M4 com PIB, aplicando a defasagem temporal, quando da
introdução de maior volume de moeda na economia, quanto tempo demora a
resposta do nível de produção para este estímulo, sendo que para t0 se trata do
indicador no mesmo instante que ele é introduzido na economia, t3= três meses,
t6=seis meses t9= 9 meses, t12= 12 meses e t18= dezoito meses.
Identificou-se que todas as defasagens apresentam o mesmo grau de
correlação equivalente a 99% representando grau de correlação linear positivo muito
forte, o que permite indicar que a defasagem temporal não produziu efeitos na
produção brasileira no período analisado.
3.3
Testes de correlação com IPCA e análise dos resultados.
Neste momento, se avança para os testes de correlação entre M1 com IPCA
e M4 com IPCA, afim de verificar o grau de associação entre estes agregados
monetários e a inflação oficial do país. Para realizar a análise se utilizou os
indicadores convertidos em índices, conforme o anexo 2, para que seja possível a
mensuração dos mesmos.
Gráfico 3. Gráfico de correlação M1 com IPCA, janeiro de 1995 a junho de 2015.
Correlação M1 com IPCA
4,5
4
3,5
IPCA
3
2,5
IPCA
2
Linear (IPCA)
1,5
1
0,5
0
25
20
15
10
5
0
Fonte: Cálculos efetuados a partir dos dados secundários do BCB
M1
36
O gráfico 3, mostra o grau de correlação encontrado para M1 com IPCA, no
período 1995 – 2015. Neste gráfico, encontrou-se um grau de correlação de 98%,
sendo considerado um grau de correlação linear positivo muito forte. Percebe-se
alguns pontos de outliers o que pode representar que houve na economia brasileira
um aumento demasiado dos preços se equiparado à quantidade de moeda na
economia e isto deve ser analisado com mais cautela.
Gráfico 4. Gráfico de correlação M4 com IPCA, janeiro de 1995 a junho de 2015.
Correlação M4 com IPCA
5
4,5
4
3,5
IPCA
3
2,5
IPCA
2
Linear (IPCA)
1,5
1
0,5
0
35
30
25
20
15
10
5
0
M4
Fonte: Cálculos efetuados a partir dos dados secundários do BCB
O gráfico 4, se propôs a analisar o grau de correlação entre M4 com IPCA, de
forma que obtém-se um grau de correlação de 97%, indicando correlação linear
positiva muito forte, para o período 1995-2015. No gráfico se percebe que ao longo
de todo o período as variáveis cursam uma linha linear, demonstrando que quando
ocorre aumento de M4 aumenta também os níveis de inflação.
Para que se possa melhorar a análise já estabelecida, optou-se por analisar
alguns períodos em que houve fomento do crédito na economia brasileira. Mostra-se
esta analise na tabela a seguir.
37
Tabela 5. Tabela de correlação do IPCA com M1 e IPCA com M4 para os anos
2011, 2012, 2013 e 2014.
Valores de correlação do IPCA nos períodos 2011, 2012, 2013, 2014
M1-IPCA
M4-IPCA
2011-2015
0,84
0,99
2012-2015
0,75
0,99
2013-2015
0,46
0,98
2014-2015
0,01
0,95
Fonte: Cálculos efetuados a partir dos dados secundários do BCB
A tabela 5, demonstrada acima, mostra que a partir do ano de 2011 a 2015,
sendo cada ano analisado independente, o grau de correlação das variáveis M1 e
IPCA, apresenta uma forte queda de um ano para outro, chegando a apresentar
uma correlação mínima no ano de 2014-2015 de 1%, indicando correlação linear
positiva fraca, isto nos sinaliza a redução drástica da associação neste último
período.
Já na percepção do agregado M4 com IPCA nota-se que no período de 20112015 houve um aumento do grau de correlação, equivalente a 99%, indicando
correlação linear positiva muito forte, pois no período analisado inicialmente, 19952015 este grau era de 97%. O quadro de se repete no período 2012-2015 e ligeira
queda no período 2013-2015, representando 98%. Somente no período mais
recente, 2014-2015 esta correlação sofre uma perda de 3 pontos percentuais,
chegando a 95%, porém ainda indicando correlação linear positiva muito forte.
Como a variável M4 indica a capacidade de financiamento da economia, em
especial no consumo e investimento e a variável IPCA nos indica os índices
inflacionários alcançados em determinado período, a análise aponta para a
associação entre crédito e inflação em todos os recortes temporais aqui destacados,
mesmo no período mais recente.
Dando continuidade na análise realizou-se a defasagem temporal das
variáveis aqui tratadas, como demonstrado na tabela que segue.
38
Tabela 6. Tabela de correlação do IPCA com M1 e IPCA com M4.
Valores de correlação do IPCA
M1-IPCA
M4-IPCA
T0
0,98
0,97
T3
0,99
0,97
T6
0,99
0,97
T9
0,98
0,96
T12
0,98
0,96
T18
0,98
0,96
Fonte: Cálculos efetuados a partir dos dados secundários do BCB
A tabela 6 apresenta os índices de correlação encontrados para os dados M1
com IPCA, M4 com IPCA, aplicado defasagem temporal, quando da introdução de
maior volume de moeda na economia quanto tempo demora a resposta da economia
para este estímulo, sendo que para t0 se trata do indicador no mesmo instante que
ele é introduzido, t3= três meses, t6=seis meses t9= 9 meses, t12= 12 meses e t18=
dezoito meses.
As variáveis indicam correlação linear positiva muito forte, apesar de que em
alguns períodos ocorrer uma pequena queda neste grau. Desta forma percebe-se
que os dados analisados não possuem relação de defasagem temporal.
Tão logo estas foram as constatações que se encontrou após esta ampla
análise de dados para os agregados monetários extraídos de fontes oficiais.
39
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo proposto foi abrangente e desafiador, afinal as variáveis escolhidas
são de grande impacto na economia brasileira e representam um divisor de águas
ao longo da história do pensamento econômico.
A metodologia para a análise dos dados foi baseada em estudos estatísticos,
pelo método de correlação de Pearson, para a testagem da associação entre M1 e
M4 com PIB e IPCA, segundo divulgação do Banco Central do Brasil, conforme
anexo 1.
Alguns apontamentos sobre o estudo realizado se fazem necessários para
finalizar o estudo proposto. Diante dos resultados, se percebeu uma correlação
linear positiva forte entre moeda e crédito, tanto com os preços, quanto com a
produção, o que de certa forma, paradoxalmente, ratifica as premissas ortodoxas e
heterodoxas, respectivamente.
Ao analisar os dados de todo o período proposto 1995-2015, para as variáveis
M1 e M4 com PIB, se verificou o grau de correlação linear positivo muito forte de
99%, o que permite deduzir que quanto maior foi a oferta de moeda no período,
maior foi o crescimento da produção de bens e serviços.
No período mais recente, se observou o enfraquecimento do grau dessa
associação, especialmente no M1 com PIB, o que sinaliza para o esgotamento da
capacidade produtiva, ou, em outras palavras, o pleno emprego, de acordo com os
preceitos Keynesianos, de que a moeda estimula a atividade econômica, até o pleno
emprego quando passa, por lógica, a afetar somente os preços.
No recorte com os dados de M1 e M4 com IPCA, para todo período proposto
1995-2015, também os dados apontaram para um forte grau de correlação linear
positivo entre as variáveis, sendo de 98% para M1 e 97% para M4, o que permite
indicar que o aumento na oferta de moeda se associou aos índices de inflação.
Seguindo o contexto de analisar períodos em que graficamente aparecem
pontos mais distantes da média, se utilizou os mesmos anos de abordagem que na
análise de PIB, podendo assim fazer alguns apontamentos. Observou-se, que a
partir do ano de 2009, quando altos níveis de moeda foram injetados na economia,
na relação do M1 com IPCA houve uma queda no grau de correlação, indicando que
o excesso de liquidez explica menos a elevação dos preços dos bens e serviços
40
produzidos, por um possível deslocamento para o fluxo de outros ativos na
economia, como mercado financeiro, acionário e imobiliário, entre outros.
Por sua vez, na análise dos resultados da correlação entre M4 com IPCA,
para os períodos mais recentes, se verificou a manutenção de forte associação entre
as variáveis. Este quadro sinaliza a associação entre volume de crédito e inflação no
último período, ratificando a análise anterior do M1 com IPCA, todavia também
aponta para a premissa do pleno emprego na economia, o que premia o
pensamento ortodoxo, contudo se encontra em sintonia também com o pensamento
Keynesiano de que no pleno emprego a quantidade de moeda afeta os preços.
Por fim, vale destacar que o estudo aqui apresentado não é conclusivo, pelo
contrário sinaliza a oportunidade de incursões investigativas na área. Para este
trabalho se entende pelo cumprimento dos objetivos propostos, afinal se buscou
destacar o papel que a moeda possui no desempenho da economia brasileira a
partir da testagem empírica das teorias ortodoxa e heterodoxa.
41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACHA,
Carlos
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Caetano
e
Lima,
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Internacional. São Paulo: Editora Saraiva, 2002, 300 p.
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42
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produção e com os preços, no Brasil Pós real. Monografia, Santa Rosa: Unijuí,
2009, 52 p.
VASCONCELLOS, Marco A. S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia.
São Paulo, SARAIVA, 2006. 246 p.
ZUFFO, Vicente Matheus Moreira: Análise dos Efeitos da Política Monetária
sobre a persistência inflacionária no Brasil. Dissertação, São Paulo: Fundação
Getúlio Vargas, 2015, 56 p.
www.bcb.gov.br
www.ibge.gov.br
acesso em 24/08/2015
43
Anexo 1. Indicadores Oficiais em valores correntes janeiro de 1995 a junho de 2015.
Data
jan/95
fev/95
mar/95
abr/95
mai/95
jun/95
jul/95
ago/95
set/95
out/95
nov/95
dez/95
jan/96
fev/96
mar/96
abr/96
mai/96
jun/96
jul/96
ago/96
set/96
out/96
nov/96
dez/96
jan/97
fev/97
mar/97
abr/97
mai/97
jun/97
jul/97
ago/97
set/97
out/97
nov/97
dez/97
jan/98
1827 - Meios de
1843 - Meios de
pagamento - M1
pagamento amplos
(saldo em final de - M4 (saldo em final
período) (milhões
de período)
de reais)
(milhões de reais)
R$ 18.217,44
R$ 184.372,63
R$ 19.885,53
R$ 191.654,23
R$ 17.082,32
R$ 191.690,54
R$ 17.141,94
R$ 195.318,08
R$ 16.077,91
R$ 199.009,32
R$ 17.621,99
R$ 204.386,75
R$ 17.878,92
R$ 215.564,89
R$ 17.775,62
R$ 226.489,85
R$ 19.068,61
R$ 233.692,41
R$ 19.754,62
R$ 242.755,29
R$ 21.912,09
R$ 249.410,24
R$ 28.492,90
R$ 261.170,31
R$ 23.481,82
R$ 269.967,56
R$ 23.095,26
R$ 276.085,31
R$ 22.985,49
R$ 281.590,67
R$ 23.276,41
R$ 290.156,41
R$ 22.761,72
R$ 291.916,13
R$ 23.513,22
R$ 295.963,74
R$ 23.107,14
R$ 301.777,43
R$ 23.477,14
R$ 306.605,13
R$ 25.143,26
R$ 313.475,14
R$ 23.171,13
R$ 319.689,53
R$ 24.383,24
R$ 328.226,87
R$ 29.807,48
R$ 336.155,25
R$ 33.123,80
R$ 336.141,71
R$ 36.236,90
R$ 340.368,66
R$ 37.448,61
R$ 345.524,33
R$ 36.298,12
R$ 349.940,91
R$ 36.860,74
R$ 356.336,89
R$ 37.841,98
R$ 366.486,60
R$ 35.906,32
R$ 372.186,77
R$ 37.775,70
R$ 377.856,49
R$ 39.116,75
R$ 390.708,96
R$ 39.284,42
R$ 397.869,09
R$ 40.023,88
R$ 397.255,20
R$ 47.362,72
R$ 405.942,12
R$ 42.619,63
R$ 405.295,28
433 - Índice
nacional de
4380 - PIB
preços ao
mensal - Valores
consumidorcorrentes
amplo (IPCA) (milhões de
Var. % mensal
reais)
1,70
R$ 47.017,40
1,02
R$ 49.930,70
1,55
R$ 59.981,40
2,43
R$ 57.754,50
2,67
R$ 56.322,60
2,26
R$ 56.704,30
2,36
R$ 58.762,10
0,99
R$ 60.920,10
0,99
R$ 60.577,40
1,41
R$ 63.394,90
1,47
R$ 67.729,20
1,56
R$ 66.546,40
1,34
R$ 64.147,90
1,03
R$ 62.337,80
0,35
R$ 63.248,40
1,26
R$ 64.347,80
1,22
R$ 69.780,50
1,19
R$ 71.335,10
1,11
R$ 75.242,40
0,44
R$ 75.086,00
0,15
R$ 72.034,70
0,30
R$ 77.439,10
0,32
R$ 80.777,20
0,47
R$ 82.080,50
1,18
R$ 77.862,40
0,50
R$ 71.141,60
0,51
R$ 70.344,50
0,88
R$ 73.669,40
0,41
R$ 78.393,20
0,54
R$ 81.687,50
0,22
R$ 82.462,50
-0,02
R$ 82.484,10
0,06
R$ 82.285,80
0,23
R$ 87.571,60
0,17
R$ 85.807,00
0,43
R$ 81.754,70
0,71
R$ 79.764,30
44
fev/98
mar/98
abr/98
mai/98
jun/98
jul/98
ago/98
set/98
out/98
nov/98
dez/98
jan/99
fev/99
mar/99
abr/99
mai/99
jun/99
jul/99
ago/99
set/99
out/99
nov/99
dez/99
jan/00
fev/00
mar/00
abr/00
mai/00
jun/00
jul/00
ago/00
set/00
out/00
nov/00
dez/00
jan/01
fev/01
mar/01
abr/01
mai/01
jun/01
jul/01
ago/01
set/01
out/01
R$ 42.820,60
R$ 41.922,15
R$ 42.274,90
R$ 42.502,09
R$ 44.060,07
R$ 43.981,74
R$ 44.308,33
R$ 43.933,68
R$ 43.031,35
R$ 46.117,49
R$ 50.707,27
R$ 49.957,19
R$ 47.817,26
R$ 45.497,05
R$ 44.075,66
R$ 44.052,23
R$ 45.939,54
R$ 48.011,51
R$ 47.508,99
R$ 46.988,94
R$ 48.580,64
R$ 51.580,03
R$ 62.744,44
R$ 56.633,25
R$ 54.038,05
R$ 53.255,35
R$ 53.668,55
R$ 52.976,10
R$ 54.696,73
R$ 57.077,89
R$ 56.626,35
R$ 59.451,34
R$ 60.166,41
R$ 63.052,80
R$ 74.352,47
R$ 66.549,10
R$ 68.309,89
R$ 66.032,79
R$ 65.811,79
R$ 65.461,97
R$ 66.395,57
R$ 67.328,52
R$ 67.571,71
R$ 68.485,78
R$ 67.524,43
R$ 423.340,31
R$ 434.572,35
R$ 436.751,20
R$ 442.461,42
R$ 447.232,09
R$ 443.249,45
R$ 443.413,81
R$ 433.043,52
R$ 435.968,87
R$ 454.769,09
R$ 459.307,68
R$ 474.432,63
R$ 484.128,09
R$ 486.078,90
R$ 488.446,85
R$ 496.714,23
R$ 503.481,01
R$ 511.444,85
R$ 523.790,09
R$ 528.276,62
R$ 535.190,92
R$ 545.721,87
R$ 551.092,48
R$ 557.145,60
R$ 562.459,05
R$ 569.427,76
R$ 571.690,94
R$ 580.705,91
R$ 588.167,83
R$ 601.235,97
R$ 610.435,70
R$ 618.613,37
R$ 630.727,76
R$ 640.450,01
R$ 652.092,84
R$ 657.367,58
R$ 666.452,77
R$ 674.703,45
R$ 679.545,62
R$ 689.220,42
R$ 693.420,44
R$ 716.911,40
R$ 731.030,92
R$ 746.597,55
R$ 750.803,46
0,46
0,34
0,24
0,50
0,02
-0,12
-0,51
-0,22
0,02
-0,12
0,33
0,70
1,05
1,10
0,56
0,30
0,19
1,09
0,56
0,31
1,19
0,95
0,60
0,62
0,13
0,22
0,42
0,01
0,23
1,61
1,31
0,23
0,14
0,32
0,59
0,57
0,46
0,38
0,58
0,41
0,52
1,33
0,70
0,28
0,83
R$ 75.946,80
R$ 80.355,60
R$ 81.285,00
R$ 85.534,60
R$ 86.094,60
R$ 87.374,80
R$ 86.740,50
R$ 85.032,80
R$ 87.565,60
R$ 86.717,40
R$ 83.573,50
R$ 81.363,00
R$ 81.096,90
R$ 88.703,70
R$ 87.925,10
R$ 89.627,10
R$ 92.383,80
R$ 91.737,50
R$ 92.741,80
R$ 91.008,40
R$ 96.208,40
R$ 100.062,60
R$ 99.417,70
R$ 93.033,70
R$ 91.810,30
R$ 92.205,20
R$ 91.368,10
R$ 99.043,30
R$ 103.353,70
R$ 103.852,90
R$ 105.553,30
R$ 100.594,50
R$ 107.128,00
R$ 108.041,90
R$ 106.392,40
R$ 102.819,10
R$ 101.432,50
R$ 107.569,40
R$ 107.277,50
R$ 111.287,80
R$ 105.399,60
R$ 110.973,80
R$ 113.179,60
R$ 108.711,20
R$ 116.113,50
45
nov/01
dez/01
jan/02
fev/02
mar/02
abr/02
mai/02
jun/02
jul/02
ago/02
set/02
out/02
nov/02
dez/02
jan/03
fev/03
mar/03
abr/03
mai/03
jun/03
jul/03
ago/03
set/03
out/03
nov/03
dez/03
jan/04
fev/04
mar/04
abr/04
mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
R$ 70.243,40
R$ 83.706,70
R$ 74.672,20
R$ 73.939,37
R$ 73.216,16
R$ 74.760,98
R$ 73.786,73
R$ 79.666,60
R$ 82.770,75
R$ 85.509,91
R$ 88.177,29
R$ 88.821,34
R$ 91.947,48
R$ 107.845,94
R$ 92.451,48
R$ 90.973,22
R$ 87.106,67
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R$ 304.256,24
R$ 4.138.526,91
R$ 4.173.371,53
R$ 4.206.015,87
R$ 4.247.153,98
R$ 4.261.590,83
R$ 4.256.708,66
R$ 4.283.550,79
R$ 4.343.805,33
R$ 4.369.471,10
R$ 4.383.592,08
R$ 4.402.484,89
R$ 4.416.550,40
R$ 4.475.163,27
R$ 4.511.235,18
R$ 4.555.139,49
R$ 4.620.755,51
R$ 4.676.687,62
R$ 4.727.643,56
R$ 4.838.893,20
R$ 4.876.167,33
R$ 4.939.965,97
R$ 5.010.168,32
R$ 4.993.132,97
R$ 5.049.003,23
R$ 5.065.307,77
R$ 5.140.845,56
R$ 5.162.399,88
R$ 5.234.078,42
R$ 5.282.555,65
0,60
0,47
0,55
0,37
0,26
0,03
0,24
0,35
0,57
0,54
0,92
0,55
0,69
0,92
0,67
0,46
0,40
0,01
0,25
0,57
0,42
0,51
0,78
1,24
1,22
1,32
0,71
0,74
0,79
R$ 388.049,10
R$ 411.684,80
R$ 425.490,90
R$ 426.111,90
R$ 431.651,10
R$ 444.695,80
R$ 438.364,10
R$ 424.808,50
R$ 457.205,40
R$ 454.452,10
R$ 452.073,30
R$ 441.326,70
R$ 436.297,90
R$ 444.680,30
R$ 449.700,00
R$ 457.786,20
R$ 447.885,60
R$ 471.706,30
R$ 463.194,50
R$ 462.612,40
R$ 485.276,50
R$ 480.726,50
R$ 480.063,30
R$ 462.353,60
R$ 454.283,80
R$ 491.372,10
R$ 476.532,10
R$ 487.145,60
R$ 479.560,80
49
Anexo 2.Tabela dos indicadores oficiais em índices janeiro de 1995 a junho de 2015.
Data
M1-ÍNDICE
M4-ÍNDICE IPCA-ÍNDICE
jan/95
1,0000
1,0000
1,0000
fev/95
1,0900
1,0400
1,0102
mar/95
0,9400
1,0400
1,0259
abr/95
0,9400
1,0600
1,0508
mai/95
0,8800
1,0800
1,0788
jun/95
0,9700
1,1100
1,1032
jul/95
0,9800
1,1700
1,1293
ago/95
0,9800
1,2300
1,1404
set/95
1,0500
1,2700
1,1517
out/95
1,0800
1,3200
1,1680
nov/95
1,2000
1,3500
1,1851
dez/95
1,5600
1,4200
1,2036
jan/96
1,2900
1,4600
1,2198
fev/96
1,2700
1,5000
1,2323
mar/96
1,2600
1,5300
1,2366
abr/96
1,2800
1,5700
1,2522
mai/96
1,2500
1,5800
1,2675
jun/96
1,2900
1,6100
1,2826
jul/96
1,2700
1,6400
1,2968
ago/96
1,2900
1,6600
1,3025
set/96
1,3800
1,7000
1,3045
out/96
1,2700
1,7300
1,3084
nov/96
1,3400
1,7800
1,3126
dez/96
1,6400
1,8200
1,3187
jan/97
1,8200
1,8200
1,3343
fev/97
1,9900
1,8500
1,3410
mar/97
2,0600
1,8700
1,3478
abr/97
1,9900
1,9000
1,3597
mai/97
2,0200
1,9300
1,3652
jun/97
2,0800
1,9900
1,3726
jul/97
1,9700
2,0200
1,3756
ago/97
2,0700
2,0500
1,3754
set/97
2,1500
2,1200
1,3762
out/97
2,1600
2,1600
1,3794
nov/97
2,2000
2,1500
1,3817
dez/97
2,6000
2,2000
1,3876
jan/98
2,3400
2,2000
1,3975
fev/98
2,3500
2,3000
1,4039
mar/98
2,3000
2,3600
1,4087
abr/98
2,3200
2,3700
1,4121
50
mai/98
jun/98
jul/98
ago/98
set/98
out/98
nov/98
dez/98
jan/99
fev/99
mar/99
abr/99
mai/99
jun/99
jul/99
ago/99
set/99
out/99
nov/99
dez/99
jan/00
fev/00
mar/00
abr/00
mai/00
jun/00
jul/00
ago/00
set/00
out/00
nov/00
dez/00
jan/01
fev/01
mar/01
abr/01
mai/01
jun/01
jul/01
ago/01
set/01
out/01
nov/01
2,3300
2,4200
2,4100
2,4300
2,4100
2,3600
2,5300
2,7800
2,7400
2,6200
2,5000
2,4200
2,4200
2,5200
2,6400
2,6100
2,5800
2,6700
2,8300
3,4400
3,1100
2,9700
2,9200
2,9500
2,9100
3,0000
3,1300
3,1100
3,2600
3,3000
3,4600
4,0800
3,6500
3,7500
3,6200
3,6100
3,5900
3,6400
3,7000
3,7100
3,7600
3,7100
3,8600
2,4000
2,4300
2,4000
2,4000
2,3500
2,3600
2,4700
2,4900
2,5700
2,6300
2,6400
2,6500
2,6900
2,7300
2,7700
2,8400
2,8700
2,9000
2,9600
2,9900
3,0200
3,0500
3,0900
3,1000
3,1500
3,1900
3,2600
3,3100
3,3600
3,4200
3,4700
3,5400
3,5700
3,6100
3,6600
3,6900
3,7400
3,7600
3,8900
3,9600
4,0500
4,0700
4,1100
1,4191
1,4194
1,4177
1,4105
1,4074
1,4077
1,4060
1,4106
1,4205
1,4354
1,4512
1,4593
1,4637
1,4665
1,4825
1,4908
1,4954
1,5132
1,5276
1,5367
1,5463
1,5483
1,5517
1,5582
1,5583
1,5619
1,5871
1,6079
1,6116
1,6138
1,6190
1,6285
1,6378
1,6453
1,6516
1,6612
1,6680
1,6767
1,6990
1,7109
1,7156
1,7299
1,7422
51
dez/01
jan/02
fev/02
mar/02
abr/02
mai/02
jun/02
jul/02
ago/02
set/02
out/02
nov/02
dez/02
jan/03
fev/03
mar/03
abr/03
mai/03
jun/03
jul/03
ago/03
set/03
out/03
nov/03
dez/03
jan/04
fev/04
mar/04
abr/04
mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
4,5900
4,1000
4,0600
4,0200
4,1000
4,0500
4,3700
4,5400
4,6900
4,8400
4,8800
5,0500
5,9200
5,0700
4,9900
4,7800
4,6400
4,5700
4,7000
4,6300
4,6300
4,6900
4,6900
5,0600
6,0200
5,3800
5,4600
5,3600
5,3800
5,5600
5,6300
5,6700
5,8100
6,0300
6,0300
6,2300
7,0200
6,5200
6,4600
6,4100
6,2400
6,3500
6,4200
4,1000
4,1100
4,1100
4,1300
4,1500
4,1500
4,1700
4,1800
4,1500
4,2100
4,2600
4,3200
4,3800
4,4400
4,4700
4,4900
4,5000
4,5500
4,5900
4,6800
4,7600
4,8500
4,8900
5,0300
5,2000
5,2800
5,3500
5,4000
5,4200
5,5000
5,5600
5,6300
5,6800
5,7600
5,8100
5,9000
6,0200
6,0500
6,1400
6,2500
6,3000
6,3500
6,4200
1,7535
1,7626
1,7690
1,7796
1,7938
1,7976
1,8051
1,8266
1,8385
1,8517
1,8760
1,9326
1,9732
2,0176
2,0493
2,0745
2,0946
2,1074
2,1042
2,1084
2,1156
2,1321
2,1383
2,1456
2,1567
2,1731
2,1864
2,1966
2,2048
2,2160
2,2317
2,2521
2,2676
2,2751
2,2851
2,3009
2,3206
2,3341
2,3479
2,3622
2,3827
2,3944
2,3939
52
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
nov/06
dez/06
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
nov/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
6,4100
6,4200
6,4500
6,5700
6,9400
7,9500
7,1300
7,2000
7,0700
7,0000
7,1800
7,2500
7,3300
7,4800
7,8500
7,9600
8,3400
9,5700
8,5400
8,4400
8,5400
8,5900
8,6700
9,0100
9,1600
9,3300
9,6000
9,7800
10,3100
12,7000
10,4400
10,1000
10,0900
10,2500
10,0600
10,2200
10,2000
10,2500
10,6900
10,4100
10,9500
12,2700
10,7600
6,5400
6,6400
6,7300
6,8200
6,9500
7,1200
7,2000
7,3200
7,4300
7,4800
7,6000
7,6400
7,7800
7,8700
7,9800
8,1000
8,2800
8,4500
8,5800
8,7000
8,8300
9,0300
9,2100
9,3700
9,5000
9,5600
9,8100
9,9500
10,0700
10,2200
10,2800
10,4400
10,5800
10,7900
10,9800
11,0800
11,3200
11,5300
11,6600
11,6200
11,7500
12,1500
12,1200
2,3999
2,4040
2,4124
2,4305
2,4439
2,4527
2,4672
2,4773
2,4879
2,4931
2,4956
2,4904
2,4951
2,4964
2,5016
2,5099
2,5177
2,5297
2,5409
2,5521
2,5615
2,5679
2,5751
2,5823
2,5885
2,6007
2,6053
2,6132
2,6231
2,6425
2,6568
2,6698
2,6826
2,6974
2,7187
2,7388
2,7533
2,7610
2,7682
2,7806
2,7907
2,7985
2,8119
53
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
jun/09
jul/09
ago/09
set/09
out/09
nov/09
dez/09
jan/10
fev/10
mar/10
abr/10
mai/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
nov/10
dez/10
jan/11
fev/11
mar/11
abr/11
mai/11
jun/11
jul/11
ago/11
set/11
out/11
nov/11
dez/11
jan/12
fev/12
mar/12
abr/12
mai/12
jun/12
jul/12
ago/12
10,6700
10,5500
10,6700
10,7500
11,1000
10,8800
11,1200
11,4300
11,4800
12,1000
13,7400
12,4900
12,3500
12,5900
12,5500
12,6900
12,8800
12,9500
13,3300
13,6500
13,7100
14,2300
15,4700
14,1200
13,9500
13,8200
13,6300
13,7000
13,9300
13,8700
13,6300
14,0000
13,8800
14,3400
15,6700
14,2600
14,1000
14,1400
14,2100
14,2500
14,5600
14,5800
14,6700
12,2100
12,3300
12,4100
12,6000
12,7000
12,9800
13,1900
13,4500
13,6500
13,8400
14,1300
14,0800
14,2100
14,4300
14,4000
14,6100
14,8600
15,0600
15,3900
15,9600
16,0400
16,2100
16,4900
16,5100
16,8500
17,0400
17,1800
17,4200
17,6100
17,8000
18,1500
18,3400
18,5400
18,7700
19,2600
19,5200
19,7700
20,1700
20,3500
20,6400
20,8200
21,0900
21,4000
2,8274
2,8330
2,8466
2,8600
2,8703
2,8772
2,8815
2,8884
2,8965
2,9084
2,9191
2,9410
2,9640
2,9794
2,9964
3,0093
3,0093
3,0096
3,0108
3,0243
3,0470
3,0723
3,0916
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