Edição 59 - Instituto de Ortopedia e Traumatologia HCFMUSP

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EXPEDIENTE
Editorial
N
Governo do
Estado de São Paulo
Governador
José Serra
esta última edição
Secretário da Saúde
Luiz Roberto Barradas Barata
do ano várias boas
Hospital das Clínicas
da Faculdade de
Medicina da USP
Presidente do
Conselho Deliberativo
Marcos Boulos
notícias. Lançamos o livro
da graduação de ortopedia FMUSP, saiu o novo
vídeo institucional do IOT, está em fase final
de execução o novo site e o IOT/HC/FMUSP
foi indicado pela FIFA como seu centro de
excelência médica, motivo de orgulho para
todos nós.
Prof. Olavo Pires de Camargo - Editor
Sumário
04
Artigo reeditado
Operação de Voss na
Osteoartrose do Quadril
Superintendente
José Manoel de C. Teixeira
Diretor Clínico
José Otávio Costa Auler Júnior
Instituto de Ortopedia
e Traumatologia
Professores Titulares
Tarcisio E. P. Barros Filho
Arnaldo Valdir Zumiotti
Olavo Pires de Camargo
Diretor Científico
Alberto Tesconi Croci
Diretor Executivo
Leonardo Ceccon
Editor
Olavo Pires de Camargo
Cartas para a Redação
Leide de Souza Salomão
Claudia Helena dos Santos
09
Dissertação
Comparação entre o uso do plasma rico
em plaquetas associado com aspirado
de medular óssea ao enxerto autólogo
de ilíaco na consolidação das
osteotomias da tíbia proximal
12
Dissertações e Teses Defendidas
15
Informe
Ortopedia e Traumatologia para Graduação
16
IOT torna-se Centro de
Referência Médica da FIFA
Tel. (11) 5181-1633
www.agenciare9.com.br
17
Programação 2010
Cursos CEGOM
Jornalista Responsável
Antonio Luiz Mello Jr.
MTb 46.025 – SP
19
Reuniões Clínicas
Instituto de Ortopedia
e Traumatologia
“Prof. F. E. Godoy Moreira”
Rua: Dr. Ovídio Pires de
Campos, 333 - Tel./Fax: (11)
3069-6815 / 3069-7900 - CEP
05403-010 - São Paulo – SP
Fotos
Olga Mendes Braga
José Roberto Caetano
Projeto e Execução
Tiragem: 6.000 exemplares
Distribuição Nacional
Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
3
Artigo reeditado
Este artigo publicado pelos Drs. Flávio
Pires de Camargo (quando ainda
Professor Associado), Emílio Noel
Cordeiro e José Vicente Barbosa
Corrêa, membros do Grupo de Artrites,
na Revista do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1966,
apresenta a experiência em 40
operações realizadas no Departamento de Ortopedia e Traumatologia
em pacientes com o diagnóstico de
osteoartrose do quadril.
Posteriormente, em 1972, o Dr. José
Vicente Barbosa Corrêa defende o seu
doutoramento sobre "Tenomiotomias
na osteoartrose do quadril - considerações sobre 80 casos", no qual acrescenta o dobro de casos após o seu
estágio na Alemanha. Nas considerações iniciais o autor refere que desde
1964 avaliou uma variação da técnica,
e na publicação em 1966 fez referência
aos primeiros 40 casos. Depois é que
teve a oportunidade de acrescentar
outros 40 casos em sua casuística.
A análise dos casos em 1972 teve como
conclusão o índice de 56,25% dos casos
sem dor, 33,75% dos casos com menor
dor e somente 8,75% dos casos com
piora do quadro clínico, havendo um
óbito por tromboembolismo pulmonar
(1,25%), como caso em que não houve
a avaliação final clínica.
PROF. ALBERTO TESCONI CROCI
Chefe do Grupo de Quadril do
IOT/HC/FMUSP - Departamento de
Ortopedia e Traumatologia da FMUSP
Operação de Voss na
OSTEOARTROSE DO QUADRIL
Flávio Pires de Camargo, Emílio Noel Cordeiro e José Vicente Barbosa Corrêa
C
4
om a experiência adquirida em 40
operações, achamos que a técnica de
Voss tem o seu lugar bem definido no
anos com o aparecimento de novas técnicas que
trazem, sempre de início, uma nova esperança
para a solução de um problema tão importante
tratamento cirúrgico das artroses do quadril. Deve
ser considerada de indicação limitada e de
exclusão.
Melhores resultados se obtém nas formas
essenciais com a cabeça bem centrada e naqueles
casos de pacientes idosos, obesos e deficientes
da cirurgia ortopédica. É o que ocorre atualmente
com as operações denominadas "relaxantes do
quadril", preconizadas por Voss, que chamou a
atenção da importância da ação muscular na
patogenia da artrose da articulação coxofemoral. Muito antes de Voss6, Brandes1 em 1924
sob o ponto de vista médico.
Não é uma operação mobilizadora, mas
essencialmente dirigida contra a dor. Sem tirar o
mérito da operação e colocando-a nos seus reais
limites, achamos que poderá prestar apreciáveis
benefícios no tratamento das coxartroses.
já havia demonstrado a ação de dois grupos
musculares: pelvi-trocanterianos e os pelvidiafisários, na variação do ângulo do colo
femoral, indicando então a secção dêsses
músculos no tratamento da coxa-vara congênita.
A técnica de Voss7 consiste na secção do fascia
O tratamento cirúrgico das artroses do quadril
tem evoluído consideravelmente nestes últimos
lata, tenotomia dos adutores e osteotomia do
grande trocanter com a reimplantação dêste um
Outubro - Dezembro 2009
pouco mais alta, de modo a diminuir a tensão
do músculo médio glúteo.
Partindo dessa técnica, são tantas hoje em dia as
modificações introduzidas, que aquêles que
desejarem se orientar sôbre a operação, vão
encontrar dificuldades, devido à grande
a articulação coxo-femoral: abdutores, adutores
e psoas ilíaco.
A única possibilidade de uma terapêutica
etiológica contra artrose do quadril, é reduzir a
pressão articular, que suprime não somente as
dores, mais ainda, a possibilidade de uma
diversidade de opiniões. Assim é que Layani e
Col. 3, Mac Farland 4, Künstcher2 e muitos autores,
apresentam orientação diversa sôbre quais os
músculos que devem ser seccionados.
Antes de referir a nossa conduta e a nossa
experiência sôbre o assunto, vejamos quais são
regressão acentuada ou uma parada de evolução
das alterações patológicas osteo-articulares.
As operações que produzem essa diminuição de
tensão muscular, são as osteotomias direcionais
tipo Pauwels, as osteotomias de apoio tipo Mac
Murray e, as tenomiotomias de Voss, que
as bases anátoma-fisiológicas da operação.
Segundo os trabalhos de Pauwels5 a coxartrose
se origina na desproporção entre dois fatôres:
1º) A excessiva solicitação mecânica a que está
subordinada a articulação coxo-femoral;
2º) A capacitação de resistência ao esfôrço dos
sistematizou a técnica, aplicando-a no tratamento
das artroses no quadril.
tecidos cartilaginosos e ósseos. Enquanto que esta
insuficiência estática tissular congênita ou
adquirida não pode ser influenciada por medidas
terapêuticas, o primeiro componente ou seja,
a desproporção das solicitações mecânicas
transmitidas à articulação,
consiste no seguinte:
1º) Incisão longetudinal de cêrca de 8 cm de
extensão indicado justamente no ápise do grande
trocanter. Secção do fascia lata "em cruz", bem
ampla, principalmente no sentido ântero
posterior. Identificam-se as
TÉCNICA
A técnica por nós utilizada (fig. 1) é a empregada
na clínica do prof. Max Lange de Münich e
podem ser definidas exatamente, e além disso, podem
ser diminuídas por meio de
intervenção cirúrgica, afim de
ser adaptada, na medida do
possível, à insuficiência tissular.
Os fatôres que determinam
fibras musculares do médio
glúteo, que são afastadas.
Através dela indica-se o tensão
do músculo pequeno glúteo,
que é seccionado. Essa secção
é facilitada, colocando o
membro em abdução, de
essa pressão articular se
originam:
1º) Pressão estática intermitente
da marcha: é o resultado do
pêso do corpo da ação dos
músculos abdutores que
modo a colocar essas estruturas em tensão.
2º) Incisão longitudinal
anterior, iniciando na espinha ilíaca anterior e superior, medindo cêrca de
equilibram o pêso corporal no
apoio unilateral da marcha.
2º) Pressão muscular permanente - que exerce o máximo
de efeito na posição erecta,
que é conseguida pela
8 cm de extensão, identificase o músculo reto anterior
que é seccionado o mais
próximo possível da sua
inserção na espinha ilíaca
ântero inferior.
contração dos três principais
grupos musculares que cruzam
Fig. 01
3º) Incisão longitudinal,
paralela à prega inguinocrural,
Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
5
Artigo reeditado
sôbre o relêvo dos adutores
medindo cêrca de 10 cm de
extensão. Isolam-se os aduto-
QUADRO 1
Complicações
Infecção na região inguinal
31 vezes
Infarte Pulmonar
1 vez
Gangrena gasosa
1 vez
Sem complicações
8 casos
res junto a inserção pubiana,
que é seccionada com bisturi
elétrico, bem junto à sua
inserção. Cuidado para que
as inserções dos 3 adutores devam ser completamente seccionadas. Hemostasia rigorosa.
Através dessa incisão, colocando-se o membro
em flexão e adução, com o dedo indicador,
procura-se o pequeno trocanter, e isola-se o
tensão do psoas que é seccionado. Hemostasia
rigorosa. Coloca-se dreno ou aspiração contínua,
afim de prevenir a formação de hematoma.
O doente permanece no leito com tração de 4
kilos durante 8 dias. Durante êsse período
recomenda-se ao paciente a movimentação ativa
e passiva não somente do membro operado mais
também do outro afim de ser evitar complicações
circulatórias. Inicia depois a marcha com o auxílio
de 2 muletas, não apoiando o membro operado,
durante 30 dias. Passa em seguida o uso de
bengala por 6 meses no mínimo.
Devido a grande percentagem de infecção pósoperatória na incisão paralela à prega inguinal
que em nossos casos atingiu 77,5%, mudamos
atualmente essa incisão, fazendo-a retilínea, mas
acompanhando os tensões dos músculos
adutores. Com essa modificação, em 5 casos
operados recentemente, houve cicatrização por
primeira intenção em todos êles.
INDICAÇÕES
A grande facilidade técnica da sua execução pode
levar a indicações excessivas fazendo com que a
operação caia em descrédito devido aos maus
resultados. Apesar do ato operatório ser
relativamente fácil as complicações posoperatórias não são simples. A despeito de todo
tratamento coagulante, hemostasia rigorosa,
aspiração contínua, há em grande percentagem
de casos, a formação de hematoma na região
inguinal, que fàcilmente se infecta. Além disso, o
6
Outubro - Dezembro 2009
77,5%
2,5%
2,5%
20,0%
aparecimento de outras complicações não são
raras (quadro 1).
Não é uma operação mobilizadora, mas
essencialmente dirigida contra a dor. Havendo
vício arquitetural da articulação, anteversão do
colo ou incongruência entre a cabeça e a
cavidade cotilóide, as osteotomias são de
indicações mais precisas.
Os melhores resultados se obtém nas coxartroses
essenciais com a cabeça bem centrada, nas
coxartroses pós-fraturadas, com contratura
muscular bem acentuada e cuja queixa principal
do paciente seja a dor.
Ainda pode ser considerada a sua indicação nas
formas hiperalgicas nas pessoas idosas, obesas,
com más condições cardiovasculares que não
permitem maior cirurgia e que possíveis
complicações pós-operatórias excluam operações
mais importantes.
O grau de artrose parece não ter influência nos
resultados. Nas formas hiperalgicas a melhora é
mais acentuada quando há contratura muscular.
É interessante comparar a operação de Voss com
a osteotomia, pois em certos casos elas possuem
ação idêntica no afrouxamento da tensão
muscular. Daí uma conclusão lógica, que nos
jovens está mais indicada a osteotomia e nas
pessoas idosas a operação de Voss. Ainda nos
casos de coxartroses e início, com a cabeça bem
centrada a operação de tenomiotomia poderiam
interromper a evolução da artrose.
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
Num período de 18 meses tivemos a oportunidade de operar 34 pacientes. Em 6 dêles a
operação foi realizada dos dois lados, dando um
total de 40 operações (Quadro 2).
QUADRO 2
Idade
17 anos
1
21-30 anos
2
31 a 40 anos
3
41 a 50 anos
3
51 a 60 anos
14
61 a 70 anos
71 a 80 anos
Total
Masculino
8
3
34
avaliação, de 22,5% para 35,5%. A queda dos
resultados bons de 67,5% para 61,3% pode ser
2,94%
5,88%
8,83%
8,83%
41,17%
23,23%
8,83%
13
Foram feitas duas avaliações dos resultados,
sendo a primeira aos 2 meses depois da
operação e a segunda, aos 18 meses. Verificamos
que, da primeira para a segunda avaliação,
houve uma queda percentual dos resultados
bons, (desaparecimento da dor) de 67,5% para
61,3% (quadro 3).
QUADRO 3
Casuística
Nº
Nº
-
de casos
de operações
monolaterais
bilaterais
QUADRO 4
DIAGNÓSTICO
Osteoartrite bilateral
11 casos
Osteoartrite unilateral 23 casos
ETIOLOGIA
I - O. A. Primária
27 casos
II - O. A. Secundária
5 casos
III - Otto-Pélvis
2 casos
Sexo
21
Feminino
atribuída em parte à má indicação da intervenção
cirúrgica: casos com incongruência céfalocotiloidiana e casos de Otto-pélvis (quadro 4).
34
40
34
6
RESULTADO
Em contraposição houve aumento dos casos
regulares, de 22% para 35,5% o que vem
aumentar a melhora global. Assim, na nossa
casuística, na primeira avaliação, houve
diminuição ou desaparecimento de dor em 90%
dos casos, enquanto que, na 2º avaliação, a
porcentagem elevou-se para 96,8%, o que vem
confirmar a nossa assertiva de que a operação é
dirigida primordialmente contra a dor. A
contratura muscular desaparece e os movimentos
articulares passivos tornam-se mais livres. A
movimentação ativa fica muito prejudicada no
início, como conseqüência da ampla secção
muscular, porém, depois de 6 a 8 meses da
operação, a uma recuperação dos movimentos,
já com mais liberdade e, sem dor.
Quanto à melhora radiológica, achamos
que deve ser observada com muita
67,5%
Imediato (40 avaliações)
Desaparecimento da dor
27 casos
Diminuição da dor
9 casos
Persistência da dor
3 casos
Sem avaliação (óbito)
1 caso
22,5%
7,5%
2,5%
Tardio (35 avaliações)
Desaparecimento da dor
Diminuição da dor
Persistência da dor
Sem observação posterior
60,0%
34,3%
5,7%
-
21 casos
12 casos
2 casos
5 casos
Por outro lado, os resultados regulares (melhora
da dor), aumentaram da primeira para a segunda
cautela pois, o aumento do espaço
articular pode ser atribuído também a
uma mudança de incidência dos raios X
pela correção da contratura de flexoadução da coxo-femoral, dando assim
uma falsa impressão.
Alguns pacientes apresentam dor no
joelho ao deambular com bengala,
atribuída à atrofia do quadríceps e que
melhora e desaparece com a fisioterapia.
Queixam-se ainda da dificuldade em subir
Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
7
Artigo reeditado
escadas que se pode relacionar, predominantemente com a secção do músculo psoas-ilíaco.
COMPLICAÇÕES
A operação não apresenta dificuldade de ordem
técnica para sua execução, porém não é isenta
de complicações. Devemos considerar que na
vasculares e metabolisticas tornam propensos a
complicações pós-operatórias.
Houve um caso de gangrena gasosa com êxito
letal e, um caso de infarte pulmonar que se
recuperou bem.
A despeito de todos os cuidados, a infecção da
região medial foi a complicação mais frequênte,
maioria (64,4%) trata-se de pacientes de 50 a
70 anos (quadro 1) cujas condições cardio-
insidindo em 77,5% das operações e, foi de
evolução benigna, reagindo em poucos dias.
SUMMARY
The Voss operation for the hip asteoarthritis
treatment treatment.
Conclusions: After the experience gained with forty
hanging hip procedures (Voss`s operation) it is
BIBLIOGRAFIA
our opinion that it has a definite place in the
armamentarium available for the treatment of hip
osteoarthritis.
It should however be considered only after other
types of procedures are ruled out. It is therefore
indication by exclusion. Best results are obtained
in the cases of the well centered head of malum
coxae senills of unknown etiology. Particularly
elderly,obese patients with other medical problems
considered when pain is primarily concerned.
When these limitations of indication that will give
rewarding results in the treatment of osteoarthritis.
8
Outubro - Dezembro 2009
1. BRANDES, M. – Vorschiag zu einer physiologischen
Benhandlung der Coxa vara. Arch. Orthop. Unfall-Chir.
22:409-417, 1924.
2. KUNTSCHER, G. – Die Voss`sche Operation; die Befreiung
vom hutschmerz. Chir. Praxis 3:331-338, 1958
3. LAYANI, F.; CORDIER, G.; GARNIER, H. & DARCY, M. –
Apropos des resultats éloignés de la “hanche pendante
temporaire d`aprés la technique de Voss modifiee. Rev. Rhum.
28:656-662, 1961.
4. MAC FARLAND, B – Une nouvelle intervention
décompressive dans I`arthrose de la hanche. Rev, Chir.
Orthop. 48:64-67, 1962.
5. PAUWELS, F. – Directives nouvelles pour le traitement
chirurgical de la coxarthrose. Rev. Chir. Prthop. 45:681-702,
1959.
6. VOSS, C. – Die Wichtigkeit der operativen Erhaltung der
Gelenkfunktion bei bilateralen Huftprozessen. Minerva ortop.
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7. VOSS, C. – Apud CASUCCIO, C. – Trattamento chirurgico
della coxartrosi,XLIX Congresso Ilaliano di Ortopedia e
traumatologia, Venezia, 1964. Padova, Tip. Ed. La Carangola,
1964.
CAMARGO, F. P. DE; CORDEIRO, E. N. & CORRÊA, J. V. B. –
Operação de Voss na Osteoartrose do Quadril. Rev. Hosp.
Clin. Fac. Med. S. Paulo 21:83-88, 1966
Dr. Caio Oliveira D'Elia
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências.
Área de concentração: Ortopedia e Traumatologia
Orientador: Prof. Gilberto Luis Camanho
Introdução:
A definição de substituto ósseo é muito debatida(1),
considera-se substituto ósseo qualquer material
implantado, sozinho ou em combinação, e que
promova uma resposta de consolidação óssea,
seja por oferecer propriedade osteocondutora,
osteogênica ou osteoindutora, ao local onde foi
implantado.
O enxerto autólogo de ilíaco é considerado o
"padrão ouro" entre os materiais utilizados como
enxerto nos dias de hoje, e é também o mais
utilizado(1, 2).
O aspirado de medular óssea é uma importante
fonte de células osteogênicas. Alguns estudos
clínicos utilizaram o aspirado de medular óssea
no tratamento de pseudoartroses(3).
A utilização de plaquetas coletadas do próprio
paciente, imediatamente antes do procedimento
cirúrgico, em concentração adequada, na forma
de plasma rico em plaquetas é capaz de acelerar
a regeneração óssea(4).
A osteotomia proximal da tíbia é um procedimento padronizado e reprodutível, e tem se
“O enxerto autólogo
de ilíaco é considerado
o "padrão ouro" entre
os materiais utilizados
como enxerto nos dias
de hoje, e é também
o mais utilizado”.
mostrado um procedimento cirúrgico efetivo em
pacientes bem selecionados(5).
Tradicionalmente, a osteotomia da tíbia com
inclusão de cunha medial tem sido realizada com
a interposição de enxerto autólogo do ilíaco no
local da osteotomia, quando se utilizam cunhas
maiores que 7,5mm(6).
Apesar do teórico potencial osteogênico das
células da medular óssea e do potencial
osteoindutor do plasma rico em plaquetas,
existem poucos trabalhos clínicos que utilizaram
esses dois componentes, associados ou não como
forma de promover a consolidação(7, 8).
Dissertação Defendida
Comparação entre o uso do plasma rico em plaquetas
associado com aspirado de medular óssea ao enxerto
autólogo de ilíaco na consolidação das osteotomias da tíbia
proximal: estudo prospectivo randomizado
Objetivo:
Nosso objetivo foi avaliar a ocorrência de
consolidação e o tempo para tal evento, nas
osteotomias proximais por cunha de adição
medial, comparando os seguintes enxertos:
1. Enxerto autólogo de ilíaco.
2. Plasma rico em plaquetas (PRP) associado ao
aspirado de medular óssea.
Materiais e Métodos:
Foram estudados 25 pacientes submetidos a
osteotomia de adição medial da tíbia proximal.
Respeitamos as indicações para osteotomia
valgizante consagradas na literatura(5, 6).
No presente estudo os pacientes foram
distribuídos em dois grupos, de forma
randomizada. O grupo controle (GI) foi formado
por 14 pacientes submetidos à osteotomia com
a utilização de enxerto autólogo do ilíaco no sítio
Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
9
Dissertação Defendida
da osteotomia. O grupo de estudo (GPRP) foi
formado por 11 pacientes submetidos à
osteotomia com utilização de um substituto ósseo
composto por plasma rico em plaquetas
associado a aspirado de medular óssea,
denominamos este substituto ósseo de enxerto
ósseo biológico.
Os pacientes foram avaliados a cada 2 semanas
para verificação de sinais de consolidação no
local da osteotomia. O exame de imagem
utilizado foi a radiografia simples em incidências
frente e perfil.
Resultados:
No que se refere à ocorrência de consolidação da osteotomia, as porcentagens
de consolidação após 24 semanas da cirurgia (100% no grupo Ilíaco e 91% no grupo
PRP) não são significantemente diferentes,
com p=0,440 (Figura 1). A Tabela 1 apresenta
a distribuição dos pacientes dos grupos Ilíaco e
PRP segundo consolidação até 24 semanas após
a cirurgia.
Figura 1: 1A: C.A.N., Grupo Ilíaco, masculino,
53 anos, lesão crônica do LCA, cunha de 15mm,
consolidação com 14 semanas (RX final com 14
semanas):
Tabela 1. Distribuição dos pacientes dos grupos
Ilíaco e PRP segundo variáveis de interesse.
GRUPO
Ilíaco PRP Total
10
24
Consolidação
Sim 14
100% 90,9% 96,0%
após 24 semanas
0
1
1
p=0,440
Não
11
25
14
TOTAL
100% 100% 100%
Valor de p referente ao teste Exato de Fisher
A Figura 2 ilustra as curvas de Kaplan-Meier
obtidas para cada grupo.
Nota: O tempo representado pelo símbolo + indica a
ocorrência de censura.
Figura 2. Estimativas de Kaplan-Meier para os
grupos PRP e Ilíaco.
1B: F.P.C., Grupo PRP, feminino, 34 anos, lesão
crônica do LCA, cunha de 12,5mm, consolidação
com 8 semanas. (RX final com 8 semanas)
Os resultados apresentados na Tabela 2
demonstram que não existem fortes evidências
de diferença entre as curvas de sobrevivência dos
grupos Ilíaco e PRP, ou seja, não há diferença
estatística para o tempo de consolidação entre
os grupos.
Tabela 2. Resultados dos testes utilizados para
comparar as curvas de sobrevida dos grupos
Ilíaco e PRP.
TESTE DE IGUALDADE
DAS CURVAS
Log-rank
Breslow
10
Outubro - Dezembro 2009
VALOR
DE P
0,129
0,100
Discussão:
A busca pelo desenvolvimento de técnicas e
materiais que permitam a substituição óssea é
uma necessidade para o cirurgião ortopédico(2).
Há uma carência de estudos clínicos com maior
nível de evidência, em especial estudos
prospectivos e randomizados que comparem a
aplicação do substituto ósseo ao elemento hoje
considerado padrão de enxertia, que é o osso
autólogo do ilíaco (9) . O presente estudo
apresentou justamente este desenho, quando
avaliamos e comparamos o desempenho de dois
tipos de enxerto (ilíaco x biológico) quanto à
consolidação, em um procedimento padronizado,
a osteotomia valgizante de adição de cunha
medial.
O enxerto autólogo de ilíaco é considerado por
muitos o padrão ouro em termos de enxerto e
substituto ósseo e a ele são comparados os
diversos substitutos ósseos disponíveis. A
obtenção do enxerto autólogo de ilíaco apresenta
morbidade no sítio doador e complicações na
sua obtenção não são infrequentes(10).
O PRP tem larga aplicação clínica na área de
cirurgia buco-maxilo facial, sendo utilizado como
agente osteopromotor em diversas situações(11).
A sua utilização clínica em ortopedia vem
crescendo, a despeito da ausência de estudos
prospectivos e randomizados que avaliem os
resultados de sua aplicação(12, 13).
O enxerto biológico constituído por PRP e medular
óssea quando comparado ao enxerto autólogo
do ilíaco foi efetivo em obter a consolidação
no sítio da osteotomia (p=0,440). Porém,
observamos uma tendência para que o tempo
de consolidação seja mais prolongado no grupo
PRP, para este grupo, cerca de 36% dos pacientes
ainda não haviam apresentado consolidação
após 16 semanas da cirurgia, enquanto que, para
o grupo Ilíaco, esta porcentagem era de 7%. Fato
este que pode ser considerado uma desvantagem,
visto o maior período em que o paciente deverá
permanecer com restrição de carga.
Conclusão:
A utilização do substituto ósseo biológico mostrouse efetiva na obtenção da consolidação nas
osteotomias de cunha de adição medial. Podemos
considerar este substituto ósseo como uma
alternativa ao enxerto autólogo de ilíaco neste
tipo de procedimento.
REFERÊNCIAS
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An overview of the basic science. Clin Orthop Relat
Res. 2000 Feb(371):10-27.
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bone graft substitutes in orthopaedic trauma
surgery. A critical analysis. J Bone Joint Surg Am.
2007 Mar;89(3):649-58.
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Orthop Relat Res. 1995 Apr(313):8-18.
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support its use. J Oral Maxillofac Surg. 2004
Apr;62(4):489-96.
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varus angulated anterior cruciate ligamentdeficient knees. Am J Sports Med. 2000 MayJun;28(3):282-96.
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the knee. Orthop Clin North Am. 2005
Oct;36(4):497-504.
7. Kitoh H, Kitakoji T, Tsuchiya H, Mitsuyama H,
Nakamura H, Katoh M, et al. Transplantation of
marrow-derived mesenchymal stem cells and
platelet-rich plasma during distraction
osteogenesis--a preliminary result of three cases.
Bone. 2004 Oct;35(4):892-8.
8. Lucarelli E, Fini M, Beccheroni A, Giavaresi G,
Di Bella C, Aldini NN, et al. Stromal stem cells
and platelet-rich plasma improve bone allograft
integration. Clin Orthop Relat Res. 2005
Jun(435):62-8.
9. Yacobucci GN, Cocking MR. Union of medial
opening-wedge high tibial osteotomy using a
corticocancellous proximal tibial wedge allograft.
Am J Sports Med. 2008 Apr;36(4):713-9.
10. Russell JL, Block JE. Surgical harvesting of bone
graft from the ilium: point of view. Med
Hypotheses. 2000 Dec;55(6):474-9.
11. Grageda E. Platelet-rich plasma and bone
graft materials: a review and a standardized
research protocol. Implant Dent. 2004
Dec;13(4):301-9.
12. Floryan KM, Berghoff WJ. Intraoperative use
of autologous platelet-rich and platelet-poor
plasma for orthopedic surgery patients. AORN J.
2004 Oct;80(4):668-74, quiz 75-8.
13. Roldan JC, Jepsen S, Miller J, Freitag S, Rueger
DC, Acil Y, et al. Bone formation in the presence
of platelet-rich plasma vs. bone morphogenetic
protein-7. Bone. 2004 Jan;34(1):80-90.
Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
11
Dissertações e Teses Defendidas
Dissertações e Teses defendidas
SILVA, J. S. P. - Estudo das características
físico-químicas e biológicas pela adesão
de osteoblastos em superfícies de titânio
modificadas pela nitretação em plasma
[Tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo; 2008. 109p.
Orientador: Prof. Alberto Tesconi Croci
Introdução: Superfícies de titânio modificadas
por diferentes métodos foram estudadas com
base nos parâmetros físicos e químicos de
caracterização superficial e sua influência no
comportamento de células préosteoblásticas
(MC3T3) in vitro. Método: Discos de titânio
comercialmente puro grau II foram submetidos
a três métodos de modificação de superfície
(polimento, nitretados em plasma em
configuração planar e gaiola catódica). As
diferentes superfícies foram caracterizadas para
observar o efeito do processamento na estrutura
da camada superficial, na rugosidade e
molhabilidade. Ensaios de adesão e proliferação
celular usando linhagens de células préosteoblásticas MC3T3 foram realizados para
avaliar o efeito das novas superfícies no
RAHAL, M. A. - Comparação do equilíbrio entre idosos saudáveis praticantes
e não praticantes de tai chi chuan.
[Dissertação]. São Paulo: Instituto de
Ortopedia e Traumatologia da Faculdade
de Medicina da Universidade de São
Paulo; 2009. 66p.
Orientador: Prof. Luiz Eugênio Garcez Leme
Quedas no idoso pode ser um evento devastador.
Deve ser estimulada a conscientização desse
grupo quanto aos benefícios de se manterem
ativos. O tai chi chuan é um exercício de prática
esportiva moderada que demonstra aumento no
equilíbrio, marcha e postura. O objetivo foi
avaliar a influência dessa modalidade no
equilíbrio, postura e marcha de idosos ativos e
saudáveis. Foi realizado um estudo transversal
controlado com 76 voluntários, com 51
participantes da atividade para o equilíbrio, idade
12
Outubro - Dezembro 2009
Da esquerda para direita - Dr. José Ricardo Pécora,
Dr. Maurício Echebehere, Dr. José Sandro Pereira
da Silva, Prof. Alberto Tesconi Croci, Prof. Olavo
Pires de Camargo e Dr. André Pedrinelli.
comportamento celular in vitro. Resultados: Os
resultados demonstraram que a nitretação em
plasma na configuração de gaiola catódica
produz superfícies mais rugosas (p<0,02) e com
menores ângulos de contato com a água.
Conclusões: A adesão celular é maior nas
superfícies mais rugosas do que nas superfícies
polidas (p<0,05) e reagem de modo diferente a
composição química do substrato e à topografia
da superfície.
Da esquerda para direita - Prof. Luiz
Eugênio Garcez Leme, Dr. Miguel Antonio
Rahal, Profa. Clara de Rosa Carelli e
Prof. Matheus Papaleo Neto.
média de 76, 8 anos. Foram utilizados quatro
testes do Sistema Balance Master da Neurocom.
Para análise dos dados a comparação das idades
nos dois grupos utilizou-se o teste de MannWhitney (Siegel, 2006). O mesmo teste foi
utilizado para todas as comparações entre os dois
grupos quanto ao Teste Clínico Modificado da
Interação Sensorial para o Equilíbrio (TCISEM),
Teste da Caminhada (TC), Teste da Transferência
PEREIRA, C. A. M. - Desenvolvimento e
avaliação de uma interface homem computador, com as funções de um "mouse",
controlada pelo movimento da cabeça
para uso em pessoas com deficiências
físicas [Dissertação]. São Paulo: Faculdade
de Medicina, Universidade de São Paulo;
2009. 130p.
Orientador: Dr. Reginaldo Perilo Oliveira
Introdução: Pessoas com lesão medular, ou algum
tipo de acometimento que impeça o movimento
dos membros superiores, não conseguem utilizar
adequadamente as interfaces ou dispositivos
padrões de um computador, como por exemplo
o teclado e o mouse. Os objetivos deste trabalho
foram desenvolver um dispositivo apontador, com
as mesmas funções de um mouse convencional,
controlado pelo movimento da cabeça e
comparar a eficiência no uso do dispositivo
proposto, utilizando o controle do cursor do
computador nos modos absoluto e relativo, por
indivíduos tetraplégicos e indivíduos sem
acometimento neuromuscular. Métodos: Dez
indivíduos com lesão medular cervical (grupo
estudo) e dez indivíduos sem acometimento
do sistema neuromuscular (grupo controle)
participaram das avaliações funcionais do
dispositivo desenvolvido. O dispositivo apontador
era composto por uma câmera de vídeo, por um
programa de computador e por um alvo aderido
à parte frontal de um boné, que foi colocado
sobre a cabeça do usuário. Os movimentos
de flexo-extensão e de rotação da cabeça
estavam relacionados, respectivamente, com o
deslocamento vertical e horizontal do cursor. O
controle do movimento do cursor podia ser
efetuado no modo absoluto, que era semelhante
ao funcionamento de um "mouse" convencional,
ou no modo relativo, que era análogo ao
funcionamento de um "joystick". As avaliações
de Sentado para em Pé (TSP) e Teste da avaliação
Unipodal (TUP). O grupo do tai chi chuan
apresentou valores significativos no equilíbrio e
maior capacidade de recuperação.
Da esquerda para direita - Dr. Élcio Landim,
César Augusto Martins Pereira,
Dra. Valéria Meirelles Carril Elui e
Dr. Reginaldo Perilo Oliveira
foram baseadas nos testes multidirecionais da
norma ISO 9241-9, que consistia em registrar a
capacidade do usuário mover o cursor entre dois
objetos circulares, em diferentes direções. Os
indivíduos de cada grupo participaram de uma
sequência de testes multidirecionais, operando o
dispositivo apontador nos modos de controle
absoluto e relativo. Resultados: A maioria dos
parâmetros estudados apresentou diferença
significativa, entre as situações de controle
absoluto e relativo, para os indivíduos de ambos
os grupos, mostrando que os parâmetros
medidos no modo absoluto foram melhores que
os medidos no modo relativo. Não houve
diferença significante entre os grupos, para a
maioria dos parâmetros estudados.
Conclusões: O dispositivo apontador desenvolvido emulou adequadamente as funções de
deslocamento do cursor do computador e os
resultados, obtidos através da avaliação funcional
do dispositivo estudado, permitiram concluir que
o modo de controle absoluto foi significantemente
mais eficiente que o modo de controle relativo
quando operados pelos indivíduos de ambos os
grupos.
Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
13
Dissertações e Teses Defendidas
BARBANERA, M. - Avaliação de fatores
mecânicos e eletromiográficos associados
ao entorse de tornozelo em atletas do gênero feminino [tese]. São Paulo: Faculdade
de Medicina, Universidade de São Paulo;
2008. 115p.
Orientador: Prof. Arnaldo José Hernandez
O entorse de tornozelo está entre as lesões mais
comuns durante as atividades esportivas. Apesar
de extensas pesquisas clínicas e experimentais, a
recorrência da lesão permanece alta. A
prevenção do entorse de tornozelo só é possível
uma vez que os fatores de risco forem identificados. Alterações no posicionamento do pé,
déficits proprioceptivos, frouxidão mecânica
lateral do tornozelo e déficits de força muscular
são os possíveis fatores de risco para o entorse
de tornozelo, mas os seus verdadeiros mecanismos ainda não estão esclarecidos. O entendimento desses mecanismos pode auxiliar os profissionais de saúde, principalmente os fisioterapeutas, a elaborar um programa de tratamento
mais direcionado, levando a uma reabilitação
mais eficaz. O objetivo deste estudo foi avaliar
os fatores mecânicos e eletromiográficos
associados ao entorse de tornozelo. Trinta e duas
atletas de basquetebol e voleibol do gênero
feminino (16.06±0.8 anos; 67.63±8.17 kg;
177.8±6.47 cm) participaram do estudo. As
atletas foram separadas em dois grupos: um
grupo controle, sem sintomas (29 tornozelos), e
atletas que tinham sofrido entorse de tornozelo
(29 tornozelos). A avaliação do alinhamento do
retropé foi realizada por meio de fotogrametria,
pelo programa SAPO® v.0.63, com as atletas
em pé. A propriocepção, o torque passivo gerado
pela resistência do movimento do tornozelo e a
força muscular foram avaliados no dinamômetro
isocinético Biodex®, e a atividade eletromiográfica de superfície pelo sistema Noraxon®. O
Da esquerda para direita - Dr. José
Maria Santarém, Dr. Jorge dos Santos Silva,
Profa. Júlia Maria D'Andrea Greve, Márcia
Barbanera, Prof. Arnaldo José Hernandez
e Dr. José Elias de Proença.
senso de posição articular (15° inversão, 0°, 15°
eversão), a cinestesia (2°/s, 4°/s, 10º/s) e o torque
passivo (5°/s, 10º/s, 20°/s) foram avaliados
durante os movimentos passivos de eversão e
inversão. O torque eversor e inversor foi testado
isometricamente (15° inversão, 0°, 15° eversão),
concentricamente e excentricamente (60°/s, 180°/
s, 300°/s), simultaneamente à medida do sinal
eletromiográfico dos músculos fibular longo e
tibial anterior. Os dados foram analisados pela
ANOVA de dois e três fatores e teste post hoc
Tukey. Os resultados mostraram que o alinhamento do retropé e o senso de posição não estão
associados ao entorse de tornozelo em atletas
do gênero feminino. Os resultados do grupo com
entorse do tornozelo que indicaram diferenças
significativas em relação ao grupo controle foram:
atraso no tempo de percepção do movimento,
menor torque passivo e menor torque isométrico e
isocinético concêntrico. Além disso, a atividade
eletromiográfica do músculo fibular longo e tibial
anterior, durante o teste isocinético concêntrico, foi
menor no grupo com entorse do tornozelo. Baseado
nesses resultados, as atletas que tiveram entorse
de tornozelo apresentaram déficits proprioceptivos,
frouxidão mecânica e fraqueza muscular.
Em breve este será o novo site do IOT,
com tudo o que se refere à nossa Instituição e ao
Departamento de Ortopedia da FMUSP.
14
Outubro - Dezembro 2009
Informe
INTRODUÇÃO
Formar o aluno ao grau de Médico é uma
responsabilidade enorme e a razão primeira
de uma Faculdade de Medicina. O avanço
da ciência tem criado desafios para aqueles
que carregam nos ombros o encargo de
ensinar. Como transmitir tanto conhecimento
em tão pouco tempo? O currículo nuclear
das escolas médicas sempre é motivo de
debates e mudanças constantes, trilhando
caminhos na busca da relação ideal
entre tempo disponível e absorção de
conhecimento. Os seis anos destinados à
formação de um médico parecem não ser
mais suficientes, obrigando nossos alunos a
completar conhecimentos com programas de
residência médica e estágios de pósgraduação lato sensu. Esta obra foi idealizada para melhorar o desempenho dos
alunos em seu aprendizado em Ortopedia
e Traumatologia. Procuramos abordar as
principais patologias traumáticas, degenerativas, tumorais, congênitas, infecciosas, metabólicas etc., que acometem o
sistema esquelético. Neste livro, procu-
ramos priorizar os principais conceitos e
princípios que devem ser do conhecimento
do médico-generalista.
Rames Mattar Junior
Foi elaborado o nosso novo vídeo
realçando atividades de pesquisa
e ensino desenvolvidas nos
8 LIMs do IOT.
Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
15
Informe
16
Outubro - Dezembro 2009
DATA
29 e 30/01
05 e 06/02
09/02 a Dez
25 a 27/02
26 e 27/03
09 e 10/04
15 e 17/04
21 a 24/04
07 e 08/05
13 a 15/05
PÚBLICO ALVO
TEMA
Curso Interinstitucional de Trauma em Membros Superiores
Médicos
Prof. Rames Mattar Junior e Dr. Jorge dos Santos Silva
Curso de Coluna - Dr. Alexandre Fogaça Cristante
Médicos
Curso de Fisiologia - todas as 3ªs. feiras das 19h às 23h
Profissionais
Profª Drª Julia Maria D'Andréa Greve
da Saúde
IX Curso de Cirurgia do Ombro e Cotovelo - Curso a ser realizado
SBOT
pela SBOT
II Curso Interinstiticional de Cirurgia da Coluna Vertebral
Médicos
Dr. Alexandre Fogaça Cristante - Centro de Convenções Rebouças
Congresso Combinado de Cirurgia de Quadril - Universidade de
Médicos
São Paulo (Brasil) e Universidade de Toulouse (França) - Prof.
Alberto Tesconi Croci e Dr. José Ricardo Negreiros Vicente
Congresso Internacional de Osteossíntese Endomedular e Jornada
SBOT
de Reabilitação do Paciente Traumatizado - Curso a ser realizado
pela SBOT
VI Congresso Brasileiro de Oncologia Ortopédica - Curso a ser
SBOT
realizado pela SBOT
Curso Teórico de Artroscopia - Dr. José Ricardo Pécora
Médicos
30º Congresso Brasileiro de Cirurgia da Mão - Curso a ser
SBOT
realizado pela SBOT
Programação 2010
CURSOS PROGRAMADOS
2010
Caros ex-estagiários do IOT.
Estamos resgatando os nomes e endereços atualizados, já
com vistas ao nosso próximo CIOT. Pretendemos priorizar
neste próximo encontro atividades científicas e esportivas
com a participação efetiva de todos vocês.
Enviem com brevidade seus dados.
Abraço,
Prof. Olavo Pires de Camargo
Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
17
Programação 2010
CURSOS PROGRAMADOS 2010
DATA
13 a 15/05
20 a 22/05
10 a 12/06
16 a 20/06
17 a 19/06
22 a 23/07
17 e 20/08
24 e 25/09
13 e 15/11
TEMA
VIII Congresso Brasileiro de Cirurgia do Ombro e Cotovelo Curso a ser realizado pela SBOT
16º Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico - Curso a ser
realizado pela SBOT
23º COTESP - Congresso de Ortopedia e Traumatologia do Estado
de São Paulo - Curso a ser realizado pela SBOT
IX Congresso Bras. de Ortopedia Pediátrica e V Cong. Latino
Americano de Ortop. Pediátrica - Curso a ser realizado pela SBOT
PÚBLICO ALVO
SBOT
VII Congresso Gaúcho de Ortopedia e Traumatologia do RS
Curso a ser realizado pela SBOT
II COMINCO - Congresso Brasileiro de Cirurgia e Técnicas
Minimamente Invasivas da Coluna Vertebral - Curso a ser
realizado pela SBOT
VI Congresso Latino Americano de Órgãos Artificiais e Biomateriais (COLAOB 2010) - Curso a ser realizado pela SBOT
IV Jornada de Ortopedia e Traumatologia de São José do Rio
Preto - Curso a ser realizado pela SBOT
42º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia - CBOT
Curso a ser realizado pela SBOT
SBOT
SBOT
SBOT
SBOT
SBOT
SBOT
SBOT
SBOT
Maiores informações: Centro de Estudos Godoy Moreira - CEGOM
Telefone: (11) 3086-4106 • FAX: (11) 3086-4105 • E-mail: [email protected]
FICHA CADASTRAL
18
Outubro - Dezembro 2009
O Departamento de Ortopedia e Traumatologia reúne-se semanalmente as
6ªs feiras das 10 às 11h. Nestas reuniões são apresentados temas da
especialidade e discutidos casos clínicos e cirúrgicos.
Janeiro
08.
15.
22.
29.
Reconstrução
Diagnóstico/Imagem
Banco de Tecidos
Enfermagem /
Diretoria Executiva
Fevereiro
05.
12.
19.
26.
Abril
09.
16.
23.
30.
02.
16.
23.
30.
01.
08.
15.
22.
Traumatologia
Joelho
Lab. de Investig. Médica
Amputados / Prótese
Março
Coluna Cervical
Ortopedia Pediátrica
Ombro/Cotovelo
Neuro-Ortopedia
05. Cirurgia da Mão
12. Oncologia Ortopédica
19. Comissão de Infecção
Hospitalar
26. Coluna Lombar
Maio
07.
14.
21.
28.
Junho
Deformidades Vertebrais
Microcirurgia
Artroplastia
Quadril
Julho
Agosto
Ombro/Cotovelo
Coluna Cervical
Cirurgia da Mão
Oncologia Ortopédica
06. Med. Física e Reabilitação
13. Amputados / Prótese
20. Mestrado e Doutorado
(1º semestre)
27. Coluna Lombar
Outubro
Novembro
Traumatologia
Ortopedia Pediátrica
Medicina do Esporte
Artroplastia
Programação 2010
Reuniões Clínicas, Atualização
e Revisão de Temas
11. Trauma Raquimedular
18. Medicina do Esporte
25. Pé Adulto
Setembro
05. Trauma Raquimedular
12. Geriatria/Osteoporose/
Reumatologia
19. Joelho
26. Pé Adulto
03.
10.
17.
24.
Microcirurgia
Deformidades Vertebrais
Quadril
Neuro-Ortopedia
Dezembro
03. Mestrado e Doutorado
(2º semestre)
10. Hospital Universitário
Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
19
Download