Felizes os puros de coração

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Felizes
os puros de
coração, porque
verão a Deus. Mt 5, 8
6º
subsídio
Jovens Peregrinos,
A cada dia estamos mais próximos de
viver o período intenso das experiências Magis,
tanto no Brasil quanto na Polônia. Mas, de certa
forma, nossa peregrinação começou desde sua
preparação! Já estamos nos organizando, em
nossas casas, nos nossos trabalhos e estudos,
buscando os meios que nos possibilitem viver
a experiência de encontrar com Deus e com o
próximo, desejando cada vez mais ter consciência
de onde vamos e a que vamos. Em diversos
lugares, muitas pessoas se preparam para nos
acolher, a fim de contribuir para a nossa aventura
humana e espiritual. Somos esperados por muitos!
Somos esperados por Deus!
Em comunhão com toda a Igreja, seguimos
nossa peregrinação espiritual descobrindo a
novidade profética das bem-aventuranças. Somos
convidados a nos lançarmos com coragem na
busca da felicidade verdadeira. O Papa Francisco
nos provoca, com suas palavras, dizendo que essa
busca “é comum a todas as pessoas de todos os
tempos e de todas as idades. Deus colocou no
coração de cada homem e de cada mulher
um desejo irreprimível de felicidade, de
plenitude. Porventura não sentis que o vosso
coração está inquieto buscando sem cessar um
bem que possa saciar a sua sede de infinito?”
(Mensagem do Papa Francisco para a XXX Jornada
Mundial da Juventude).
Nesse novo passo, queremos contemplar,
refletir e saborear a Boa-Nova anunciada por
Jesus, escutando com atenção sua proclamação:
“Felizes os puros de coração, porque verão a
Deus” (Mt 5, 8). Imaginemos quão maravilhoso
é contemplar a face de Deus! Pensemos como
nossos corações se dispõem a ver o próprio rosto
de Deus! Como nossos olhos encontram os olhos
do Criador através do Filho e também através de
cada ser humano! Mas o que é preciso ao coração
para ver a face Deus?
Na tradição bíblica, já em Gênesis,
contemplamos a experiência da perfeita
comunhão do homem com Deus e com toda
a criação. Deus revelava Sua face, mostravanos Seu rosto. “O livre acesso a Deus, à sua
intimidade e visão estava presente no projeto
de Deus para a humanidade desde as suas
origens e fazia com que a luz divina permeasse
de verdade e transparência todas as relações
humanas. Neste estado de pureza original, não
existiam ‘máscaras’, subterfúgios, motivos para se
esconderem uns dos outros. Tudo era puro e claro.”
(Mensagem do Para Francisco para a XXX Jornada
Mundial da Juventude).
Contudo, ao ceder à tentação e quebrar
a relação de confiante comunhão com Deus,
fomos nós quem primeiro nos escondemos
da face do Senhor (Gn 3, 7-8). Conscientes da
ambiguidade dos nossos desejos, reconhecemonos necessitados da graça de Deus, suplicando
com o salmista: “Deus tenha misericórdia de nós
e nos abençoe; e faça resplandecer o Seu rosto
sobre nós” (Sl 67, 1-2).
Em sua misericórdia, Deus ouve o nosso
clamor e vem em nosso socorro. Pela encarnação
do Filho, somos reconciliados com Ele. Jesus
assume a nossa humanidade, assume o nosso
rosto, e nos dá nova esperança. Em Jesus, Deus
novamente dá à humanidade a oportunidade
de contemplar a Sua face: “Quem vê a mim vê o
Pai” (Jo 14, 9). Rosto que, profeticamente, também
é revelado nos mais excluídos (Mt 25, 31-46).
Sabemos que a imagem do coração ocupa
um lugar de destaque na cultura hebraica, pois
é símbolo da totalidade e unidade, o centro dos
sentimentos, pensamentos e intenções da pessoa
humana. Jesus, assim como o Pai, não olha
para as aparências, não se condiciona pelos
preconceitos, não se limita pela tradição, mas
olha para o coração de cada pessoa. Diante de
uma prática religiosa marcada por uma pureza
externa, Jesus anuncia a necessidade de conversão
do coração. “Eu lhes darei um só coração e
infundirei neles um espírito novo. Extrairei do seu
corpo o coração de pedra e lhes darei um coração
de carne” (Ez 11, 19). Desejemos um coração de
carne, apaixonado pelo Reino, e não um coração
de pedra, frio e insensível à realidade! São os puros
de coração que verão a Deus.
Santo Inácio de Loyola era um homem muito
atento aos movimentos do coração humano.
Com os Exercícios Espirituais, Inácio propôs
que cada pessoa ordenasse seus afetos para a
maior glória de Deus. Através de uma experiência
profunda e transformadora de oração, cada um
de nós, pela graça de Deus, somos chamados a
libertar nossos corações de tudo aquilo que nos
impede de viver nossa plena felicidade, para nos
dispormos a mais amar e servir a Deus. Como
fruto da experiência dos Exercícios, esperamos
que cada pessoa saia com o coração inflamado,
sensível e misericordioso.
Está em nossas mãos a responsabilidade de
cuidarmos do nosso coração. É do coração que
provêm as coisas que mancham o ser humano,
que destroem as relações de comunhão com Deus,
com o semelhante e com a criação (Cf. Mt 15, 19).
É também do coração que provêm os gestos mais
humanos, mais corajosos e mais misericordiosos,
de semear a vida na acolhida do próximo. Através do
encontro de corações é possível a cada peregrino
contemplar o rosto de Deus.
Sugestões de textos bíblicos
para oração pessoal:
- Sl 51 (50)
Criai em mim um coração que seja puro.
- Mt 15, 1-20
Não é o que entra, mas o que sai pela boca do
homem é que o torna impuro.
Pedido de graça:
Dai-me, Senhor, a graça da pureza de coração
para contemplar vosso rosto revelado em Jesus.
Oração preparatória:
Ensina-nos, Senhor, a servir-te como mereces:
A dar sem contar o preço,
A lutar sem contar as feridas,
A trabalhar sem buscar descanso,
A doar sem pedir recompensa
Exceto o saber que fazemos tua vontade.
Texto:
Alex Palmer, Davi Caixeta e Marcos Venturini.
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