RENATA GONÇALVES CARVALHO RELATO DE CASO: MELANOMA PRIMÁRIO DE VAGINA Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Comissão de Residência Médica do Hospital do Servidor Público Municipal, para obter o título de Residência Médica Área: Ginecologia e Obstetricía Orientadora: Profa. Dra. Andressa Severino Melina Teixeira São Paulo 2014 RENATA GONÇALVES CARVALHO RELATO DE CASO: MELANOMA PRIMÁRIO DE VAGINA Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Comissão de Residência Médica do Hospital do Servidor Público Municipal, para obter o título de Residência Médica Área: Ginecologia e Obstetricía Orientadora: Profa. Dra. Andressa Severino Melina Teixeira São Paulo 2014 Carvalho, Renata Gonçalves Relato de caso: Melanoma primário de vagina/Renata Gonçalves Carvalho, 2014. 22 f.: il. Orientador : Drª Andressa Severino Melina Teixeira. Trabalho de conclusão de Curso apresentado à Comissão de Residência Médica do Hospital do Servidor Publico Municipal de São Paulo, para obter o título de Residência Médica , na área de Ginecologia e Obstetrícia, São Paulo, 2014. 1.Melanoma 2. Câncer ginecológico 3. Vagina I.Hospital do Servidor Publico Municipal. II. Título. RESUMO Relato de caso de paciente de 51 anos com diagnóstico de melanoma primário de vagina atendida no Hospital do Servidor Publico Municipal de São Paulo no ano de 2013 O tratamento cirúrgico inicial foi a ressecção de mucosa de parede vaginal posterior em terço inferior de vagina, com margens livres de doença e sem pesquisa de linfonodo sentinela. Na sequencia encaminhada para equipe de oncologia e dermatologia do mesmo serviço, não sendo realizada nenhuma terapia adjuvante. Paciente acompanhada com exames laboratoriais e de imagem a cada 3 meses. Durante o acompanhamento foi realizada a exerese de lesão recidivante em parede vaginal esquerda. Após nova abordagem cirúrgica realizado PET/CT de corpo inteiro, onde foram evidenciados nódulos à distancia em região de linfonodos inguinais, glândula adrenal e útero. Paciente então encaminhada para hospital de referência para tratamento do câncer, ICESP( Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), devido a gravidade do caso. Paciente segue em tratamento ambulatorial no HSPM para acompanhamento do desfecho do caso. Palavras Chave: Melanoma, Vagina, Câncer Ginecológico ABSTRACT Case report of a patient 51 years old diagnosed with primary melanoma of the vagina treated at the Hospital Municipal Public Servant of São Paulo in the year 2013 Initial surgical treatment was local resection with free margins disease without research sentinel node. In the sequel referred to dermatology and oncology team of the same service, no adjuvant therapy being performed. Patient accompanied by laboratory tests and imaging studies every 3 months. During the monitoring a new resection was made in a recurrent lesion wich appeared in the left wall of vaginal. After new surgical approach, performed SPET / CT whole body, where distance nodules were seen in the region of the inguinal lymph nodes, adrenal gland and uterus. Patient then referred to a referral hospital for cancer treatment, ICESP (Institute of Cancer of São Paulo), due to the severity of the case and lack of resources available at the hospital where the diagnosis was made. Patient keeps in treatment, and is still in ambulatorial treatment in HSPM until de end of the case. Key Words: Melanoma, Vagina, Gynecologic Cancer SUMÁRIO RESUMO-------------------------------------------------------------------------------------------iii ABSTRACT----------------------------------------------------------------------------------------iv RELATO DE CASO------------------------------------------------------------------------------1 DISCUSSÃO --------------------------------------------------------------------------------------6 CONCLUSÃO----------------------------------------------------------------------------------------12 ANEXOS I-----------------------------------------------------------------------------------------------------13 II----------------------------------------------------------------------------------------------------14 III----------------------------------------------------------------------------------------------------15 REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------------16 RELATO DE CASO I.N.S.F. 51 anos , natural e procedente de São Paulo, apresentando queixa de sangramento genital contínuo há 2 meses, associado à sensação de bola na vagina em sua primeira consulta no Hospital do Servidor Publico Municipal em 11 de novembro de 2013. Tem como antecedente pessoal nódulo tireoidiano, tratado com hemitireoidectomia há 3 anos. Nega outras patologias e alergias. Em seu histórico ginecológico teve menarca aos onze anos, sexarca aos dezoito anos, três gestações, sendo dois partos normais e uma cesariana. Submeteu-se à laqueadura como método anticonceptivo definitivo. Apresenta em seus antecedentes familiares, hipertensão arterial crônica e diabetes mellitus, ambas de referência paterna. Nega qualquer histórico de câncer familiar. Ao exame físico, paciente estava em um bom estado geral, corada, normotensa, eupneica e afebril. Ao exame ginecológico observou-se uma massa cerebroide pediculada em terço distal de parede posterior da vagina com aproximadamente 4,5 cm de diâmetro em seu maior eixo, tecido friável e sangrante , associado á odor fétido. Ao exame especular, colo epitelizado sem lesões com orifício em fenda, conteúdo vaginal sanguinolento, demais paredes vaginais sem alterações. Ao toque vaginal útero intrapélvico em anteverso flexão, colo fibroelástico, indolor à mobilização, anexos não palpáveis , paredes vaginais laterais e anterior, sem abaulamentos, retrações ou endurecimentos. Ao toque retal ausência de espessamentos, e mucosa íntegra. Realizada bíopsia excisional no dia 12/11/2014. Laudo anatomopatológico teve com resultado de melanoma nodular, polipoide de vagina, nível Clark IV, espessura Breslow: 1,1 cm , margens profundas comprometidas. Realizada ampliação de margem dia 06/01/2014, laudo anatomo-patológico com margens livres de doença. Painel imuno-histoquimico: AE1 e AE2 1 negativos, HMB45 positivo, Ki 67 positivo em 5% das células neoplásicas, Melan A positivo. Paciente encaminhada à equipe de Dermatologia da mesma instituição para avaliação e exclusão de outro sítio primário. Exame dermatoscópico normal. Realizado em conjunto estadiamento da doença com: tomografias de abdômen, pelve e crânio, sem achados. Paciente também referenciada para equipe de Oncologia Clínica para segmento em conjunto. Optado pela não realização de quimioterapia e radioterapia adjuvante. A conduta foi de vigilância a cada 3 meses pelas equipes, com exames físico e ginecológico, além de exames de imagem. Em 12/05/2014 em consulta de seguimento, ao exame ginecológico detectou-se mancha café com leite de aproximadamente 2 cm de extensão em parede vaginal esquerda. Realizada biopsia no local, laudo de anatomopatológico: melanoma in-situ de epitélio vaginal. Exames de imagem de junho de 2014 sem alterações. Indicado novo procedimento cirúrgico para dia 30/06/2014. Realizada nova exerese em parede vaginal esquerda medindo cerca de 1cm no maior eixo com resultado de anatomo-patológico: melanoma in situ de epitélio vaginal, com margens livres de doença. Caso novamente discutido com a equipe de oncologia clínica que sugere realização de Pet Scan. Radioterapia e quimioterapia foram descartadas, pois primeiro procedimento cirúrgico ocorreu há mais de 6 meses da nova discussão. Exame realizado dia 08/08/2014, resultado: hipermetabolismo glicolítico acentuado em nódulo solido 5,3x 2,8 cm na adrenal esquerda, suspeito para tecido neoplásico em atividade. Hipermetabolismo glicolítico em linfonodos na cadeia ilíaca externa esquerda, o maior medindo 1,7cm , alguns com centro hipoatenuante, de aspecto inespecífico, considerar comprometimento linfonodal secundário. 2 Paciente encaminhada para ICESP (Instituto do Câncer o Estado de São Paulo) pela equipe da oncologia clínica deste serviço para suporte oncológico com imunoterapia não disponível no HSPM. Fonte: acervo autor Figura1 Lesão inicial, foto pré procedimento. 3 Fonte : acervo autor Figura 2: foto da peça ressecada no primeiro procedimento 4 Fonte: acervo do autor Figura 3: foto da recidiva local em parede vaginal antero lateral esquerda 5 DISCUSSÃO Este relato tem por objetivo descrever o tratamento oferecido para paciente portadora de melanoma de vagina tratada no HSPM. As condutas utilizadas foram baseadas na literatura atual. O melanoma vaginal é uma doença genital rara, pois representa 1-2% 1 das patologias malignas de vagina , e 0,3% de todos os tipos de melanoma. 2,3 Tem sua maior incidência entre a sexta e a sétima década de vida 6. prevalente em caucasianas . É mais Não tem relação com exposição solar como no 5. melanoma cutâneo O melanoma de vagina pode se apresentar como: lesão pigmentada, nódulo sólido, ou pólipo em 44% dos casos. Outros sintomas relatados são: sangramento genital 31%, prurido 18%, e menos frequentemente dor e 7 corrimento . Em 58% ocorre no terço distal da vagina e 45% na parede anterior. 1 O diagnóstico é realizado através do estudo imuno-histológico da lesão. Alguns marcadores como Melan-A, HMB-45, S-100 podem estar presentes, associados a altos índices mitóticos avaliados através do Ki67. A disseminação do melanoma ocorre por contiguidade: uretra, colo do útero, ânus; pela via linfática: cadeia inguinal superficial e secundariamente profunda; e hematogênica acometendo: pulmões, fígado, cérebro e ossos, na respectiva ordem. Em alguns casos podem atingir miocárdio, rins, estomâgo, linfonodos retroperitonias e glândulas supra renais como ocorrido no caso em questão. Atualmente o estádio cirúrgico é estabelecido pela escala de Tabela1,2 Breslow(espessura) e Clark (nivel de invasão) amplamente utilizada para melanoma cutâneo, porém é insuficiente pois não leva em consideração o tamanho inicial do tumor, e não consegue avaliar todos os aspectos em conjuntos: tamanho, espessura, nível de invasão, tipo de disseminação, a existência ou não de tumoração em uma classificação única. 6 Tabela 1: Escala de Breslow ________________________________________________________________ Estagio Espessura __________________________________________________________ Estagio 1 < ou = 0,75 mm Estagio 2 0,75mm – 1,5mm Estagio 3 1,51mm – 2,25mm Estagio 4 2,26mm – 3,0mm Estagio 5 > 3,0mm _________________________________________________________ Fonte: British Association of Dermatologist Guidelines 2002 Tabela 2: Nível de invasão de Clark __________________________________________________________ Nivel Invasão __________________________________________________________ Nivel 1 melanoma restrito à epiderme (melanoma in situ) Nivel 2 derme papilar Nivel 3 junção entre derme papilar e derme reticular Nivel 4 derme reticular Nivel 5 subcutâneo __________________________________________________________ Fonte: British Association of Dermatologist Guidelines 2002 Com o intuito de agregar os dados contidos na escala de Breslow e Clark o American Joint Committee on Cancer Melanoma (AJCC) em 2002 prôpos um novo Tabela3,4 estadiamento cirúrgico para melanoma de vulva . O que 7 Anexo3 permitiu Piura e col em 2008 estabelecer um tratamento padronizado específico para o melanoma, anteriormente se utilizava a conduta cirúrgica para carcinoma espinocelular. Ainda não existem estudos consistentes que concluam ser praticável o mesmo tratamento para o melanoma de vagina, pois o comportamento da doença vaginal é mais agressiva e com resposta terapêutica pior. Portanto não há classificação própria para melanoma de vagina, que permita se estabelecer um tratamento consensual. Tabela 3: Classificação TNM para Melanoma Maligno __________________________________________________________ Categoria T(Tumor primário) __________________________________________________________ Tx- Impossível de avaliar T0 -Sem evidência de tumor Tis -Intra-epitelial (in situ) T1- ≤1,0 mm de espessura: T1a Níveis II ou III de Clark, sem ulceração T1b Níveis IV or V de Clark ou com ulceração T2- 1,01-2,0 mm de espessura: T2a sem ulceração T2b com ulceração T3- 2,01–4,0 mm de espessura: T3a sem ulceração T3b com ulceração T4- >4,0 mm de espessura: T4a sem ulceração T4b com ulceração ._____________________________________________________________ Categoria N (Gânglios Regionais) _____________________________________________________________ Nx- Impossível de avaliar N0 -Ausência de metástases nos gânglios regionais N1- Um gânglio regional invadido: N1a Invasão microscópica N1b Invasão macroscópica N2 - Dois ou três gânglios regionais invadidos ou metástases intra-linfáticas: N2a Invasão microscópica 8 N2b Invasão macroscópica N2c Metástases intra-linfáticas sem invasão nodular ganglionar N3- Quatro ou mais gânglios regionais invadidos ou gânglios conglomerados ou combinação de invasão ganglionar e metástases intra-linfáticas ___________________________________________________________ Categoria M (Metástase à distância) ___________________________________________________________ Mx- Impossíveis de avaliar M0Ausência de metástases à distância M1-Metástases à distância: M1a Pele, tecido sub-cutâneo ou gânglios linfáticos M1b Pulmão M1c Outros órgãos ou qualquer local associado a DHL sérica aumentada ____________________________________________________________ Fonte : AJCC 2002 Tabela 4: Estadiamento _____________________________________________________________ 0 -Tis, N0, M0 IA- T1a, N0, M0 IB- T1b, N0, M0; T2a, N0, M0 IIA- T2b, N0, M0; T3a, N0, M0 IIB- T3b, N0, M0; T4a, N0, M0 IIC- T4b, N0, M0 IIIA- T1–4a, N1a, M0; T1–4a, N2a, M0 IIIB- T1–4b, N1a, M0; T1–4b, N2a, M0; T1–4a, N1b,M0; T1–4a, N2b, M0; T1–4a/b, N2c, M0 IIIC- T1–4b, N1b, M0; T1–4b, N2b, M0; qualquer T, N3, M0 IV- Qualquer T, qualquer N, M1 _______________________________________________________________ Fonte: AJCC 2002 9 O único consenso é o tratamento cirúrgico, porém ainda há discussão sobre extensão da ressecção, a realização de linfadenectomia inguinal, bem como pesquisa de linfonodo sentinela. Chung e col. em um estudo de 2005 com 19 casos concluiu que cirurgias radicais associadas à linfadenectomia inguinal são a melhor proposta terapêutica. Outrossim, provocam queda significativa da qualidade de vida do ponto de vista funcional e psicológico, devido às grandes deformidades 4,6,8 . Outros dois autores no mesmo ano defenderam a realização de procedimento cirúrgico com ressecção local com margens livres de doença e associado à radioterapia, obtendo melhor controle local da doença e melhor resposta à radioterapia. Porém o a sobrevida global não foi alterada 10,11 . A linfadenectomia não tem seu papel claro, pois quando realizada não interfere no prognóstico final, e a via linfática de disseminação é mais rara se comparada com a via hematogênica. A pesquisa de linfonodo sentinela é discutida em uma revisão de literatura feita por Ambrova e col, neste estudo seis pacientes portadores de melanoma vulvar ou vaginal, tiveram sucesso ao identificar o linfonodo sentinela na região inguinal, após administração de Tecnécio 99. Nenhum dos casos os linfonodos estavam comprometidos com a doença. Este procedimento é menos invasivo e com menor morbidade, se mostrando uma boa ferramenta para ajudar na determinação da estratégia terapêutica. Tratamentos como radioterapia ou quimioterapia isolados são reservados para casos em que o tumor inicial é muito extenso. Existem estudos com imunoterápicos e interferon alfa demonstrando benefícios quando administrados em pacientes considerados de alto risco ( altos índices mitóticos, ulceração e tumores primários maiores que 3 cm). Porém são estudos com poucos casos. Não há dados consistentes sobre a eficácia em relação às 9,10 metástases à distancia. Os fatores importantes para o prognóstico são o tamanho inicial da lesão, raça, idade, disseminação inguinal. Estudos demonstram que tumores < 3 cm tem uma sobrevida livre de doença maior 4,6,7. e raça caucasiana tende a ser mais agressiva. Porém nenhum interfere no aumento da sobrevida em 5 anos de doença. O prognóstico de sobrevida em 5 anos é de 41 meses para 6, lesões menores que 3 cm e de 12 meses para lesões maiores . 10 O acompanhamento pós cirúrgico preconizado é trimestral durante 1 ano no estádio IA. No IB, II e IIIA acompanhamento trimestral por 3 anos. Rastreamento semestral até o quinto ano no estádio IA-IIIA. Nos estádios IIIB, IIIC e IV com doença ressecada, sugere-se manter uma avaliação anual adicional até os 10anos e as doentes com tumores não ressecáveis devem ser 7 avaliadas de acordo com as necessidades individuais. 11 CONCLUSÃO Existem poucos estudos com grande número de casos na literatura, o que dificulta se estabelecer uma conduta padrão para tratamento de paciente com melanoma de vagina. 12 ANEXO 1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO A senhora está sendo convidada a participar como voluntário da pesquisa tipo relato de caso ”Relato de caso: Melanoma primário de Vagina”. Após ser esclarecida sobre as informações a seguir e aceite fazer parte deste estudo, assine ao final deste documento em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. 1) A divulgação desse caso, que trata de doença pouco comum e esclarecida pela Medicina, poderá resultar em benefício para outros portadores de doença semelhante; 2) O trabalho não tratará de vida pessoal da senhora; 3) Os pesquisadores estarão a sua disposição, a qualquer momento, para discutir as dívidas que a senhora possa ter a respeito deste estudo e sua participação: - Renata Gonçalves Carvalho (11) 99950-9766 4) A senhora não terá seu nome identificado no trabalho; 5) A senhora ou responsável a qualquer momento poderá cancelar a divulgação do relato de caso, que deverá ser notificada por escrito ao pesquisador pelo sujeito da pesquisa ou por seu responsável, sem penalização alguma e sem prejuízo à assistência prestada; 6) A senhora e seus responsáveis não receberão nenhum pagamento pela divulgação do trabalho; 7) O relato de caso deverá receber aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa- CEP do Hospital do Servidor Público Municipal, antes de qualquer tipo de divulgação; Eu, -------------------------------------------------------------autorizo a divulgação de informações a respeito da doença e de seu tratamento para exclusiva finalidade educacional e científica, bem como a utilização da respectiva documentação médica , incluindo filmes e fotografias, para as mesmas finalidades São Paulo, ---- de -----------------------de Assinatura do paciente /responsável 13 ANEXO 2 Este relato de caso foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital do Servidor Municipal de São Paulo através do protocolo número: 116/2014º no dia 28 de julho de 2014. 14 ANEXO 3 Quadro 1:Conduta terapêutica proposta por Piura ______________________________________________________________ Estádio 0-IA: Excisão local alargada com margens de segurança laterais de 1 cm e margem livre em 1 cm de profundidade. Considerar Biopsia Gânglio Sentinela (BGS) perante gânglios regionais palpáveis ou detectados por imagem (ecograia, TAC, RMN ou PET). Se a pesquisa for negativa, nenhum procedimento adicional é necessário; se positiva, o tumor passa para o estádio III e é tratado como tal. Estádio IB–IIA: Excisão local alargada com margens de segurança laterais de 2 cm e margem livre de 2 cm em profundidade, associada a BGS bilateral. Se a pesquisa for negativa, nenhum procedimento adicional é necessário; se positiva, o tumor passa para o estádio III e é tratado como tal. Estádio IIB–IIC: Excisão local alargada com margens de segurança laterais > 2 cm e margem livre de >2 cm em profundidade, associada a BGS bilateral. Se a pesquisa for negativa, a excisão local alargada isolada pode ser suiciente; contudo considerar linfadenectomia inguinal completa. Se positiva, o tumor passa para o estádio III e é tratado como tal. Estádio III:Excisão local alargada conforme recomendada para os estádios I e II, ou cirurgia loco-regional mais extensa. Se apenas a BGS ipsilateral for positiva e o tumor primário tiver localização lateral na vulva (grande ou pequeno lábio ou fúrcula), considerar linfadenectomia inguinal unilateral. Se a BGS for bilateralmente positiva ou o tumor primário tiver localização central (ex:clitóris), deve ser realizada linfadenectomia inguinal bilateral. A radioterapia pélvica e inguinal adjuvante deve ser equacionada em função do número de gânglios inguinais envolvidos, da sua lateralidade (uni ou bilateral) e tipo (micro ou macrometástases). Considerar quimioterapia e bioterapia. Estádio IV: Excisão local alargada conforme recomendada para os estádios I e II, ou cirurgia loco-regional mais extensa. Considerar BGS ou linfadenectomia inguinal completa (ou ambas). Considerar radioterapia, quimioterapia, bioterapia e ressecção de lesões metastáticas _______________________________________________________________ Fonte: Piura e col 2008 15 REFERÊNCIAS 1- Alvares CU, Nakamura CL, Berrocal AY et AL. Melanoma de Vagina. Revista Peruana de Ginecologia e Obstetricía, 2006;52(4);65-67. 2- Laufe, Leonard E. Md., Facog, Bernstein, Edward D. Md, Primary Malignant Melanoma of the Vagina, American College of Obstetricians and Gynecologists,1971;37(1);155-157. 3- Boel RO, Hemming J B, Rutqvist LE and Ringborg U. Malignant melanoma of the vulva and vagina. Trends in incidence, age distribution, and longterm survival among 245 consecutive cases in Sweden 1960– 1984,Cancer, 1993;75(3);1893-1897. 4- Chung AF, CaseyMJ, Flannery J, Woodruf JM, LewisJLJ , Malignant Melanoma of the Vagina-Report of 19 Cases, American College of Obstetricians and Gynecologists,1980;55(6);716-719. 5- Urzal C, Rocha M, Sousa R, et al. Primary Malignant Melanoma of The Vulva. 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