Residência Médica 2017 1 CARDIOLOGIA E CANCEROLOGIA 01. O movimento das cúspides da valva mitral e aórtica na fase isovolumétrica depende a) b) c) d) e) da variação de volume na fase isovolumétrica. do movimento da massa de sangue na câmara ventricular. na fase isovolumétrica não há movimento do sangue. da variação de pressão na câmara ventricular que fecha a valva aórtica e abre a valva mitral. da variação de pressão na câmara ventricular que fecha a valva mitral e abre a valva aórtica. 02. São causas de pulso paradoxal, exceto: a) b) c) d) e) estenose mitral. embolia pulmonar. tamponamento cardíaco. pericardite constritiva. asma grave. 03. São contraindicações para o uso de IECA a) potássio sérico > 5,5 mEq/l, creatinina sérica >3 mg/dl, DPOC. b) creatinina sérica ≥3,0 mg/dl, estenose de artéria renal bilateral, hipotensão arterial sistêmica sintomática. c) estenose aórtica grave, doença arterial periférica, asma com broncoespasmo e tosse. d) estenose de artéria renal de rim único, hipotensão arterial sistêmica sintomática e estenose mitral grave. e) gestante, DPOC, creatinina sérica > 3,0 mg/dl. 04. Em relação aos sinais e sintomas, qual das opções não é pertinente à estenose aórtica? a) b) c) d) e) Pulsus tardus e parvus. Síndrome de Adams-Stockes. Pistol shot. Sopro em diamante. Hipofonese de B2 em foco aórtico. 05. Obrigatoriamente deve-se suspender o uso da aspirina antes de quais cirurgias? a) b) c) d) e) Ressecção de tumores e neurocirurgia. Lobectotomia pulmonar e prostatectomia. Aterectomia de artérias carótidas e neurocirurgia. Prostatectomia por via transuretral e neurocirurgia. Hepatectomia e neurocirurgia. 06. Qual é o principal mecanismo desencadeante das arritmias no infarto agudo no miocárdio? a) b) c) d) e) Reentrada, resultado da instabilidade da membrana da célula isquêmica. Aumento do automatismo das células musculares cardíacas. Aumento da atividade do SNA. Aumento da atividade simpática aferente. Presença de substâncias toxicas como lactato e potássio. 07. Qual das seguintes afirmações referentes ao cateterismo cardíaco é verdadeira? a) O risco de uma complicação grave decorrente do cateterismo cardíaco é de 2% a 2,5%. b) A incidência de nefrotoxicidade induzida por contraste em pacientes com disfunção renal diminui com a administração intravenosa de manitol antes e depois do procedimento. RM2017 2 2017 Residência Médica c) Contrastes não iônicos de alta osmolaridade mostram menor incidência de reações hemodinâmicas comparados aos contrastes iônicos de baixa osmolaridade. d) O diâmetro externo do cateter é medido em unidade French (F) que equivale a 0,33 mm. e) A cateterização cardíaca retrógrada do lado esquerdo geralmente é um procedimento seguro em pacientes com próteses valvares aórticas de disco basculante. 08. Qual das seguintes afirmações sobre as formas de ondas venosas jugulares é verdadeira? a) O sinal de Kussmaul é patognomônico de pericardite constritiva. b) A onda C é um reflexo da diástole ventricular e se torna visível em pacientes com disfunção diastólica. c) O colapso X é menos proeminente que o colapso y no tamponamento cardíaco. d) Declínios fásicos na pressão venosa (os colapsos X e Y) são tipicamente mais proeminentes à visão que as ondas de pressão positiva (as ondas A, C e U). e) As ondas A em canhão indicam atraso de condução interventricular. 09. Qual dos seguintes pacientes tem a menor probabilidade de ter uma causa cardíaca para o recente início de sua dispneia? a) Um homem ativo de 54 anos de idade com valva aórtica bicúspide congênita que recentemente notou dispneia ao realizar longas caminhadas. b) Uma mulher de 70 anos de idade que sofreu um infarto do miocárdio anterior há 1 ano com uma fração de ejeção ventricular esquerda de 50% naquele momento. Ela não teve angina recorrente, mas notou dispneia durante suas tarefas domésticas habituais nos últimos 2 meses. c) Uma mulher de 46 anos, com história de estenose reumática mitral assintomática, que recentemente notou palpitações irregulares e dispneia ao subir escadas. d) Uma mulher de 38 anos com defeito septal atrial tipo ostium secundum previamente assintomático, agora grávida de 8 meses, que notou dispneia durante sua habitual aula de aeróbica de baixo impacto semanal. e) Um homem de 22 anos de idade com trissomia do 21 e um sopro cardíaco que descreveu dispneia ao carregar pacotes do mercado nos últimos 3 meses. 10. Cada um dos seguintes achados durante um teste com exercício está associado à doença arterial coronariana de múltiplos vasos (ou tronco de coronária esquerda), exceto: a) b) c) d) e) infradesnivelamento do segmento ST de início precoce. persistência das alterações do segmento ST na fase tardia da recuperação. supradesnivelamento do segmento ST na derivação aVR. taquicardia ventricular sustentada. falha em aumentar a pressão arterial sistólica em pelo menos 10 mmHg. 11. Cada uma das seguintes condições pode resultar em ondas Q eletrocardiográficas significativas na ausência de infarto, exceto: a) b) c) d) e) bloqueio de ramo esquerdo. dilatação ventricular esquerda com rotação posterior do coração. colocação errônea da derivação eletrocardiográfica. acidose metabólica. síndrome de Wolff-Parkinson-White. 12. Um residente de um lar de idosos, de 78 anos de idade, é admitido pelo setor de emergência devido a febre e desorientação. Seu exame físico demonstra estertores bibasais mínimos e nenhuma distensão venosa jugular, sons cardíacos anormais ou edema periférico. O ECG mostra taquicardia sinusal. Resultados laboratoriais alterados incluem leucograma elevado, contagem deplaquetas baixa e tempo de protrombina prolongado. O sedimento urinário contém inúmeros leucócitos polimorfonucleares. Uma consulta de cardiologia é realizada para avaliação da radiografia de tórax que mostrou edema pulmonar. A explicação mais provável para o achado radiográfico do tórax é RM2017 Residência Médica a) b) c) d) e) 2017 3 falência ventricular esquerda. pneumonia pneumocócica. síndrome da angústia respiratória aguda. pneumonia por Gram-negativo. infarto do miocárdio de parede posterior. 13. Todas as afirmações sobre insuficiência cardíaca são verdadeiras, exceto: a) Durante a última década, a incidência e a prevalência de insuficiência cardíaca aumentaram. b) A insuficiência cardíaca ocorre em 10% dos pacientes com idade superior a 75 anos, mas apenas em 1% a 2% de pacientes com idades de 45 a 54 anos. c) Ortopneia é um sintoma específico para o diagnóstico de insuficiência cardíaca. d) Pulso alternante ocorre mais comumente na insuficiência cardíaca sistólica que na diastólica. e) Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada é mais comum em mulheres do que em homens. 14. Sobre bloqueio atrioventricular (AV), assinale a opção incorreta. a) No bloqueio AV de primeiro grau, a intensidade da primeira bulha cardíaca é aumentada. b) A anormalidade de condução no bloqueio cardíaco de segundo grau Mobitz tipo I com duração do complexo QRS normal é quase sempre no nível do nodo AV, proximal ao feixe de His. c) No bloqueio cardíaco de segundo grau Mobitz tipo I típico, o intervalo PR encurta progressivamente sobre batimentos consecutivos, até que um batimento seja interrompido. d) No bloqueio cardíaco de segundo grau Mobitz tipo II, os intervalos PR são constantes antes da onda P não conduzida. e) A frequência do escape ventricular no bloqueio cardíaco completo em geral é < 40 batimentos/min. 15. Todas as afirmações sobre fibrilação atrial (FA) são verdadeiras, exceto: a) A FA desenvolve-se em até 40% dos pacientes após cirurgia cardíaca. b) Pacientes que estiveram em FA por menos de 48 horas geralmente podem ser submetidos a cardioversão de maneira segura, sem a necessidade de anticoagulação prolongada. c) A restauração do ritmo sinusal é superior ao controle crônico da frequência e anticoagulação em pacientes com FA. d) Uma velocidade de resposta ventricular cronicamente rápida na FA pode resultar em deficiência da função sistólica ventricular esquerda. e) A incidência de FA aproximadamente dobra com cada década de vida adulta. 16. Em individuo saudável, durante exercício dinâmico com aumento progressivo de cargas, observa-se a) elevação do consumo de oxigênio do miocárdio, diminuição da resistência vascular periférica e redução da pressão capilar pulmonar. b) aumento da diferença arteriovenosa de oxigênio, elevação da resistência vascular periférica e diminuição do fluxo sanguíneo esplâncnico. c) elevação do consumo de oxigênio miocárdico, redução da resistência vascular periférica e aumento da diferença arteriovenosa. d) redução do percentual do ciclo cardíaco ocupado pela sístole, diminuição da resistência vascular periférica e queda do consumo de oxigênio miocárdico. e) diminuição da diferença arteriovenosa de oxigênio, aumento do percentual do ciclo cardíaco ocupado pela sístole, redução da resistência vascular periférica. 17. Homem de 42 anos é encaminhado para avaliação de sopro sistólico. Seu exame mostra pulsos carotídeos normais, impulso apical proeminente, ruído cardíaco precoce e sopro de intensidade III/VI mesossistólico na base. A respiração não mudou as características desses achados auscultatórios. RM2017 4 2017 Residência Médica Após extrassístole, o sopro aumentou de intensidade. Manobra manual não alterou o sopro sistólico, porém houve aumento da intensidade do sopro após manobra de Valsalva. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável? a) b) c) d) e) Estenose pulmonar congênita. Sopro inocente. Prolapso de Valva Mitral. Miocardiopatia obstrutiva hipertrófica. Valva aórtica bicúspide. 18. Paciente de 35 anos, negra, G4P3A0, chegou à maternidade com gestação de 38 semanas, feto vivo e com boa vitalidade. PA = 160 X 100 mmHg, edema de membros inferiores +++. A fundoscopia mostrou aumento do reflexo dorsal das arteríolas da retina e alguns cruzamentos patológicos com ingurgitamentos venosos moderados. Dentro das várias possibilidades de uma síndrome hipertensiva que acomete uma gestante e com base no exame realizado, trata-se possivelmente de a) b) c) d) e) pré-eclâmpsia pura. hipertensão arterial crônica. hipertensão arterial crônica superajuntada à pré-eclâmpsia. pico de hipertensão arterial por problemas emocionais. hipertensão arterial transitória. 19. Mulher de 62 anos, hipertensa e dislipidêmica, com história de acidente cerebral hemorrágico de cerebelo de pequena monta há 3 meses. Em uso de enalapril e sinvastatina. Deu entrada com quadro de dor retroesternal, sudorese fria, dispneia e hipotensão há 1 hora. Eletrocardiograma demonstra elevação do segmento ST de 3 mm em derivações V1 a V4. A medida terapêutica de escolha no caso é a) b) c) d) e) nitroglicerina venosa. trombolítico venoso. angioplastia primária. balão intra-aórtico. nitrato via oral. 20. Paciente com história de febre reumática, mostrando na radiografia de tórax incidência obliqua, compressão extrínseca na face anterior do terço distal do esôfago, por aumento de câmara cardíaca e na incidência póstero-anterior, elevação do brônquio fonte esquerdo. Essas alterações são altamente sugestivas de a) b) c) d) e) estenose valvar aórtica. insuficiência valvar aórtica. insuficiência valvar mitral. estenose valvar mitral. aneurisma de aorta ascendente. 21. Paciente com diagnóstico de insuficiência cardíaca classe funcional III da NYHA foi internado na sala de emergência com edema agudo de pulmão. Apresentava-se agitado, FC = 92 bpm, PA = 160 X 110 mmHg, ritmo de galope e edema de membros inferiores. Com base nesses dados, assinale a opção correta. a) Deve-se considerar diurético intravenoso e nitroprussiato de sódio. b) Deve-se introduzir betabloqueador, pois é o fármaco que modifica a evolução da remodelação cardíaca. c) A base do tratamento do edema agudo de pulmão é o uso de inibidor da enzima conversora de angiotensina. d) O digitálico está contraindicado em razão da hipoxemia. e) Deve-se utilizar dobutamina em consequência de galope. RM2017 Residência Médica 2017 5 22. São considerados preditores de mau prognóstico na insuficiência cardíaca: a) noradrenalina plasmática diminuída, taquicardia ventricular não sustentada, hiponatremia e classe funcional IV. b) peptídeo natriurético cerebral diminuído, hiponatremia, fração de ejeção inferior a 25% e VO2 max superior a 18 ml/Kg.min. c) noradrenalina plasmática elevada, peptídeo natriurético cerebral elevado, hiponatremia, e VO2 max abaixo de 10 ml/Kg.min. d) classe funcional IV, hipernatremia, débito cardíaco elevado e fibrilação atrial. e) noradrenalina plasmática diminuída, peptídeo natriurético cerebral aumentado e hiponatremia. 23. O medicamento de escolha no tratamento da taquicardia por reentrada nodal é a) b) c) d) e) mexiletina. adenosina. verapamil. digoxina. metoprolol. 24. Em paciente com hipertensão pulmonar secundária à doença pulmonar obstrutiva crônica, qual das prescrições é capaz de reduzir os índices de mortalidade ao promover vasodilatação do território pulmonar? a) b) c) d) e) Nifedipino. Tolazolina. Sildenafila. Oxigênio. Bosentana. 25. O tratamento de emergência da dissecção aórtica aguda não inclui a) b) c) d) e) diminuição da PA sistólica. alívio da dor. aumento da pré-carga para manter o débito. diminuição da velocidade de ejeção do ventrículo esquerdo. uso de betabloqueador injetável. 26. Paciente feminina, 22 anos, apresentou 6 episódios de síncope e alguns de pré-síncope. As síncopes ocorrem sem abalos musculares, sempre na posição ortostática e são precedidas de náuseas e sudorese. Nega taquicardia paroxística ou cardiopatia. Exame físico e eletrocardiograma normais. A causa mais provável de síncope é a) b) c) d) e) taquicardia ventricular. obstrução de artéria carótida. distúrbio labiríntico. neurocardiogênica ou vasovagal. síncope psicogênica. 27. A melhor abordagem para o diagnóstico de síncope descrita anteriormente é a) b) c) d) e) teste de inclinação Tilt Test. duplex scan de carótidas. eletroencefalograma. holter de 24 horas e estudo eletrofisiológico. avaliação psiquiátrica. RM2017 6 2017 Residência Médica 28. O movimento anterior sistólico do folheto anterior da válvula mitral é achado característico da miocardiopatia a) b) c) d) e) dilatada. restritiva. hipertrófica obstrutiva. restritiva por amiloidose. chagásica. 29. Homem de 60 anos, portador de valva aórtica bicúspide, está com febre e dispneia. Houve crescimento de Streptococcus bovis nas cinco amostras de hemoculturas. Qual é a conduta de investigação diagnóstica a ser adotada após boa resposta à antibioticoterapia? a) b) c) d) e) Colonoscopia. Urografia excretora. Dosagem de proteinúria de 24 horas. Cintilografia com gálio. Pesquisa de fator antinuclear. 30. Constitui indicação para tratamento cirúrgico na endocardite infecciosa, exceto: a) b) c) d) e) abscesso paravalvar. insuficiência cardíaca decorrente de lesão estrutural. infecção persistente não controlada. infecção por Streptococcus viridans. endocardite fúngica. 31. Mulher de 42 anos de idade, drogada; moradora de rua, dependente de crack, foi conduzida ao serviço de saúde referindo que já fez tratamento incompleto para pneumonia tuberculosa por mais de uma vez, e que há 1 mês passou a ter tosse mais persistente do que o habitual, acompanhada de febre, mal-estar progressivo e falta de ar, não podendo caminhar como de costume. Após avaliação, foi realizado RX de tórax, que revelou velamento difuso mais intenso no ápice e obliteração do seio costofrênico à direita. O teste rápido para o bacilo da tuberculose (TR-TB) foi positivo. Considerando as características desse caso e as recomendações da Organização Mundial da Saúde, para o controle da tuberculose nos países em desenvolvimento, a conduta correta é a) internar a paciente para receber o esquema terapêutico da tuberculose em regime diretamente observado, apenas até tornar-se não bacilifera. b) assegurar os meios para que a paciente receba novamente o tratamento convencional para tuberculose pulmonar, por período mais prolongado. c) tratar a paciente com o esquema terapêutico convencional em regime ambulatorial, pois a mesma não preenche critérios de internação. d) considerar a possibilidade de a paciente estar infectada por cepa resistente ao tratamento convencional, solicitar antibiograma. e) tratar a paciente e seus contactantes com esquema para cepa resistente de Mycobacterium tuberculosis. 32. Homem de 54 anos de idade, em tratamento para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida desde 2002, já tendo feito diversas alterações na composição do esquema de antirretrovirais (ARTs) devido a efeitos colaterais, mantendo sempre carga viral positiva. Há 4 anos foi submetido a cirurgia para retirada de tumor maligno na bexiga. Atualmente está bastante debilitado, com carga viral de 26.000 cópias/ml, linfócitos CD4 de 63 células/ml e PPD negativo, e a genotipagem mostra presença de cepas sensíveis às diferentes classes de antirretrovirais. Qual seria o diagnóstico correto para o caso e que recomendações devem ser feitas? RM2017 Residência Médica 2017 7 a) Baixa adesão ao tratamento, pois o paciente mantém cepas selvagens (geralmente sensíveis aos ARTs); proceder à profilaxia primária para doenças oportunistas. b) Baixa resposta ao tratamento com ARTs devido à manifestação do tumor, o que obriga a troca para ARTs com maior barreira genética. c) O paciente não apresenta resistência primária aos ARTs, mas deve receber drogas mais potentes e imunização ativa para evitar comorbidades. d) O paciente apresenta resposta compatível com a síndrome da reconstituição imune; está indicada a introdução de terapia de resgate. e) O paciente não apresenta tolerância aos ARTs, deve ser introduzido esquema contendo inibidor de protease e indicado tratamento para tuberculose latente. 33. Homem de 61 anos, tabagista há 45 anos, vem ao ambulatório com queixa de dispneia de 5 anos de evolução e piora há 3 meses (aos mínimos esforços). A radiografia de tórax pouco mostra (apenas hiperinsuflação questionável). No entanto, a espirometria é rica em informações: há distúrbio ventilatório obstrutivo moderado com VEF1 de 1.20 litros (48 % em relação ao previsto). Chegase ao diagnóstico de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Qual é a conduta terapêutica adequada para o caso, além de parar de fumar? a) Broncodilatador de curta ação quando necessário. b) Tratamento regular com um ou mais broncodilatadores, corticoides inalados, oxigenioterapia de longo prazo e avaliar a possibilidade de tratamento cirúrgico. c) Corticoide oral associado a broncodilatadores (um ou mais). d) Tratamento regular com um ou mais broncodilatadores, reabilitação e corticoides inalados se ocorrer resposta significativa da função pulmonar ou em casos de exacerbações repetidas. e) Tratamento contínuo e regular com broncodilatador de longa ação. 34. Um homem de 40 anos chega à emergência depois de ter caído alguns degraus e sofrido lesão traumática nas costas. É feita uma radiografia do tórax, que se mostra negativa para fraturas, mas há um nódulo calcificado no segmento posterior do lobo pulmonar superior direito e um segundo nódulo calcificado nas proximidades do hilo pulmonar direito. Qual dos diagnósticos seguintes é provavelmente o correto? a) b) c) d) e) TB primaria atual. TB primária no passado. TB secundária (reativação). TB latente. TB miliar. 35. DPOC é uma doença que ainda nos próximos anos seguirá com taxa de mortalidade em ascensão. O estudo PLATINO (Projeto Latino-Americano de Investigação em Obstrução Pulmonar) trouxe informações importantes em relação ao DPOC. Em relação à epidemiologia do DPOC, assinale a opção correta. a) b) c) d) e) A espirometria não é imprescindível para o diagnóstico de DPOC. DPOC não é uma doença subdiagnosticada. O risco para DPOC é dependente da carga tabágica. Pessoas expostas à queima de biomassa têm 10 vezes mais chance de apresentar DPOC. A história prévia de tuberculose não aumenta a prevalência de DPOC. 36. Com relação ao exame físico na neuropatia diabética, assinale a opção correta. a) O paciente sem queixa de dor ou parestesias nos MMII não possui polineuropatia diabética. b) O controle glicêmico, isoladamente, previne a neuropatia diabética de forma mais importante nos pacientes com DM1 do que nos pacientes com DM2. c) O teste do monofilamento e outro teste de sensibilidade (térmica, dolorosa ou vibratória) podem ser realizados apenas em um dos pés, tendo em vista que a neuropatia costuma ter distribuição simétrica. RM2017 8 2017 Residência Médica d) A presença de hipotensão postural é sinônimo de neuropatia autonômica. e) A neuropatia diabética sensitivo-motora é a forma menos frequente de neuropatia diabética. 37. Paciente de 36 anos de idade vinha tentando engravidar há mais de um ano. Com antecedente de um aborto prévio no primeiro trimestre de gestação, encontra-se grávida de 7 semanas. Exames laboratoriais: TSH = 2,7 UI/L, T4 Livre = 1,3 ng/dl, Anti TPO = 535 U/mL (referência: < 35 U/mL). A melhor interpretação seria a de que a paciente a) b) c) d) e) tem hipotireoidismo subclínico, pois o TSH está alterado para a idade gestacional. tem hipertireoidismo subclínico, pois o TSH está normal. tem hipotireoidismo clínico, pois o T4 está alterado tem hipertireoidismo clínico, pois o TSH está alterado. não tem disfunção tireoidiana, pois o T4 está normal. 38. Paciente de 40 anos chega à sala de urgência com nistagmo, ataxia da marcha e alterações mentais. Tem anemia ferropriva em tratamento irregular. Diante disso, qual é a melhor conduta terapêutica? a) b) c) d) e) Vitamina B12. Diazepan. Tiamina. Cálcio. Ferro. 39. Paciente etilista de 40 anos chega à sala de urgência consciente, apresentando contrações musculares tônicas intermitentes, acompanhadas de tremores, paralisias e dores musculares. Refere que na sua infância apresentava episódios intermitentes de balançar a cabeça, irritabilidade e nistagmo. Apresenta, ao exame, espasmos dos músculos faciais em resposta à percussão do nervo facial na região zigomática. A melhor conduta terapêutica é a) b) c) d) e) Vitamina B12. Diazepan. Tiamina. Cálcio. Ferro. 40. Homem de 64 anos vem encaminhado do ambulatório de ortopedia após fratura patológica por compressão de corpos vertebrais. Apresenta radiografia de ossos longos e crânio com imagens de lesões líticas. Exames laboratoriais: Hb:10 g/dl Ht: 30% VCM: 100 fl GB: 3500/mm3 Plaq: 250.000/ mm3; ureia: 90 mg/dl; creatinina: 2,1 mg/dl; Cálcio: 11 mg/dl. Qual é a hipótese diagnóstica e o exame laboratorial fundamental para o diagnóstico? a) b) c) d) e) Osteoporose, densitometria óssea. Plasmocitoma solitário, biópsia da lesão lítica. Mieloma múltiplo, biópsia de medula óssea. Tumor primário ósseo, cintilografia. Anemia falciforme, eletroforese de hemoglobina. 41. Mulher de 34 anos relata quadro de sangramento gengival há 3 semanas. Notou aparecimento de hematomas espontâneos em tronco e membros inferiores há 3 dias. Exames laboratoriais: Hb: 6,0 g/dl VCM: 85fl GB: 2600/mm3 (Bl: 38%; Mi: 02%; MM: 08%; NB: 02%; NS: 10%; Li: 40%) Plq: 26.000/mm3; TP(INR):1,5; TTPa(r): 1,4; Dímeros D :≥ 20 μg/ml (≤ 0,5 μg/ml); Fibrinogênio: 100 μg/ml (200-400 μg/dl). Presença em citogenética da t(5;17). É necessário introduzir a) ácido transretinoico. b) mesilato de imatinibe. RM2017 Residência Médica 2017 9 c) plasmaférese. d) vitamina B12. e) antracíclico. 42. Mulher de 30 anos (40kg), dá entrada no hospital com mal-estar, tosse com expectoração amarelada, febre e confusa. Apresentava-se em regular estado geral, hidratado, PA = 90X40mmHg, FC = 100bpm, FR = 28ipm, com estertores crepitantes em base direita. Após 1500 ml de SF 0,9%, a PA se apresentou de 70x40mmHg. Nesse momento, seguindo os conceitos divulgados em 2012, qual é o diagnóstico mais correto para guiar conduta e tratamento? a) b) c) d) e) Pneumonia por gonococo. Sepse de foco pulmonar. Choque séptico. Sepse grave de foco pulmonar. Pneumonia por pneumococo. 43. Paciente de 50 anos, hipertenso, portador de glomerulonefrite membranosa idiopática, com doença renal crônica estágio 3 b tem indicação de realizar 4 doses duplas de vacina para hepatite B. Com relação a esse procedimento, assinale a opção correta. a) b) c) d) e) O quadro deve evoluir para diálise imediatamente. O paciente tem imunidade celular comprometida. A imunidade humoral do paciente será progressivamente prejudicada. Não existe tal esquema de vacinação. O paciente tem risco aumentado de desenvolver hepatite fulminante. 44. Paciente, sexo masculino, 7 anos, comparece ao ambulatório apresentando placas de tonsura em região de couro cabeludo, associadas à descamação. O tratamento indicado para essa patologia é a) b) c) d) e) limpeza com solução de permanganato de potássio a 1:10.000. corticoide tópico de alta potência ocluído à noite. cefalexina, via oral, por 10 dias. griseofulvina, via oral, por 6 a 12 semanas. ivermectina, via oral, dose única. 45. Mulher de 87 anos, com escolaridade de 7 anos, obtém, ao miniexame do estado mental, 14 pontos. É diabética, hipertensa e dislipidêmica de longa data. Apresenta, no retorno médico, humor deprimido devido à piora da dor do tipo fisgada com irradiação para MID (intensidade 6/10). Qual seria a melhor escolha terapêutica dentre as drogas a seguir? a) b) c) d) e) Metadona e amitriptilina. Fentanil transdérmico e carbamazepina. Codeina e prednisona. Tramadol e pregabalina. Morfina e gabapentina. 46. Homem de 74 anos, casado, aposentando, vem ao ambulatório de geriatria encaminhado pelo clínico após exame que apontou hiperparatireoidismo. Paciente é oligossintomático. Refere hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes e hiperuricemia. Sedentário, refere boa alimentação, intolerância à lactose e alergia à penicilina. Faz uso de losartana 50mg de 12 em 12 horas, hidroclorotiazida 25 mg em dias alternados, sinvastatina 20mg, glifage XR 500 2 cps/dia e halopurinol 100mg. Laboratório: (em mg/dl) creatinina 1,05; ureia 38; TGO 26; TGP 17; Ca 8,9; colesterol total 201; HDL 52; TG 160; glicemia 98; ácido úrico 5,1. TSH 2,7uIU/mL; vitamina D 17ng/ml Na 138mEq/L; K 4,5 mEq/L. Com base nesses dados, qual é a causa mais provável do hiperparatireoidismo? RM2017 10 a) b) c) d) e) 2017 Residência Médica Efeito colateral da losartana. Efeito colateral do halopurinol. Efeito colateral da sinvastatina. Nefropatia subclínica do idoso. Aporte inapropriado de vitamina D/cálcio. 47. Homem de 52 anos, portador de glomerulonefrite membranoproliferativa, em tratamento conservador com acompanhamento rigoroso por nefrologista, com TFG estimada de 11 ml/min.. Está em uso de ramipril, furosemida, servelamer e eritropoetina. Refere sentir-se cansado, mas nega náuseas, diarreia, ou sonolência. Ao exame: BEG, descorado 1/4+, pulmões limpos, RCR 2T B hipofonéticas com atrito em todos os focos, PA 155 x 95 mmHg, MMII edema 1/4+. A conduta imediata a ser tomada é a) b) c) d) e) intensificar a restrição hídrica. diminuir losartana. aumentar losartana. aumentar furosemida. iniciar hemodiálise. 48. Qual das seguintes afirmações referentes ao cateterismo cardíaco é verdadeira? a) O risco de uma complicação grave decorrente do cateterismo cardíaco é de 2% a 2,5%. b) A incidência de nefrotoxicidade induzida por contraste em pacientes com disfunção renal diminui com a administração intravenosa de manitol antes e depois do procedimento. c) Contrastes não iônicos de alta osmolaridade mostram menor incidência de reações hemodinâmicas comparados aos contrastes iônicos de baixa osmolaridade. d) O diâmetro externo do cateter é medido em unidade French (F), que equivale a 0,33 mm. e) A cateterização cardíaca retrógrada do lado esquerdo geralmente é um procedimento seguro em pacientes com próteses valvares aórticas de disco basculante. 49. Mulher de 62 anos, hipertensa e dislipidêmica, com história de acidente cerebral hemorrágico de cerebelo de pequena monta há 3 meses, em uso de enalapril e sinvastatina, é admitida no pronto atendimento com quadro de dor retroesternal, sudorese fria, dispneia e hipotensão há 1 hora. Eletrocardiograma demonstra elevação do segmento ST de 3 mm em derivações V1 a V4. A medida terapêutica de escolha no caso é a) b) c) d) e) nitroglicerina venosa. trombolítico venoso. angioplastia primária. balão intra-aórtico. nitrato via oral. 50. Paciente com história de febre reumática, mostrando, na radiografia de tórax, incidência obliqua, compressão extrínseca na face anterior do terço distal do esôfago, por aumento de câmara cardíaca, e na incidência póstero-anterior, elevação do brônquio fonte esquerdo. Essas alterações são altamente sugestivas de a) b) c) d) e) estenose valvar aórtica. insuficiência valvar aórtica. insuficiência valvar mitral. estenose valvar mitral. aneurisma de aorta ascendente. RM2017