entrevista dagiéli

Propaganda
Agradecemos a sua colaboração com a nossa publicação. Estamos então lhe enviando
as questões referentes à sessão Entrevista do jornal Falando Nisso.
O espaço do texto (respostas) se dá em duas laudas: 4.000 caracteres sem
espaço
ou
4.700
com
espaço.
Questionário:
1. Fale sobre o seu percurso na Unijuí, e como este lhe preparou para a
realização do seu trabalho. A partir disso, o que você pode dizer para os
estudantes que fazem ou desejam esta formação?
Iniciei a minha graduação no curso de psicologia na Unijuí, em 1998, concluindo
em fevereiro de 2003. Minha identificação com a psicologia clínica deu-se já
no início da formação, quando realizei os estágios curriculares de
psicopatologia I e II na Clínica Escola da Unijuí. Naquela época, existia um
convênio entre a Clínica, a SMEC e o Conselho Tutelar do município de
Catuípe. Ao terminar este estágio, que teve duração de um ano, permaneci na
Clínica Escola por mais um ano, então no estágio clínico. Assim, durante
estes dois anos, tive a certeza de que para ser um psicólogo da área
clínica, era preciso muita dedicação, supervisão e análise pessoal.A partir
disso, o que tenho a dizer aos acadêmicos e futuros colegas de profissão, é
que estudem muito e saibam que o referencial teórico que norteia o curso de
psicologia da Unijui é excelente, porém, não concluam a formação pensando
que este conhecimento “se basta”, pois a psicanálise é muito complexa e
vasta, dispondo de muitos teóricos, com seus conhecimentos e práticas que
são imprescindíveis para a realização do trabalho clínico.
2. Ao longo de seu percurso de formação acadêmica e profissional, em que
momentos deparou-se com a questão do desligamento?
Ao longo do percurso acadêmico, a questão do desligamento, surgiu no término da
extensão do estágio clínico. Já na minha prática enquanto profissional,
trabalhei o desligamento com pacientes em meu consultório particular, quando
considerei que haviam se esgotado as minhas possibilidades de ajudá-lo,
assim como, quando o paciente acreditava que aquilo que era a sua
dificuldade já estava “bem” para si mesmo, ou seja, estava lidando de forma
diferente com suas questões e relacionamentos, e isso acabava levando ao
“término”, pois a minha representação na vida deste sujeito já não era mais
a mesma que existia quando iniciou sua psicoterapia. Neste momento, não
estou trabalhando o desligamento em nenhum dos meus espaços de trabalho.
3. No trabalho clínico, que peculiaridades
desligamento? Como concebe esta questão?
dizem
de
um
processo
de
Penso que o profissional vai saber qual é o momento apropriado para iniciar o
desligamento com seu paciente no seu consultório, diferentemente da situação
dos estagiários de uma Clínica Escola, como é o caso dos estudantes de
psicologia, que por motivos institucionais devem realizar com seus pacientes
o desligamento. O que considero mais importante colocar quanto ao
desligamento, é a questão ética, pois quando se está iniciando um percurso
profissional, o maior desejo que possuímos é de ter pacientes para tratar,
no entanto, a demanda de tratamento no social é grande, porém, os
consultórios estão praticamente vazios. Sendo assim, parece difícil desligar
um paciente! Considerando este aspecto da nossa profissão, entendo que a
ética profissional perpassa o tripé: análise pessoal, supervisão e estudo
quando se trata do desligamento de um paciente ou de qualquer questão
referente ao trabalho clínico.
4. Como você tem dado continuidade à sua formação (supervisão, estudos,
tratamento pessoal etc.)? Quais as experiências de trabalho que lhe
surgiram?
No mês seguinte à minha formatura da graduação, iniciei uma especialização em
psicologia clínica, com referencial psicanalítico. Esta formação teve
duração de três anos, contava com seminários clínicos e supervisões
clínicas, além do meu tratamento pessoal, que ficava a meu critério,
realizá-lo ou não. Concluí esta formação, que me intitula especialista em
psicologia clínica, em dezembro de 2005. Neste momento, estou participando
de um grupo de estudos que vem sendo construído, e fazendo planos para
iniciar no próximo ano, outra formação que irá me aperfeiçoar ainda mais na
área clínica. É importante ressaltar que, neste percurso de quase quatro
anos de estudo e prática, em nenhum momento abandonei meu tratamento
pessoal, mudei de analista em função da localização geográfica, mas sempre
dei continuidade ao tratamento, pois ele é parte indispensável da minha
formação. Minha primeira experiência profissional surgiu felizmente na área
que me identifico, foi
na Clínica Médica que existe no meu município.
Juntamente com a atuação na área
clínica, passei a construir um trabalho
numa instituição onde realizei um trabalho institucional e foi quando senti
necessidade de fazer supervisão também nesta área e fui buscá-la
com uma
profissional de Ijuí. Este investimento na psicologia institucional
aconteceu durante dois anos. Passado um ano que estava formada, fui
convidada para trabalhar na Assistência Social de Três de Maio, permanecendo
ainda hoje, onde realizo principalmente atendimento clínico a crianças e
adolescentes vitimados por algum tipo de violência, principalmente violência
sexual.
favor, enviar-nos o material até o dia primeiro de setembro, para o seguinte email:
[email protected]
Qualquer dúvida pode-nos ligar pelos fones 55 3332 0227 ou 55 9608 9688
Elisa
Cristina
Bührer
Integrante da comissão de publicações da clínica de psicologia da Unijuí
Download