Indústria Cultural e “Música Paraense”: uma análise do espetáculo Terruá Pará. Ciro Cesar da Silva Lopes (Bolsista PIBIC/UFPA) - [email protected] Curso de Psicologia, Faculdade de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Prof. Dr. Mauricio Rodrigues de SOUZA (Orientador) – [email protected] Curso de Psicologia, Faculdade de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Ao longo dos últimos anos, vem sendo bastante propagada pela mídia local e nacional a chamada “música paraense contemporânea”. Isto por intermédio de shows, eventos e espetáculos como o Terruá Pará. Nestes termos, contando com o apoio da mídia, variados artistas tiveram seus projetos patrocinados pela iniciativa privada ou por incentivos governamentais. Estes fatos fazem com que um grupo de artistas venha a formar, na percepção da população, a representação do que seria “a” música paraense contemporânea. Ao contestarmos aqui tal singularização, investigamos para além das concepções veiculadas pela mídia. Para tanto, focalizamos a terceira edição do Terruá Pará, o qual foi discutido a partir de algumas observações de Theodor W. Adorno acerca dos temas da “indústria cultural” e da “música popular”, bem como da análise do conteúdo de entrevistas realizadas junto a produtores, artistas e público do referido espetáculo. Em termos conclusivos, compreendemos que, a despeito do discurso racional dos entrevistados quanto ao espetáculo Terruá Pará poder ser visto como um evento de defesa e promoção da cultura paraense, trata-se, na verdade, de uma pseudorracionalidade que serve como mecanismo de ocultação da irracionalidade presente na violência objetiva e subjetiva da indústria cultural. É objetiva pela exclusão na escolha e seleção de artistas, pela uniformização/padronização da música produzida no Pará e pela confecção e comercialização do produto cultural “música paraense contemporânea”. É subjetiva por naturalizar a exclusão como um processo não violento, por engendrar valores no público mediante os interesses da ideologia mantenedora do status quo e por ditar o que é “ser paraense”, contribuindo para a construção da ilusão de uma identidade local uniforme. Palavras-chave: Indústria Cultural, Música Paraense, Terruá Pará Titulo do projeto do orientador: UMA QUESTÃO DE MÉTODO: ORIGENS, LIMITES E POSSIBILIDADES DA ETNOGRAFIA PARA A PSICOLOGIA SOCIAL. Classificação do trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento no CNPq. Grande-área: Ciências Humanas Área: Psicologia Sub-área: Psicologia Social