Boletim Epidemiológico Nº 05 - 2016 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE Em 2016, foram notificados 1.321 casos suspeitos de Dengue no Estado do Acre até a semana epidemiológica 04 (03/01 a 30/01/2016). Sendo 06 (0,4%) confirmados, 133 (10%) descartados e 1.182 (89,4%) estão em investigação e aguardando resultado laboratorial. No mesmo período de 2015 registrou-se 3.374 casos suspeitos de dengue, destes 2.099 (62,2%) foram confirmados e 1.110 (32,8%) descartados, observa-se que houve redução de 69,8% das notificações e de 99,7% de casos confirmados. Tabela 01 – Distribuição de casos notificados de Dengue, segundo município de residência– Acre, 2015 a 2016. Município de Residência Acrelândia Assis Brasil Brasileia Bujari Capixaba Cruzeiro do Sul Epitaciolândia Feijó Mâncio Lima Manoel Urbano Marechal Thaumaturgo Plácido de Castro Porto Acre Porto Walter Rio Branco Rodrigues Alves Sena Madureira Senador Guiomard Tarauacá Xapuri Total Fonte: SINAN NET 04/02/2016 *Dados sujeito a alteração 2015 3 1 2 7 0 2819 7 1 68 0 10 1 13 11 319 79 13 2 9 9 3.374 2016 5 30 45 7 5 167 58 7 1 1 1 12 12 1 895 7 7 6 1 53 1.321 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE CHIKUNGUNYA No Brasil em 2015, foram notificados 20.661 casos autóctones suspeitos de Febre de Chikungunya. Destes 7.823 foram confirmados, sendo 560 por critério laboratorial e 7.263 por critério clínico-epidemiológico, desses 10.420 continuam em investigação. Foram registrados três óbitos por Febre de Chikungunya no Brasil, sendo dois no estado da Bahia e um em Sergipe. Conforme investigações, esses óbitos ocorreram em indivíduos com idade avançada – 85, 83 e 75 anos – e com histórico de doenças crônicas preexistentes. No Acre foram notificados 155 casos suspeitos de Febre Chikungunya de fev/2015 até a semana epidemiológica 04/2016 (03/01 a 30/01/2016), sendo 114 notificados em Rio Branco, 18 em Xapuri, 05 em Cruzeiro do Sul e 18 em Brasiléia. Dos casos notificados em Rio Branco 04 foram descartados pelo laboratório de referência Instituto Evandro Chagas - IEC e 151 estão sob investigação, conforme tabelas 02 e 03. Tabela 02 – Distribuição de casos suspeitos de Febre Chikungunya, segundo município de notificação – Acre, 2015 a 2016. Município de notificação 2015* 2016 Rio Branco 34 80 114 Xapuri 13 05 18 Brasiléia 06 12 18 Cruzeiro do Sul 03 02 05 Total 56 99 155 Fonte: SINAN NET 30/01/2016 *A partir de fev/2015 *Dados sujeito a alteração Total Tabela 03 – Distribuição de casos suspeitos de Febre Chikungunya, segundo município de residência- Acre, 2015 a 2016. Município de Residência Brasiléia Cruzeiro do Sul Epitaciolândia Feijó Jordão Porto Acre Rio Branco Senador Guiomard Xapuri Envira (Amazonas) Cobija - Bolivia Porto Velho Boca do Acre (AM) Total 2015 2016 Total 2 3 3 1 1 2 27 1 13 1 1 1 0 56 6 2 6 0 0 0 78 0 5 0 0 0 2 99 8 5 9 1 1 2 105 1 18 1 1 1 2 155 Fonte: SINAN NET 30/01/2016 *A partir de fev/2015 *Dados sujeito a alteração SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA ZÍKA VÍRUS No Brasil foi confirmada a transmissão autóctone de Zika vírus a partir de abril de 2015. Até o momento, estão com circulação autóctone do vírus Zika 22 unidades da federação, são elas: Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. No Acre, de novembro de 2015 até a semana epidemiológica 04/2016 (03/01 a 30/01/2016), foram notificados nas unidades sentinelas 106 casos suspeitos de Zika vírus, sendo 105 casos notificados no município de Rio Branco e 01 caso no município de Brasiléia, conforme tabela 03. Todos que atenderam aos sinais e sintomas de caso suspeito seguem em investigação epidemiológica e laboratorial. As sorologias foram encaminhadas, ao laboratório de referência da região Norte e Nordeste, Instituto - Evandro Chagas –IEC. Até então não há confirmação da circulação do vírus Zika em nosso estado. É relevante destacar que as ações de combate ao vetor transmissor sejam mantidas, planejadas e intensificadas junto à vigilância epidemiológica de cada município de acordo com a situação epidemiológica local. Tabela 04 – Número de casos notificados de Zika Vírus, segundo unidade notificadora, Acre 2015 a 2016. Unidade sentinela Nº de casos Maternidade Upa do Tucumã Huerb Upa da Sobral Upa do II Distrito Vigilância Epidemiológica-DVEAS/RBR Hospital Raimundo Chaar-Brasiléia TOTAL 11 22 16 02 46 08 01 106 Fonte: FORMSUS 04/02/2016 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA MICROCEFALIA Em novembro de 2015 o Ministério da Saúde confirmou a relação de ZikaV com o aumento dos casos de microcefalia. Em 22 de janeiro de 2016, o MS/SVS, apresentou uma nova versão do Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia com o objetivo de notificar e investigar todos os nascidos vivos com microcefalia sugestivos de qualquer infecção congênita, e não somente relacionado ao ZikaV. No Acre de dezembro de 2015 a janeiro de 2016, foram notificados 19 casos de microcefalia na Maternidade Bárbara Heliodora, sendo que todos estão em investigação epidemiológica e laboratorial para confirmação ou descarte. É importante destacar que existem outros agentes infecciosos causadores de microcefalia, bem como: sífilis, toxoplasmose, HIV, citomegalovírus, Herpes dentre outros, por isso é necessário que toda gestante realize o pré-natal, para investigação prévia. O Ministério da Saúde e os estados investigam 3.670 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. Isso representa 76,7% dos casos notificados. Desses 404 já tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo que 17 com relação ao vírus Zika. Outros 709 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.783 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 30 de janeiro. Os novos números demonstram aumento dos casos já classificados como confirmados e descartados nesta última semana, se comparado a semanas anteriores. O crescimento dos casos investigados e classificados foi de 52%. No total, foram notificados 76 óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento espontâneo). Destes, 15 foram investigados e confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central, sendo que cinco tiveram identificação do vírus Zika no tecido fetal. Outros 56 continuam em investigação e cinco já foram descartados. ORIENTAÇÃO - O Ministério da Saúde orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes. As gestantes que apresentarem sinais e sintomas para ZikaV, bem como exantema agudo (manchas avermelhadas no corpo), deve procurar qualquer unidade de saúde para atendimento. SITUAÇÃO ENTOMOLÓGICA - ÍNDICE DE INFESTAÇÃO PREDIAL – IIP O último Levantamento de Índice Rápido - LIRAa foi realizado no mês de novembro com participação de 16 municípios. O resultado do Índice de Infestação Predial - IIP indica que 04 municípios encontram-se em situação de Risco de epidemia de dengue, 06 em Alerta e 06 em situação Satisfatória. 16,2 Índice de Infestação Predial nos município do estado do Acre, LIRAa realizado no mês de Novembro de 2015. 18,0 16,0 14,0 12,0 2,1 0,5 0,0 0,7 4,1 2,2 0,0 0,0 1,5 2,0 0,5 0,0 2,0 0,8 4,0 2,6 6,0 3,1 8,0 5,4 5,9 10,0 - Fonte: Gerência Municipal de Endemias DEPÓSITOS PREDOMINANTES Cada região, município ou mesmo localidades tem características próprias que influenciam na infestação vetorial: dinâmica e regularidade do abastecimento de água, coleta de lixo, costumes locais quanto o tratamento de material inservível, entre outros. Com isso deve-se considerar a grande capacidade de adaptação do vetor ao ambiente e na ausência de um tipo de recipiente que acaba por se desenvolver em outros disponíveis. Dos 14 Municípios que realizaram o LIRAa no mês de novembro, 09 apresentaram depósito do tipo A2 (depósitos de grande porte para armazenamento de água para consumo doméstico)predominante em positividade. O segundo maior índice de positividade apresentado foi nos depósitos do tipo B (depósitos de utilidade doméstica), seguidos pelos depósitos tipo D2 (lixo e descartáveis em geral). ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO O Governo Federal instalou a Sala Nacional de Coordenação e Controle para gerenciar e monitorar a intensificação das ações de mobilização e combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a febre chinkungunya e o vírus Zika, bem como a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. A Sala Nacional é coordenada pelo Ministério da Saúde. O Decreto nº 3874 de 17 de dezembro de 2015, institui a sala de comando e controle do Estado do Acre, que é composta por representantes por representantes das seguintes instituições I – Gabinete do Governador; II – Ministério da Saúde; III – Secretaria de Estado de Saúde – SESACRE; IV – Secretaria Municipal de Saúde; V – Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil; VI – Secretaria de Estado de Segurança Pública – SESP; VII – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social – SEDS; VIII – Secretaria de Estado de Educação – SEE; IX – Ministério da Defesa / Exército Brasileiro; X – Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre – CMBAC; XI – Secretaria de Estado de Comunicação – SECOM; XII – Ministério Público do Estado do Acre – MPAC; e XIII – Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres – SEPMULHERES § 1º A Presidência da Sala de Comando e Controle será exercida pelo Secretário de Estado de Saúde ou, na sua ausência, pelo Coordenador Estadual de Defesa Civil, e sua composição contará com titulares e suplentes dos diversos órgãos e entidades que dela farão parte. ATRIBUIÇÕES Definir diretrizes para execução coordenada e controlada das ações de mobilização e combate ao mosquito em seu território; Apoiar Municípios com pessoal, insumos, equipamentos e logística; Coordenar, monitorar e supervisionar a implementação das ações de mobilização e combate ao mosquito em seu território; Intensificar as ações de combate ao vetor de forma complementar aos Municípios; Gerenciar os estoques estaduais de adulticidas e larvicidas; Informar à Sala Nacional de Coordenação e Controle as necessidades logísticas para o pronto cumprimento da mobilização e combate ao mosquito; Elaborar Plano de Ação para o combate ao vetor em seu território; Consolidar dados e informações provenientes dos Municípios; Validar e remeter dados à Sala Nacional de Coordenação e Controle; Mobilizar as instituições de ensino em todos os níveis da educação; Conscientizar a sociedade sobre a importância da atuação de cada cidadão nos cuidados preventivos necessários para evitar a proliferação do mosquito nos ambientes; Mobilizar o Ministério Público e o Poder Judiciário; Criar mecanismos para o engajamento da sociedade civil no combate ao mosquito; Avaliar resultados da intensificação da campanha para orientar a continuidade das ações; Prestar suporte técnico aos Municípios. AÇÕES DESENVOLVIDAS PELA VIGILÃNCIA EPIDEMIOLÓGICA NO ESTADO DO ACRE Elaboração do Plano Estadual de Contingência da Dengue,Chikungunya e Zika Vírus; Elaboração do Plano Estadual das Unidades Sentinelas para Zika Vírus; Apresentação em CIB do Plano Estadual de Implantação das Unidades Sentinelas no Estado do Acre e Plano de Contigência Estadual; Apresentação do Plano Estadual das Unidades Sentinelas no Hospital Regional do Juruá; Assessoria técnica na Vigilância Municipal e Hospitalar de Cruzeiro do Sul; Assessoria técnica sobre Microcefalia na Maternidade- SASMC; Apresentação do Plano de Trabalho das Unidades Sentinelas para ZikaV no gabinete civil; Capacitação sobre ZikaV na Upa Tucumã, Upa II distrito e Huerb; Implantação das Unidades Sentinelas para ZikAVem Rio Branco; Elaboração de Boletins Epidemiológicos semanais sobre Dengue, Chikungunya e ZikaV; Envio dos boletins epidemiológicos as vigilâncias epidemiológicas hospitalares e municipais; Disponibilização semanal do boletim epidemiológico na internet; Elaboração de nota técnica e estabelecimento de fluxos de coleta para Dengue, Chikungunya e ZikaV a todas os municípios; Acompanhamento das amostras de sorologias de Chikungunya e ZikaV junto laboratório de referência Instituto Evandro Chagas - IEC; Apresentação do Plano Estadual das Unidades Sentinelas na reunião do Ministério Público; Palestra no 4º BIS sobre as ações de combate ao vetor e microcefalia; Capacitação para os militares sobre microcefalia; Apresentação do Plano de Contingência Estadual de Dengue, Chikungunya e Zika vírus na Reunião de Avaliação Anual da Dengue; Web conferência sobre mobilização social ao Aedes aegypti, Microcefalia e Sala Estadual de Comando e Controle; Mobilização do dia “D” na Upa do Tucumã, Upa II Distrito, Upa da Sobral, HUERB e SASMCeorientação aos pacientes que estão aguardando atendimento; Reunião técnica nos municípios de Brasiléia e Epitaciolândia sobre ações de Educação e saúde no combate a Dengue, Chikungunya e ZikaV; Reunião na Secretaria de Humanização/parceria nas ações de educação em saúde no combate ao vetor nas Secretarias Estaduais; Reunião com a equipe e coordenação de vigilância para discutir as COES dos Núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar – NUVEH ; Palestra no supermercado Araújo Mix, para os gerentes e supervisores sobre a prevenção de Dengue; Arrastão de Prevenção à Dengue no Bairro Tancredo Neves; Realização do dia “D” na SESACRE, mobilizado pela SESACRE/DPPS/HUMANIZAÇÃO; Arrastão no Centro de Rio Branco para realizar sensibilização de Promoção e Prevenção a Dengue, Chikungunya e ZikaV; Reunião com o Núcleo de Vigilância do SASMC, CIEVS Estadual e área técnica da Dengue, Chikungunya e ZikaV, para discutir o Protocolo de Vigilância da Microcefalia. RIO BRANCO-AC, 12 de fevereiro de 2016 Elaboração Eliane Alves Costa Renata Meireles Cheila Leão Erika Rodrigues de Abreu Nicolau Abdalah