(k) ligado ao sexo, com o vírus endógeno ev 21

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ASSOCIAÇÃO DO GENE DE EMPENAMENTO LENTO (K)
LIGADO AO SEXO, COM O VÍRUS ENDÓGENO EV 21
(ASSOCIATION OF THE SEX-LINKED LATE FEATHERING
GENE (K) WITH THE ENDOGENOUS EV 21 VÍRUS)
R. W. S. CUSTÓDIO1,2, A. A. D. COELHO1, V. J. M. SAVINO1
RESUMO
Amostras de DNA de 12 linhagens de galinhas para corte pertencentes à ESALQ/USP foram enviadas para análise
no ADOL ( Avian Disease and Oncology Laboratory, East Lansing, Michigan ). O DNA foi extraído de sangue e as
amostras foram clivadas com a enzima de restrição Hae III. Os fragmentos de DNA foram separados em agarose 0.8%,
sendo que as membranas foram hibridizadas com a sonda EV21-int. Das 12 amostras de DNA analizadas, seis delas,
extraídas de fêmeas de empenamento lento ( SF ), revelaram o genótipo “empenamento lento tipo B”, característico de
galinhas para corte. Duas outras amostras, obtidas de fêmeas de empenamento rápido ( RF ) também apresentaram o
genótipo empenamento lento tipo B”. Aparentemente, algumas linhagens de galinhas para corte com empenamento rápido
podem ter retido o gene ev21. Outras 3 amostras, também obtidas de fêmeas com empenamento rápido (RF ) mostraram um
genótipo variante “tipo G”, e provavelmente, perderam o gene ev21. Os fragmentos de junção não foram encontrados,
sendo somente detectado uma banda a um “repeat” não ocupado ( Ura ). Um dos fenótipos analisados de outra linhagem de
empenamento lento, apresentou um genótipo variante “tipo F”, sem o gene ev21. Esta é uma combinação genótipo/fenótipo
ideal, porque reteve o fenótipo sexável, mas está livre dos efeitos detrimentais do gene ev21. Uma nova linhagem de
galinhas para corte homozigótica para o gene K poderia ser formada a partir de variantes K (v ). Essa nova variante, sem
efeitos detrimentais, poderia então ser transferida inclusive para linhagens comerciais, com o auxílio da seleção genômica
usando marcadores moleculares.
PALAVRAS-CHAVE: Empenamento lento, Gene ligado ao sexo, Vírus endógeno ev-21.
SUMMARY
DNA samples of twelve lines of meat type chickens were sent for analysis to the Avian Disease and
Oncology Laboratório ( ADOL ), East Lansing, Michigan. The DNAsamples were extracted from blood and clived by the
Hae III restriction enzyme. The DNA fragmentswere separated in agarose 0.8% , transfered to membranes and hybridized
with the probe Ev21-int. Six of the samples were extracted from late feathering females and showed the late feathering type
B genotype, caracteristic of meat type chickens. Other two samples from rapid feathering females also showed the late
feathering genotype B. Aparently, some fast feathering meat type lines can have retained the ev21 gene. Other three samples,
also from fast feathered females showed a genotype variant “type G”, and probably have lost the ev21 gene. The junction
fragments werw not found, being detected only a band associated to a non occupied repeat ( URa ). One of the analyzed
phenotypes from another fast feathering line showed a variant genotype “type F”, without the ev21 gene. This is an ideal
genotype-phenotype combination because have retained the phenotypes needed for sexing chicks but it is free from the
1 Departamento de Genética, ESALQ/USP, Caixa Postal 83, CEP 13.418-900. Piracicaba, SP.
2 Bolsista do CNPq
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detrimental effects of the ev21 gene. A new line of meat type chicken,homozigotic for the K gene could be synthetized from
this variant. This new variant, without detrimetal effects due to the EV21 virus could then be transferred to commercial
lines with the help of molecular markers and genomic selection.
KEY-WORDS: Endogenous ev21, Late feathering gene, Sex-linked K gene.
INTRODUÇÃO
Pintos de corte sexáveis pela asa podem ser obtidos
do acasalamento de machos com genótipo kk
(empenamento rápido) com fêmeas K (empenamento
lento). A mutação dominante ligada ao sexo, empenamento
lento (SF) codificada pelo gene K é portanto, de
considerável importância econômica na seleção do sexo
de pintos nos incubatórios. Ao contrário da sexagem pela
cloaca, não há necessidade de sexadores altamente
habilitados, economizando-se assim, cerca de 3 centavos
de dólar por pinto sexado. Nos Estados Unidos, entre 30 50% dentre 240 milhões de pintos são selecionados com
base no comprimento da pena em híbridos sexados pela
asa. Entretanto, embora os pintos sexáveis pela asa sejam
muito desejados, o gene K esta intimamente ligado ao gene
ev21 que codifica o vírus endógeno infeccioso EV21 (
BACON et al., 1988 ). Esse vírus é responsável pela menor
produção de ovos das reprodutoras “K” e também provoca
efeitos detrimetais na produtividade de suas progênies com
relação à taxa de crescimento, viabilidade, peso corporal,
ganho de peso, conversão alimentar e número de ovos em
galinhas ( HARRIS et al., 1984; HAVENSTEIN et al., 1989
). Apesar disso, o gene K, possivelmente, também,
apresenta vantegens para a adaptação de galinhas a climas
tropicais ( HORST, 1989 ). Multiplicadores comerciais já
vem distribuindo matrizes de galinhas para corte,
produtoras de pintos de um dia sexáveis pela asa mas, a
transmissão congênita e a influência telerogênica do gene
ev21 podem trazer empecilhos a uma maior difusão dessa
prática. Daí o interêsse em se desenvolver linhagens de
frangos sexáveis através do gene K ligado ao cromossoma
sexual Z, que não sejam portadores do vírus endógeno
EV21. Neste trabalho são revisados e discutidos resultados
obtidos por COELHO et al. ( 1993 ), referente a análise
de DNA de galinhas para corte, objetivando pesquisar a
possibilidade de se obter uma linhagem homozigótica para
o gene K, porém, sem o vírus EV21.
REVISÃO DA LITERATURA
Empenamento lento
Em galinhas, um gene dominante K regula o
empenamento lento ( SF ), enquanto o alelo recessivo k+
determina empenamento rápido ( RF ). Este caracter
fornece uma estratégia conveniente e barata para
identificação de pintos no nascimento. Quando os machos
( k+ k+ ) de empenamento rápido ( RF ) são acasalados
com galinhas de empenamento lento ( K ), as progênies
fêmeas ( k+ ) são facilmente distinguíveis das progênies
macho, de empenamento rápido ( Kk+ ), devido a presença
do gene dominante K ( WARREN, 1925 ). Vários
melhoristas introduziram o gene do empenamento lento (
SF ) ligado ao sexo em linhagens maternas, de modo a
diminuir custos associados com a sexagem manual em
pintos de um dia.
GENE K, ev21 e produtividade
O gene K está presente em muitas linhagens de
White Leghorns ( WL ), porém, as progênies fêmea de
mãe SF produzem menos ovos e tem maior mortalidade
do que as progênies de mãe RF. Esta perda em
produtividade tem sido atribuída a maiores taxas de
infecção e liberação de vírus da leucose ( ALV ) em
linhagens maternas SF do que em RF.
Há um aumento na incidência de viremia com vírus
exógeno da leucose aviaria ( ALV ) e uma mortalidade
maior em progênies fêmeas de mães SF portadoras do gene
K ( HARRIS et al., 1984 ). Em aves normais, vírus
endógenos ( EV’s ) são herdados de maneira mendeliana
como genes de cópia única em locus ev que residem em
diversos cromossomos ( ASTRIN, 1978; ROVIGATTI e
ASTRIN, 1983 ). A digestão de DNA genômico produz
possui diferentes polimorfismos de fragmentos de restrição
( RFLP’s ) que são característicos para cada locus. Assim
foi encontrado o locus ev 21 ( HUMPHRIES et al., 1984).
Vírus EV21 e gene K ligados
O locus ev21, que codifica vírus infeccioso EV21,
está associado com o gene K ligado ao sexo, o qual confere
o caracter SF. BACON et al. ( 1988 ) concluíram que genes
ev21 e K estão fortemente ligados porque, em diferentes
cruzamentos de WL, todos os pintos SF herdaram o gene
ev21 e o vírus EV21 estava uniformemente ausente nos
irmãos RF.
Alternativamente, o gene K em WL pode ser uma
mutação resultante da inserção do vírus EV21. Os pintos
SF portadores do gene ev21 expressaram os vírus EV21
infeccioso, havendo evidência de que o vírus EV21 pode
influenciar a susceptibilidade ao ALV. Como os vírus
endógenos infecciosos ( EV’s ) podem induzir tolerância
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imunológica ao ALV, BACON et al. ( 1988 ) examinaram
a expressão e distribuição de vírus endógenos em irmãos
SF e RF derivados de galos Kk+ e mães k+. Genes ev
específicos foram identificados por meio de RFLP’s após
hibridização com um plasmídio recombinante que continha
o genoma completo de um vírus Rous-associado.
ALV e EV congênitos
Os vírus da leucose aviária ( AVL’s ),
antigenicamente relacionados, de origem endógena e
exógena podem coexistir em galinhas. Em plantéis de
campo, exogenamente, infectados com ALV, o vírus é
eficientemente liberado no albúmen e congenitamente,
transmitido através do ovo para a descendência. Por sua
vez, progênies imunológicamente tolerantes perpetuam a
infecção porque elas permanecem virêmicas. As fêmeas
também liberam elevados títulos de vírus nos ovos e
transmitem vírus congenitamente por toda a sua vida (
BURMESTER et al., 1955; RUBIN et al., 1961 ).
Fenptipicamente falando, genes ev podem estar associados
com provírus infeccioso, defectivo ou não exprimido (
ROVIGATTI e ASTRIN, 1983 ). Os vírus da leucose
aviária ( AVL’s ) endógenos e exógenos ncompartilham
extensa humologia de sequências de nucleotídeos, mas os
retrovírus endógenos que são classificados no subgrupo E
não são oncogênicos, em contraste com os ALV’s
classificados nos subgrupos A, B, C e D que produzem
tumores em hospedeiros susceptíveis. SMITH e
CRITTENDEN ( 1986 ) mostram que uma linhagem de
empenamento lento de WL, que era supostamente livre do
ALV exógeno, produziu ALV’s endógenos e exógenos.
Produção e transmissão congênita de vírus endógenos da
leucose aviária foram estudados por SMITH et al. ( 1986
) em galinhas WL virêmicas exogenamente infectadas com
LTR’s ( “long terminal repeats” ) endógenos e em linhagens
semi-congênitas de galinhas que, naturalmente
expressaram vírus infecciosos endógenos ( EV’s ). Vírus
endógenos relacionados a vírus da leucose aviária foram,
também, caracterizados em famílias de macho de WL’s de
empenamento lento. As progênies liberaram vírus
infeccioso endógeno quando extratos foram testados em
fibroblastos susceptíveis ao subgrupo E. O cultivo seletivo
de ALV’s de embriões e neutralizações de soro subgrupoespecífico mostraram que mães SF (mas não galos SF),
transmitian, congenitamente, ALV. Triagens virológicas e
hibridizações moleculares de DNA genômico (RFLP’s)
revelaram que a linhagem SF era portadora com
transmissão pela linha germinal de ev1, ev5, ev21, e em
locus ev22 que havia sido, originalmente, relatado em outra
linhagem também de empenamento lento (HUMPHRIES
et al., 1984). SMITH e CRITTENDEN, (1988) mostraram
que EV21 era, congenitamente, transmitido para filhas de
mães SF EV-susceptíveis, enquanto EV não era transmitido
41
para filhas de mães SF EV-resistentes.
Análise do complexo ev21-K
Os experimentos descritos por LEVIN e SMITH (1990)
constituem uma análise molecular inicial designada a
elucidar o complexo ev21-K, envolvendo: 1) descrição da
clonagem molecular de um fragmento de junção e restrição
(JF) do gene ev21 e um fragmento homólogo ao sítio de
integração do vírus EV21, chamado sitio não ocupado
(US); 2) uso de provas locus-específicas que foram
utilizadas para caracterizar sítios ev21 ocupados e não
ocupados, pela análise de restrição detalhada dos clones
JF e US; 3) Uso de provas locus-específicas para estudar
a associação entre ev21 e SF em outras raças que não a
WL, e identificação de um RFLP característico de SF ev21induzido e, 4) análise molecular de DNA de aves RF
revertentes de linhagens SF para determinar o mecanismo
de reversão. Um fragmento EcoRI correspondente ao
“vírus endógeno EV21-cell junction fragment” e um
fragmento homólogo ao sítio proviral não ocupado (US)
foram clonados, respectivamente, de livrarias de DNA
genômico de duas aves WL, sendo uma fêmea ev21 e um
macho ev-negativo. Um fragmento de 1,7 kilobase partes
(kbp), clivado do provírus US e clonado pela endonuclease
de restrição Hae III, foi a prova mais informativa para
caracterizar molecularmente os sítios de integração
ocupados e não ocupados do locus ev21. A análise do
RFLP de aves SF e RF de várias raças comerciais, usando
a prova US Hae III de 1,7 kbp, indicou que a completa
associação genética entre gene ev21 e o fenótipo SF é
comum entre outras linhagens de galinhas Sf e não era
restrita a WL. Também foi mostrado que havia pelo menos
uma região adicional de DNA homóloga à seqüências de
DNA flanqueadoras do sítio de integração ev21 do genoma
da galinha. Em aves SF de ambos os sexos este “repeat”
adicional era distinguível do sítio ocupado pelo ev21 (OR)
e representa um “repeat” não ocupado (UR). Análises de
DNA de fêmeas RF revertentes mostrou novos padrões de
reversão. Nos revertentes RF do tipo I, RF esta associado
com a excisão completa das seqüências de DNA provirais
ev21. Nos revertentes do tipo II, o UR homólogo as
seqüências da célula que flanqueiam o sítio de integração
ev21 é excisado, mas as seqüências provirais ev21
permanecem intactas. Uma hipótese para explicar este tipo
de reversão é uma íntima associação entre OR e UR no
cromossoma Z.
Mutagênese de inserção
Mutagênese insercional por elementos genéticos
móveis tem sido útil para a análise funcional de genes
(KRATOCHWIL et al., 1989). Mutações insercionais tem
sido produzidas experimentalmente pela integração de
retrovírus na linha germinativa do camundongo
42
(JAENISCH et al., 1987). Pelo menos três mutações
expontâneas estão ligadas a provírus endógenos em
camundongo (JENKINS et al., 1981; COPELAND et al.,
1983 a; STOYE et al., 1988). Galinhas que são SF-EV21
negativas ou RF-EV21 positivas ainda não foram
encontradas. Entretanto, melhoristas tem observado a
ocorrência de fêmeas SF,presumivelmente, homozigóticas
(BACON et al., 1988). Se a reversão para RF é sempre
acompanhada pela perda de seqüências ev21, isso poderia
apoiar a hipótese de que SF é uma manifestação da
mutagênese insercional retroviral-induzida, semelhante à
coloração da pelagem “dilute” do camundongo ( JENKINS
et al., 1981; COPELAND et al., 1983b ).
Resistência ao EV21
O caracter empenamento lento (SF) está
geneticamente, associado com o locus ev21 do retrovírus
endógeno (EV) em White Leghorns (BACON et al., 1988).
Vírus infeccioso EV21 codificado no locus ev21 é um
subgrupo E do vírus da leucose aviária (SMITH e
CRITTENDEN, 1986) e está, diretamente, relacionado
com a família de retrovírus aviário caracterizado por
BOYCE-JACINO et al.(1989). Melhoristas comerciais tem
a vantagem da sexagem pela asa mas, alguns tem observado
diminuição no desempenho entre progênies de
empenamento rápido (RF) de mães SF (HARRIS et al.,
1984; HEVENSTEIN et al., 1989). Transmissão congênita
do EV21 infeccioso, codificado no locus ev21,
seroconversão significativamente e aumentou a incidência
de leucose linfóide entre progênies RF de mães SF
infectadas com vírus da leucose aviária (SMITH e FADLY,
1988). A transmissão congênita de EV21, porém, era
restrita em galinhas homozigotas resistentes ao EV, ou seja,
ao subgrupo E ALV (SMITH e CRITTENDEN, 1988).
Consequentemente, a seleção sistemática para resistência
celular no locus tvb foi sugerida como meio efetivo contra
a transmissão congênita de EV21 em cruzamentos sexados
pela asa.
Seleção de variantes ev21 ( - )
Durante um levantamento de 10 linhagens
comerciais SF, foram observadas variantes genotípicas SF
que não tinham o gene ev21 (SMITH e LEVIN, 1991).
Estes raros individúos SF com o caráter empenamento lento
(SF) desejado, mas sem o tolerogênico EV21 infeccioso,
deveriam escapar da lenta resposta imune à infecção por
ALV exógeno, característica de algumas linhagens de
galinhas SF ev21 (+) (SMITH e CRITTENDEN, 1988;
SMITH e FADLY, 1988). Quando se deseja selecionar
pintos SF que tenham ev21 defectivos, métodos sensíveis
e específicos são necessários para identificar variantes
raros. Usando sondas moleculares, RFLP’s revelaram
variantes genotípicas, porém, “Southern blottings”
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requerem mão de obra intensa e não se prestam a triagens
em larga escala. Microtitulação com “dot-blots” e técnicas
de PCR, entretanto, são adequadas para triagem em massa,
mas requerem disponibilidade de “primers”
oligonucleotídeos e sondas para hibridização. A rápida
identificação de raros variantes SF ev21 (-) pode ser
simplificada pelo uso de PCR para uma triagem em massa
de linfócitos de linhagens comerciais de poedeiras e
galinhas para corte SF. Como os LTR’s e seqüências
flanqueadoras são conhecidos (LEVIN e SMITH, 1991),
o tamanho do fragmento de junção pode ser predito.
Ausência de fragmentos de junção amplificados indica que
o sítio de integração está desocupado pelo ev21. Análises
de “Southern blots” são também efetuadas para confirmar
os resultados do PCR.
ev 6 e EV21
Como o ev6, que expressa somente o envelope de
glicoproteína do EV, e também restringe a transmissão
congênita do EV21 (SMITH et al., 1990a), a solução para
ev6 pode ser uma estratégia alternativa para eliminar
imunotolerância gerada por infecção congênita de progênie
com um EV infeccioso. Entretanto, em estudos anteriores
(SMITH et al., 1990 a e b), mostraram que ev6 + também
era, modernamente, tolerogênico em um cruzamento
susceptível ao ALV. SMITH et al. (1991) relatam a
influência do ev6 na resposta imune à infecção por contato
com uma linhagem de campo de ALV entre progênies que
eram resistentes à infecção EV. Como as membranas das
células hospedeiras de galinhas EV-resistentes,
aparentemente, não tem receptores para os envelopes de
glicoproteína EV (CRITTENDEN et al., 1967), procurouse determinar, se a progênie EV-resistente portadora do
ev6 seria mais tolerante a infecção exógena ALV do que
contemporâneos EV-resistentes que não tem ev6, e
confirmar a eficiência da resistência E na prevenção da
transmissão de EV21 para a progênie RF de mães SF. A
influência do ev6 na resposta imune a infecção por contato
com contemporâneos infectados com o vírus da leucose
aviária (ALV) foi comparada com várias incubações. As
galinhas de empenamento rápido (RF), E-resistentes ao
subgrupo ALV produzidas por mães SF e RF com e sem
ev6 foram expostas ao nascimento a contemporâneos
infectados com ALV subgrupo A (linhagem RPL-40). A
viremia RPL-40, produção e anticorpos neutralizados do
vírus foram medidos nas frangas das duas incubações com
22 semanas de idade. Embora diferenças significativas
entre incubações (P> 0,05) na resposta imune a infecção
por contato foram notadas entre as frangas ev6 +, um
número significativamente menor de frangos ev6+ se
converteram do que suas contemporâneas ev6-. Com 22
semanas de idade, significativamente mais linfomas foram
também encontrados entre as frangas ev6+ do que entre
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Tabela 1 - Fenótipos observados em linhagens nacionais
de galinhas para corte e seus respsctivos
genótipos obtidos com a utilização da sonda
EV21-int e a enzima Hae III.
Linhagem
Amostra
Fenótipo
Genótipo
A
I
Lento
Lento/Tipo B
A
II
Rápido
Variante Tipo G/URa
A
III
Rápido
Lento Tipo B
A
IV
Rápido
Variante Tipo G/URa
B
V
Lento
Lento /Tipo B
B
VI
Rápido
Variante Tipo G/URa
B
VII
Rápido
Lento /Tipo B
A
VIII
Lento
Lento/Tipo B
B
IX
Lento
Lento/Tipo B
C
X
Lento
Lento/Tipo B
D
XI
Lento
Lento/Tipo B
E
XII
Lento
Variante Tipo F/URb
F
contemporâneos ev6-. Em plantéis onde ambos os pais e
progênie eram homozigotos resistentes ao vírus do
subgrupo E, não houve efeito materno detrimetal na
progênie RF de mães portadoras de ev21. Estes resultados
também confirmam que seleção para resistência genética
celular a infecção pelo subgrupo E ALV elimina a
transmissão comgênita de EV21. SMITH e FADLY ( 1988
) descrevem as conseqüências epidemiológicas da
transmissão materna de EV21 sobre a resposta imune e a
incidência de tumor ALV induzido em filhas ev21 negativas
que foram continuadamente expostas a aves de
empenamento rápido ( RF ) ALV infectadas. Os resultados
sugerem que seleção para resistência a EV pode eliminar
tolerância com relação a linhagens de leucose aviária de
campo oncogênicas e pode melhorar o desempenho da
progênie de um cruzamento sexado pela asa.
MATERIAL E MÉTODOS
Neste trabalho foram analisadas amostras de DNA
de 12 linhagens de galinhas para corte da ESALQ/USP.
DNA de frangos de corte foram enviados da ESALQ para
o ADOL ( Avian Disease and Oncology Laboratory, East
Lansing, Michigan, USA ), onde as análises laboratoriais
da pesquisa foram efetuadas. Cada amostra correspondeu
a 3 ml de sangue coletado de uma fêmea por linhagem. O
DNA foi extraído conforme protocolo adaptado por
HILLEL et al. ( 1990 ). As amostras de DNA foram
clivadas com a enzima de restrição Hae III e os fragmentos
de DNA foram separados em agarose 0,8%. As membranas
foram hibridizadas com a sonda EV21-int ( SMITH e
LEVIN, 1991 ), obtendo-se uma variação polimórfica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O padrão utilizado para comparação e determinação
dos genótipos foi o obtido por SMITH e LEVIM ( 1991 ),
o qual é reproduzido na Figura 1, que apresenta alguns
dos perfis de polimorfismo obtidos nesta pesquisa onde
se observam os genótipos Lento “tipo B” ( L/B ) e “Variante
tipo G”, com “repeat” não ocupado ( Var. G/URa ). Os
genótipos observados encontram-se na Tabela 1. Nas 12
amostras de DNA analisadas ( Tabela 1 ) foram revelados
os genótipos Lento/Tipo B ( 8 aves ), Variante Tipo G/
URa ( 3 aves ) e Variante Tipo F/URb. Com relação ao
fenótipo dessas aves, 7 apresentavam empenamento lento
e 5 empenamento rápido. Duas amostras obtidas de fêmeas
com o fenótipo empenamento rápido (RF) das linhagens
A e B, também apresentaram o genótipo “empenamento
lento tipo B”. Aparentemente, algumas linhagens de
galinhas para corte com empenamento rápido podem ter
retido o gene ev21 (BOULLIOU et al., 1992). A associação
íntima K e ev21 sugere que SF (K) pode ser um exemplo
de mutagênese insercional induzida por vírus, e que a
segregação de K e ev21 seria improvável. Porém, foram
encontradas aves RF (K-) com o ev21 e na Figura 2
(LEVIN e SMITH, 1991) são mostradas as regiões que
flanqueiam o sítio de integração (EV21-int). O fragmento
JFIL-1 (fragmento de junção célula ev-21), proveio de uma
ave portadora do ev21, e o fragmento USIL-1 (região ev21
não ocupada), de uma ave sem o ev21. Embora houvesse
marcante concordância (maior que 95%) entre a presença
dos fragmentos de .junção ev-21célula, e o fenótipo SF
(K), “Southern blots” de DNA de algumas aves SF (K) de
corte comerciais, não tinham o fragmento ev21 de junção
mas alguns revertentes eram portadores de fragmentos de
junção. Estas anomalias sugeriram que o ev21 poderia não
ser o único determinante do fenótipo SF K). A maioria
dos frangos de corte tinham Urb mas várias linhagens
(cerca de 2% das amostras analisadas) apresentavam
padróes de hibridização anômalos. vAves RF (K) com
ambos alelos não ocupados foram incomuns e fragmentos
de junção característicos (JFIL-1) foram encontrados em
virtualmente todas as aves SF (K). Em frangos de corte
SF (K), foi sempre encontrado Urb mas nunca Ura. Ura
não foi encontrado entre frangos de corte SF (K), e a
presença de Urb além de dois fragmentos de junção ev21célula pode ser uma marca registrada dos frangos de corte
SF (K).
Outras 3 amostras, também obtidas de fêmeas com
empenamento rápido (RF), das linhagens A e B, mostraram
um genótipo variante “tipo G”, provavelmente por terem
perdido o gene ev21. Os fragmentos de junção não foram
44
ARS VETERINARIA, 16(1):39-45, 2000.
encontrados, sendo somente detectada uma banda
associada a um “repeat” não ocupado (Ura). A última
amostra analisada, referente a fêmea com fenótipo
empenamento lento da linhagem F, apresentou um genótipo
variante “tipo F”, sem o gene ev21. O encontro de variantes
sem o ev21 indica que os melhoristas podem ser capazes
de selecionar plantéis SF (K) que não tenham o ev21. O
desnvolvimento de plantéis ideais SF ( K), ev21-negativos
está na dependência da fácil identificação de variantes
genotípicas sem o ev21. O conhecimento das alterações
de seqüência no DNA de variantes SF (K) notadas por
Smith e Levin (1991) pode levar ao desenvolvimento de
sondas que facilitem a identificação de tais indivíduos SF
(K).
CONCLUSÃO
Linhagens de galinhas para corte da ESALQ
apresentaram uma variação polimórfica dentro dos padrões
descritos na literatura, no que diz respeito ao gene ev21.
A observação de variáveis genotípicas sem o gene ev21
parece indicar que entre aves do Programa de
Melhoramento Genético de Galinhas para Corte da ESALQ
poderão ser selecionadas linhagens de empenamento lento,
sem os efeitos detrimentais provocados pelo vírus EV21.
AGRADECIMENTO
Os autores agradecem a colaboração do Dr. E. J.
SMITH, pesquisador do U. S. Department of Agriculture,
Agricultural Research Service, Avian Disease and
Oncology Laboratory, East Lansing, Michigan 48823. U.
S.
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