A AMAZÔNIA Energia Por Juliana Cariello Carga reforçada Investimento da ordem de R$ 1,3 bilhão, motivado, dentre outras razões, pelo Plano Nacional de Energia, auxiliará na promoção da ampliação da matriz ener gética brasileira. A medida que o Sistema Interligado Nacional for abastecido Estação Transmissora de Energia S/A investipor watts das hidrelétricas, estados como Acre e Rondônia, rá R$ 1.393.538.999,95 para a construção da hoje parcialmente dependentes de energia a diesel, precisaestação Inversora de Araraquara (SP) e da estarão menos dela, menos “limpa” e mais cara que a primeira. ção Retificadora de Porto Velho (RO). Os “A energia a diesel era um dos fatores de peso que fazia 6.450 MW a serem produzidos pelo Complexo do Madeira, com que esses estados perdessem competitividade na hora de composto pelas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, atrair empresas”, lembra Raimunda Carmem Silva, gerente ambas em construção, serão integrados ao Sistema Interlide Análise de Projetos do Banco da Amazônia. A instituição gado Nacional e distribuídos para todo o país com a ajuda será responsável por financiar R$ 443.578.000,00 da estação das duas estações. O projeto teve como uma de suas motivade Porto Velho, o que corresponde a 64%, por meio do Funções o Plano Nacional de Energia, elaborado pela Empresa do de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e do Fundo de Pesquisa Energética (EPE). O estudo fez uma projeção Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). O resdo crescimento da economia nacional e da população brasitante dos recursos vem do Banco Nacional de Desenvolvileira até 2030 para prever a demanda energética do país e, assim, desenvolver projetos capazes de minimizar o risco de futuros Saiba mais sobre a Estação Retificadora de Porto Velho apagões. Valor do projeto R$ 688.279.574,30 FDA R$ 221.789.000,00 A Inversora, que cusR$ 221.789.000,00 FNO tará R$ 705.259.425,65, e a Retificadora, R$ Recursos próprios R$ 140.704.738,62 688.279.574,30, serão BNDES R$ 103.996.835,68 fundamentais na cadeia Empregos na fase de 4.000 Diretos 3.000 produtiva nacional de construção energia, por tornarem a Indiretos 1.000 voltagem e as correntes Empregos na fase de 200 Diretos 50 elétricas adequadas ao operação consumo de energia nas Indiretos 150 residências, nas indústrias e na iluminação Fonte: Banco da Amazônia pública, por exemplo. À RUMOS - 26 – Novembro/Dezembro 2011 Divulgação Projetos como o da construção da estação Inversora de Araraquara (SP) e da estação Retificadora de Porto Velho (RO) podem mudar o paradigma da questão energética brasileira. mento Econômico e Social (BNDES), R$ 103.996.835,68, e de capital próprio da Estação Transmissora de Energia S/A, R$ 140.704.738,62. A empresa tomadora do empréstimo terá 20 anos para quitar o empréstimo junto ao Banco da Amazônia, contado o tempo de carência, com o pagamento da primeira parcela em junho de 2013 e a última em 2031. A taxa média de juros do empréstimo, liberado em quatro parcelas pelo banco, é de 10% ao ano. Emprego e renda – O aumento da competitividade para as empresas com a energia oriunda de hidrelétricas será um ganho do projeto, mas não o único. A construção da Estação Retificadora de Porto Velho criará 1.000 empregos diretos e 3.000 empregos indiretos para os moradores da região Norte; já sua operação, 50 diretos e 150 indiretos. “O projeto não só criará empregos, mas também aumentará a qualificação dos operadores e mantenedores das estações, em virtude da tecnologia a ser utilizada”, diz Luiz Cláudio de Oliveira Coutinho, diretor-presidente da Estação Transmissora de Energia S/A. O treinamento será dado no Brasil pela fabricante sueca ABB. Outra consequência da estação de Porto Velho será o aumento da navegabilidade do Rio Madeira em 2.500 km, o que permitirá ao Porto de Itacoatiara, no Amazonas, receber navios de novos destinos, como o Peru. O maior trecho navegável, que incrementará a economia local, se dará pela cons- trução de eclusas. Elas permitem que barcos subam ou desçam rios e marés em trechos onde há desníveis, como quedas-d’água e corredeiras. Matriz energética brasileira – Quase metade da energia (45%) consumida no país é renovável, ou seja, proveniente de recursos capazes de se refazer em um curto prazo. A hidroeletricidade e a energia produzida a partir do etanol são dois exemplos. O número ganha destaque quando comparado à matriz energética mundial, que, de acordo com o mesmo estudo publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2007, é composta por apenas 14% de fontes renováveis. O uso de fontes renováveis no Brasil ainda pode ser ampliado, de acordo com a publicação da CNI. O país ainda tem potencial hidroelétrico de cerca de 260 mil MW de potência. Destes, 180 mil MW podem ser aproveitados. A maior parte do potencial remanescente (40%) está no Norte; a menor (10%), no Nordeste. A mesma pesquisa mostra, ainda, que a preocupação dos países industrializados com a vulnerabilidade energética não se aplica ao Brasil. O país está em uma situação quase ideal de segurança energética, com autossuficiência em petróleo, gás natural e energia elétrica. Ao utilizarmos fontes de energia produzidas aqui, minimizamos a dependência de importações nessa área e a fragilidade em caso de crises energéticas mundiais. n RUMOS - 27 – Novembro/Dezembro 2011