26 - Amazônia.cdr

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A
AMAZÔNIA
Energia
Por Juliana Cariello
Carga
reforçada
Investimento da ordem de R$ 1,3 bilhão, motivado, dentre outras razões, pelo Plano Nacional
de Energia, auxiliará na promoção da ampliação da matriz ener gética brasileira.
A
medida que o Sistema Interligado Nacional for abastecido
Estação Transmissora de Energia S/A investipor watts das hidrelétricas, estados como Acre e Rondônia,
rá R$ 1.393.538.999,95 para a construção da
hoje parcialmente dependentes de energia a diesel, precisaestação Inversora de Araraquara (SP) e da estarão menos dela, menos “limpa” e mais cara que a primeira.
ção Retificadora de Porto Velho (RO). Os
“A energia a diesel era um dos fatores de peso que fazia
6.450 MW a serem produzidos pelo Complexo do Madeira,
com que esses estados perdessem competitividade na hora de
composto pelas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio,
atrair empresas”, lembra Raimunda Carmem Silva, gerente
ambas em construção, serão integrados ao Sistema Interlide Análise de Projetos do Banco da Amazônia. A instituição
gado Nacional e distribuídos para todo o país com a ajuda
será responsável por financiar R$ 443.578.000,00 da estação
das duas estações. O projeto teve como uma de suas motivade Porto Velho, o que corresponde a 64%, por meio do Funções o Plano Nacional de Energia, elaborado pela Empresa
do de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e do Fundo
de Pesquisa Energética (EPE). O estudo fez uma projeção
Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). O resdo crescimento da economia nacional e da população brasitante dos recursos vem do Banco Nacional de Desenvolvileira até 2030 para prever a demanda energética do país e,
assim, desenvolver projetos capazes de minimizar o risco de futuros
Saiba mais sobre a Estação Retificadora de Porto Velho
apagões.
Valor do projeto
R$ 688.279.574,30 FDA
R$ 221.789.000,00
A Inversora, que cusR$ 221.789.000,00
FNO
tará R$ 705.259.425,65,
e a Retificadora, R$
Recursos próprios R$ 140.704.738,62
688.279.574,30, serão
BNDES
R$ 103.996.835,68
fundamentais na cadeia
Empregos na fase de
4.000
Diretos
3.000
produtiva nacional de
construção
energia, por tornarem a
Indiretos
1.000
voltagem e as correntes
Empregos na fase de
200
Diretos
50
elétricas adequadas ao
operação
consumo de energia nas
Indiretos
150
residências, nas indústrias e na iluminação
Fonte: Banco da Amazônia
pública, por exemplo. À
RUMOS - 26 – Novembro/Dezembro 2011
Divulgação
Projetos como o da construção da estação Inversora de Araraquara (SP) e da estação Retificadora de Porto
Velho (RO) podem mudar o paradigma da questão energética brasileira.
mento Econômico e Social (BNDES), R$ 103.996.835,68, e
de capital próprio da Estação Transmissora de Energia S/A,
R$ 140.704.738,62.
A empresa tomadora do empréstimo terá 20 anos para
quitar o empréstimo junto ao Banco da Amazônia, contado o
tempo de carência, com o pagamento da primeira parcela em
junho de 2013 e a última em 2031. A taxa média de juros do
empréstimo, liberado em quatro parcelas pelo banco, é de
10% ao ano.
Emprego e renda – O aumento da competitividade para as
empresas com a energia oriunda de hidrelétricas será um
ganho do projeto, mas não o único. A construção da Estação
Retificadora de Porto Velho criará 1.000 empregos diretos e
3.000 empregos indiretos para os moradores da região Norte;
já sua operação, 50 diretos e 150 indiretos.
“O projeto não só criará empregos, mas também aumentará a qualificação dos operadores e mantenedores das estações, em virtude da tecnologia a ser utilizada”, diz Luiz Cláudio de Oliveira Coutinho, diretor-presidente da Estação
Transmissora de Energia S/A. O treinamento será dado no
Brasil pela fabricante sueca ABB.
Outra consequência da estação de Porto Velho será o
aumento da navegabilidade do Rio Madeira em 2.500 km, o
que permitirá ao Porto de Itacoatiara, no Amazonas, receber
navios de novos destinos, como o Peru. O maior trecho navegável, que incrementará a economia local, se dará pela cons-
trução de eclusas. Elas permitem que barcos subam ou desçam rios e marés em trechos onde há desníveis, como quedas-d’água e corredeiras.
Matriz energética brasileira – Quase metade da energia
(45%) consumida no país é renovável, ou seja, proveniente
de recursos capazes de se refazer em um curto prazo. A
hidroeletricidade e a energia produzida a partir do etanol são
dois exemplos. O número ganha destaque quando comparado à matriz energética mundial, que, de acordo com o mesmo estudo publicado pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI), em 2007, é composta por apenas 14% de
fontes renováveis.
O uso de fontes renováveis no Brasil ainda pode ser
ampliado, de acordo com a publicação da CNI. O país ainda
tem potencial hidroelétrico de cerca de 260 mil MW de
potência. Destes, 180 mil MW podem ser aproveitados. A
maior parte do potencial remanescente (40%) está no Norte;
a menor (10%), no Nordeste.
A mesma pesquisa mostra, ainda, que a preocupação dos
países industrializados com a vulnerabilidade energética não
se aplica ao Brasil. O país está em uma situação quase ideal de
segurança energética, com autossuficiência em petróleo, gás
natural e energia elétrica. Ao utilizarmos fontes de energia
produzidas aqui, minimizamos a dependência de importações nessa área e a fragilidade em caso de crises energéticas
mundiais.
n
RUMOS - 27 – Novembro/Dezembro 2011
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