Condição de equilíbrio através de uma membrana permeável Misturas de gases ideais pi = ni RT = xi P V ; xi = ni ∑ nj j gases A e B misturados P,T gás A P’ ,T fracção molar da componente i onde pi é a pressão parcial do gás i P = Σ pi é a pressão da mistura membrana semipermeável: partição fixa,diatérmica permeável ao gás A (unicamente) Equilíbrio difusivo: p A = P' µ A ( mist , T , P ) = µ A ( puro , T , P ' ) µ A ( mist , T , P ) = µ 0 A (T ) + RT ln P ' = µ 0 A (T ) + RT ln p A = µ 0 A (T ) + RT ln P + RT ln x A Gás ideal: µ ( puro , T , P ) = µ 0 ( T ) + RT ln P µ A ( mist , T , P ) = µ A ( puro , T , P ) + RT ln x A <0 µ A ( mist , T , P ) = µ A ( puro , T , P ) + RT ln x A potencial químico do gás A na mistura, a T e P potencial químico do gás A puro, aTeP O potencial químico de um gás ideal numa mistura é sempre inferior ao potencial químico do mesmo gás quando puro, nas mesmas condições de pressão total. Soluções ideais (aprox. válida para soluções diluidas) Potencial químico da componente k duma solução ideal: µ k ( sol , T , P ) = µ k * ( puro , T , P ) + RT ln x k potencial químico da componente k pura, a T e P fracção molar da componente k Equilíbrio através de uma membrana pressão osmótica • Uma solução e um solvente puro estão separados por uma membrana semipermeável, i.e., permeável ao solvente mas não às moléculas do soluto. x solv = solução P’,T solvente A P ,T n solv n solv + n solu Na solução µ solv (T , P ' , x solv ) = µ solv * ( puro , T , P ' ) + RT ln x solv No compartimento onde A existe puro membrana semipermeável, diatérmica fixa e rígida µ solv * ( puro , T , P ) • O solvente difunde-se através da membrana, até que o seu potencial químico dos dois lados da membrana seja igual. Afinidade, Af → diferença do potencial químico que está na origem de um processo de difusão (ou de uma reacção química deslocada num determinado sentido) Afinidade no processo de osmose A f = µ solv * ( puro , T , P ) − µ solv * ( puro , T , P ' ) − RT ln x solv solução P’,T solvente A P ,T • A difusão do solvente devido a Af≠ 0 gera uma diferença de pressão entre a partição onde está o solvente puro e a partição onde está a solução. • A difusão do solvente através da membrana continua até que Af = 0. Pressão osmótica, π → diferença P’-P quando Af = 0 • O processo de osmose é muito importante nos organismos vivos, onde são frequentes os casos de membranas semipermeáveis. Numa célula, a pressão osmótica é equilibrada pela tensão nas paredes da célula (em certos casos as paredes podem romper !!) Extensão da Termodinâmica a sistemas abertos II) Sistemas heterogéneos (presença de diferentes fases de uma ou mais componentes) Vamos considerar o equilíbrio entre duas fases de um sistema mono-componente (uma só substância). As fases podem ser sólida, líquida ou gasosa. Num sistema PVT os processos de transição de fase, durante os quais 2 fases coexistem em equilíbrio, ocorrem a pressão e temperatura constantes ⇒ o potencial adequado para tratar as transições de fase é a função de Gibbs. Seja os sistema constituído pelas fases 1 e 2: G = n1 g1 + n2 g 2 n1, n2 → número de moles nas fases 1 e 2 dG = g1 dn1 + g 2 dn 2 + n1 dg 1 + n2 dg 2 Atendendo a que dT=dP=0: dg 1 = − s1dT + v1dP = 0 dg 2 = − s 2 dT + v 2 dP = 0 Conservação do número total de moles: n1 + n 2 = const . ⇒ dn1 = − dn 2 dG = g1 dn1 + g 2 dn 2 = ( g1 − g 2 ) dn1 dG = No equilíbrio, dG=0 g1 dn1 + g 2 dn 2 = ( g 1 − g 2 ) dn1 ⇒ g1 = g 2 Condição de Notar que, no equilíbrio, dn1 (e logo, dn2) pode ser não nulo. I.e., a função de Gibbs não muda e continua a ter o valor mínimo, mesmo variando o número de moles entre as fases - situação de equilíbrio indiferente). equilíbrio entre as 2 fases Equação de Clausius-Clapeyron Seja A um estado em que coexistem as fases 1 e 2. Fase 1 Então Fase 2 g1 (T , P ) = g 2 (T , P ) Para que se mantenha o equilíbrio de fases quando o sistema é sujeito a uma pequena variação de T e de P, i.e., para que o estado B do sistema esteja ainda sobre a mesma curva de transição de fases: Então g1 (T + dT , P + dP ) = g 2 (T + dT , P + dP ) dg 1 = g1 (T + dT , P + dP ) − g1 (T , P ) = dg 2 Mas vimos que, para cada fase, E logo, dg = − sdT + vdP − s1dT + v1dP = − s 2 dT + v 2 dP ⇒ dP s 2 − s1 = dT v2 − v1 Equação de Clausius-Clapeyron Casos particulares: Certas substâncias podem existir num mesmo estado de agregação (gás, líquido ou sólido), mas arranjos atómicos espaciais diferentes, i.e., diferentes formas alotrópicas. Formas alotrópicas do: carbono: oxigénio: enxofre: fósforo: (sólidos) grafite, diamante, fulereno (sólidos) gás oxigénio, gás ozono (gases) enxofre rômbico, enxofre monoclínico (sólidos) fósforo branco, fósforo preto, fósforo vermelho i) Transições sólido-sólido ou sólido-líquido formas alotrópicas diferentes Não havendo informação em contrário, é razoável supor-se Δh1→2 e v2-v1 independentes da temperatura B ∆ h1→ 2 dP = ∫A v2 − v1 B ∆ h1→ 2 TB dT ⇔ P = P + ln B A ∫A T v2 − v1 TA A, B → 2 pontos distintos da curva de transição de fase i) Transições sólido-gás ou líquido-gás Fazendo as 2 aproximações seguintes: - v2-v1 = vgás - vlíq (ou vgás - vsól ) ∼ vgás - vgás ∼ RT/P dP ∆ h1→ 2 dT = P R T2