SIMULAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE PORTADORES DE CARGAS EM EXCESSO EM REDES METÁLICAS BIDIMENSIONAIS. Kelder de Souza Weber, Haroldo Naoyuki Nagashima, Campus de Ilha Solteira, Faculdade de Engenharia, Licenciatura em Física, [email protected]. Palavras Chave: Lei de Coulomb, Simulação Computacional, Portadores de Carga. Introdução Em sistemas metálicos de alta simetria, é possível analisar como os portadores de carga se distribuem na superfície levando-se em consideração a Lei de Gauss. Em sistemas metálicos de baixa simetria podemos inferir como elas se distribuem considerando que cargas de mesmo sinal se repelem de tal forma que o campo elétrico seja nulo no interior do material. Neste trabalho desenvolvemos um programa em linguagem Fortran 90 que simula como os elétrons em excesso e distribuem em uma rede bidimensional (célula quadrada) de um sistema metálico. Resultados e Discussão O modelo foi aplicado em células bidimensionais (n x n) de 50 x 50 sítios a 500 x 500 sítios com uma quantidade maior que (4 x n) sítios e menor que (n x n)/2 sítios. A Figura 1 apresenta um exemplo de rede com elétrons em excesso (pontos azuis). Figura 1. Distribuição dos elétrons em uma célula bidimensional. Objetivos Neste trabalho investigamos por meio da simulação como os elétrons em excesso se distribuem em sistemas metálicos bidimensionais. Metodologia Desenvolvemos um programa em Linguagem Fortran 90 que simula a distribuição de cargas elétricas em excesso em uma superfície metálica retangular. Utilizamos a Lei de Coulomb1 para determinar a força resultante em cada um dos elétrons de um sistema de n elétrons. Inicialmente Os elétrons foram dispostos aleatoriamente no espaço de uma rede bidimensional, onde foi levada em consideração a condição de volume excluído. Isto é, não há superposição de elétrons no mesmo sítio. Se o módulo, a direção e o sentido da força resultante em cada elétron forem conhecidos, analisamos a possibilidade do elétron se deslocar na rede a cada intervalo unitário de tempo. Para analisar a possibilidade de deslocamento de cada elétron percorremos a célula partindo dos elétrons mais afastados do centro da célula bidimensional. A trajetória obedeceu a um caminho no formato de uma espiral partindo dos sítios externos para os sítios internos. O deslocamento respeitou o limite físico da rede metálica bidimensional. De acordo com a Lei de Gauss, no interior de um metal contendo um excesso de carga, o campo elétrico é nulo. Desta forma, na situação final de equilíbrio eletrostático, colocamos uma partícula de prova no interior da amostra para verificar se realmente o campo elétrico resultante sobre a partícula é nula. XXVII Congresso de Iniciação Científica As simulações mostram que o campo elétrico resultante na carga de prova apresentam valores menores que 5% do campo elétrico gerado por um elétron a uma distância unitária (campo elétrico padrão) para células acima de 120 x 120 sítios. Para células acima de 200 x 200, o campo elétrico resultante é menor que 2% do campo elétrico padrão. Desta forma, o campo elétrico resultante no interior da rede diminui consideravelmente com o aumento do número de partículas e com o aumento do tamanho da rede bidimensional. Isto ocorre devido à diminuição do efeito de interação com as bordas da rede a medida que o tamanho da célula aumenta. Conclusões A simulação permitiu verificar como os elétrons em excesso se distribuem em células bidimensionais n x n quando levamos em consideração a repulsão coulombiana entre os elétrons. O teste foi verificado por meio de uma carga teste que mediu o campo elétrico em sítios na região interna das células. Agradecimentos Os autores agradecem a CAPES pelo apoio financeiro. _________________________ 1 Walker, J., Halliday, D., & Resnick, R. Fundamentals of Physics. Hoboken, NJ: Wiley, 1997, 601.