LGN 313 – Melhoramento Genético Professor Natal Antonio Vello [email protected] MELHORAMENTO DE ESPÉ ESPÉCIES AUTÓ AUTÓGAMAS BIBLIOGRAFIA ADICIONAL: VELLO, 1992. Métodos de melhoramento de soja. In: CÂMARA, G.M.S.; MARCOS FILHO, J.; OLIVEIRA, E.A.M. (eds.). Simpósio sobre Cultura e Produtividade da Soja, I. ESALQ, 15-18/07/1991. Anais. Piracicaba, FEALQ, p.41-58. VELLO, N.A. 1995. Autogamia. In: Sousa, J.S.I.; Peixoto, A.M.; Toledo, F.F.(redatores). Enciclopédia Agrícola Brasileira, vol.1 (A-B). EDUSP, São Paulo, p.282 (verbete) VIEIRA, M.L.; VELLO, N.A.; SILVA FILHO, M.C. 2004. Genética e Melhoramento Vegetal. In: MIR, L. (Org.). Genômica. 1ª ed. São Paulo, Editora Atheneu, p. 679-703. 1 AUTÓ AUTÓGAMAS # Flores completas (hermafroditas) e cleistogâmicas, sem alelos de autoincompatibilidade e com sincronismo de maturidade entre óvulo e pólen: a) muitas espécies anuais: alface, amendoim, arroz, aveia, cevada, ervilha, feijão, linho, pimentas, pimentões, quiabo (quase), soja, tomate, trigo, triticale; b) poucas espécies perenes: Citrus sinensis, Coffea arabica e algumas espécies de Prunus ( abricó, nectarina, pêssego). # Reprodução sexuada com no mínimo 95% de autofecundações naturais, # Consequência genética: aumento da homozigosidade das plantas, que no seu grau máximo produz populações de linhagens puras. ESTRUTURA GENÉTICA DAS POPULAÇÕES AUTÓGAMAS P AA x aa F1 F Aa 0 1 F2 AA F3 1 4 Fn + 1 2 x 1 4 = Aa aa 1 2 1 1 1 4 2 4 AA 3 8 Aa 1 4 aa 1 1 + 4 2 AA Aa aa 1 2 0 1 2 x 1 4 = 3 8 t = n -1 3 4 1- 1 2t 2 AUTÓ AUTÓGAMAS Nº GENES (2 alelos) Nº LINHAGENS FREQUÊNCIA 1 2 1/2 2 4 1/4 3 8 1/8 k 2k 1/2k EQUILÍ EQUILÍBRIO DE WRIGHT: FREQUÊNCIAS GENOTÍ GENOTÍPICAS GENÓTIPOS S.R.MISTO (0 < F < 1) AA p2 + Fpq Aa aa TOTAL AUTÓGAMAS (F=1) ALÓGAMAS (F=0) p p2 0 2pq q2 + Fpq q q2 1 1 1 2pq – 2Fpq = 2pq (1-F) F = coeficiente de endogamia de Wright (0 a 1) t : nº de gerações de autofecundação (F2 : t = 1) w: taxa de autofecundações (0 a 1) F= F = 1 - 1 (F2 : F= 1 ; 2t 2 w 2-w (w = 0,5 F∞ : F = 1) F = 1/3) 3 TEORIA DA LINHAGEM PURA (JOHANNSEN, 1903) FEIJÃO: TAMANHO DAS SEMENTES # População inicial de sementes de diferentes tamanhos (pesos) # Primeira seleção: várias classes fenotípicas com tamanhos pequeno, intermediário e grande: linhagens # Segunda, terceira, ... , nª seleção dentro de cada progênie não alterou a média do tamanho (peso) dos feijões # Conclusões: a) existe variabilidade genética na população inicial (s2F = s2G + s2E) b) existe variabilidade genética (s2G) entre linhagens oriundas da primeira seleção (seleção entre linhagens é efetiva) c) a variabilidade dentro de linhagens é de natureza ambiental (s2E) (seleção dentro de linhagens não é efetiva) LINHAGEM PURA: conjunto de indivíduos obtidos pela autofecundação de uma planta homozigótica MÉTODOS DE MELHORAMENTO DE ESPÉ ESPÉCIES AUTÓ AUTÓGAMAS I. Métodos que exploram a variabilidade genética pré-existente 1. Introdução de plantas 2. Seleção massal ou fenotípica 3. Seleção de plantas individuais com teste de progênies II. Métodos que criam e exploram variabilidade genética 4. População (Bulk) 5. Genealógico (Pedrigree) 6. SSD (Single Seed Descent) 7. Retrocruzamentos 4 INTRODUÇ INTRODUÇÃO DE PLANTAS # Simples e com ganho rápido e grande # Introdução de novas linhagens, testes de performance agronômica, seleção das melhores linhagens, multiplicação de sementes, liberação no mercado e marketing # Exemplos de introduções norte-americanas de soja que se tornaram importantes cultivares no Brasil: Bossier, Bragg, Davis, Paraná # Novas coletas de plantas têm sido introduzidas nos bancos de germoplasma e nos programas de melhoramento, especialmente plantas com genes especiais, p.ex., para resistência a pragas e doenças, teores altos de óleo e proteína e variações nos teores de ácidos graxos e aminoácidos SELEÇ SELEÇÃO MASSAL OU FENOTÍ FENOTÍPICA # População inicial (original): variedades locais e ou compostos (bulks) com grande variabilidade genética # Ciclo: semeadura no campo, no ambiente alvo (local, época de cultivo), área pequena (0,5 a 1,0 ha), sem delineamento experimental, avaliação e seleção Exs.: pupunha sem espinhos (Peru), milho pipoca geral: p = 20%, sementes das plantas selecionadas são misturadas para iniciar novo ciclo ou multiplicação de sementes ( população melhorada) # Autógamas: ganhos na seleção apenas nos 1º e 2º ciclos de seleção (ex. tamanho dos feijões, JOHANNSEN 1903) # Autógamas: mais usado para purificação de cultivares e na fase final do processo de multiplicação de sementes de uma linhagem selecionada para ser uma nova cultivar 5 SELEÇ SELEÇÃO MASSAL OU FENOTÍ FENOTÍPICA # ROGUING: exame da população de plantas e eliminação das plantas atípicas (mistura mecânica, tigüera, cruzamentos raros e mutações espontâneas) # Plantas atípicas podem excepcionalmente originar novas cultivares; p.ex. as cultivares de soja Paranagoiana, SS-1 originaram-se de seleção de plantas atípicas na cultivar Paraná # Recomendação: caracteres de alta herdabilidade; a seleção baseia-se no fenótipo de uma única planta (ambiente pode influenciar muito) # S.M. Estratificada: caracteres de baixa herdabilidade (p.ex. produtividade de grãos); seleção (p) dentro dos estratos; efeito ambiental : no. estratos SELEÇ SELEÇÃO DE PLANTAS INDIVIDUAIS COM TESTE DE PROGÊNIES # O primeiro ciclo corresponde à seleção massal em variedades locais (landraces) e ou populações especiais (bulks), na natureza ou em lotes de agricultores. P.ex. em arroz, colhe-se a espiga principal de cada planta selecionada # O segundo ciclo é conduzido no ambiente alvo, na forma de experimento: cada espiga selecionada originará uma progênie, a ser avaliada em: - parcela: fileira curta (< 5 m) ou covas - sem repetições (pequeno número de sementes) - testemunhas comuns (3 a 5 cultivares elites): sorteadas e repetidas a cada conjunto de 20 progênies # As progênies superiores são selecionadas para se iniciar novo ciclo com: - parcelas maiores (2 a 4 fileiras) e testemunhas comuns intercaladas 6 SELEÇ SELEÇÃO DE PLANTAS INDIVIDUAIS COM TESTE DE PROGÊNIES # Ciclos seguintes: diminui-se o número de progênies e aumenta-se a precisão experimental: - parcelas maiores - 4 repetições - 2 ou mais locais e épocas de cultivo - testemunhas comuns MÉTODO DA POPULAÇ POPULAÇÃO . . . . . . . . . F3 . . . . . . . . . Ft . . . . . . . . – – F2 1 – – – N . Última geração ao acaso, colheita N plantas individuais . . . . . . . . Fg = Ft + 1 2 . Obs.: Retângulos horizontais Ξ Retângulos verticais Ξ . . . – – – POPULAÇÕES PROGÊNIES 7 MÉTODO GENEALÓ GENEALÓGICO F2 = Ft F3 = Ft’ F4 = Ft” F5 = Fg 1 2 . . . J 1 2 . . . J ... 1 2 .. J 1 2 1 2 . . . P 1 2 . . . P 1 2 . . . J 1 2 . . . J 1 2 .. J ... N 1 2 . . . P --- 1 2 . . . J 1 2 . . . J --- 1 2..J 1 2 . . . J ... 1 2 . . . J 1 2..J ... ... ... 1 2 . . . J --- --- ... Testes de produtividade Número total de progênies Fg avaliadas = J.P.N. SSD: SINGLE SEED DESCENT DESCENDÊNCIA DE SEMENTE ÚNICA F2 • • --- • F3 • • --- • . . . . . . • • • • • • • • Fn . . . --- • • • • 8