PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS LGN 5799 – Seminários em Genética e Melhoramento de Plantas Departamento de Genética Avenida Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 83, CEP: 13400-970 - Piracicaba - SP http://www.genetica.esalq.usp.br/semina.php Semente genética: soja Pós-Graduando: Paulo Fernando de Melo Jorge Vieira Orientador: Prof. Natal Antonio Vello O melhorista ou instituição detentora dos direitos de proteção sob determinada cultivar de soja é responsável legalmente pela manutenção de reserva de sementes puras, denominada sementes genéticas. A inscrição no Registro Nacional de Cultivares deverá ser única e fica condicionada à existência de pelo menos um mantenedor. Isso implica que a empresa de melhoramento deve sempre possuir reserva técnica de sementes genéticas das suas cultivares. As informações são atualizadas semestralmente, por meio eletrônico, no Cadastro Nacional de Cultivares Registradas (CNCR). O registro é feito com base nas informações agronômicas, do valor de cultivo e uso (VCU) e é fundamentado na Lei de Sementes. Já para proteger uma cultivar é fundamental que esta seja nova e atenda características específicas de distinguibilidade, homogeneidade e estabilidade (DHE) (Ministério da Agricultura 2007). A produção de sementes genéticas é primordial no lançamento de novas cultivares e na manutenção das demandadas pelo mercado. Quando determinada linhagem se destaca nos ensaios, mas não possui sementes genéticas suficientes, se protela o lançamento da nova cultivar. Para programas de melhoramento em larga escala, a dimensão da área de sementes genéticas pode ser obstáculo considerável, pois para produzir semente genética necessita-se de área experimental uniforme e representativa da região de adaptação da cultura. A semente de boa qualidade deve possuir pureza genética, pureza física, qualidade fisiológica e sanidade. Com isso, a produção de sementes é bastante diferenciada quando comparada à de grãos com relação às práticas culturais. Deve-se monitorar constantemente os campos de produção e ser intolerante com algumas plantas daninhas, pragas e doenças (Krzyzanowsky et al 1993). Três métodos são mais utilizados para produção de semente genética. O método de seleção massal é o mais simples e consiste em selecionar as sementes ou plantas que sigam um padrão. Isso confere rapidez, mas depende de mão de obra e não é tão eficiente em uniformizar os lotes de sementes, principalmente se houver muita mistura. O segundo método é baseado na avaliação de progênies oriundas da seleção de plantas uniformes, que são examinadas, descartando-se as destoantes; as progênies são selecionadas e as mais padronizadas são trilhadas em “bulk”. Também se pode trilhar individualmente as progênies e examiná-las antes de misturá-las. O terceiro método é semelhante ao segundo no início, só que as progênies são testadas por mais uma geração; elas são trilhadas individualmente, descartadas as irregulares, e as selecionadas semeadas novamente em blocos. A composição dos blocos selecionados resultará na semente genética (Fehr 1987, Toledo et al. 1994, Guerra e Prete 1999). Os programas de melhoramento são dinâmicos e a produção de sementes genéticas deve ser adequada às condições especificas do desenvolvimento de cultivares. Os melhoristas devem monitorar o processo pela maior responsabilidade que a lei atual confere, afim de obter sementes genéticas uniforme com menor custo possível. Bibliografia FEHR, W.R. Breeding Methods for Cultivar Development. In: WILCOX, J.R. (editor) Soybeans: improvement, production and uses. 2ª edição. Madison, American Society of Agronomy, 1987. GUERRA, E.P.; PRETE, C.E.F. Manutenção, multiplicação e distribuição de semente genética. In: DESTRO, D. e MONTALVÁN (Orgs.) Melhoramento Genético de Plantas. Londrina, Universidade Estadual de Londrina, 1999. KRZYZANOWSKY, F.C.; GILIOLI, J.L. e MIRANDA, L.C. Produção de sementes nos cerrados. In: ARANTES, N.E. e SOUZA, P.I.M. (editores) Cultura da soja nos cerrados. Piracicaba, 1993. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA Serviços http://www.agricultura.gov.br/. Acesso em: set. 2007 / cultivares Disponível em: TOLEDO, J.F.F.; ALMEIDA, L.A.; KIIHL, R.A.S.; PANIZZI, M.C.C.; KASTER, M. MIRANDA, L.C.; MENOSSO,O.G. Genetic and breeding. In: Tropical Soybean – improvement and production. FAO, Rome, 1994 Paulo Fernando de Melo Jorge Vieira De acordo Natal Antonio Vello Orientador