Potencial genético para seleção de uma população de algodoeiro

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RESUMO
O padrão geral de um programa de melhoramento apropriado para uma dada espécie é
determinado, em grande parte, pelo sistema reprodutivo da espécie. As espécies
agrícolas podem ser divididas em dois grupos, dependendo do fato delas serem de
polinização cruzada ou autofecundação. A importância desta distinção é porque os
métodos de melhoramento aplicáveis ao grupo de plantas de autopolinização são muito
distintos daqueles aplicáveis as espécies de polinização cruzadas. Muitos estudos de
polinização em algodão (Gossypium hirsutum L.) foram realizados em varias partes do
mundo, mas nenhum deles direcionados a nova cultivar BRS 200- Marrom produtora de
fibras coloridas, obtida pelo Centro Nacional de Pesquisa do Algodão (Embrapa
Algodão). O algodão geralmente é considerado como sendo uma cultura de
autofecundação, porém com taxa de polinização cruzada, e a maioria das cultivares são
a mistura de linhas puras. Os objetivos da presente pesquisa foram: estudar a estrutura
genética da cultivar BRS 200; obter estimativas dos componentes da variância
genotípica; avaliar as propriedades genéticas de fibras coloridas e avaliar o ganho
genético considerando o algodão colorido como de autogamia parcial. Os experimentos
foram conduzidos no município de Barbalha-Ceará-Brasil, durante o ano de 2003. As
progênies foram obtidas de capulhos colhidos de polinização livre (PL) e de
autofecundação (AF) em uma mesma planta (aos pares). A taxa de cruzamento estimada
foi de 22%, com valores variando de 6,53% a 99,6%. A população estudada apresentou
autogamia parcial, o que significa uma mistura de dois sistemas de reprodução. As
variâncias genética ( σˆ g2 ) e fenotípica ( σ̂ F2 ) estimadas para progênies AF foram
superiores a variância genética das progênies PL, refletindo o incremento da variância
genética aditiva causada pela endogamia. Este resultado pode indicar que a seleção seria
mais eficiente entre as progênies autofecundadas. Do ponto de vista do melhoramento
genético foi observado que os maiores ganhos foram obtidos quando a seleção foi
aplicada entre progênies autofecundadas. Este fato pode ser explicado porque neste tipo
de progênie, a fração da variância genética aditiva foi mais alta do que nas progênies de
polinização livre, e como conseqüência, a seleção seria mais eficiente neste tipo de
material genético.
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