Aula 2: Concordância verbal e nominal.

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Aula 2: Concordância verbal e nominal.
SUMÁRIO
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5.
PÁGINA
Princípios da concordância
Tipos de sujeito
Peculiaridades na concordância
As vozes verbais ativa e passiva
O que devo tomar nota como mais importante
1
4
18
29
59
Olá, companheiros!
Bom, chegamos à nossa segunda aula!
Uma dica: Não deixe a matéria acumular, pois isso causa desânimo e
esta é a última coisa que concurseiro pode sentir.
Material para estudar é que não falta!!!!! Então, mantenha-se
motivado(a), organizado(a), de maneira a estudar numa rotina. Nosso corpo e
mente se adaptam bem àquilo que trabalhamos com regularidade.
O tema desta semana é a concordância verbal e nominal, a qual é muito
importante e cai muito nas provas da ESAF. Por isso, devemos nos atentar aos
termos básicos da oração, aprofundando no reconhecimento do sujeito:
Sujeito: É o termo da oração do qual se declara alguma coisa. Ele possui
um núcleo (palavra de valor substantivo) e geralmente algumas palavras de
valor adjetivo que servem para caracterizá-lo.
Veja a oração abaixo.
As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes.
sujeito
Predicado nominal
O verbo de ligação “foram” e o predicativo “excelentes” flexionaram-se
no plural porque o substantivo “viagens” está no plural. Esse substantivo, por
ser a palavra principal dentro do sujeito e não ser antecedido de preposição,
possui a função sintática de núcleo do sujeito. Ele leva o verbo “foram” a
concordar com ele (concordância verbal) e o predicativo também
(concordância nominal). Além disso, dentro do sujeito, há palavras que servem
para caracterizá-lo: “As”, “primeiras” e “de Joaquim”. Essas palavras têm o
nome de adjunto adnominal, cujo papel é caracterizar o núcleo e se flexionar
de acordo com ele (concordância nominal). Note que, dentro do sujeito,
apenas a expressão “de Joaquim” não sofreu flexão, isso porque é uma
locução; então a preposição (de) e o sentido impedem essa flexão. Veja as
funções sintáticas.
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Concordância nominal
Concordância nominal
As
Adj Adn
primeiras
viagens
Adj Adn
núcleo
de Joaquim
Adj Adn
sujeito
foram
verbo de
ligação
excelentes.
predicativo
Predicado nominal
Concordância verbal
Primeiramente, veremos a concordância verbal. Para isso, é importante
sabermos diferenciar os tipos de sujeito, o qual pode ser determinado,
indeterminado e há ainda as orações formadas sem sujeito (sujeito
inexistente).
Questão 1: Ministério do Turismo 2014 Analista Técnico-Administrativo
Fragmento do texto: O sorteio dos grupos marcou a aceleração do
calendário. As vendas dos ingressos foram reabertas, e o entusiasmo dos
brasileiros não deixou de ser percebido.
A substituição de “marcou” ( .1) por marcaram altera as relações semânticas
do texto, mas preserva sua correção gramatical.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Comentário: O verbo “marcou” tem como núcleo do sujeito o substantivo
singular “sorteio”. A expressão plural “dos grupos” não interfere na
concordância, por isso a alteração do verbo para plural prejudicaria a correção
gramatical.
Gabarito: E
Questão 2: Ministério da Fazenda 2014 Assistente Técnico-Administrativo
Fragmento do texto: É preciso considerar a direção que devem tomar as
políticas públicas para alcançar maior eficiência.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A forma verbal “devem” ( .1) está no plural porque concorda com o sujeito “as
políticas públicas”.
Comentário: A afirmativa está correta, haja vista que a locução verbal
“devem tomar” é transitiva direta e se refere ao termo plural “as políticas
públicas”. Poderia ter havido dúvida, apenas porque o sujeito está após o
verbo. Note que o pronome relativo “que” encontra-se na função sintática de
objeto direto.
a direção que devem tomar as políticas públicas para alcançar maior eficiência
OD + loc verbal TD
sujeito
Veja com a posição normal que tudo fica mais simples:
as políticas públicas devem tomar a direção para alcançar maior eficiência
Gabarito: C
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Questão 3: CGU 2012 - Analista de Finanças e Controle
Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações de
concordância no texto abaixo.
1
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou um período de
vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucratividade das empresas
foi decisiva para os resultados fiscais favoráveis. Elevaram-se, de forma
significativa e em valores reais, deflacionados pelo Índice de Preços ao
5 Consumidor Amplo (IPCA), as receitas do Imposto de Renda Pessoa
Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O
crescimento da massa de salários fez aumentar a arrecadação do Imposto
de Renda Pessoa Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da
10 previdência social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de
capital, responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF.
(Adaptado de http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/cartaconjuntura/
carta05/7, acesso em 29/4/2012)
a) Na linha 1, emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as
regras de concordância com “economia”( .1).
b) Na linha 4, o uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de plural
em “deflacionados”( .4).
c) O plural em “resultados”( .3) é responsável pela flexão de plural em
“Elevaram-se”( .3).
d) O singular em “a arrecadação”( .8) é responsável pela flexão de singular
em “fez aumentar”( .8).
e) A flexão de plural em “foram”( .10) justifica-se pela concordância com
“relevantes”.
Comentário: A alternativa (A) está errada, tendo em vista que o verbo
“proporcionou” concorda com o núcleo do sujeito “desempenho”.
A alternativa (B) é a correta, pois o particípio “deflacionados” inicia a
oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio, a qual
caracteriza o substantivo “valores”. Assim, realmente “deflacionados” concorda
com “valores”.
A alternativa (C) está errada, pois “Elevaram-se” tem como sujeito o
termo composto “as receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins)”.
A alternativa (D) está errada, pois o núcleo do sujeito de “fez aumentar”
é o substantivo “crescimento”. Note que o substantivo “arrecadação” é o
núcleo do objeto direto.
A alternativa (E) está errada, pois o verbo de ligação “foram” tem como
sujeito o termo “os elevados ganhos de capital”. O adjetivo “relevantes” é o
predicativo do sujeito.
Gabarito: B
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Como nossa intenção não é decorar os tipos de sujeito, mas saber a
flexão do verbo a partir deles, o assunto concordância será visto dentro dos
tipos de sujeito, para que sejamos bem didáticos e não tenhamos dúvida para
a prova. Vamos a eles:
1. Determinado: É o sujeito que se pode identificar com precisão a partir da
concordância verbal ou do contexto. Pode dividir-se em:
1.1. Simples: constituído de apenas um núcleo (palavra de valor substantivo).
Uma
Adj Adn
boa
Constituição
é desejada por todos.
Adj Adn
núcleo
sujeito simples
Alguns
políticos
Adj Adn
núcleo
sujeito simples
predicado
se corrompem.
predicado
No primeiro exemplo, a locução verbal “é desejada” concorda com o
núcleo “Constituição”, que é um substantivo no singular. No segundo exemplo,
o verbo “corrompem” concorda com o núcleo “políticos”, que é um substantivo
no plural.
Tome cuidado quando o sujeito for extenso, pois o verbo fica distante do
núcleo do sujeito e algumas vezes pode haver confusão na flexão do verbo:
O valor das mensalidades dos cursos preparatórios para a carreira
jurídica subiu muito no último semestre.
Perceba que o verbo “subiu” se flexionou corretamente no singular, por
concordar com o núcleo do sujeito “valor”, que é um substantivo no singular.
Assim, é importantíssimo verificar qual é o núcleo do sujeito, para saber
a flexão do verbo. Se o núcleo do sujeito estiver no singular, o verbo se
flexionará no singular; se estiver no plural, verbo no plural. Mas não se pode
dizer que será sempre assim. Pode haver concordâncias diferentes,
dependendo da intenção do autor, do valor semântico ou até da ênfase. Dessa
forma, é necessário aprendermos a concordância verbal com base no sujeito
simples.
A concordância verbal com o sujeito simples:
a) O verbo concorda com o sujeito simples em pessoa e número.
Os brasileiros necessitam de bons políticos.
De paz necessitam as pessoas.
b) As expressões partitivas a maior parte, grande parte, a maioria,
grande número, acompanhadas de adjunto adnominal no plural, fazem o
verbo concordar com o núcleo do sujeito ou com o especificador (adjunto
adnominal). Veja a construção abaixo:
Adj Adn
A maior parte dos constituintes se retirou.
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Essa é a concordância literal, pois o substantivo “parte” é o núcleo do
sujeito. Porém, percebemos que esse vocábulo não possui a carga semântica
(sentido) principal dentro do sujeito, pois o vocábulo “constituintes” denota
mais clareza sobre o ser de quem se está falando. Por essa possibilidade de
interpretação, vários autores começaram a concordar com o adjunto
adnominal, para enfatizá-lo. Veja:
A maior parte dos constituintes se retiraram.
Obs.: Os termos sublinhados apenas mostram didaticamente com quem o
verbo concorda. Não significa que serão sempre o núcleo do sujeito.
Veja outros exemplos:
Grande parte dos torcedores aplaudiu a jogada.
Grande parte dos torcedores aplaudiram a jogada.
A maioria dos constituintes votou.
A maioria dos constituintes votaram.
c) O mesmo ocorre com o substantivo coletivo com especificador no plural
(adjunto adnominal). Isso pode levar o verbo ao singular ou ao plural. Veja:
Um bando de ladrões invadiu a festa.
Um bando de ladrões invadiram a festa.
d) Com a expressão mais de + numeral, o verbo concorda com o numeral
Mais de um candidato prometeu melhorar o país.
Mais de duas pessoas vieram à festa.
Porém, se o verbo contiver pronome de reciprocidade, concordará no
plural:
Mais de um sócio se insultaram. (um ao outro)
Também ocorrerá concordância no plural se houver repetição desta
expressão:
Mais de um candidato, mais de um representante faltaram à reunião.
e) Expressões que denotam quantidade aproximada perto de, cerca de,
menos de, somadas a núcleo do sujeito no plural, levam o verbo ao plural:
Perto de quinhentos presos fugiram.
Cerca de trezentas pessoas ganharam o prêmio.
Menos de duas pessoas fizeram isto.
f) Substantivos só usados no plural fazem com que a concordância dependa
da presença ou não de artigo.
Sem artigo - verbo no singular
Férias faz bem.
Estados Unidos cresceu 0,8 % economicamente neste ano.
Minas Gerais produz muito leite.
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Precedidos de artigo plural - verbo no plural
As férias fazem bem.
Os Estados Unidos cresceram 0,8 % economicamente neste ano.
As Minas Gerais produzem muito leite.
No tocante a nome de lugar, isso tem uma razão semântica. Quando se
insere o artigo nessa situação, quer-se enfatizar a origem do nome, por
exemplo, “Estados Unidos” (apenas uma nação), “Minas Gerais” (apenas um
estado); mas “Os Estados Unidos” (os vários estados, unidos por uma só
Constituição); “As Minas Gerais” (as várias minas de extração existentes na
região).
Por extensão, encaixam-se nesta regra os nomes plurais de obras literárias.
A obra literária de nome plural com artigo necessita de concordância no plural.
Note que quem inseriu o artigo foi o próprio autor. Com isso, ele quis enfatizar
este substantivo, fazendo com que o verbo concorde no plural, justamente
para preservar o sentido original:
Os lusíadas contam um pouco da história das Grandes Navegações.
Os Sertões relatam o sofrimento do sertanejo nordestino.
Agora, veja a concordância com nome de obra no plural, mas que o
autor preferiu não utilizar o artigo, para generalizar. Naturalmente o verbo
concorda no singular:
Memórias Póstumas de Brás Cubas narra a história de um personagem
defunto.
Entretanto, se queremos enfatizá-lo, poderemos inserir o artigo. Dessa
forma, a concordância passa a ser também no plural:
As Memórias Póstumas de Brás Cubas
personagem defunto.
narram a história de
um
Quando há o verbo “ser” nestas construções, tudo vai depender do termo
que vier depois – o predicativo. Estando no plural, esse verbo flexionar-se-á no
plural; no singular, verbo no singular. Veja:
Os Lusíadas é uma obra da Literatura Portuguesa.
Os Lusíadas são belas interpretações da história portuguesa
Essas são as concordâncias literais, mas admite-se também a
concordância ideológica (silepse) com a palavra “obra” implícita na frase ("Os
Lusíadas" exalta a grandeza do povo português). Em concurso, essa silepse
deve ser evitada, por isso o ideal é a forma:
"Os Lusíadas" exaltam a grandeza do povo português.
g) quando o sujeito é número percentual, deve-se observar a posição do
número percentual em relação ao verbo:
Obs.: Os termos sublinhados apenas mostram didaticamente com quem o
verbo concorda. Não significa que serão sempre o núcleo do sujeito.
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Verbo concorda com termo posposto ao número:
80% da população tinha mais de 18 anos.
Um por cento dos sócios saíram da empresa.
É rara a construção, mas é aceita a concordância também com o numeral:
80% da população tinham mais de 18 anos.
Um por cento dos sócios saiu da empresa.
Verbo concorda com o número quando estiver anteposto a ele:
Perderam-se 40% da lavoura.
Verbo no plural, se o número vier determinado por artigo ou pronome no
plural:
Os 87% da produção perderam-se.
Aqueles 30% do lucro obtido desapareceram.
Verbo concorda com o número quando esse estiver sem o termo posposto:
1% chegou mais tarde.
2% fizeram a margem consignável.
h) Quando o sujeito for número fracionário, o verbo concorda com o
numerador:
1/4 da turma faltou ontem.
3/5 dos candidatos foram reprovados.
i) A expressão “Cada um de” enfatiza a parte separada de um todo, por
isso, na função de sujeito, leva o verbo ao singular:
Cada um dos candidatos poderá requerer recurso apenas uma vez.
j) Concordância com pronomes indefinidos, interrogativos e de tratamento:
Tome cuidado na concordância verbal com o sujeito formado por
pronome indefinido (alguns, nenhuns, vários, muitos) ou pronome
interrogativo (quais, quantos), seguido das expressões de nós ou de vós:
I - Se os pronomes indefinido ou interrogativo se encontrarem no
singular, o verbo obrigatoriamente concordará com ele (no singular):
Algum de nós recusou-se a colaborar.
Qual de vós assumirá a autoria do crime?
II - Se os pronomes indefinido ou interrogativo se encontrarem no plural,
o verbo poderá concordar com o núcleo ou com a expressão periférica (de nós,
de vós) a depender da ênfase e muitas vezes do sentido:
Alguns de nós são omissos.
O autor se exclui do grupo.
Quais de vós foram insultados?
Alguns de nós somos omissos.
O autor se inclui no grupo.
Quais de vós fostes insultados?
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III - Quando os pronomes de tratamento se encontram na função de
sujeito, o verbo e pronomes adjetivos flexionam-se na terceira pessoa do
singular e os adjetivos podem concordar literalmente (com a palavra feminina
Excelência, Alteza, etc) ou por silepse (concordância com a pessoa do sexo
masculino ou feminino):
Vossa Excelência está cansado, deputado!
Vossa Senhoria remeteu seu documento ao endereço errado.
Questão 4: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2012
Fragmento do texto: Do total arrecadado, 60% ficavam com o sindicato da
categoria profissional, 15% iam para as federações, 5% para as
confederações.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Se quiséssemos informar sobre a porcentagem restante do total arrecadado
(linha 1), estaria correta a concordância verbal da frase “Os 20% restantes
ficavam...”.
Comentário: A concordância estaria correta, pois o sujeito “Os 20%
restantes” manteria o numeral percentual como núcleo, sendo os demais
vocábulos os adjuntos adnominais, também plurais. Assim, naturalmente, o
verbo se mantém no plural.
Gabarito: C
Questão 5: CGU 2012 - Analista de Finanças e Controle
Assinale a opção em que foi inserido erro gramatical na transcrição do texto
abaixo.
Deve-se rejeitar o argumento de que(A) uma das causas da baixa
competitividade da indústria seja(B) o alto custo do trabalho. Não se combate
a perda(C) de competitividade com redução de direitos trabalhistas. Pelo
contrário, foi(D) precisamente a elevação(E) dos salários e a crescente
formalização do trabalho os fatores responsáveis pelo aumento do poder
aquisitivo da população e a ampliação de nosso mercado interno.
(Adaptado de Júlio Miragaya, Desindustrialização e baixo crescimento
econômico - Correio Braziliense, 23 de abril de 2012)
a) (A)
b) (B)
c) (C)
d) (D)
e) (E)
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois a preposição “de” é exigida
pelo substantivo “argumento” e inicia a oração subordinada substantiva
completiva nominal “de que uma das causas da baixa competitividade da
indústria seja o alto custo do trabalho”.
A alternativa (B) está correta. O verbo “seja” está flexionado no singular,
porque o núcleo do seu sujeito também está no singular: “uma”.
A alternativa (C) está correta. A banca quis testar seus conhecimentos
sobre a diferença do verbo “perca” em relação ao substantivo “perda”. Veja
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que há o artigo “a”, evidenciando que só cabe o substantivo.
A alternativa (D) é a errada, pois o sujeito plural “os fatores
responsáveis” força o verbo de ligação “foi” ao plural (foram). Note que o
termo composto “a elevação dos salários e a crescente formalização do
trabalho” é o predicativo do sujeito.
A alternativa (E) está correta, pois o substantivo “elevação” está
corretamente grafado e flexionado no singular.
Gabarito: D
Questão 6: Assistente Técnico-Administrativo da Receita Federal 2012
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical inserido na transcrição do
texto.
Juros altos, pobreza de planejamento financeiro e facilidade excessiva para
obter crédito levam ao superendividamento do consumidor, conforme(1)
pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).
Avaliação semelhante fez o Fundo Monetário Internacional (FMI), em julho, em
contraste com(2) o otimismo do Banco Central (BC). O presidente do BC
defende os estímulos da Fazenda ao crédito e ao consumo para ajudar a
empurrar a atividade econômica. As dívidas comprometem, em média, 42% da
renda familiar — muito além dos 30% considerados pela Proteste como limite.
O levantamento, baseado em entrevistas com 200 famílias de São Paulo e do
Rio, constataram(3) que na classe C o endividamento está acima(4) da
média e compromete 46,2% da renda familiar. Em média, cada pesquisado
tem três dívidas diferentes. E pelo menos uma é no cartão de crédito,
cujos(5) juros são exorbitantes, da ordem de 238% ao ano. Muitos devedores
declaram não ter condições de pagar as faturas no vencimento.
(Adaptado de O Estado de S. Paulo, 19/8/2012)
a) conforme (1)
b) em contraste com (2)
c) constataram (3)
d) acima (4)
e) cujos (5)
Comentário: O erro fica evidente na alternativa (C), pois o sujeito “O
levantamento” força o verbo ao singular: “constatou”. Veja:
“O levantamento, baseado em entrevistas com 200 famílias de São Paulo e do
Rio, constatou que na classe C o endividamento está acima da média e
compromete 46,2% da renda familiar.”
Gabarito: C
Questão 7: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial do Valor
Econômico de 29/3/2012.
Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente
incorreta.
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a) Parece cada vez mais claro que a tendência de valorização do real vai durar
um bom tempo. Há demanda futura garantida para as commodities que o
país exporta e enormes possibilidades de novos negócios.
b) Toda a estrutura de defesa comercial deveria ser aperfeiçoada e acelerada
para barrar a concorrência desleal. Os instrumentos disponíveis para isso
não têm sido usados intensamente como seria necessário. Resta, porém, a
competitividade.
c) A bonança encontrou o país com uma carga de impostos maior do que a de
competidores emergentes do mesmo porte, gargalos enormes na
infraestrutura e, ainda por cima, uma taxa de juros astronômica — a
conhecida conspiração de custos contra as empresas nacionais.
d) A valorização agravou problemas crônicos, em detrimento da indústria. A
licença para se proteger que o Brasil pede agora já existe de alguma forma
e ela deveria se voltar prioritariamente contra a China, cuja mágica de
formação dos preços dos bens exportados é poderosa.
e) O investimento externo direto mudou de patamar. Até o ano passado eles
cobriam praticamente o deficit em conta corrente, ao que limitava o efeito,
para explicação da valorização da moeda, de tsunamis monetários e
capitais especulativos.
Comentário: A alternativa (E) é a errada, pois o pronome demonstrativo “o” é
empregado como aposto recapitulativo, ele retoma toda a informação anterior
e é seguido do pronome relativo “que” na função de sujeito. Por causa disso,
não se admite a preposição “a”.
Além disso, o pronome “eles” deve se flexionar no singular, por fazer
referência a “investimento externo direto”. Assim, também o verbo deve se
flexionar no singular (“ele cobria”).
Observação: as palavras “deficit" e “tsunamis”, no texto original, estão
sendo empregadas em itálico, o que tem o mesmo valor de aspas, indicando
palavras de origem estrangeira e por isso não são acentuadas.
Vale observar que o termo “para explicação da valorização da moeda” é
um adjunto adverbial de finalidade, por isso está separado por dupla vírgula.
“O investimento externo direto mudou de patamar. Até o ano passado ele
cobria praticamente o deficit em conta corrente, o que limitava o efeito, para
explicação da valorização da moeda, de tsunamis monetários e capitais
especulativos.”
A alternativa (A) está correta. Veja que a estrutura dos períodos é curta,
deixando o texto mais claro.
A alternativa (B) está correta. Note que o sujeito plural “Os instrumentos
disponíveis” leva a locução verbal “têm sido usados” ao plural.
A alternativa (C) está correta. Veja que há vírgula que separa o primeiro
do segundo termo da enumeração (“com uma carga de impostos maior do que
a de competidores emergentes do mesmo porte, gargalos enormes na
infraestrutura”). A conjunção “e” adicionou o último termo desta enumeração
(“e, ainda por cima, uma taxa de juros astronômica”). Note neste termo a
expressão intercalada “ainda por cima”.
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A expressão iniciada pelo travessão é um comentário explicativo do
autor.
A alternativa (D) está correta. Veja a vírgula empregada antes da
estrutura adverbial “em detrimento da indústria”. A outra vírgula inicia a
oração subordinada adjetiva explicativa “cuja mágica de formação dos preços
dos bens exportados é poderosa”.
Gabarito: E
1.2. Sujeito determinado composto: formado por mais de um núcleo:
Manuel
e
Cristina
pretendem casar-se.
núcleo
conj.
aditiva
núcleo
predicado
Deve-se notar que normalmente o verbo concorda no plural, tendo em vista
haver dois ou mais núcleos, mas nem sempre ocorrerá assim, por isso é
importante listar a seguir a concordância verbal com base no sujeito composto.
A concordância verbal com o sujeito composto:
a) Quando o sujeito composto estiver posposto ao verbo, este poderá
concordar com todos os núcleos (concordância literal) ou com o mais próximo
(concordância atrativa):
Discutiram muito o chefe e o funcionário.
Discutiu muito o chefe e o funcionário.
Se houver ideia de reciprocidade, o verbo vai para o plural:
Estimam-se o chefe e o funcionário.
Quando o verbo “ser” está acompanhado de substantivo no plural, o verbo
também se pluraliza:
Foram vencedores Pedro e Paulo.
b) Quando o sujeito composto for constituído por núcleos sinônimos, o
verbo flexiona-se no singular ou plural. Então a concordância dependerá
bastante da ênfase:
O rancor e o ódio cegou o amante.
O desalento e a tristeza abalaram-me.
Cabe aqui observar que não é simplesmente dizer que a concordância no
singular ou plural é facultativa. Ela depende da intenção do autor. Com isso se
observa que o autor normalmente flexiona o verbo no singular para enfatizar a
proximidade de sentido dos substantivos que formam o sujeito composto.
c) Com núcleos em gradação, o verbo pode concordar com a totalidade
(plural) ou com o último substantivo, enfatizando-o:
Um minuto, uma hora, um dia passam rápido.
Um minuto, uma hora, um dia passa rápido.
Observação: a gradação é um recurso estilístico em que há uma enumeração
de ideias de forma crescente ou decrescente. Note que neste exemplo há uma
enumeração crescente.
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d) Quando o sujeito composto estiver ligado por nem, verbo no plural
(adição de duas negações):
Nem o conforto, nem a glória lhe trouxeram a felicidade.
e) Quando o sujeito composto estiver ligado por ou, faz-se a concordância
em função da ideia transmitida pelo ou. Com valor de exclusão, verbo no
singular:
José ou Pedro será eleito para o cargo.
Perceba que só um dos dois será eleito, porque há apenas um cargo,
com isso o verbo fica no singular. Porém, se houvesse a troca de “o cargo”
para “os cargos”, o verbo flexionar-se-ia no plural (“serão”), porque os dois
ocupariam os cargos e naturalmente a conjunção “ou” passaria de exclusão
para inclusão.
Com valor de inclusão ou oposição, verbo no plural:
Matemática ou Física exigem raciocínio lógico.
Riso ou lágrimas fazem parte da vida.
No primeiro exemplo, note que as duas disciplinas exigem raciocínio
lógico, não é só uma delas. No segundo exemplo, tanto o riso quanto as
lágrimas fazem parte da vida, não é apenas um deles.
f) Concordância com pronomes:
I – Com a expressão um e outro, o verbo poderá se flexionar no
singular, admitindo-se também o plural:
Um e outro falava a verdade.
Um e outro falavam a verdade.
Mas, se houver reciprocidade, o verbo ficará no plural:
Um e outro se agrediram.
II – Com a expressão um ou outro, a concordância dependerá do valor
de exclusão ou de inclusão da conjunção alternativa ou:
Um ou outro candidato chegará à cadeira da presidência. (exclusão: apenas um)
Um ou outro país pobre sairão da condição de miséria. (inclusão: pode ser mais
de um)
Na segunda frase, pode-se observar também a possibilidade de verbo no
singular, quando não se precisa avivar a ideia de adição, inclusão, pois é
tomado de valor geral:
Um ou outro país pobre sairá da condição de miséria. (de maneira geral)
III – Com a expressão nem um nem outro, o verbo fica no singular:
Nem um nem outro comentou o fato.
IV - Quando houver sujeito composto de pronomes pessoais do caso
reto de diferentes pessoas gramaticais, a primeira pessoa do plural prevalece
sobre as outras, por subentender o pronome “nós”:
Eu, tu e ele faremos a prova. (=nós)
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Geralmente, a segunda pessoa prevalece sobre a terceira, por se
subentender “vós”. Como o brasileiro prefere o pronome “vocês” ao pronome
“vós”, é fácil encontrar a concordância em terceira pessoa do plural:
Tu e ele fareis a prova. (=vós)
Tu e ele farão a prova. (=vocês)
Como vimos anteriormente na concordância com o sujeito composto,
se o sujeito estiver posposto, também vale a concordância atrativa:
Por que faltastes tu e teus amigos às provas? (=vós)
Por que faltaram tu e teus amigos às provas? (=vocês)
Por que faltaste tu e teus amigos às provas? (atrativa: tu)
g) Quando o sujeito composto estiver ligado por como, assim como, bem
como (formas correlativas de adição), deve-se preferir o plural, sendo mais
raro o singular:
Rio de Janeiro como Florianópolis são belas cidades.
Tanto uma como a outra suplicava-lhe o perdão.
h) Quando o sujeito composto estiver ligado por com, deve-se observar
presença ou não de vírgulas:
Sem vírgulas:
Eu com outros amigos limpamos o quintal.
O verbo concorda com os dois núcleos do sujeito composto “eu” e
“amigos”, por isso se flexiona no plural:
Com vírgulas:
O presidente, com os ministros, desembarcou em Brasília.
As vírgulas mostram que o sujeito não é composto, pois elas destacam
um novo termo entre o sujeito simples e o verbo. Este termo intercalado é o
adjunto adverbial de companhia. Assim, o verbo concorda com o núcleo do
sujeito simples “presidente”. Como este se encontra no singular, o verbo
também se flexiona no singular.
i) Quando o sujeito composto é resumido por um pronome-síntese
(aposto recapitulativo), o verbo concorda apenas com este pronome:
Risos, gracejos, piadas, nada a alegrava.
Questão 8: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
Fragmento do texto: O Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas
de 2006 e, mais tarde, expulsou de Gaza o Fatah, o partido secular de
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Facilitaram a ascensão do extremismo em Gaza a incompetência corrupta do
governo do Fatah, o cruel bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por
Israel e a opção, tomada por EUA e União Europeia, de ignorar
diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A forma verbal “Facilitaram”( .4) está no plural porque concorda com o sujeito
composto que está em posição subsequente.
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Comentário: O verbo “Facilitaram” é transitivo direto, seu objeto direto é “a
ascensão do extremismo”, e o sujeito composto é “a incompetência corrupta
do governo do Fatah, o cruel bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto
por Israel e a opção”. Dentro deste sujeito composto, há adjuntos adnominais
(“a”, “corrupta”, “do governo do Fatah”, “o”, “cruel”, “de bens e pessoas”),
complemento nominal (“à circulação”) e uma oração subordinada adjetiva
restritiva reduzida de particípio (“imposto por Israel”).
Gabarito: C
1.3. Sujeito determinado oculto ou desinencial: é o que ocorre quando a
terminação verbal (primeiras e segundas pessoas e a terceira do imperativo)
dispensa o uso do pronome pessoal correspondente:
Estou muito feliz. (eu)
Estás muito feliz. (tu)
Para o teu carro. (tu no imperativo)
Pare o seu carro. (você no imperativo)
Voltaremos logo! (nós)
Voltastes logo! (vós)
1.4. Sujeito determinado elíptico: aquele que mantém o verbo na 3ª
pessoa do discurso e obrigatoriamente necessita do contexto para permitir
saber de quem se trata.
Os alunos ficaram descontentes com a atitude do professor. Deixaram de ir à
aula no dia seguinte.
Percebe-se que o sujeito do verbo “ficaram” está determinado
explicitamente no texto pelo substantivo “alunos”; porém o sujeito da locução
verbal “deixaram de ir” está implícito no contexto, por omissão, para que não
haja repetição da palavra “alunos”. Por esse motivo, temos o sujeito elíptico,
que significa omissão. Ele depende exclusivamente do contexto, sem ele não
há sujeito elíptico, mas sim, sujeito indeterminado.
Algumas gramáticas admitem a elipse fazendo parte do sujeito oculto.
Para essas gramáticas, o sujeito oculto (ou desinencial) é mais amplo, não
necessita possuir verbo na primeira ou segunda pessoas, mas também admite
a terceira. Basta que não haja literalmente a palavra no texto, mas esteja
facilmente subentendida.
Questão 9: Analista-Tributário da Receita Federal 2012
Fragmento do texto: Os bancos dizem que as informações são precárias,
porque os clientes precisam autorizar a inclusão de seu nome e retirá-lo se
quiserem, o que torna o sistema pouco confiável.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Como os demais verbos referentes a “clientes” (linha 2) já estão
adequadamente flexionados no plural, as normas gramaticais permitem
também o uso de quiser, em lugar de “quiserem” (linha 3), sem prejuízo para
a correção gramatical do texto.
Comentário: A locução verbal “precisam autorizar” está coordenada à
segunda, na qual está subentendido o verbo auxiliar plural “precisam”:
(precisam) retirá-lo. As duas locuções verbais têm como sujeito o termo “os
clientes”. Assim, a primeira parte da afirmativa está correta.
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Porém, o verbo “quiserem” deve se manter no plural, pois o termo “os
clientes” é o sujeito elíptico deste verbo, ou seja, tal verbo deve se flexionar
no plural para concordar com o termo subentendido “os clientes”.
Gabarito: E
2. Sujeito Indeterminado
Quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o
predicado da oração se refere. Há dois casos:
a) Com o verbo na terceira pessoa do plural sem o sujeito escrito no texto:
Falaram bem de você. Colocaram o anúncio. Alugaram o apartamento.
Observe que não há referência a outra palavra como o verbo do sujeito elíptico
faz.
b) Com o índice de indeterminação do sujeito se e verbo no singular:
Precisa -se de ajudantes.
VTI
IIS
objeto indireto
Os verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação, quando
acrescidos da partícula “se”, terão sujeito indeterminado e devem ficar
sempre no singular:
Trata-se de casos delicadíssimos. (verbo transitivo indireto)
Vive-se melhor fora das cidades grandes. (verbo intransitivo)
É-se muito pretensioso na adolescência. (verbo de ligação)
3. Oração sem sujeito (sujeito inexistente): Ocorre quando a oração tem
apenas o predicado, isto é, o verbo é impessoal. É importante saber quando
uma oração não possui sujeito, tendo em vista que o verbo deve se flexionar
na terceira pessoa do singular. Os casos mais importantes ocorrem com:
I - Verbos que exprimem fenômenos da natureza:
Venta muito naquela cidade.
Nevava bastante.
Amanhã não choverá.
Trovejou pouco no último mês.
No entanto, quando esses verbos estão empregados de forma figurada,
naturalmente recebem sujeito determinado; assim, o verbo concorda com ele:
Choveram recursos contra a última questão da prova. (“recursos” é sujeito)
Ventaram opiniões na reunião. (“opiniões” é sujeito)
Trovejaram palavrões contra o deputado. (“palavrões” é sujeito)
II - Verbo haver significando existir, ocorrer. Neste caso, esse verbo é
transitivo direto e o termo sem preposição não é o sujeito; mas, sim, o objeto
direto.
Havia muitas pessoas na sala.
Há vários problemas na empresa.
Deve-se ter cuidado quando esse verbo é o principal numa locução
verbal. Seu verbo auxiliar não pode se flexionar. Veja:
Deve haver vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas o objeto direto)
Tem havido vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas o objeto direto)
Está havendo vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas o objeto direto)
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Mas, quando se substitui o verbo “haver” por seus sinônimos “existir” ou
“ocorrer”, passa-se a sujeito determinado simples, pois esses dois verbos são
intransitivos. Veja:
Existem vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples)
Devem existir vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples)
Têm ocorrido vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples)
Estão ocorrendo vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples)
III - Verbos haver e fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno natural:
Já faz meses que não viajo com ele. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito)
Há três anos não vejo minha família. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito)
Há quatro dias que não a vejo. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito)
Faz muito frio na Europa.
IV- Verbos ser, estar e ir (este, quando seguido de para) na indicação de
tempo.
São três horas.
Hoje são dez de setembro.
Hoje está muito frio.
Já vai para 4 anos que não leio esse jornal. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito)
Observação: Perceba que o verbo “ser” tem uma concordância peculiar:
mesmo não possuindo sujeito, ele se flexiona de acordo com o numeral.
Questão 10: CGU 2012 - Analista de Finanças e Controle
Fragmento do texto: A situação nos EUA está mais positiva, há otimismo no
mercado norte-americano, as ações subiram e estão no pico pós-crise, mas
ainda é uma recuperação modesta.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A flexão de singular em “há”( .3) deve-se à concordância com “otimismo”( .3).
Comentário: A afirmativa está errada, pois o verbo “há” encontra-se no
sentido de “existir”. Assim é impessoal, não tem sujeito e não concorda com
“otimismo”, pois este é o objeto direto.
Gabarito: E
Questão 11: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
Fragmento do texto: É certo que houve expansão da frota, tanto de carros,
como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco para explicar a
verdadeira chacina na malha rodoviária a que o país parece assistir de braços
cruzados.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A forma verbal “houve” é impessoal e a oração da qual ela constitui o núcleo
do predicado não tem sujeito.
Comentário: O verbo “houve”, no sentido de “existir”, é transitivo direto e
não tem sujeito. Assim, a expressão “expansão da frota” é o objeto direto.
Como não há sujeito, o verbo é considerado impessoal.
Gabarito: C
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Questão 12: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial da Folha de S.
Paulo de 29/3/2012.
Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente
correta.
a) Houveram muitas mudanças nas condições externas e internas da
economia, que contribuíram para a estagnação da indústria brasileira. Do
lado externo, os altos preços das matérias-primas exportadas pelo Brasil
encorpam a entrada de divisas e valoriza o real.
b) Internamente, a renda do trabalho ampliada por políticas salariais e
previdenciárias generosas, estimula o consumo e o setor de serviços. O
resultado seria a especialização da economia nos setores primário e
terciário, cuja forte geração de emprego, em troca de menor
competitividade industrial.
c) A perda de mercado para importações, por sua vez, não seriam um
problema, já que boa parte delas seria compras de bens de capital para
investimento e modernização do parque industrial.
d) Não se deve considerar que exportações de poucos produtos primários
sejam confiáveis, pois uma inversão de preços traria problemas às contas
externas. No que se refere às importações de bens de capital, é fato que o
uso de equipamentos importados melhora a produtividade, mas a perda da
base de conhecimento é uma ameaça para o futuro do país.
e) É temerário considerar que, um país de renda média e com baixa
escolaridade, como o Brasil possa manter tal padrão de crescimento.
Serviços que geram renda, hoje, são atividades complexas como design
industrial e marketing, de alto conteúdo intelectual.
Comentário: A alternativa (D) é a correta. Veja que a vírgula inicia a oração
coordenada explicativa “pois uma inversão de preços traria problemas às
contas externas”. A estrutura adverbial antecipada “No que se refere às
importações de bens de capital” impõe o uso da vírgula.
A vírgula deve ser utilizada antes da conjunção coordenativa adversativa
“mas”.
A alternativa (A) está errada, pois o verbo “haver”, no sentido de existir,
deve se flexionar no singular (“Houve muitas mudanças”).
O verbo “valoriza” deve se flexionar no plural, porque seu sujeito é o
termo plural “os altos preços das matérias-primas”. Veja:
Houve muitas mudanças nas condições externas e internas da economia, que
contribuíram para a estagnação da indústria brasileira. Do lado externo, os
altos preços das matérias-primas exportadas pelo Brasil encorpam a entrada
de divisas e valorizam o real.
A alternativa (B) está errada, pois a oração subordinada adjetiva
restritiva reduzida de particípio “ampliada por políticas salariais e
previdenciárias generosas” não deve ser finalizada por vírgula.
O pronome relativo “cuja” deve iniciar uma oração subordinada adjetiva,
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mas este trecho não possui verbo, o que o torna incoerente. Uma saída seria
trocar tal pronome relativo pela preposição “com”.
Internamente, a renda do trabalho ampliada por políticas salariais e
previdenciárias generosas estimula o consumo e o setor de serviços. O
resultado seria a especialização da economia nos setores primário e terciário,
com forte geração de emprego, em troca de menor competitividade industrial.
A alternativa (C) está errada, pois o verbo “seriam” deve se flexionar no
singular para concordar com o núcleo do sujeito “perda”.
Perceba que a expressão partitiva “boa parte” faz com que o verbo
“seria” esteja concordando com o núcleo do sujeito, mas também admite a
flexão no plural, para concordar com o adjunto adnominal “delas”.
A perda de mercado para importações, por sua vez, não seria um problema,
já que boa parte delas seria compras de bens de capital para investimento e
modernização do parque industrial.
A alternativa (E) está errada, pois não pode haver vírgula após a
conjunção integrante “que”. O termo exemplificativo está intercalado e possui
apenas uma vírgula. Assim, devemos inserir outra após “Brasil”.
O advérbio “hoje” está corretamente entre vírgulas. A expressão “de alto
conteúdo intelectual” está iniciada por vírgula, por ser um aposto explicativo.
É temerário considerar que um país de renda média e com baixa escolaridade,
como o Brasil, possa manter tal padrão de crescimento. Serviços que geram
renda, hoje, são atividades complexas como design industrial e marketing, de
alto conteúdo intelectual.
Gabarito: D
Vimos os tipos de sujeito e a concordância verbal voltada a eles. Agora,
vamos tratar de algumas concordâncias peculiares, as quais se dirigem a um
sujeito simples.
Concordância do verbo de ligação “ser” com predicativo de valor
substantivo
a) Se estiver entre dois núcleos das classes a seguir, em ordem, concordará,
preferencialmente, com a classe que tiver prioridade, independente de função
sintática:
Pronome pessoal > substantivo próprio de pessoa > substantivo concreto >
substantivo abstrato > pronome indefinido, demonstrativo ou interrogativo
Tu és Maria.
Tu és minhas alegrias.
Maria é minhas alegrias.
As terras são a riqueza.
Emoções são tudo.
Maria és tu.
Minhas alegrias és tu.
Minhas alegrias é Maria.
A riqueza são as terras.
Tudo são emoções.
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Às vezes, pode-se subverter a regra por motivo de ênfase:
"Tudo é flores no presente"
(Gonçalves Dias)
b) Se o sujeito indica peso, medida, quantidade, seguido de é pouco, é
muito, é bastante, é suficiente, é tanto, o verbo ser fica no singular:
Três mil reais é pouco pelo serviço.
Dez quilômetros já é bastante para um dia.
Concordância com o pronome relativo “que”
Você viu em aulas anteriores que o pronome relativo inicia uma oração
subordinada adjetiva e serve para retomar um substantivo anterior. Ele pode
cumprir várias funções sintáticas e a que nos interessa nesta aula é a de
sujeito:
Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes.
A oração grifada possui o verbo “cuida”, o qual é transitivo indireto. Seu
objeto indireto é “de crianças carentes”. Assim o termo que falta é o sujeito.
Perceba que o pronome relativo “que” retoma o substantivo “instituição”.
Assim, quando lemos “que”, entendemos “instituição” e então teremos: “a
instituição cuida de crianças carentes”. Veja:
objeto indireto
sujeito
VTI
Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes.
sujeito
VTI
objeto indireto
Conversei com o fundador da instituição. A instituição cuida de crianças carentes.
Um ponto muitas vezes duvidoso na hora da concordância é com o
pronome relativo na função de sujeito antecipado da expressão “um dos”. Isso
porque depende contextualmente de identificar que palavra será retomada por
esse pronome. Veja:
Pelé foi um dos homenageados que levou o Brasil ao tricampeonato.
Pela concordância do verbo, percebemos que o sujeito “que” retomou o
vocábulo “um” dentre vários homenageados. Temos, assim, a ênfase a um dos
homenageados. Mas, se não se quisesse dar essa relevância, o pronome
relativo poderia retomar “homenageados” e assim o verbo se flexionaria no
plural. Veja:
Pelé foi um dos homenageados que levaram o Brasil ao tricampeonato.
Não podemos, assim, decorar que a concordância pode ser no singular
ou plural, na realidade depende da intenção comunicativa do texto. Perceba o
exemplo abaixo, que exige a interpretação de retomada de apenas um dos
termos:
Este é um dos países candidatos que sediará a copa do mundo.
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Especial atenção deve ser dada à estrutura “o que”, em que “o” é
pronome demonstrativo reduzido (=aquilo, aquele, isso) e “que” é pronome
relativo e seu valor de coesão é retomá-lo. Sendo o pronome relativo sujeito, o
verbo se flexionará no singular. Veja:
Nas análises feitas pela Petrobras, os técnicos encontraram novas fontes,
o que possibilita um ganho no campo da energia.
O pronome relativo “que” está na função de sujeito, o qual retoma o
pronome demonstrativo “o” (singular), por isso o verbo “possibilita” está no
singular.
Concordância com o pronome relativo “o qual” e suas variações
Este pronome também inicia uma oração subordinada adjetiva.
Algumas leis que estão em vigor no país deverão ser revistas.
Algumas leis as quais estão em vigor no país deverão ser revistas.
Note que “Algumas leis” é o sujeito da locução verbal “deverão ser
revistas” e o pronome relativo “que” (ou “as quais”) é o sujeito do verbo
“estão”. Quando se lê “que” ou “os quais”, devemos entender o substantivo
“leis”: leis estão em vigor no país.
Concordância com o pronome relativo “quem”.
Há uma particularidade deste pronome relativo na função de sujeito.
Como ele também pode ser pronome indefinido e pronome interrogativo (em
determinados contextos), ele sugere uma indefinição da pessoa de quem se
fala, por isso possui força para levar o verbo para a terceira pessoa do
singular, mesmo se o substantivo retomado tiver flexão diferente:
Fui eu quem falou.
Fomos nós quem falou.
Fui eu quem falei.
Fomos nós quem falamos.
Compare com o pronome relativo “que”: não há essa dupla possibilidade
de concordância:
Fui eu que falei.
Fomos nós que falamos.
Questão 13: Auditor Fiscal do Trabalho 2010
Assinale a opção que corresponde a palavra ou expressão destacada no texto
abaixo que foi empregada de acordo com as regras de concordância.
Como nunca antes, a ordem e a cultura do capital mostram inequivocamente o
seu rosto inumano, revelam a lógica perversa que as(1) dominam(2)
internamente e que, antes, podiam ser escamoteadas(3) a pretexto do
confronto com o socialismo: criam, por um lado, grande riqueza e
concentração de poder à custa da devastação da natureza, da exaustão da
força de trabalho e de uma estarrecedora pobreza. A utilização crescente da
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informatização e da robotização criam(4), ao dispensar o trabalho humano, os
desempregados estruturais, hoje, totalmente descartáveis. E soma-se(5) aos
milhões só nos países do Primeiro Mundo.
(Adaptado de Leonardo Boff. Depois de 500 anos: que Brasil queremos?
Petrópolis, RJ: Vozes, 2000, p.41.)
a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois o pronome “as” retoma
corretamente “a ordem e a cultura”, por isso ele está no plural e feminino.
A alternativa (B) está errada, pois o verbo “dominam” deve se flexionar
no singular (domina), pois seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual
retomou “lógica perversa”.
A alternativa (C) está errada, pois a locução verbal ”podiam ser
escamoteadas” deve se flexionar no singular (podia ser escamoteada), por
concordar com o pronome relativo “que”, o qual retoma “lógica perversa”.
Na alternativa (D) está errada, pois o núcleo do sujeito (“utilização”)
deve levar o verbo “criam” a se flexionar no singular (cria). Note que o termo
composto “da informatização e da robotização” é apenas o complemento
nominal, o qual não interfere na concordância.
A alternativa (E) está errada, pois o verbo “soma-se” refere-se a
“desempregados estruturais”, por isso deve se flexionar no plural (somam-se).
Gabarito: A
Questão 14: Ministério da Integração Nacional – 2012 nível superior
1 A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais
profundamente sobre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e
formatos sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus
cidadãos. Para alguém habituado a desigualdades, uma sociedade
5 igualitária, com amplo respeito pela vida humana, excelentes índices de
educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato)
para melhorar a vida do cidadão, soa como um caminho para a produção
de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras. Talvez não
seja assim. Quando nos referimos à igualdade, não tratamos de mera
10 distribuição equitativa da renda. A igualdade e a dignidade humana que
uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter
condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas
suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe com
questões outras que a sobrevivência. Essas necessidades básicas de bem15 estar incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: de excelentes
creches, escolas, universidades, sistema de saúde e previdência a todos,
piscinas públicas, parques, transporte confortável e excelente, segurodesemprego por tempo indefinido, licença maternidade de 10 meses,
muitas bibliotecas públicas…
20 No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto
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apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas
tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados
cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que
levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com
25 o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas
regras. Esse resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social
igualitário. Em outros termos, não foi a igualdade que deixou o país
apático. Ademais, sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e
reprodutoras. O ponto que nos intriga é que a igualdade, o respeito e a
30 dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento
criativo e crítico, e a processos transformadores.
(Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico:
um olhar sobre o norte,outubro 3, 2009 por Coletivo Crítica Econômica
http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011)
Assinale a opção correta a respeito das relações de concordância no texto.
a) A flexão de singular em “soa” ( .7) justifica-se pela concordância com “uma
sociedade igualitária” ( .4,5).
b) Nas linhas 2 e 3, a enumeração de vários elementos, “liberdade, igualdade,
autonomia e formatos sociais” justifica a flexão de plural em “podem”.
c) Devido ao uso do pronome “se”, o plural em “referem-se” ( .11) é opcional:
estaria igualmente correto empregar o singular: refere-se.
d) Por se referir a “sociedades desiguais” ( .28), o infinito em “podem ser”
( .28) admitiria também a flexão de plural, serem.
e) Na linha 30, o plural no pronome “todos” justifica a flexão de plural em
“levaram”.
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois o verbo “soa” tem como
sujeito o termo “uma sociedade igualitária”.
A alternativa (B) está errada, pois a locução verbal “podem propiciar”
tem como sujeito o pronome relativo “que”, o qual retoma apenas o último
elemento: “formatos sociais”.
A alternativa (C) está errada, pois o verbo pronominal “referem-se”
flexiona-se obrigatoriamente no plural para concordar com o sujeito composto
“A igualdade e a dignidade humana”. Veja que o pronome “se” é a parte
integrante do verbo e não interfere na concordância.
A alternativa (D) está errada, pois uma locução verbal da voz ativa não
admite a flexão do verbo principal. Como o sujeito da locução verbal “podem
ser” é o termo plural “sociedades desiguais”, somente o verbo auxiliar
(“podem”) se flexiona.
A alternativa (E) está errada, pois o verbo “levaram” concorda com os
núcleos do sujeito composto “igualdade”, “respeito” e “dignidade”. O pronome
“todos” é apenas o complemento nominal de “dados” e não interfere na
concordância.
Gabarito: A
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Concordância verbal com o sujeito oracional:
Vimos na aula 2 que, quando o sujeito recebe um verbo, passa a ser
uma oração. Essa oração força o verbo para o singular. Veja a frase abaixo,
com sujeito determinado simples:
É
fundamental
o estudo organizado.
VL
+
predicativo
(sujeito simples)
Período simples
Chamamos de período simples o enunciado que possua apenas uma
oração (um verbo). Neste caso, o verbo “É” (de ligação) serve para ligar o
predicativo ao sujeito determinado simples “o estudo organizado”, por isso se
flexiona no singular.
Note agora que este sujeito pode receber um verbo, passando a ser
considerado um sujeito oracional. Veja:
É
fundamental
VL +
predicativo
oração principal
que você estude organizadamente.
Suj +
VI + adjunto adverbial de modo
oração subordinada substantiva subjetiva
período composto
Agora passamos a ter duas orações (dois verbos: “É” e “estude”), por
isso temos um período composto. Veja que antes tínhamos o sujeito “o estudo
organizado”, agora temos o sujeito oracional “que você estude
organizadamente”.
Note na estrutura acima que este sujeito oracional possui um verbo
intransitivo. Este verbo tem seu sujeito (“você”) e um adjunto adverbial de
modo (“organizadamente”). Assim, sempre que tivermos um verbo, é natural
que haja um tipo de sujeito relacionado a ele e também um complemento
verbal, quando possível.
Neste sujeito oracional, perceba a conjunção integrante “que”, ela faz
com que o verbo nesta oração seja conjugado em tempo e modo verbal
(“estude”: presente do subjuntivo).
Agora veja o período abaixo. Retiramos a conjunção integrante “que”.
Naturalmente reduzimos o número de palavras da oração, por isso a
chamamos de oração reduzida. Isso faz com que o verbo deixe de ser
conjugado em modo e tempo verbal (“estude”) e passe para a forma nominal
infinitiva: “estudar”. Veja:
É
VL
fundamental
+
predicativo
oração principal
você estudar organizadamente.
Suj + VI
+ adjunto adverbial de modo
oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida de infinitivo)
período composto
O sujeito oracional é chamado de oração subordinada substantiva
subjetiva. Esta oração possui várias funções sintáticas, já vistas em aula
anterior. Cabe agora trabalharmos apenas o valor de sujeito.
Tudo isso foi visto com a única e exclusiva intenção de você perceber
que toda vez que tivermos um verbo referindo-se ao sujeito oracional,
obrigatoriamente deverá permanecer na terceira pessoa do singular.
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Para ficar bem claro, quando tivermos um sujeito oracional, troquemos
pela palavra ISSO. Como este vocábulo está no singular, o verbo também
estará. Vamos fazer um teste:
Veja alguns exemplos com orações desenvolvidas:
É preciso que se adotem providências eficazes.
VL + predicativo
+
sujeito oracional
Parece estar comprovado que soluções mágicas não funcionam.
Locução verbal de ligação + predicativo
Convém
VI
+
que você fique.
+
sujeito oracional
sujeito oracional
Isso é preciso.
Isso parece estar comprovado.
Isso convém.
Veja alguns exemplos com orações reduzidas:
É preciso adotarem-se providências eficazes.
VL + predicativo + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo)
Parece estar comprovado não funcionarem soluções mágicas.
Locução verbal de ligação + predicativo
Parece
VI
+
+
sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo)
ser ela a pessoa indicada.
sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo)
Coube-nos sustentar aquela informação.
VTI
Isso é preciso.
Isso parece estar comprovado.
Isso parece.
Isso nos coube.
+ OI + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo)
Questão 15: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
O surto de pânico que acometeu (1) as instituições financeiras passou, mas
desse trauma restou um padrão bem mais (2) criterioso, da parte dos bancos,
na concessão de empréstimos. Grandes empresas, capazes de oferecer mais
garantias de pagamento, sofrem menos. Para as companhias menores, mais
afetadas, o governo, há duas semanas, criou, por medida provisória, fundos
que (3) na prática farão as vezes de avalistas de empréstimos tomados por
essa categoria de firmas. A ideia do Planalto, agora, é repetir o modelo na
agricultura, e instituir ali um fundo de aval. Normalizar a oferta de crédito
nesse setor certamente trará (4) benefícios na próxima safra — embora
questões bem mais decisivas para a agricultura, como o estabelecimento de
um seguro com regras claras e escala nacional, continua pendente. (5)
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 23/06/2009)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
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Comentário: O erro está na alternativa (E), pois o verbo de ligação “continua”
e o predicativo “pendente” devem se flexionar no plural, pois o núcleo do
sujeito está no plural: “questões” (questões ... continuam pendentes).
A alternativa (A) está correta, pois o verbo “acometeu” é transitivo
direto, seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma a expressão
singular “O surto de pânico”. O termo plural “as instituições financeiras” é o
objeto direto.
A alternativa (B) está correta, pois os advérbios “bem” e “mais”
modificam o adjetivo “criterioso”.
A alternativa (C) está correta, pois o pronome relativo “que” retoma o
substantivo “fundos”.
A alternativa (D) está correta, pois o verbo “trará” encontra-se
flexionado no singular, por concordar com a oração subordinada substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo “Normalizar a oferta de crédito nesse setor”
(Isso trará).
Gabarito: E
Questão 16: DNIT - Técnico Administrativo 2013
1 Ônibus lotados, alguns em péssimo estado, engarrafamentos, demora em
chegar ao local desejado. A péssima qualidade do transporte coletivo é um
problema que atinge muitas capitais brasileiras. Para especialistas em
planejamento urbano, o crescimento desordenado pode ser apontado
5 como o responsável por essa situação. Isso gera uma fragmentação de
espaços que exige que as pessoas façam longos deslocamentos.
Consequentemente, a maioria das grandes cidades hoje no Brasil, por
terem essa característica, geram esses problemas de congestionamentos e
transporte públicos lotados. Resolver estes problemas é alguns dos
10 grandes desafios dos prefeitos nas médias e grandes cidades. Cabe a eles
garantir a mobilidade das pessoas nos lugares onde elas vivem. O
transporte público coletivo é responsabilidade das prefeituras e o usuário
espera que funcione.
Assinale a opção em que a flexão do verbo está no singular porque deve
concordar com um sujeito sintático em forma de oração.
a) “é”( .2)
b) “gera”( .5)
c) “exige”( .6)
d) “é”( .9)
e) “é”( .12)
Comentário: A questão cobrou seu conhecimento a respeito da concordância
com sujeito oracional (ou oração subordinada substantiva subjetiva). Assim,
basicamente devemos localizar o sujeito.
Na alternativa (A), o sujeito é a expressão “A péssima qualidade do
transporte coletivo”. Veja:
A péssima qualidade do transporte coletivo é um problema que atinge muitas
capitais brasileiras.
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Na alternativa (B), o sujeito é o pronome “Isso”. Veja:
Isso gera uma fragmentação de espaços que exige que as pessoas façam
longos deslocamentos.
Na alternativa (C), o sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma a
expressão “uma fragmentação”. Veja:
Isso gera uma fragmentação de espaços que exige que as pessoas façam
longos deslocamentos.
A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “é” se refere ao sujeito
oracional “Resolver estes problemas”. Para termos certeza de temos uma
oração subordinada substantiva subjetiva, basta substituir tal oração por
“isso”. Veja:
Resolver estes problemas é alguns dos grandes desafios dos prefeitos nas
médias e grandes cidades.
Isso é alguns dos grandes desafios dos prefeitos nas médias e grandes
cidades.
Na alternativa (E), o sujeito é a expressão “O transporte público
coletivo”. Veja:
O transporte público coletivo é responsabilidade das prefeituras e o usuário
espera que funcione.
Gabarito: D
A concordância de verbo no infinitivo
O verbo no infinitivo pode ser considerado impessoal ou pessoal.
Logicamente sabemos que um infinitivo de uma locução verbal não se
flexiona: Começamos a caminhar, devo trabalhar, voltou a comemorar.
Este não gera dúvida, por isso, nossa ênfase aqui recai ao infinitivo dentro de
uma oração reduzida.
As regras que você verá abaixo não podem ser entendidas de maneira
categórica, elas nos apontam as possibilidades de flexão. Na prova, o que vai
fazer com que você acerte a questão é o contexto e o bom senso.
1) O infinitivo impessoal é aquele que não se flexiona, por não ter um
sujeito, ou, mesmo o tendo, não se quer realçá-lo na oração, por não estar
explícito. Isso ocorre por alguns motivos e vamos citar os mais importantes
para nossa prova. Veja:
a) quando o verbo assume valor substantivo:
Estudar é importante! (estudo é importante).
Pensar é um princípio do ser humano. (o pensamento é um princípio do ser
humano)
b) quando possui valor geral, isto é, não se refere explicitamente a um
termo do período:
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Em 2001, os Estados Unidos e o mundo viveram situações difíceis de
esquecer.
Os viajantes foram obrigados a ficar à espera de outro avião.
Acusaram-nos de praticar atos suspeitos.
Todos estão dispostos a colaborar.
c) quando o infinitivo é empregado numa oração reduzida que
complementa um verbo auxiliar causativo deixar, mandar, fazer) ou sensitivo
(ver, sentir, ouvir, perceber) e tem como sujeito um pronome oblíquo:
Faça-os ficar.
Não os vi entrar.
Deixaram-nos sair.
2) O infinitivo pessoal é aquele que necessita enfatizar o agente da ação por
motivo de clareza ou para evitar ambiguidade. Assim o encontramos em
orações com sujeito explícito ou diferente do sujeito da oração anterior:
Com sujeito explícito:
Suponho serem eles os responsáveis.
Note que o verbo “suponho” é a oração principal e “serem eles os
responsáveis” é uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida
de infinitivo, cujo sujeito (“eles”) está em destaque. Por isso, a concordância
do infinitivo no plural é obrigatória.
Com sujeito implícito:
Esqueci-me da solicitação de entregares a carta, quando chegares ao
escritório.
Perceba que o infinitivo “chegares” possui sujeito diferente do da oração
anterior (eu me esqueci). Isso ocorre por motivo de ênfase ao agente da ação
e evitar a ambiguidade.
Veja outros casos:
É hora de vocês estudarem.
(“É hora” não tem sujeito/ “estudarem” possui sujeito “vocês”)
Ouvi chamarem Lúcia. (eu ouvi / “chamarem” possui sujeito indeterminado)
Questão 17: Receita Federal 2014 Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Duas pesquisas divulgadas recentemente revelam que os brasileiros não são
tão solidários quanto parece. Uma delas aponta ainda que, quando abrimos a
mão, a preferência é pelos pedintes, a quem se destinam 30% da ajuda. As
organizações não governamentais (ONGs) levam só 14%. Além disso, poucos
contribuintes sabem que é possível abater impostos através de doações –
embora o complicado processo afaste também quem conhece o sistema.
(Adaptado de IstoÉ, 19/3/2014.)
Assinale a opção em que a substituição da forma verbal usada no texto
provoca erro gramatical e/ou incoerência textual.
a) “aponta” ( . 2) > apontam
b) “parece” ( . 2) > parecem
c) “destinam” ( . 3) > destina
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d) “abrimos” ( . 2) > abrem
e) “abater” ( . 5) > abaterem
Comentário: A alternativa (A) é a errada, pois o sujeito “uma delas” possui
núcleo singular, por isso o verbo deve permanecer no singular, não admitindo
a forma plural “apontam”.
A alternativa (B) está correta. Veja que o verbo “parece” flexiona-se no
singular, por não fazer referência a nenhum sujeito. Ele está sendo tomado de
valor impessoal, sem sujeito, neste tipo de expressão. O que a banca fez foi
chamar a atenção quanto à possibilidade de se enfatizar a expressão
subentendida “brasileiros parecem solidários”. Assim, pode-se flexionar tal
verbo.
A alternativa (C) está correta, porque o verbo “destinam” concorda com
o sujeito com expressão de porcentagem. Como a porcentagem é plural
(“30%”) e o termo preposicionado “da ajuda” encontra-se no singular, tal
verbo pode se flexionar no plural ou no singular, respectivamente.
A alternativa (D) está correta, pois o texto faz referência aos brasileiros.
Assim, como o autor quer enfatizar que ele faz parte deste grupo de
brasileiros, naturalmente inseriu o verbo na primeira pessoa do plural
(“abrimos”). Porém, o autor pode deixar de enfatizar sua nacionalidade. Assim,
o verbo pode concordar literalmente com o sujeito subentendido “brasileiros”,
flexionando-se na terceira pessoa do plural.
A alternativa (E) está correta. De forma parecida como ocorreu com a
alternativa (B), o verbo “abater” flexiona-se no singular, por não fazer
referência a nenhum sujeito. Ele está sendo tomado de valor impessoal, sem
sujeito, neste tipo de expressão. É o chamado infinitivo impessoal. O que a
banca fez foi chamar a atenção quanto à possibilidade de se enfatizar a
expressão subentendida “poucos contribuintes”. Assim, pode-se flexionar tal
verbo. Veja:
Além disso, poucos contribuintes sabem que é possível abaterem impostos
através de doações – embora o complicado processo afaste também quem
conhece o sistema.
Gabarito: A
A concordância utilizando o pronome apassivador “se”:
Vimos que o pronome “se”, com o verbo transitivo indireto (VTI),
intransitivo (VI) e de ligação (VL), tem o nome de índice de indeterminação do
sujeito (IIS). Com isso o verbo fica flexionado obrigatoriamente na terceira
pessoa do singular.
Agora, veremos o pronome “se” com o verbo transitivo direto (VTD) ou
com o verbo transitivo direto e indireto (VTDI). Esse “se” é chamado de
pronome apassivador. Isso força a seguinte estrutura:
VTD + se + sujeito paciente
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É natural você fazer a seguinte pergunta: se o verbo é transitivo direto,
onde está o objeto direto?
Bom, como dissemos que esse pronome “se” é o apassivador (P Ap),
então temos voz passiva sintética. Na voz passiva, não existe objeto direto. O
termo que seria o objeto direto passou a ser o sujeito paciente. Isso será visto
adiante na transposição de voz verbal.
Por enquanto, tenha em mente a estrutura anterior. Isso ocorre em
muitas questões de concordância verbal. Veja como:
Aluga-se casa.
Alugam-se casas.
VTD +PAp+ sujeito paciente
VTD +
PAp + sujeito paciente
Veja que “aluga” é verbo transitivo direto. Assim, o pronome “se” é
apassivador e o termo posterior “casa” é o sujeito paciente. Toda vez que
tivermos esta estrutura passiva sintética, troque-a pela analítica (casa é
alugada), para ter certeza de que realmente há voz passiva. Veja no segundo
exemplo que o sujeito ficou no plural (“casas”), por isso o verbo também se
flexionou no plural: “Alugam”. Transpondo para a analítica (casas são
alugadas), confirmamos que temos voz passiva.
O pronome apassivador não ocorre só com o verbo transitivo direto
(VTD). Ele também ocorre com o verbo transitivo direto e indireto (VTDI):
VTDI + se + OI + sujeito paciente
Veja a aplicação:
Enviaram-se ao gerente pedidos de aumento.
VTDI + PAp +
OI
+
Para se ter certeza de que há
transformarmos para a voz passiva analítica:
sujeito paciente
pronome
apassivador,
basta
Pedidos de aumento foram enviados ao gerente.
Essas construções podem ser estruturadas também com locução verbal.
Para isso, basta observar a transitividade do verbo principal (sempre o último).
Veja:
Deve-se alugar casa.
Devem-se alugar casas.
P Ap + VTD + sujeito paciente
P Ap + VTD + sujeito paciente
Estão-se enviando ao gerente pedidos de aumento.
P Ap +
VTDI
+
OI
+
sujeito paciente
As vozes verbais ativa e passiva
Vimos anteriormente os tipos de sujeito, para entendermos a
concordância.
A partir de agora, precisamos entender a diferença entre as vozes
verbais ativa e passiva, para aprofundarmos nesta concordância, além de
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entendermos a transposição das vozes verbais e reconhecer o pronome
apassivador “se”.
As vozes verbais ativa e passiva
A voz verbal baseia-se no sujeito. Quando o sujeito é agente, a voz é
chamada de ATIVA. Quando o sujeito sofre a ação, ou seja, é paciente; a voz
é chamada de PASSIVA.
A estrutura da voz ativa é basicamente a das seis frases inseridas no
início da nossa aula 1, quando falamos sobre os tipos básicos de predicação
(verbal e nominal):
VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI; VL + predicativo.
Predicado nominal
Predicado verbal
Admite-se a transposição para voz passiva quando há VTD ou VTDI:
Veja o esquema abaixo:
Voz ativa (sujeito agente)
O candidato realizou a prova.
sujeito agente
VTD
OD (paciente)
Voz passiva (sujeito paciente)
A prova foi realizada pelo candidato.
VTD
sujeito paciente
agente da passiva
Você percebeu que o sujeito da voz ativa é agente (“O candidato”).
Quando este termo agente passa para a voz passiva, automaticamente muda o
nome para agente da passiva (“pelo candidato”).
Quando temos a voz ativa, o objeto direto (“a prova”) é o termo paciente
(sofre a ação que o sujeito realiza). Ao passarmos para a voz passiva, este
termo paciente passa a ter a função de sujeito paciente (“A prova”).
Para transpormos da voz ativa para a passiva, devemos inserir o verbo
“ser”, no mesmo tempo que o verbo original. Por isso “realizou” transformouse em “foi realizada”.
Veja agora a transposição com outros tempos verbais. Perceba a
inserção do verbo “ser” no mesmo tempo do verbo original:
O candidato realiza a prova.
O candidato realizava a prova.
A prova é realizada pelo candidato.
A prova era realizada pelo candidato.
Simples, não é?
Bom, e quando temos o sujeito indeterminado? Naturalmente o agente da
passiva também será indeterminado.
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Veja:
Voz ativa (sujeito agente)
Realizaram a prova.
sujeito indeterminado
agente
VTD
OD (paciente)
Voz passiva (sujeito paciente)
A prova foi realizada.
VTD
sujeito paciente
agente da passiva indeterminado
Mudando os tempos, teríamos:
O candidato Realizam a prova.
O candidato Realizavam a prova.
A prova é realizada.
A prova era realizada.
Quando houver uma locução verbal na voz ativa, basta inserir o verbo
“ser” na mesma forma nominal do verbo principal, para que este verbo
principal fique no particípio. Veja:
O candidato tem realizado a prova.
A prova tem sido realizada pelo candidato.
O candidato está realizando a prova.
A prova está sendo realizada pelo candidato.
O candidato vai realizar a prova.
A prova vai ser realizada pelo candidato.
Indeterminado o sujeito agente, teremos:
O candidato Têm realizado a prova.
A prova tem sido realizada.
O candidato Estão realizando a prova.
A prova está sendo realizada.
O candidato Vão realizar a prova.
A prova vai ser realizada.
Nós conhecemos anteriormente o pronome apassivador “se”. Ele ocorre
quando há os esquemas :
VTD + se + sujeito paciente
VTDI + se + OI + sujeito paciente
Agora vamos juntar essas vozes verbais para ficar mais claro.
Veja:
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Realizaram a prova.
Voz ativa
(sujeito agente)
VTD
sujeito indeterminado
agente
Voz passiva analítica
(sujeito paciente)
OD (paciente)
A prova foi realizada.
VTD
sujeito paciente
Voz passiva sintética:
(sujeito paciente)
agente da passiva indeterminado
Realizou-se a prova.
VTD
P Ap
sujeito
paciente
Questão 18: Ministério da Fazenda 2014 Assistente Técnico-Administrativo
Fragmento do texto: Em um regime democrático, todo poder emana do
povo, prevalecendo a vontade da maioria sobre a vontade de indivíduos ou de
grupos. Desse modo, o bom governante é aquele que compreende as
demandas da população e se empenha em atendê-las.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Em “se empenha” ( . 4) o pronome “se” indica que o sujeito é indeterminado.
Comentário: Fica claro para nós que não há índice de indeterminação do
sujeito, como sugere a questão com a expressão “o pronome ‘se’ indica que o
sujeito é indeterminado”. Primeiro, porque vimos que o índice de
indeterminação do sujeito só ocorre com verbos de ligação, intransitivos e
transitivos indiretos. Porém, o verbo “empenha” é transitivo direto.
Outro motivo é o fato de o verbo se referir ao termo “o bom
governante”. Assim, sabemos que o bom governante se empenha em atender
as demandas da população.
Na realidade, o pronome “se” é chamado de reflexivo, haja vista que
podemos entender do trecho um sujeito agente e o objeto paciente, isto é, o
bom governante empenha (ele mesmo) em atender as demandas da
população. Não cabe ser este pronome apassivador, pois o sujeito
subentendido é agente, e não paciente.
Gabarito: E
Questão 19: Ministério do Turismo 2014 Analista Técnico-Administrativo
Fragmento do texto: O sorteio dos grupos marcou a aceleração do
calendário. As vendas dos ingressos foram reabertas, e o entusiasmo dos
brasileiros não deixou de ser percebido.
Mantém-se a correção gramatical com a redação: Reabriu-se as vendas dos
ingressos...( .2).
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Comentário: A questão basicamente trabalha a transformação da voz passiva
analítica em passiva sintética, atentando-se à concordância. Assim, devemos
perceber que o verbo transitivo direto “Reabriu” é seguido do pronome
apassivador “se” e do sujeito paciente “as vendas”, o qual é plural e força o
verbo “Reabriu” também ao plural. Veja:
As vendas dos ingressos foram reabertas (voz passiva analítica)
Reabriram-se as vendas dos ingressos (voz passiva sintética)
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Como a substituição feita na questão manteve o verbo “Reabriu” no
singular, está errada.
Gabarito: E
Questão 20: Receita Federal 2014 Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Fragmento do texto: Entre as mercadorias apreendidas encontram-se
produtos falsificados, tóxicos, medicamentos, entre outros.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Mantém-se a correção gramatical do período e a coerência textual ao se
substituir “encontram-se” por foi encontrado.
Comentário: O verbo “encontram” é transitivo direto, o pronome “se” é
apassivador e o termo posterior é o sujeito paciente. Assim, há a voz passiva
sintética.
Com a transformação, passamos a uma voz passiva analítica, porém o
verbo não permaneceu concordando com o sujeito paciente plural. Para que
houvesse correção gramatical, deveria haver a seguinte estrutura:
Entre as mercadorias apreendidas foram encontrados produtos falsificados,
tóxicos, medicamentos, entre outros.
Gabarito: E
Questão 21: Receita Federal 2014 Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Fragmento do texto: Ao longo de 2013, foram realizadas 2.999 operações de
vigilância e repressão ao contrabando e descaminho.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Prejudica-se a correção gramatical do período e a coerência textual ao se
substituir “foram realizadas” ( . 1) por realizaram-se.
Comentário: A substituição está correta, pois a locução verbal “foram
realizadas” encontra-se na voz passiva analítica, e o seu sujeito paciente é
“2.999 operações de vigilância e repressão ao contrabando e descaminho”.
A questão apenas transformou a voz passiva analítica em voz passiva
sintética (VTD + se + sujeito paciente). Para tanto, note que o verbo
permaneceu no mesmo tempo verbal e continua concordando com o sujeito
paciente. Além disso, há de observar que a voz passiva sintética possui o
pronome apassivador “se”.
Como a questão afirmou que a troca acarretaria prejuízo à correção
gramatical, está errada.
Gabarito: E
Questão 22: Ministério do Turismo 2014 Contador
Assinale a opção que apresenta substituição correta para o termo grifado no
texto abaixo.
Nunca na história da humanidade, uma virada de ano teve tantos registros em
imagens e textos como esta de 2013 para 2014. Jamais as pessoas tiveram
tanto poder nas mãos para fotografar, descrever e repassar instantaneamente
para qualquer parte do mundo tudo o que lhes parece interessante. Os
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smartphones e as redes sociais consolidaram-se como instrumentos da
comunicação instantânea, reduzindo distâncias, aproximando pessoas,
possibilitando o compartilhamento de informações e até mesmo de
intimidades.
(Adaptado de Zero Hora (RS), 31/12/2013)
a) consolidou-se
b) foi consolidado
c) consolidavam-se
d) foi se consolidando
e) foram consolidados
Comentário: Esta questão apenas cobra a transformação da voz passiva
sintética em voz passiva analítica. Assim, devemos preservar o tempo verbal e
a concordância (pretérito perfeito: consolidou / foram consolidados). Assim, a
alternativa (E) é a correta. Veja:
Os smartphones e as redes sociais consolidaram-se
Os smartphones e as redes sociais foram consolidados
Gabarito: E
Questão 23: Ministério do Turismo 2014 Contador
Os
trechos
abaixo
constituem
um
texto
adaptado
de
http://www.portal2014.org.br/noticias. Assinale a opção que foi transcrita de
forma gramaticalmente incorreta.
a) A Embratur divulgou um estudo sobre o turismo na Copa do Mundo. A
estimativa é que brasileiros e estrangeiros gastem R$ 25,2 bilhões nos 30
dias da competição.
b) Segundo o relatório desenvolvido pela assessoria técnica da Embratur, os
brasileiros gastarão R$ 18,35 bilhões em suas viagens. Já os turistas
estrangeiros vão desembolsar R$ 6,85 bilhões. São esperados 600 mil
pessoas do exterior.
c) Hospedagem, alimentação, transporte e compras fazem parte da conta
final. Para chegar ao número, a Embratur chegou ao gasto diário em cada
uma das 12 cidades-sede. Brasília, que receberá sete partidas, teve a
maior cifra.
d) O valor total mobilizado na economia a partir das atividades do turismo é
muito maior e inclui todo o impacto indireto na cadeia produtiva: o
restaurante vai demandar mais verduras do feirante, o dono do hotel vai
contratar mais bebidas do distribuidor, e assim por diante.
e) Na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), estima-se que os turistas tenham
desembolsado R$ 660 milhões. Na Copa das Confederações, o valor teria
chegado a R$ 321,79 milhões.
Comentário: Neste tipo de questão, temos que observar os verbos, verificar a
que sujeito ele se refere e a relação deste verbo com o seu complemento.
A alternativa (A) está correta e não oferece dúvida quanto à correta
gramaticalidade.
A alternativa (B) é a errada, pois o sujeito plural e feminino “600 mil
pessoas” força a locução verbal da voz passiva “São esperados” a se flexionar
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no gênero feminino. Veja a correção:
Segundo o relatório desenvolvido pela assessoria técnica da Embratur, os
brasileiros gastarão R$ 18,35 bilhões em suas viagens. Já os turistas
estrangeiros vão desembolsar R$ 6,85 bilhões. São esperadas 600 mil
pessoas do exterior.
A alternativa (C) está correta e não oferece dúvida quanto à correta
gramaticalidade. Talvez se possa ter dúvida quanto à flexão do substantivo
composto plural “cidades-sede”, o que normalmente não é cobrado pela banca
ESAF. A justificativa da não flexão do segundo substantivo é que, quando um
substantivo composto é constituído de dois substantivos, sendo o segundo
limitando o sentido do primeiro, é natural não haver a flexão do último.
A alternativa (D) está correta e não oferece dúvida quanto à correta
gramaticalidade. Poder-se-ia ficar na dúvida quanto ao não uso das vírgulas
separando o adjunto adverbial de tempo intercalado “a partir das atividades do
turismo”. Porém, como falamos nas aulas de sintaxe, não há uma precisão
sobre a quantidade de palavras que induzem a inserção obrigatória da dupla
vírgula. Assim, a banca entendeu tal expressão como de pequena extensão.
Mas se você ficou na dúvida, ela acabou quando comparou o erro da
alternativa (B), ok?! Veja o adjunto adverbial:
O valor total mobilizado na economia a partir das atividades do turismo é
muito maior e inclui todo o impacto indireto na cadeia produtiva: o restaurante
vai demandar mais verduras do feirante, o dono do hotel vai contratar mais
bebidas do distribuidor, e assim por diante.
A alternativa (E) está correta, pois se notam vírgulas marcando o
adjunto adverbial antecipado. Veja que o verbo “estima” concorda com o
sujeito oracional “que os turistas tenham desembolsado R$ 660 milhões”.
Na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), estima-se que os turistas tenham
desembolsado R$ 660 milhões. Na Copa das Confederações, o valor teria
chegado a R$ 321,79 milhões.
Gabarito: B
Questão 24: Receita Federal 2014 Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra
inserido na transcrição do texto.
No desenho constitucional, os tributos são fonte importantíssima dos recursos
financeiros de cada ente político, recursos esses indispensáveis para que
façam frente ao (1) seu dever social. Consequentemente, o princípio
federativo é indissociável das competências tributárias constitucionalmente
estabelecidas. Isso porque tal princípio prevê (2) a autonomia dos diversos
entes integrantes da federação (União, Estados, DF e Municípios). A exigência
da autonomia econômico-financeira determina que seja outorgado (3) a cada
ente político vários tributos de sua específica competência, para, por si
próprios, instituírem (4) o tributo e, assim, terem (5) sua própria receita
tributária.
(Adaptado de: <http://www.ambito-juridico.com.br/site>. Acesso em: 17mar.
2014.)
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a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)
Comentário: Este tipo de questão é bem simples e normalmente passamos os
olhos e verificamos, de pronto, um erro de concordância, ou de regência, ou
de grafia. Neste caso, fica claro que a alternativa (C) é a errada, pois a locução
verbal “seja outorgado” deve concordar com o sujeito paciente e plural “vários
tributos”. Assim, entendemos que vários tributos sejam outorgados.
As demais alternativas não apresentam dificuldades em se perceber a
correção gramatical.
Gabarito: C
Questão 25: DNIT - Técnico Administrativo 2013
1 Um dos direitos fundamentais das pessoas é o de ir e vir. No entanto, boa
parte das metrópoles brasileiras não tem conseguido viabilizar esse direito
de forma satisfatória. A (i)mobilidade das metrópoles, com exceção de
algumas regiões metropolitanas, aplica-se quase uniformemente. As
5 metrópoles brasileiras cresceram muito rápido no período de 1930 a 1980.
Elas expressavam a mudança intensa pela qual passou a economia
brasileira, deixando de ser agrária exportadora para industrializada. A
mudança da matriz econômica caracterizou-se por intenso movimento
migratório campo-cidade. O Brasil agrário tornou-se o Brasil urbano. De
10 outro lado, uma das estratégias adotadas para desenvolver o setor
industrial no Brasil foi priorizar a indústria automobilística. Mas tudo tem
um preço. E o preço que pagamos foi caro. O automóvel individual foi
prioridade dos investimentos em mobilidade urbana (e em boa parte dos
casos ainda é).
A respeito das relações de concordância no texto, assinale a opção em que o
uso das duas formas verbais respeita as normas gramaticais.
a) “tem”( .2) / têm
b) “aplica-se”( .4) /aplicam-se
c) “passou”( .6) / passaram
d) “pagamos”( .12) / pagou
e) “foi prioridade”( .12,13) / foram prioridades
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois vimos que o sujeito com
expressão partitiva, como “a maioria dos”, “a minoria dos”, “boa parte dos”, “a
maior parte dos” etc, faz com que o verbo possa concordar com o núcleo
sintático do sujeito (“maioria”, “minoria”, “parte”) ou com o adjunto adnominal
“dos...”. Dessa forma, o verbo singular “tem”, na linha 2, concorda com o
núcleo do sujeito “parte” e o verbo plural “têm” concorda com o adjunto
adnominal “das metrópoles brasileiras”. Veja:
No entanto, boa parte das metrópoles brasileiras não tem conseguido viabilizar
esse direito de forma satisfatória.
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No entanto, boa parte das metrópoles brasileiras não têm conseguido
viabilizar esse direito de forma satisfatória.
A alternativa (B) está errada, pois o verbo transitivo direto “aplica” é
seguido do pronome apassivador “se”, e o núcleo do sujeito paciente singular
“A (i)mobilidade” não admite que o verbo se flexione no plural. Por isso, cabe
apenas o singular “aplica-se”.
A (i)mobilidade das metrópoles, com exceção
metropolitanas, aplica-se quase uniformemente.
de
algumas
regiões
A alternativa (C) está errada, pois o verbo transitivo indireto “passou”
refere-se ao sujeito determinado simples e singular “a economia brasileira”.
Assim, não pode se flexionar no plural.
Elas expressavam a mudança intensa pela qual passou a economia brasileira,
deixando de ser agrária exportadora para industrializada.
A alternativa (D) está errada, pois o verbo transitivo direto “pagamos”
refere-se ao sujeito subentendido “nós”, pois há uma clara referência aos
brasileiros. Com a transposição para a terceira pessoa do singular, o referente
passaria a ser o substantivo “Brasil”, porém isso iria contra a argumentação do
texto, pois se entende que quem pagou o preço foram os cidadãos brasileiros,
e não o governo brasileiro. Por isso, não cabe a flexão do verbo no singular.
E o preço que (nós) pagamos foi caro.
A alternativa (E) está errada, pois o verbo de ligação “foi” refere-se ao
sujeito singular “O automóvel individual”. Assim, não cabe a flexão no plural.
O automóvel individual foi prioridade dos investimentos em mobilidade urbana
(e em boa parte dos casos ainda é).
Gabarito: A
Questão 26: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2010
Fragmento do Texto: Há alguma esperança de que a diminuição do
desmatamento no Brasil possa se manter e não seja apenas, e mais uma vez,
o reflexo da redução das atividades econômicas causada pela crise global.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Em “possa se manter”( .2) o pronome “se” indica sujeito indeterminado.
Comentário: A afirmativa está errada, pois a locução verbal “possa se
manter” é transitiva direta e o pronome “se” é apassivador. Portanto, o
sujeito está determinado (“a diminuição do desmatamento”). Sempre que
achamos o pronome apassivador, devemos confirmá-lo transpondo a voz
passiva sintética em analítica. Confronte:
“Há alguma esperança de que a diminuição do desmatamento no Brasil possa
se manter...” (voz passiva sintética)
“Há alguma esperança de que a diminuição do desmatamento no Brasil possa
ser mantida...” (voz passiva analítica)
Gabarito: E
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Questão 27: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2010
Fragmento do Texto: Para piorar, as fontes de energia se tornaram mais
“sujas”, com o aumento de 122% do CO2 lançado na atmosfera, percentual
muito acima dos 71% da ampliação da geração no período.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Em “se tornaram”( .1) o pronome “se” indica voz passiva.
Comentário: A afirmativa está errada. Perceba que o verbo tornar é
intransitivo, quando tem o sentido de voltar, retornar; por exemplo: eu tornei
ao curso (voltei, retornei).
Porém, quando este verbo recebe o pronome oblíquo (me, te, se, nos,
vos) e tem a funcionalidade de ligar o predicativo (“sujas”) a seu sujeito (“as
fontes de energia”), transforma-se em verbo de ligação. Neste caso, esse
pronome é chamado de parte integrante do verbo (e não pronome
apassivador, como sugeriu a questão).
Gabarito: E
Questão 28: Assistente Técnico-Administrativo da Receita Federal 2012
Fragmento do texto: Nem a desvalorização do real, que os torna mais caros
no mercado interno, nem a queda da demanda estão sendo suficientes para
conter o aumento da participação dos importados no consumo doméstico de
produtos industrializados, que se registra desde 2003.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Mantêm-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao
se substituir “se registra”(linha 4) por são registrados.
Comentário: O contexto força a interpretação de que o aumento da
participação dos importados no consumo doméstico de produtos
industrializados se registra desde 2003. Assim, o verbo “registra” está se
referindo ao termo singular “aumento”.
Sintaticamente, tal verbo é transitivo direto, o pronome “se” é
apassivador e o pronome relativo “que” é o sujeito paciente, o qual retoma o
substantivo “aumento”.
Com a substituição pela voz passiva analítica, não cabe o plural, haja
vista que o pronome relativo, contextualmente, se refere apenas ao
substantivo singular “aumento”. Assim, a transformação da voz passiva
sintética para a analítica seria da seguinte forma:
“...o aumento da participação dos importados no consumo doméstico de
produtos industrializados, que se registra desde 2003.”
“...o aumento da participação dos importados no consumo doméstico de
produtos industrializados, que é registrado desde 2003.”
Gabarito: E
Questão 29: Auditor Fiscal do Trabalho 2010
Fragmento do texto: A crise que se iniciou em 2008 nos EUA para depois
atingir todas as economias, no quadro da globalização, ao contrário da de
1929, levou os governos a optarem pela intervenção pública para salvar o
sistema bancário e para dar um impulso à economia. Isso se traduziu como
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forte pressão sobre as finanças públicas, que estão acusando déficits muito
elevados.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A substituição de “se traduziu” ( . 4) por foi traduzido prejudica a correção
gramatical do período.
Comentário: A afirmativa está errada, pois tal substituição não prejudica a
correção gramatical do período. Note que o verbo “traduziu” é transitivo direto
e é precedido do pronome apassivador “se”, fazendo com que “Isso” seja o
sujeito paciente. Essa estrutura está na voz passiva sintética. Para confirmar
isso, é recomendado que se transponha para a voz passiva analítica. Assim:
(Isso se traduziu)
( Isso foi traduzido)
Gabarito: E
Questão 30: Auditor Fiscal do Trabalho 2010
Fragmento do texto: Por meio do aumento dos padrões de conforto e acesso
à informação, essa civilização cria condições favoráveis para desafiar
radicalmente os velhos laços de autoridade.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
É correto substituir o segmento “para desafiar” ( . 2) por “para que se
desafiem”.
Comentário: A afirmativa está correta, pois ocorreu apenas a transposição de
uma oração que era reduzida de infinitivo (sem conjunção e com verbo no
infinitivo) para desenvolvida (com a locução conjuntiva “para que”, forçando o
verbo a se flexionar no presente do subjuntivo: desafiem).
Tal verbo se flexionou no plural, por ser transitivo direto, o pronome ser
apassivador e o sujeito paciente ser plural (“os velhos laços de autoridade”).
Confronte:
“...essa civilização cria condições favoráveis para desafiar radicalmente os
velhos laços de autoridade”
“...essa civilização cria condições favoráveis
radicalmente os velhos laços de autoridade”
Gabarito: C
para
que
se
desafiem
Questão 31: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
Fragmento do texto: Sabe-se que uma redução da taxa Selic nunca
repercute plenamente nas taxas de juros dos bancos, que, sob o pretexto da
elevação da inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença entre a
taxa de captação e de aplicação).
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Em “Sabe-se”( .1), o pronome “-se” indica voz reflexiva.
Comentário: O verbo “Sabe” é transitivo direto, o pronome “se” é
apassivador e o sujeito paciente é a oração subordinada substantiva subjetiva
“que uma redução da taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de
juros dos bancos” (Sabe-se isso; isso é sabido).
Como podemos transpor a voz passiva sintética (Sabe-se isso) em
passiva analítica (Isso é sabido), temos certeza de que o pronome “se”
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realmente é apassivador, e não reflexivo.
Veremos nas aulas posteriores que o pronome reflexivo faz subentender
a expressão “a si mesmo”, “a si próprio”, “a ele mesmo”, “a ela mesma”.
Certamente esta estrutura reflexiva não cabe neste contexto.
Gabarito: E
Questão 32: Auditor Fiscal do Trabalho 2010
Fragmento do texto: Como era de se esperar, com porto, aeroporto e
estradas arruinados ou semidestruídos, com a escassez de água, alimentos e
remédios, iniciaram-se ondas de saques, e o próprio governo local transferiu a
administração da crise para outros países e instituições.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Mantém-se a correção gramatical do período substituindo-se o termo
“iniciaram-se” ( . 3) pela expressão foram iniciados.
Comentário: A afirmativa está errada, pois o verbo “iniciar” é transitivo
direto, com isso o pronome “se” é apassivador, e “ondas de saques” é o sujeito
paciente.
Logo, na transposição da voz passiva sintética para a passiva analítica, a
locução verbal deve concordar com “ondas”, portanto sua flexão deve ser no
feminino e plural (foram iniciadas ondas de saques), e não no masculino,
como foi afirmado na questão.
Gabarito: E
Questão 33: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Em relação às estruturas linguísticas do texto, assinale a opção incorreta.
1
A fraqueza da produção manufatureira, nos últimos meses e anos,
aqueceu o debate sobre o risco de desindustrialização no Brasil. No ano
passado, seu crescimento foi de apenas 0,3%, uma ninharia em
comparação com a alta de 6,7% no varejo. Mesmo que se considere um
5 período mais longo, a diferença continua dramática: a manufatura está no
nível do início de 2008, contra quase 35% de aumento nas vendas de
varejo. Espera-se alguma retomada para este ano. Uma parte da
desaceleração de 2011 decorreu da diminuição de estoques em alguns
setores, como o automobilístico, pressionados por importações crescentes
10 e vendas internas estagnadas. Feito um ajuste, a produção pode retornar
ao nível normal.
(Adaptado do Editorial, Folha de S. Paulo, 29/3/2012)
a) A substituição de “se considere”( .4) por sejam considerados mantém a
correção gramatical do texto.
b) A substituição da expressão “uma ninharia”( .3) por insignificante
respeita as relações de sentido do texto e confere-lhe mais formalidade.
c) O pronome “seu”( .3) retoma o antecedente “produção manufatureira”( .1).
d) O emprego da voz passiva em “Espera-se”( .7) é recurso de
impessoalização do texto.
e) A forma verbal “pressionados”( .9) está no masculino plural porque
concorda com “alguns setores”( .8,9).
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Comentário: A alternativa (A) é a errada, pois o verbo “considere” é
transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e o termo singular “um período
mais longo” é o sujeito paciente. Esta voz passiva sintética pode ser transposta
para a voz passiva analítica:
“Mesmo que seja considerado um período mais longo”.
Assim, a forma plural “sejam considerados” está errada.
A alternativa (B) está correta, pois “ninharia” tem o mesmo sentido de
“insignificante”, sendo aquela típica da linguagem coloquial e esta mais formal.
A alternativa (C) está correta, pois o pronome “seu” antecipa o termo
“crescimento”, os quais se referem à expressão “produção manufatureira”.
A alternativa (D) está correta. Quando se usa a voz passiva sintética, a
intenção é omitir o agente da passiva. Assim, há uma impessoalização. Veja:
“Espera-se alguma retomada para este ano.” (voz passiva sintética)
“Alguma retomada para este ano é esperada (por alguém).”
(voz passiva analítica)
A alternativa (E) está correta. O particípio “pressionados” inicia a oração
subordinada adjetiva explicativa “pressionados por importações crescentes e
vendas internas estagnadas”. Esse particípio tem como sujeito elíptico “alguns
setores”, pois entendemos que alguns setores estão pressionados por
importações crescentes e vendas internas estagnadas.
Gabarito: A
Questão 34 ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial de O Globo de
20/3/2012. Assinale a opção que respeita as exigências gramaticais da norma
culta na sua transcrição.
a) Em geral, quando a economia está em trajetória de crescimento,
multiplicam-se as condições para os ganhos de produtividade, pela
facilidade de se concretizarem investimentos. Mas não é algo que caia do
céu. Sem esforço e determinação, a produtividade não avança.
b) Mas há também os fatores que não dependem diretamente dos agentes
econômicos, como o ambiente institucional para a realização de negócios, a
infraestrutura de uso comum, as prioridades e a execução da política
econômica, o que se refletem no crédito e na carga tributária.
c) São vários os fatores que contribuem para os saltos de produtividade.
Alguns relacionados do processo produtivo, como à inovação, a melhoria da
gestão dos recursos disponíveis, a atualização tecnológica, a motivação dos
que produzem, a utilização dos insumos (bens e serviços) mais adequados
para se chegarem ao resultado final.
d) Com uma taxa de investimento relativamente baixa cuja proporção do
Produto Interno Bruto (PIB), pouco acima dos 19%, o Brasil conseguiu
avançar socialmente sem um crescimento econômico tão forte.
e) A estabilidade monetária abriu caminhos para ganhos de produtividade que
tornou factíveis tais avanços, mas é preciso definir prioridades claras nos
gastos públicos.
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Comentário: A alternativa (A) é a correta. A oração subordinada adverbial
temporal “quando a economia está em trajetória de crescimento” está
intercalada, por isso se encontra entre vírgulas.
Além disso, note que o verbo “multiplicam” é transitivo direto, o
pronome “se” é apassivador. Com isso o sujeito paciente e plural “as
condições” força esse verbo ao plural.
As expressões “pela facilidade de” e “Sem esforço e determinação” são
adjuntos adverbiais de causa e condição, respectivamente. Por isso, podem ser
iniciadas por vírgula.
A alternativa (B) está errada, pois o verbo “refletem” deve se flexionar
no singular, tendo em vista que seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual
retoma o pronome demonstrativo singular “o”:
Mas há também os fatores que não dependem diretamente dos agentes
econômicos, como o ambiente institucional para a realização de negócios, a
infraestrutura de uso comum, as prioridades e a execução da política
econômica, o que se reflete no crédito e na carga tributária.
A alternativa (C) está errada, pois o adjetivo “relacionados” exige a
preposição “a”. Além disso, a conjunção “como” não admite ser seguida de
preposição “a”. Assim, não pode haver crase em “como à inovação”.
O verbo “chegar” é transitivo indireto, o pronome “se” é o índice de
indeterminação do sujeito, por isso o verbo deve se flexionar no singular:
São vários os fatores que contribuem para os saltos de produtividade. Alguns
relacionados ao processo produtivo, como a inovação, a melhoria da gestão
dos recursos disponíveis, a atualização tecnológica, a motivação dos que
produzem, a utilização dos insumos (bens e serviços) mais adequados para se
chegar ao resultado final.
A alternativa (D) está errada, pois devemos substituir o pronome relativo
“cujo” pela preposição “com”, tendo em vista que o termo posterior não é uma
oração adjetiva, mas sim um adjunto adverbial de modo coordenado ao
anterior. Assim, devemos inserir uma vírgula após “baixa” e retirar a vírgula
após “(PIB)”:
Com uma taxa de investimento relativamente baixa, com uma proporção do
Produto Interno Bruto (PIB) pouco acima dos 19%, o Brasil conseguiu avançar
socialmente sem um crescimento econômico tão forte.
A alternativa (E) está errada, pois o pronome relativo “que” retoma o
termo plural “ganhos”, o que força o verbo “tornou” a flexionar-se no plural:
A estabilidade monetária abriu caminhos para ganhos de produtividade que
tornaram factíveis tais avanços, mas é preciso definir prioridades claras nos
gastos públicos.
Gabarito: A
Questão 35: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial de O Estado de
S. Paulo de 29/3/2012.
Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente
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incorreta.
a) Estão na lista, entre outros, projetos relativos a novas regras para
licitações, a normas de licenciamento ambiental, à redução da jornada de
trabalho, ao fim da contribuição adicional de 10% em caso de demissão
injustificada, à regulamentação dos contratos de terceirização e à condição
das agências reguladoras.
b) Para os países da Europa em situação mais complicada, a superação dos
problemas dependerá de ganhos consideráveis de produtividade e de
reformas, em alguns casos dolorosas, para desemperrar a economia. O
desarranjo financeiro e fiscal foi apenas uma das consequências de um
desajuste mais amplo.
c) Para a Confederação Nacional da Indústria − CNI há alguns temas de maior
importância para consideração dos parlamentares. Essa pauta mínima
inclui dezesseis projetos em tramitação no Congresso, selecionados por seu
elevado potencial de impacto positivo ou negativo na atividade empresarial.
d) Não se deve contemplar o Brasil como uma ilha de tranquilidade, de
estabilidade, de equilíbrio, no meio da infindável crise internacional. A
experiência europeia mostra os elevados custos de se adiarem
constantemente o enfrentamento dos problemas de competitividade.
e) Alguns projetos tratam de questões tributárias. O documento da CNI
aponta alguns que, se aprovados, resultarão em maior tributação da
atividade produtiva, agravando uma das mais importantes desvantagens
competitivas da indústria brasileira, e outros que trarão benefícios.
Nenhum deles, no entanto, tem a amplitude necessária a uma reforma
efetiva do sistema de impostos e contribuições.
Comentário: A alternativa (D) é a errada, pois o verbo “adiarem” é transitivo
direto, o pronome “se” é apassivador e o termo singular “o enfrentamento” é o
sujeito paciente, o qual força o verbo ao singular.
“se adiar o enfrentamento”
“ser adiado o enfrentamento”
A alternativa (A) está correta. Note os termos enumerados e
preposicionados [“relativos a novas regras (...), a normas (...), à redução (...),
ao fim (...), à regulamentação (...)e à condição...”]
A alternativa (B) está correta. Note que “dolorosas” concorda com
“reformas”.
A alternativa (C) está correta. Note que é natural a sigla entre dois
travessões, porém se admite o uso de apenas um travessão.
Veja que a expressão “Para a Confederação Nacional da Indústria – CNI”
normalmente viria separada por vírgula para marcar a ideia de opinião da
instituição, mas, como esta expressão não é adverbial, pode ou não ser
separada por vírgula. Ela é chamada de dativo livre de opinião.
A expressão “selecionados por seu elevado potencial de impacto positivo
ou negativo na atividade empresarial” é uma oração subordinada adjetiva
explicativa reduzida de particípio, por isso está separada por vírgula.
Para a Confederação Nacional da Indústria − CNI há alguns temas de maior
importância para consideração dos parlamentares. Essa pauta mínima inclui
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dezesseis projetos em tramitação no Congresso, selecionados por seu elevado
potencial de impacto positivo ou negativo na atividade empresarial.
A alternativa (E) está correta. Note a dualidade “alguns”, “outros”. Veja
que a vírgula antes da conjunção “e” ocorreu por intercalação da oração
subordinada adverbial consecutiva reduzida de gerúndio “agravando uma das
mais importantes desvantagens competitivas da indústria brasileira”, a qual é
iniciada e finalizada por vírgula.
Alguns projetos tratam de questões tributárias. O documento da CNI aponta
alguns que, se aprovados, resultarão em maior tributação da atividade
produtiva, agravando uma das mais importantes desvantagens competitivas
da indústria brasileira, e outros que trarão benefícios. Nenhum deles, no
entanto, tem a amplitude necessária a uma reforma efetiva do sistema de
impostos e contribuições.
Gabarito: D
Questão 36: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2010
Os trechos abaixo constituem um texto adaptado de O Globo. Assinale a
opção que apresenta erro de concordância.
a) Para sustentar um crescimento duradouro nos moldes do registrado no ano
passado, a economia brasileira precisa se preparar, multiplicando seus
investimentos, que, aliás, parecem deslanchar. Mas leva algum tempo até
que atinjam a fase de maturação.
b) Nesse período, seria preferível que a economia crescesse em ritmo
moderado, na faixa de 4% a 5% ao ano, para evitar pressões indesejáveis
sobre os preços ou uma demanda explosiva por importações, o que poderia
comprometer em futuro próximo as contas externas do país.
c) O Brasil felizmente tem uma economia de mercado, na qual controles
artificiais não funcionam ou causam enormes distorções. As iniciativas de
política econômica para se buscar um equilíbrio conjuntural deve, então, se
basear nos conhecidos mecanismos de mercado.
d) No caso do Banco Central, o instrumento que tem mais impacto sobre as
expectativas de curto prazo, sem dúvida, é a taxa básica de juros, que
estabelece um piso para a remuneração dos títulos públicos e, em
consequência, para as demais aplicações financeiras e operações de crédito
não-subsidiado.
e) Se a taxa de juros precisa agir sozinha na busca desse equilíbrio
conjuntural, o aperto monetário pode levar os agentes econômicos a
reverem seus planos de investimento, e com isso o ajuste se torna mais
moroso, sacrificando emprego e renda.
Comentário: Questão simples, para você ganhar tempo!!! A questão cobrou
erro de concordância. É importante, pois, observar primeiro o verbo, depois
quem é o sujeito e seus complementos, para sabermos a correta flexão dos
termos.
A alternativa (A) está correta. Os verbos estão flexionados de acordo
com seus sujeitos. Note o pronome relativo “que” na função de sujeito e
retomando o substantivo “investimentos”. Assim, a locução verbal “parecem
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deslanchar” está flexionada no plural. Veja que o verbo “atinjam” também se
refere a “investimentos”.
“Para sustentar um crescimento duradouro nos moldes do registrado no ano
passado, a economia brasileira precisa se preparar, multiplicando seus
investimentos, que, aliás, parecem deslanchar. Mas leva algum tempo até que
atinjam a fase de maturação.”
A alternativa (B) está correta. Note o pronome relativo “que” na função
de sujeito, retomando o pronome demonstrativo “o”. Por isso, a locução verbal
“poderia comprometer” está flexionada no singular.
“Nesse período, seria preferível que a economia crescesse em ritmo moderado,
na faixa de 4% a 5% ao ano, para evitar pressões indesejáveis sobre os
preços ou uma demanda explosiva por importações, o que poderia
comprometer em futuro próximo as contas externas do país.”
A alternativa (C) é a errada, pois a locução verbal “deve basear” deveria
se flexionar no plural para concordar com o núcleo do seu sujeito: “iniciativas”.
Os demais verbos estão corretamente flexionados. Perceba que o verbo
“buscar” encontra-se no singular, porque é transitivo direto, possui pronome
apassivador “se” e com isso o seu sujeito paciente é “um equilíbrio
conjuntural”. Abaixo, encontra-se o trecho já com correção.
“O Brasil felizmente tem uma economia de mercado, na qual controles
artificiais não funcionam ou causam enormes distorções. As iniciativas de
política econômica para se buscar um equilíbrio conjuntural devem, então, se
basear nos conhecidos mecanismos de mercado.”
A alternativa (D) está correta. Note que os sujeitos estão bem explícitos:
“No caso do Banco Central, o instrumento que tem mais impacto sobre as
expectativas de curto prazo, sem dúvida, é a taxa básica de juros, que
estabelece um piso para a remuneração dos títulos públicos e, em
consequência, para as demais aplicações financeiras e operações de crédito
não-subsidiado.”
A alternativa (E) está correta. Note que os sujeitos estão bem explícitos:
“Se a taxa de juros precisa agir sozinha na busca desse equilíbrio conjuntural,
o aperto monetário pode levar os agentes econômicos a reverem seus planos
de investimento, e com isso o ajuste se torna mais moroso, sacrificando
emprego e renda.”
Gabarito: C
Questão 37: MPOG 2008 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do Texto: O empenho justifica-se pelo aumento do emprego
propiciado pelo turismo e da renda gerada para os mais diversos segmentos –
shopping centers, restaurantes, cinemas, táxis, transporte especializado,
farmácias.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Em “justifica-se” ( . 1), o “-se” indica sujeito indeterminado.
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Comentário: O verbo “justifica” é transitivo direto, o pronome “se” é
apassivador e o sujeito determinado simples e paciente é “O empenho”. O
termo preposicionado é o adjunto adverbial de causa “pelo aumento do
emprego” (por causa dele).
Recapitulando, o índice de indeterminação do sujeito “se”, o qual indica o
sujeito indeterminado, só pode ser empregado com verbo de ligação (é-se
feliz), verbo intransitivo (vive-se bem) ou verbo transitivo indireto (precisa-se
empregados).
Gabarito: E
Questão 38: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do Texto: O comportamento da multidão explica-se por algo
como o processo de mesmerização coletiva, em que a autonomia da vontade
submerge diante da vontade de obedecer dirigida ao líder sugestionador.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A alteração proposta para estruturas linguísticas do texto provoca erro
gramatical e/ou incoerência textual.
Omissão da indeterminação em “explica-se por algo” ( .1), escrevendo-se O
comportamento da multidão explica algo.
Comentário: O trecho “O comportamento da multidão explica-se por algo”
possui o verbo transitivo direto “explica”, o pronome apassivador “se”, o
sujeito determinado simples e paciente “O comportamento”. O termo
preposicionado “por algo” pode ser entendido como o meio utilizado para que o
comportamento seja explicado (por meio de algo), mas também podemos
entendê-lo como o agente da passiva na voz passiva sintética, o que não é
comum, mas pode ocorrer.
Assim, temos uma voz passiva sintética. A banca quis que você
observasse a possibilidade da retirada do pronome apassivador “se” com a
transformação em voz ativa. Note que a expressão “por algo” é o agente.
Assim, na voz ativa, é ela o sujeito agente. O sujeito paciente “O
comportamento humano” passa a objeto direto, o qual é o termo paciente. O
verbo “explica” perde o pronome “se”. Veja:
Voz passiva
sintética:
Voz ativa:
“O comportamento da multidão
sujeito paciente
“Algo
explica
sujeito agente+ VTD
explica-se
por algo”
+ VTD + P. Ap.+ agente da passiva
o comportamento da multidão”
+
objeto direto (termo paciente)
Ao compararmos esta transformação com a proposta da questão,
percebemos que houve uma troca nos termos agente e paciente. Como a
questão afirmou que aquela proposta causa incoerência no trecho, está
correta.
Gabarito: C
Questão 39: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do Texto: Quanto às exportações, continuarão afetadas pela
retração da economia internacional e não se pode esperar do setor externo
nenhuma contribuição ao crescimento da atividade industrial.
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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Em “se pode” ( . 2), o pronome “se” indica voz passiva.
Comentário: A locução verbal “pode esperar” é transitiva direta e indireta, o
pronome “se” é apassivador, o sujeito paciente é o termo “nenhuma
contribuição” e a expressão “do setor externo” é o objeto indireto.
Como o pronome é apassivador, temos de transformar a voz passiva
sintética em voz passiva analítica para nos certificarmos de que realmente há
voz passiva:
...não se
pode esperar
do setor externo
P. Ap.+ loc verbal TDI +
objeto indireto
nenhuma contribuição...
+
sujeito paciente
...não pode ser esperada do setor externo nenhuma contribuição...
loc verbal TDI
+ objeto indireto
+
sujeito paciente
Por isso, o pronome “se” indica voz passiva.
Gabarito: C
A concordância nominal
Como vimos no início desta aula, a concordância nominal se baseia na
flexão do adjunto adnominal de acordo com o núcleo e do predicativo de
acordo com o termo a que ele se refere.
A concordância nominal às vezes suscita dúvidas quando há apenas um
adjunto adnominal e dois ou mais núcleos. Veja:
a) O adjunto adnominal anteposto concorda com o núcleo mais próximo.
b)
Fotografei
robustas
VTD
adjunto
adnominal
mangueiras e abacateiros.
núcleo 1
e
núcleo 2
objeto direto
Fotografei
robustos
VTD
adjunto
adnominal
abacateiros e mangueiras.
núcleo 1
e
núcleo 2
objeto direto
Mas, se o adjunto adnominal estiver depois do núcleo, além da
possibilidade de concordar com o mais próximo, ele pode concordar com os
dois termos, ficando no plural, indo para o masculino se um dos substantivos
for masculino.
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Fotografei
VTD
Fotografei
VTD
abacateiros e mangueiras
núcleo 1
e
núcleo 2
objeto direto
abacateiros e mangueiras
núcleo 1
e
robustos.
adjunto adnominal
robustas.
núcleo 2
adjunto adnominal
objeto direto
Observação: Um adjetivo anteposto em referência a nomes de pessoas deve
estar sempre no plural (As simpáticas Joana e Marta agradaram a todos.).
b) Quando um núcleo determinado por artigo é modificado por adjunto
adnominal composto, podem ser usadas as seguintes construções:
Estudo a cultura brasileira e a portuguesa.
Estudo as culturas brasileira e portuguesa.
Os dedos indicador e médio estavam feridos.
O dedo indicador e o médio estavam feridos.
A construção “Estudo a cultura brasileira e portuguesa”, embora
provoque incerteza, é aceita por alguns gramáticos.
c) Numerais ordinais também possuem valor adjetivo; por isso, quando
eles estão na função de adjunto adnominal composto e se referem a um único
núcleo, podem ser usadas as seguintes construções:
Falei com os moradores do primeiro e segundo andar.
Falei com os moradores do primeiro e segundo andares.
d) Adjetivos regidos pela preposição “de”, que se referem a pronomes
indefinidos, ficam normalmente no masculino singular, podendo surgir
concordância atrativa:
Sua vida não tem nada de sedutor. (ou de sedutora)
Os edifícios da cidade nada têm de elegante (ou de elegantes).
e) Os vocábulos mesmo, próprio são adjetivos ou pronomes adjetivos.
Por serem adjuntos adnominais, devem concordar com o substantivo a que se
referem:
As alunas mesmas resolveram a questão.
Os próprios alunos resolveram a questão.
Cuidado: mesmo, quando equivale a “até”, “inclusive”, é palavra denotativa;
sendo, então, invariável.
Mesmo eles ficaram chateados. (Até eles ficaram chateados.)
f) Os vocábulos meio, bastante, quando se referem a um substantivo,
são numeral e pronome indefinido (todos de valor adjetivo), respectivamente,
devendo concordar com o núcleo por serem adjuntos adnominais.
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Tomou meia garrafa de vinho.
(metade – numeral – flexiona-se)
Ela estava meio aborrecida. (um pouco – advérbio – não se flexiona)
Bastantes alunos foram à reunião. (muitos – pronome indefinido adjetivo – flexiona-se)
Portanto, na frase “A prova será meio-dia e meia.”, nada de falar “meiodia e meio”, porque os vocábulos “meio” e “meia” são numerais de valores
adjetivos. O primeiro concorda com “dia” (meio-dia) e o segundo concorda
com o substantivo “hora”, que se encontra subentendido (meia hora).
Quando funcionarem como advérbios, permanecerão invariáveis. O
vocábulo "menos" é sempre invariável. Portanto, não existe a palavra “menas”.
(muito – advérbio – não se flexiona)
Eles falaram bastante.
Eram alunas bastante simpáticas.
Havia menos pessoas vindo de casa.
(muito – advérbio – não se flexiona)
(pronome indefinido invariável)
g) Os vocábulos muito, pouco, longe, caro, barato podem ser
palavras adjetivas (adjunto adnominal) mantendo concordância se fizerem
referência a substantivos, mas também podem ser advérbios.
Compraram livros caros. (adjetivo caracterizando substantivo)
Os livros custaram caro. (advérbio modificando verbo)
Poucas pessoas tinham muitos livros. (pronome indefinido determinando substantivo)
Leram pouco as moças muito vivas.(advérbios modificando verbo e adjetivo,
respectivamente)
Andavam por longes terras. (adjetivo caracterizando substantivo)
Eles moram longe da cidade.
(advérbio modificando verbo)
Eram mercadorias baratas. (adjetivo caracterizando substantivo)
Pagaram barato aqueles livros.
(advérbio modificando verbo)
Vamos trabalhar agora a concordância nominal com base no predicativo.
I - Predicativo do sujeito
Eu
sou o professor da turma.
sujeito
VL
predicativo do sujeito
predicado nominal
II - Predicativo do objeto direto (dentro de um predicado verbo-nominal)
Carlos chamou -a
sujeito
VTD
heroína.
OD
Predicativo
do OD
predicado verbo-nominal
III - Predicativo do objeto indireto (dentro de um predicado verbo-nominal)
Carlos
sujeito
chamou -lhe heroína.
VTI
OI
Predicativo
do OI
predicado verbo-nominal
Foi visto na concordância verbal que, se o verbo estiver anteposto ao
sujeito composto, pode ele concordar com o núcleo mais próximo ou com a
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totalidade. Se este for verbo de ligação, o predicativo seguirá a mesma
concordância:
São
calamitosos a pobreza e o desamparo.
VL
predicativo
predicado nominal
É
sujeito composto
calamitosa
a pobreza e o desamparo.
VL
predicativo
predicado nominal
sujeito composto
A concordância do predicativo do objeto não depende exclusivamente do
verbo, mas da ênfase no texto.
Julguei insensatas sua atitude e suas palavras.
VTD
Predicativo
do OD
predicado verbo-nominal
Julguei
insensata
Predicativo
do OD
predicado verbonominal
objeto direto composto
sua atitude e suas palavras.
VTD
objeto direto composto
Os vocábulos anexo, incluso são adjetivos, devem concordar com o
núcleo do sujeito:
A sindicância
segue
VI
sujeito
Seguem
VI
inclusos
anexa
ao ofício.
predicativo do
complemento
sujeito
nominal
predicado verbo-nominal
às caixas
predicativo do
complemento
sujeito
nominal
predicado verbo-nominal
os documentos.
sujeito
O vocábulo obrigado, apesar de não cumprir papel de predicativo, cabe
nesta estrutura. Ele também é adjetivo e concorda com o termo a que se
refere:
Muito obrigada, disse a moça!
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As expressões é bom, é proibido, é necessário, formadas do verbo ser
seguido de adjetivo, não variam se o sujeito não vier determinado; caso
contrário, a concordância será obrigatória.
A água é boa.
Água é bom.
Bebida é proibido para menores. As bebidas são proibidas para menores.
Chuva é necessário.
Aquela chuva foi necessária.
O vocábulo “só”, no sentido de sozinho, é adjetivo e se flexiona. O
mesmo vocábulo, no sentido de somente, apenas, possui valor adverbial, por
isso não se flexiona.
Os rapazes ficaram sós na festa.
Vieram só os rapazes.
Elas estavam a sós na imensidão do mar.
Só elas não vieram.
A expressão "a sós" tem o sentido de sozinhos.
Em concordância em gênero com expressões de tratamento, usa-se
adjetivo masculino em concordância ideológica com um homem ao qual se
relaciona a forma de tratamento, que é feminina. Isso é chamado de
concordância siléptica.
Vossa Majestade, o rei, mostrou-se generoso. Vossa Excelência é injusto.
Questão 40: Receita Federal 2014 Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Assinale a opção em que a reescrita do trecho sublinhado preserva a correção
gramatical e respeita a coerência textual.
Independentemente de sua inserção na esfera pública ou privada, as
ouvidorias são norteadas por princípios comuns, ainda não regulamentados,
destacando-se a acessibilidade, a confidencialidade, a independência e a
transparência. Se efetivas, podem contribuir para a solução de alguns dos
complexos problemas contemporâneos, muitas vezes gerados pela redução
dos espaços de diálogo.
(Adaptado de Paulo Otto von Sperling. Ouvidorias, eficiência e efetivação de
direitos. Correio Braziliense, 18 mar. 2014.)
a) Quando efetivas, a solução de alguns problemas, complexos e
contemporâneos pode ser contribuída, quando gerados, muitas vezes, pela
diminuição dos espaços de diálogo.
b) Efetivas, podem solucionar a contribuição de alguns dos problemas,
complexos e contemporâneos, muitas vezes gerados no diálogo em
reduzidos espaços.
c) Sendo efetivas, podem contribuir para solucionar alguns dos complexos
problemas contemporâneos, gerados, muitas vezes, pela diminuição do
diálogo.
d) Em sendo efetivas, alguns dos complexos problemas contemporâneos pode
ter solução, muitas vezes gerados pelo reduzido espaço para diálogo.
e) Caso efetivas, a solução de alguns dos complexos problemas
contemporâneos pode ser sua contribuição, gerados pela redução, muitas
vezes, dos espaços de diálogo.
Comentário: O segmento abaixo é constituído de um termo condicional “Se
efetivas”. Tal sentido foi preservado em todas as alternativas.
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Vale lembrar que “efetivas” concorda com as palavras “a acessibilidade,
a confidencialidade, a independência e a transparência”. Entendemos que elas
podem contribuir para a solução de alguns dos complexos problemas
contemporâneos. Além disso, veja que “gerados” concorda com “alguns dos
complexos problemas contemporâneos”. Confirme:
Se efetivas, podem contribuir para a solução de alguns dos complexos
problemas contemporâneos, muitas vezes gerados pela redução dos espaços
de diálogo.
A alternativa (A) está errada, pois, além de a frase não manter o mesmo
sentido, prejudica a correção gramatical. Basta você observar que, pela
estrutura da frase reescrita, o substantivo “solução” seria o referente do
adjetivo “efetivas”. Assim, deveria se flexionar no singular: “Quando efetiva, a
solução...”
A alternativa (B) está errada, pois “solucionar a contribuição de alguns
dos problemas” não é o mesmo que “contribuir para a solução de alguns dos
complexos problemas contemporâneos”, conforme se encontra na frase
original.
A alternativa (C) é a correta, pois o valor condicional em “Se efetivas” é
preservado em “Sendo Efetivas”. Observe que o substantivo “solução”, no
texto original, transformou-se no verbo “solucionar”. Além disso, houve a troca
de posição do adjunto adverbial temporal “muitas vezes”, o que também
preserva a correção e o sentido originais. Compare:
Se efetivas, podem contribuir para a solução de alguns dos complexos
problemas contemporâneos, muitas vezes gerados pela redução dos espaços
de diálogo.
Sendo efetivas, podem contribuir para solucionar alguns dos complexos
problemas contemporâneos, gerados, muitas vezes, pela diminuição do
diálogo.
A alternativa (D) está errada. Além de ter havido mudança de sentido,
houve incorreção gramatical quanto à concordância, pois o núcleo do sujeito
“alguns” leva a locução verbal “pode ter” ao plural: “podem ter”.
A alternativa (E) está errada, pois, além de a frase não manter o mesmo
sentido, prejudica a correção gramatical. Basta você observar que, pela
estrutura da frase reescrita, o substantivo “solução” seria o referente do
adjetivo “efetivas”. Assim, deveria se flexionar no singular: “Caso efetiva, a
solução...”.
Gabarito: C
Questão 41: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do Texto: Resta agora evidente que o alívio da carga tributária e
das taxas de juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura adversa,
é necessário, como instrumento eficaz, para assegurar dinamismo à atividade
econômica.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
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O termo “é necessário” ( .3) está no masculino porque concorda com “juros”
( . 2).
Comentário: O verbo de ligação “é” e o predicativo “necessário” concordam
com o núcleo do sujeito “alívio”, e não com o termo plural “juros”. Veja sem a
estrutura intercalada, para ficar mais claro:
...o alívio da carga tributária e das taxas de juros (...) é necessário...
Gabarito: E
Questão 42: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2010
Fragmento do Texto: Há alguma esperança de que a diminuição do
desmatamento no Brasil possa se manter e não seja apenas, e mais uma vez,
o reflexo da redução das atividades econômicas causada pela crise global.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O termo “causada”( .3) está no singular e no feminino porque concorda com
“esperança”( .1).
Comentário: A afirmativa está errada, pois “causada”, na realidade, refere-se
ao substantivo “redução” (e não a “esperança”), porque é a redução da
atividades econômicas que foi causada pela crise global.
Gabarito: E
Questão 43: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial de O Estado de
São Paulo de 24 /3/2012. Assinale a opção que foi transcrita de forma
gramaticalmente correta.
a) Por tornar mais acentuada a perda de competitividade da indústria
brasileira, a valorização do real em relação ao dólar vêm despertando
reações cada vez mais ácidas de dirigentes empresariais, mas está muito
longe de ser o único, ou o principal, problema que prejudica o desempenho
do setor manufatureiro.
b) Questões estruturais e modelos de gestão empresarial inadequados tem
sobre a atividade industrial efeitos negativos muito mais profundos e
duradouros e, por isso, mais nocivos do que a taxa de câmbio.
c) Sem eliminar essas deficiências, o Brasil terá cada vez menos condições de
competir com outros países, até mesmo com os vizinhos sul-americanos. É
preciso considerar que a valorização do real também fez o custo da mão de
obra na indústria aumentar.
d) Mesmo, porém, que a questão cambial venha a ser superada, a qualidade
da atividade industrial continuará prejudicada por deficiências históricas, e
por isso muito conhecidas, mas que tem sido toleradas por governantes,
empresários, trabalhadores e pela sociedade.
e) Pesquisas e estudos recentes não deixam dúvidas quanto aos impactos do
câmbio valorizado sobre a produtividade da indústria brasileira quando
comparadas com a de outros países.
Comentário: A alternativa (A) está errada. O sujeito singular “a valorização”
força o verbo ao singular (a valorização...vem).
Não pode haver vírgula entre o adjunto adnominal “principal” e o núcleo
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do predicativo “problema”.
Por tornar mais acentuada a perda de competitividade da indústria brasileira, a
valorização do real em relação ao dólar vem despertando reações cada vez
mais ácidas de dirigentes empresariais, mas está muito longe de ser o único,
ou o principal problema que prejudica o desempenho do setor
manufatureiro.
A alternativa (B) está errada. O sujeito composto “Questões estruturais e
modelos de gestão empresarial inadequados” leva o verbo ao plural.
Questões estruturais e modelos de gestão empresarial inadequados têm sobre
a atividade industrial efeitos negativos muito mais profundos e duradouros e,
por isso, mais nocivos do que a taxa de câmbio.
A alternativa (C) é a correta. Perceba que a oração subordinada
adverbial condicional “Sem eliminar essas deficiências” está antecipada. Por
isso, está separada por vírgula.
A expressão “até mesmo com os vizinhos sul-americanos”
comentário do autor, por isso está separada por vírgula.
é
o
Sem eliminar essas deficiências, o Brasil terá cada vez menos condições de
competir com outros países, até mesmo com os vizinhos sul-americanos. É
preciso considerar que a valorização do real também fez o custo da mão de
obra na indústria aumentar.
A alternativa (D) está errada. A expressão “e por isso muito conhecidas”
é um comentário do autor. Assim, está correta quanto ao uso da dupla vírgula
e da concordância, pois esse termo está ampliando a característica do termo
“deficiências históricas”, por isso está flexionado no feminino plural.
A expressão “tem sido toleradas” se refere ao mesmo termo, por isso o
verbo “tem” deve se flexionar no plural: “têm”.
A conjunção “mas” só admite conjunção “que” posteriormente, quando
faz parte de uma enumeração com tal conjunção. Por exemplo:
“Não diz que vai estudar, que vai trabalhar, mas que vai namorar”
Veja que essa enumeração não ocorreu neste contexto. Assim, é ideal
que a conjunção “que” seja retirada.
Mesmo, porém, que a questão cambial venha a ser superada, a qualidade da
atividade industrial continuará prejudicada por deficiências históricas, e por
isso muito conhecidas, mas têm sido toleradas por governantes,
empresários, trabalhadores e pela sociedade.
A alternativa (E) está errada. Veja que os vocábulos “comparados” e “os”
devem substituir os termos anteriores para concordarem com “impactos”.
Pesquisas e estudos recentes não deixam dúvidas quanto aos impactos do
câmbio valorizado sobre a produtividade da indústria brasileira quando
comparados com os de outros países.
Gabarito: C
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Questão 44: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2010
Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial do jornal Folha
de S. Paulo, de 20/8/2009. Assinale a opção em que o segmento está
gramaticalmente correto.
a) No entanto, dez meses depois da quebra do banco americano Lehman
Brothers, que desencadeou a derrocada vertiginosa, as novas regras
praticamente continuam em fase de discussões, sejam no plano
internacional, sejam no ambiente doméstico dos países que concentraram
as operações responsáveis pelo abalo sistêmico.
b) Se já parece ser possível comemorar a recuperação embrionária, o mesmo
não se pode afirmar da prometida reforma nas finanças globais. Até pouco
tempo, a modificação radical das regras sobre a atuação dos bancos nos
sistemas financeiros eram alardeadas como condição fundamental para a
retomada do crescimento em bases sólidas.
c) A economia mundial registra, nas últimas semanas, sinais de recuperação,
ainda que lenta. Países cujo crescimento foi duramente afetado desde o
ano passado – como França, Japão, Alemanha e mesmo Estados Unidos –
já exibem indicadores que evidenciam saída da recessão ou, pelo menos,
menor retração da atividade econômica.
d) Enquanto isso, surgem indícios de que instituições financeiras retomam
estratégias de investimento arriscadas – tais como especulação com taxas
de câmbio e empréstimos à clientes de altíssimo risco –, prometendo
elevada rentabilidade. É como se a memória do trauma recente já estivesse
apagada: foi justamente esse tipo de atuação que originou o colapso
mundial e intensificou seus efeitos.
e) O movimento se segue às bilionárias operações de salvamento e injeção de
capital feitas pelos governos de vários países para impedir a quebradeira
generalizada de bancos. A ausência de regulamentação ampla e eficaz para
a atuação das instituições financeiras são ainda mais preocupantes num
contexto de recuperação econômica.
Comentário: A alternativa (A) está errada. Os vocábulos sequenciais
“sejam...sejam” não são verbos. Na realidade, são conjunções alternativas,
por isso não podem se flexionar.
Como o pedido da questão sinalizou que as alternativas fazem parte de
um texto, devemos perceber que não se inicia texto com conjunção
adversativa. Assim, o conectivo “No entanto” deve ser excluído. Veja:
“Dez meses depois da quebra do banco americano Lehman Brothers, que
desencadeou a derrocada vertiginosa, as novas regras praticamente continuam
em fase de discussões, seja no plano internacional, seja no ambiente
doméstico dos países que concentraram as operações responsáveis pelo abalo
sistêmico.”
A alternativa (B) está errada, pois a locução verbal “eram alardeadas”
deve se flexionar no singular, porque seu núcleo do sujeito é “modificação”. As
vírgulas ocorrem corretamente por sinalizarem a antecipação de estruturas
adverbiais.
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“Se já parece ser possível comemorar a recuperação embrionária, o mesmo
não se pode afirmar da prometida reforma nas finanças globais. Até pouco
tempo, a modificação radical das regras sobre a atuação dos bancos nos
sistemas financeiros era alardeada como condição fundamental para a
retomada do crescimento em bases sólidas.”
A alternativa (C) é a correta. As estruturas adverbiais “nas últimas
décadas” e “ainda que lenta” estão corretamente entre vírgulas. As vírgulas
finais intercalam a expressão denotativa “pelo menos”. O duplo travessão
intercala o elemento exemplificativo “como França, Japão, Alemanha e
mesmos Estados Unidos”.
“A economia mundial registra, nas últimas semanas, sinais de recuperação,
ainda que lenta. Países cujo crescimento foi duramente afetado desde o ano
passado – como França, Japão, Alemanha e mesmo Estados Unidos – já
exibem indicadores que evidenciam saída da recessão ou, pelo menos, menor
retração da atividade econômica.”
A alternativa (D) está errada, pois não pode haver crase diante do
substantivo plural “clientes”. Podemos notar que não há artigo, mas somente
preposição “a”, pois esse vocábulo não se flexionou.
A estrutura adverbial “Enquanto isso” está antecipada, por isso a vírgula
foi utilizada. O duplo travessão ocorre por intercalar expressão exemplificativa.
A vírgula após o segundo travessão ocorre porque inicia oração reduzida de
gerúndio. Os dois-pontos ocorrem para enfatizar que há uma explicação em
seguida.
“Enquanto isso, surgem indícios de que instituições financeiras retomam
estratégias de investimento arriscadas – tais como especulação com taxas de
câmbio e empréstimos a clientes de altíssimo risco –, prometendo elevada
rentabilidade. É como se a memória do trauma recente já estivesse apagada:
foi justamente esse tipo de atuação que originou o colapso mundial e
intensificou seus efeitos.”
A alternativa (E) está errada, pois o predicado nominal “são ...
preocupantes” deve se flexionar no singular (é preocupante), porque seu
núcleo do sujeito é “ausência”. Veja que o termo composto é o adjunto
adnominal (regulamentação ampla e eficaz). Assim, não interfere na flexão do
verbo.
Perceba que a crase está correta, pois “se segue” rege preposição “a” e
“bilionárias” encontra-se com artigo “as”. Note, ainda, que está correto o uso
de “feitas”, tendo em vista o contexto permitir a concordância desse adjetivo
com “bilionárias operações de salvamento e injeção de capital”.
“O movimento se segue às bilionárias operações de salvamento e injeção de
capital feitas pelos governos de vários países para impedir a quebradeira
generalizada de bancos. A ausência de regulamentação ampla e eficaz para a
atuação das instituições financeiras é ainda mais preocupante num contexto
de recuperação econômica.”
Gabarito: C
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Questões cumulativas de revisão
Questão 45: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial do Correio
Braziliense de 7/1/2009.
Assinale a opção que apresenta erro gramatical.
a) O balanço assusta e, ao mesmo tempo, causa indignação. Foram 7.140
acidentes nos 61 mil quilômetros das rodovias federais. O saldo: 435
mortos e 4.795 feridos.
b) Divulgados pela Polícia Rodoviária Federal, os números da Operação Fim de
Ano, em vigor de 20 de dezembro a 4 de janeiro, demonstram, com
clareza, que muito ainda precisa ser feito para que o asfalto não mate nem
aleije.
c) A história se repete com monotonia. Ano após ano, o balanço de acidentes
nas estradas registram números ascendentes. Neste fim de 2008 e início de
2009, o enredo não mudou.
d) Pelos autos de infração, é possível concluir que a tragédia não se deve a
imperfeições no asfalto, iluminação ou sinalização. Deve-se, sobretudo, a
falhas humanas.
e) Das 171.265 violações, 99.435 tiveram como causa o excesso de
velocidade; 1.043, embriaguez. Ao ligar a chave de ignição, o condutor
precisa ter uma certeza: ele tem uma arma nas mãos.
Comentário: A questão é tranquila e aborda a gramaticalidade como um todo.
O candidato deve estar sempre atento aos temas concordância, pontuação,
regência e crase, e procurar ser prático, ligeiro (sem ser “afobado”).
O erro está na alternativa (C). Note que o verbo “registram” deve se
flexionar no plural, pois o núcleo do sujeito é o substantivo singular “balanço”.
Veja:
A história se repete com monotonia. Ano após ano, o balanço de acidentes nas
estradas registra números ascendentes. Neste fim de 2008 e início de 2009, o
enredo não mudou.
As vírgulas estão corretamente empregadas porque sinalizam a
antecipação dos adjuntos adverbiais de tempo.
A alternativa (A) está correta, pois os verbos “assusta” e “causa”
concordam com “O Balanço”, e “Foram” concorda com “7.140 acidentes”.
Note que os dois-pontos sinalizam uma identificação do saldo. Assim, é
entendido como explicação. A dupla vírgula também está correta, por separar
adjunto adverbial de tempo intercalado.
O balanço assusta e, ao mesmo tempo, causa indignação. Foram 7.140
acidentes nos 61 mil quilômetros das rodovias federais. O saldo: 435 mortos e
4.795 feridos.
A alternativa (B) está correta. Quanto à concordância, compare os
verbos em negrito flexionando-se de acordo com o sujeito sublinhado e
numerado.
Quanto à pontuação, perceba que a primeira vírgula sinaliza a
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antecipação de oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio
(“Divulgados pela Polícia Rodoviária Federal”). As duplas vírgulas sinalizam a
intercalação dos adjuntos adverbiais de tempo e modo, respectivamente (“em
vigor de 20 de dezembro a 4 de janeiro” e “com clareza”).
Poderia haver uma vírgula antes da locução conjuntiva “para que”, pois a
oração subordinada adverbial de finalidade está após a oração principal. Assim,
ela é facultativa.
Divulgados¹ pela Polícia Rodoviária Federal, os números¹ da Operação Fim de
Ano, em vigor de 20 de dezembro a 4 de janeiro, demonstram¹, com clareza,
que muito² ainda precisa ser feito² para que o asfalto³ não mate³ nem
aleije.
A alternativa (D) está correta, pois o verbo de ligação “é” e seu
predicativo “possível” concordam com o sujeito oracional “concluir” (isso é
possível). O verbo “deve”, nas duas ocorrências, é transitivo direto e indireto,
o pronome “se” é apassivador e os termos “a imperfeições no asfalto” e “a
falhas humanas” são os respectivos objetos indiretos. Assim, o sujeito é
paciente também nas duas ocorrências: “a tragédia”. No primeiro caso, o
sujeito está explícito (determinado simples), no segundo, está implícito
(determinado elíptico).
Pelos autos de infração, é possível concluir que a tragédia não se deve a
imperfeições no asfalto, iluminação ou sinalização. Deve-se, sobretudo, a
falhas humanas.
A alternativa (E) está correta, pois a expressão “Das 171.265 violações”
está separado por vírgula por ser estrutura adverbial antecipada. A vírgula
entre “1.043” e “embriaguez” ocorreu por elipse de expressão, isto é, para
subentendermos a expressão “tiveram como causa”. A última vírgula marca a
antecipação da oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo
“Ao ligar a chave de ignição”. Os dois-pontos sinalizam uma explicação
seguinte.
Das 171.265 violações, 99.435 tiveram como causa o excesso de velocidade;
1.043, embriaguez. Ao ligar a chave de ignição, o condutor precisa ter uma
certeza: ele tem uma arma nas mãos.
Gabarito: C
Questão 46: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2010
Fragmento do Texto: As emissões de gases que provocam o efeito estufa
pela indústria cresceram 77% entre 1994 e 2007, segundo estimativas do
Ministério do Meio Ambiente a partir de dados do IBGE e da Empresa de
Pesquisa Energética.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O segmento “que provocam o efeito estufa pela indústria”( .2) constitui oração
subordinada adjetiva restritiva.
Comentário: A afirmativa está correta. Note que a oração subordinada
adjetiva que não possui vírgula é a restritiva, e a que possui é a explicativa.
Gabarito: C
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O que devo tomar nota como mais importante?

A estrutura VTD + se + sujeito paciente. Isso é cobrado tanto no
reconhecimento de vozes verbais (voz passiva sintética), quanto na
concordância verbal.
 A transposição das vozes verbais de acordo com o seguinte esquema:
Voz ativa:
(sujeito agente)
O candidato realizou a prova.
sujeito agente
Voz passiva analítica:
(sujeito paciente)
VTD
OD (paciente)
A prova foi realizada pelo candidato.
VTD
sujeito paciente
Voz passiva sintética:
(sujeito paciente)
agente da passiva
Realizou-se a prova.
VTD


P Ap
sujeito
paciente
A concordância com o pronome relativo (que= o qual, a qual, os
quais, as quais) na função de sujeito. Quando este pronome retoma
substantivo plural, o verbo vai para o plural.
A concordância com sujeito oracional ocorrerá sempre na 3ª pessoa
do singular.
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