"O Mar Não Está Pra Peixe 2: Tubarões à Vista" é didático em excesso Publicado por: : Rosiane Souza Qui, 01 de Novembro de 2012 11:17 O filme sequencia “O Mar Não Está Pra Peixe”, que mal conseguiu se pagar e acabou direto em DVD em muitos países, sem grandes novidades. Na nova história, Pê vive seu cotidiano no recife junto dos amigos e da família até que o tubarão Troy, seu grande desafeto do passado, volta (mais forte) para devorá-lo junto de seus próximos. Mas nada é tão simples quanto parece e os roteiristas Chris Denk e Johnny Hartmann adicionaram à história subtramas que se perdem completamente com o tempo, da espera dos tubarões pela maré alta ao teatro para trazer ao recife mergulhadores. Os temidos tubarões do oceano 1/3 "O Mar Não Está Pra Peixe 2: Tubarões à Vista" é didático em excesso Publicado por: : Rosiane Souza Qui, 01 de Novembro de 2012 11:17 O excesso de didatismo descarado aponta para um público pouco usual no cinema, as crianças de cinco a dez anos. “O Mar Não Está Pra Peixe 2”, portanto, funciona enquanto iniciação sensorial do papel da imagem e das suas relações com o cotidiano e a ficção, mas deve fazer dormir pais e mães. A surpresa do filme é ir contra a corrente, já que o que vinha ocorrendo na produção mundial eram curtas-metragens cada vez mais elaborados – fora dos grandes estúdios inclusive, com grande representação crítica – e blockbusters arrebatadores em inovação (textual, tecnológica e metalinguística). E a partir desse aspecto o que à primeira vista pode soar extremamente pedante é na verdade “educativo”. Pê logo de cara é mostrado como o peixe mais forte do recife, uma espécie de líder, mas imperativo. Sempre que dá, passa conselhos ao primogênito, orienta amigos e age com destreza. Mas vê a normalidade do recife ameaçada com a invasão dos tubarões. A ele resta um único plano: ensinar os amigos a lutar. Troy, o tubarão, também tem um plano e envia ao recife um filhote de predador para servir de espião. A ideia desse James Bond do mal é atrair mais humanos ao recife com uma apresentação teatral (?!?) e consequentemente livrar o lugar da ira dos tubarões. A ideia, obviamente, se contrapõe ao planejado por Pê. 2/3 "O Mar Não Está Pra Peixe 2: Tubarões à Vista" é didático em excesso Publicado por: : Rosiane Souza Qui, 01 de Novembro de 2012 11:17 Mulher de Pê e o tubarão disfarçado Os conflitos que surgem a partir de então “nadam” entre a sabedoria do mais velho, o talento nato de cada peixe, perdão, arrependimento, amizade, amor, saudade, bons modos e organização. Criam-se armadilhas, repete-se o enredo de “Esqueceram de Mim” e as quebras de ritmo e tino para integrar melhor as tramas se entregam facilmente. O final é batido, as sequências e a utilização de muitas cores também. Era o que os produtores julgaram ideal para o que conseguiram criar. “O Mar Não Está Pra Peixe 2: Tubarões à Vista” se perde quando tenta ser referencial ou eficaz como “Procurando Nemo”. Ao invés de encarar a oportunidade para tratar diversos e pequenos aspectos sob outro ângulo, age no modus operandi que boa parte do público se acostumou a assistir em intermináveis sessões da tarde. Essa animação se transforma assim num representante da formação boa moça do ser humano, que religião e pressões familiares/históricas sempre cuidam de tratar. O espaço para liberdade criativa é encurtado. Assim como a própria liberdade pessoal. Tenho a impressão que esse roteiro nas mãos da Pixar poderia soar assim: peixe com histórico de perdas se perde na sua cultura do egocentrismo e é ajudado pelos amigos (cada qual expressa uma mazela e uma qualidade). Teríamos meia hora de silêncio. E não um dragão em pleno oceano. Fonte:http://www.pop.com.br 3/3