UMA OUTRA VISÃO DA AIDS

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UMA OUTRA
VISÃO DA AIDS
A Aids é conhecida hoje como a
doença do século que atemoriza a hu­
manidade pelos aspectos da morte ine­
vitável e cura inexistente. Acredita o psi­
quiatra Wilson Roberto Gonzaga da
Costa, diretor do Instituto de Psiquiatria
Comunitária (IPC), que não deve ser
vista somente por este lado. Ele analisa
que existem fatores positivos, porque,
com o surgimento da Aids, permitiu-se
que as pessoas questionassem o seu
comportamento sexual. A Aids levou
também a repensar a morte, que passa
a ser muito mais presente no relaciona­
mento humano e chamoua atenção das
autoridades a respeito das drogas.
A transmissão do vírus da Aids se
dá através do sangue, esperma e se­
creção vaginal. Fazendo uma breve
retrospectiva, Wilson Costa lembra
que a difusão da Aids parecia redu­
zida a grupos específicos como ho­
mossexuais e os hemofílicos. E as
JUNHO 1989
pessoas se sentiam seguras, se não
fossem enquadradas nestes grupos.
Hoje, um novo grupo surgiu, os con­
sumidores de drogas injetáveis que
representam 23%, 1.165 casos regis­
trados, segundo a Secretaria da
Saúde.
Para Wilson Costa esta situação é
delicada, principalmente para as pes­
soas que usam drogas, porque, com o
tempo, sua análise crítica é alterada e
não se importam em adotar a filosofia
fatalista, sem se preocupar com o fato
de que podem contagiar outras pes­
soas. Mesmo assim tem que existir um
trabalho com esse grupo de risco, fa­
zendo com que ele se conscientize de
que a morte é uma transição e deve
procurar pensar em melhorar a sua pró­
pria qualidade de vida, salientou Wilson
Costa.
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Reportagem Judiciária em Revista
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
SOBRE DROGAS
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DUO, A FAMÍLIA E SOCIEDADE. SÃO PAULO, EPU, 1982.
UM DECÁLOGO
QUE LEVA OS
ADOLESCENTES
ÀS DROGAS
01 — Não escutar o adolescente por­
que ele ou ela não sabe nada.
02 — Não conversar aberta e franca­
mente com eles.
03 — Pensar que em princípio todos
são rebeldes sem causa e contestadores sem motivos.
04 — Negar toda a possibilidade de
falar ou ,discutir temas sexuais, por
considerá-los sujos.
05 — Pensar que quando se queixam,
mentem ou querem nos irritar.
06 — Proibir-lhes sair com seus ami­
gos de forma arbitrária e fixando ho­
rários como,para crianças.
07 — Castigá-los severamente, física
e moralmente, humilhando-os, repri­
mindo-os.
08 — Menosprezar suas idéias por­
que são subversivas ou estúpidas.
09 — Negar-lhes seu lugar na escola
e/ou na família, com seu direito a
opinar.
10 — Beber, fumar, tomar medica­
mentos para dormir, não obedecer às
leis, subornar e contar com orgulho
como se pode "tirar'proveito" do outro,
dizendo que isso se pode fazer quando
já se é adulto, mas que é muito feio
para um jovem fazê-lo.
Prof. Dr. M A U R ÍC IO KNOBEL
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