Preconceito em relação à Aids sobrevive A AIDS é considerada hoje uma doença crônica, cujo controle é obtido com a administração dos medicamentos antiretrovirais. Apesar disso, muitos pacientes relutam em iniciar o tratamento. “A adesão ao tratamento é um dos grandes desafios atualmente”, salienta a enfermeira Gisele Maria Preussler, que trabalha há oito anos no SAE. Por essa razão, é mantido um ambulatório de adesão, onde é realizado um trabalho individualizado e oferecido apoio psicológico. Segundo Gisele, mesmo com o passar do tempo, o preconceito ainda é muito grande e apresenta-se como um dos fatores preponderantes para o abandono do tratamento. “Muitas pessoas têm medo de serem vistas aqui, buscando os remédios”, conta. O melhor remédio é a prevenção – Desde o surgimento da AIDS, no início da década de 1980, até os dias de hoje, o perfil dos doentes mudou. A doença, que antes atingia predominantemente homens homossexuais, hoje acomete quase que igualmente homens e mulheres heterossexuais. Segundo dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação, mais de 40% dos casos registrados em Porto Alegre no ano passado são de mulheres. Na faixa etária entre 15 e 19 anos, o número de casos de meninas infectadas é superior ao de meninos. Para a coordenadora da Política Municipal de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS, Miriam Weber, cerca de 90% das pessoas que recebem diagnóstico de AIDS afirmam que tinham informações sobre as formas de prevenção antes de contraírem a doença. Por essa razão, o foco do trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde são as crianças e adolescentes. “As pessoas sempre acham que não vai acontecer com elas. O impacto que a gente precisa só vai acontecer com a educação. É importante que a criança aprenda, desde cedo, a respeitar o seu corpo e se cuidar”, explica Miriam. Agenda com orientações Buscando sensibilizar crianças e adolescentes, a Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, lançou, pelo segundo ano consecutivo, a agenda escolar. O material, contendo informações e orientações sobre DST/Aids, é distribuído a alunos da rede municipal de ensino e elaborado a partir de trabalhos realizados pelos estudantes. A idéia é estender essa iniciativa para os alunos das escolas de educação infantil.