Propagação vegetativa de Ocimum gratissimum L. em diferentes

Propaganda
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Propagação vegetativa de Ocimum gratissimum L. em diferentes substratos
SOUSA, P.B.L.; AYALA-OSUNA, J.T.; GOMES, J.E.
Departamento de Ciências Biológicas, UEFS, Km 3, Br 116. CEP 44031460 - Feira de Santana-BA. E-mail:
[email protected]
RESUMO: A espécie Ocimum gratissimum L. é uma planta medicinal com ação aromática,
estimulante, sudorífera, diurética e anti-séptica local, além de ser produtora de óleos essenciais
de importância econômica. Assim, objetivando a conservação e propagação da espécie, foi
conduzido um experimento que consistiu em identificar o tipo de estaca mais adequado e o
melhor substrato para a propagação vegetativa. O material para estaquia foi retirado de plantas
propagadas sexuadamente (180 dias), sendo as estacas preparadas com aproximadamente 15
cm de comprimento. Foram utilizados três tipos de estacas: apicais, medianas e basais
combinadas com diferentes tipos de substratos. Os substratos utilizados foram: terra vegetal,
vermiculita, pó de serra + terra vegetal e terra vegetal + vermiculita + pó de serra, sob viveiro com
50% da intensidade luminosa natural, em um esquema fatorial de 3 x 4 com 2 repetições, onde
se determinou o comprimento da raiz, número de folhas, matéria seca das folhas, caule e raiz.
Esse trabalho indicou ser a estaca basal a melhor forma de se propagar vegetativamente a
espécie Ocimum gratissimum e o substrato terra vegetal se destacou entre os substratos, para
todos os tipos de estacas.
Palavras-chave: alfavaca-cravo, plantas medicinais, propagação, estacas.
ABSTRACT: Vegetative propagation of Ocimum gratissimum L. in different substrates.
The species Ocimum gratissimum L. is a medicinal plant with the following actions: aromatic
action, stimulant, sudorific, diuretic, and antiseptic, besides being producing of essential oils of
economical importance. Therefore, aiming at the conservation and propagation of the species, it
was driven an experiment that consisted of identifying the more appropriate stem cutting type and
the best substrates for the vegetative propagation. The material for stem cutting was removed of
plants sexually propagated (180 days), being the prepared stem cutting with approximately 15
cm of length. Three types of stem cutting were used: apical, medium and basal combined with
different types of substrates. The used substrates were: vegetable soil, vermiculita, mountain
powder + vegetable soil and vegetable soil + vermiculita + mountain powder under nurseries with
50% of the natural luminous intensity, in a factorial scheme of 3 x 4 with 2 replicates, where was
determined the length of the root, number of leaves, dry matter of the leaves, stem and root. The
work indicates the basal stem cutting as the best form of propagation Ocimum gratissimum and
the substratum vegetable soil, probably for presenting a larger amount of organic matter, stood
out among the substrate, for all of the types of stem cutting in the process of vegetative propagation.
Key words: medicinal plants, propagation, stem cuttings.
INTRODUÇÃO
As plantas da família Labiatae produzem
metabólitos secundários que desempenham papel
importante em sua defesa contra patógenos e outros
predadores. Alguns desses produtos naturais são
também utilizados na medicina, na indústria e na
agricultura. Como Ocimum gratissimum é grande
produtora de óleo essencial com 70-80% de eugenol
(Gupta, 1994; Lorenzi & Matos, 2002), lhe confere
ação anti-séptica local (Nakamura et al., 1999), sendo
utilizada como aromatizante bucal (Matos, 1998).
As Labiatae reproduzem-se normalmente por
sementes, porém esse é um processo demorado de
multiplicação, além disso apresentam grande
variabilidade com relação à produção de metabólitos
secundários, o que torna difícil o plantio comercial
uniforme de genótipos com alto poder de síntese
desses metabólitos (Prado et al., 2000). Assim, ocorre
Recebido para publicação em 10/01/2004
Aceito para publicação em 02/05/2005
Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.1, p.39-44, 2005.
40
a necessidade de se testar também a viabilização da
propagação vegetativa, pois essa, pode se tornar a
melhor opção de multiplicação para essas espécies,
visto que, além de eliminar a fase juvenil, permite a
conservação das qualidades desejáveis de genótipos
selecionados (Camargo & Carvalho, 2000). Para
Ocimum sp. e Rosmarinus officinalis o método de
propagação mais recomendado é o de estaquia
(Martins et al.,1994). Em Ocimum gratissimum L. são
poucos os trabalhos com propagação vegetativa, mas
já foi constatada uma elevada taxa de sobrevivência
para as estacas medianas sem folhas e apical com
folhas, caracterizando-o como um método viável de
multiplicação da espécie (Fiallo et al., 1996; Ehlert
et al., 2000).
Em algumas espécies como Solidago
chilensis e Vernonia condensata foram constatadas
que estacas maiores apresentam reservas nutritivas
em maiores quantidades, garantindo a sobrevivência
nas fases iniciais de desenvolvimento destas (Correia
et al., 1998; Antônio Filho et al., 2000).
Os estudos dos diferentes substratos para
o cultivo de Ocimum, visando tipos alternativos de
misturas de substratos, são de fundamental
importância para produção e comercialização. Em
razão da diversidade dos substratos e da dificuldade
em obter alguns dos condicionadores do solo, assim
como sua proporção volumétrica, densidade, aeração,
retenção de umidade, pH e dosagem de fertilizantes,
torna-se difícil escolher a melhor mistura, que atenderá
às condições para o ótimo crescimento e
desenvolvimento das plantas. Das características
físicas, as propriedades de aeração e retenção de
umidade são as mais importantes num substrato, que
deve ter suficiente espaço poroso para permitir a
difusão de oxigênio para as raízes (Souza et al.,
1995).
Gomes (2001) adotou a vermiculita de
granulação média para enraizamento de estacas de
aceroleiras (Malpighia emarginata DC.). Ferreira &
Cereda (1999) utilizando os substratos vermiculita e
Plantmax (comercial) e estacas apical e mediana de
espécies Annona cherimola e A. squamosa ,
verificaram uma interação entre os tipos de estacas
e substratos, tendo obtido as maiores porcentagens
de enraizamento com estacas medianas no substrato
Plantmax. Verificaram que logo após a emissão da
radícula iniciou-se a absorção dos nutrientes
existentes neste substrato, colaborando para a maior
nutrição da planta e consequentemente maior
desenvolvimento de raízes.
Correia et al. (1998) trabalhando com a
propagação vegetativa de arnica-brasileira (Solidago
chilensis Meyen), constataram que um solo com
maior fertilidade propiciou melhor produção de peso
de matéria seca de folhas e de raízes, provavelmente
devido à ação de agentes físicos, químicos e
biológicos, na melhoria das condições para o
desenvolvimento da estaca.
O objetivo deste trabalho foi estudar os tipos
de substrato e estacas no processo de propagação
vegetativa da espécie Ocimum gratissimum L., a fim
de se verificar a porcentagem de sobrevivência das
estacas e a matéria seca das folhas, caule e raízes.
MATERIAL E MÉTODO
O experimento foi realizado no Horto
Florestal da Universidade Estadual de Feira de
Santana (UEFS), situado geograficamente a 12º 16’
latitude sul, 38º 58’ longitude oeste, 257m altitude. A
temperatura média anual é de 23,5ºC com máxima
de 28,2ºC e mínima de 19,6ºC. O tipo climático da
região é semi-árido, com período chuvoso de abril a
junho e pluviosidade anual variando de 444 a 1595mm
ao ano.
Foram plantadas estacas de alfavaca-cravo
(Ocimum gratissimum) com aproximadamente 15 cm
de comprimento, retiradas de plantas propagadas
sexuadamente (180 dias). O delineamento estatístico
utilizado foi o de blocos casualisados em esquema
fatorial 3 X 4, sendo três tipos de estacas: apicais
(com folhas), medianas e basais (ambas sem folhas).
As estacas foram colocadas para enraizar em sacos
de polietileno 12 X 20cm utilizando-se 4 tipos de
substratos: terra vegetal (alta porcentagem de matéria
orgânica); vermiculita; pó de serra + terra vegetal (1:1);
terra vegetal + vermiculita + pó de serra (1:1:1). O pó
de serra utilizado teve como origem vegetal o paud’arco (Tabebuia serratifolia). Cada tratamento foi
composto por 2 repetições, sendo que cada parcela
composta por 5 estacas. O experimento foi instalado
em telado com 50% de sombreamento da
luminosidade natural e irrigadas diariamente. O
plantio foi realizado com as operações de corte das
estacas e retirada das folhas, sendo feitas
manualmente.
Aos 50 dias após a instalação do
experimento avaliou-se as seguintes variáveis:
percentagem de sobrevivência, número de folhas,
peso da matéria seca de folhas e raízes e
comprimento da raiz. Em seguida, foi efetuada a
contagem do número de folhas de cada estaca,
separadas as raízes e folhas, sendo feita a pesagem
desse material em balança analítica com precisão
de 0,01g. Logo após, o material foi acondicionado
em sacos de papel e levado para estufa com
circulação forçada de ar, para secagem à temperatura
de 75ºC ± 2ºC, até peso da matéria seca constante
(cerca de 62 horas), procedendo em seguida a
pesagem.
Os dados obtidos em cada experimento
foram submetidos à análise de variância, de acordo
com o modelo matemático proposto por Gomes
(1985) e as médias comparadas pelo teste de Tukey,
Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.1, p.39-44, 2005.
41
a 5% de probabilidade.
Nos casos em que a interação S x E foi
significativa, procedeu-se a um desdobramento de
graus de liberdade, estudando-se os efeitos do S em
cada tipo de estaca e de E em cada substrato.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Observando os dados relativos à propagação
vegetativa verificou-se uma elevada taxa de
sobrevivência das estacas nos tratamentos M1, B1 e
B4. Essa percentagem de sobrevivência diminuiu
quando se utilizou o substrato vermiculita para todos
os tipos de estacas (Tabela 1).
Os resultados da análise de variância do
comprimento da raiz, número de folhas, matéria seca
das folhas, caule e raiz, estão apresentados na Tabela
2. Nota-se que houve significância na interação
substrato x estaca, para comprimento da raiz, matéria
seca das folhas e do caule. Nas análises que foram
significativas para interação substrato x estaca
observa-se que para comprimento da raiz a estaca
não promoveu nenhuma influência. Assim como o
substrato também não influenciou quando o fator
analisado foi matéria seca do caule (Tabela 2).
Quanto ao número de folhas e a matéria seca
da raiz não houve significância para interação
substrato x estaca, mas a variável substrato foi
significativa, assim como a variável estaca ao nível
de 1% probabilidade. Os valores dos coeficientes de
variação foram aceitáveis para as condições de
experimentação, com valores elevados para folhas,
caule e raiz devido ao número baixo de repetições,
que deve ter influenciado nesse resultado.
Observa-se na Tabela 3 que a estaca basal,
é a que se destacou, praticamente, em todas as
variáveis sem diferir da estaca mediana para número
de folhas e das demais estacas para comprimento
de raiz. Os melhores resultados para matéria seca
das folhas, foram encontrados na estaca apical.
Apesar da estaca basal ter apresentado valores
maiores para número de folhas quando comparada
com estaca apical, os valores médios da matéria seca
foram menores. Isso se explica, devido a utilização
de estacas apicais com folhas na hora da montagem
do experimento, apresentando portanto tamanhos
maiores.
O substrato terra vegetal foi o que se
destacou entre os substratos avaliados na maioria
dos órgãos da planta, a única exceção foi para matéria
seca do caule, onde não houve diferença significativa
entre os substratos. O substrato terra vegetal mostrou
ser mais eficiente provavelmente devido à presença
de matéria orgânica a qual favorece um maior
desenvolvimento da estaca.
Nos casos onde houve interação, foi feito o
TABELA 1. Porcentagem de sobrevivência de estacas
(apical, mediana e basal) de Ocimum gratissimum sob
diferentes tratamentos: 1 – terra vegetal; 2 – vermiculita;
3 – pó de serra + terra vegetal e 4 – terra vegetal +
vermiculita + pó de serra). UEFS, Feira de Santana/BA,
2002.
________________________________________
Tipos de estacas
Tipos de substratos
___________________________________________
1
2
3
4
Apical
95
65
70
80
Mediana
100
85
90
95
Basal
100
85
95
100
____________________________________________
TABELA 2. Valores de F para tipos de estacas (apical, mediana e basal) em diferentes substratos (pó de serra + terra
vegetal, terra vegetal + vermiculita + pó de serra, terra vegetal e vermiculita) na cultura de Ocimum gratissimum. UEFS,
Feira de Santana-BA, 2002.
Causas de
Variação
Comp.
Número
Matéria seca
da
de
Raiz
Folhas
Folhas
Caule
Raiz
________________________________________________________________________________________
Substrato (S)
3
47,91**
56,13**
30,08**
3,49ns
18,93**
ns
13,44**
18,09**
59,05**
30,29**
Estaca (E)
2
0,14
ns
ns
Interação S x E
6
4,13*
0,70
8,19**
5,11**
1,35
________________________________________________________________________________________
(Tratamentos)
11
15,34**
18,13**
15,95**
14,44**
11,36**
ns
7,86*
5,00*
13,06**
18,85**
Blocos
1
4,46
Resíduo
11
_
_
_
_
_
________________________________________________________________________________________
TOTAL
23
________________________________________________________________________________________
C.V.%
15,26
15,15
34,92
26,33
23,58
G.L.
(ns) – Não significativo ao nível de 5% de probabilidade.
* significativo a 5%
** significativo a 1%
Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.1, p.39-44, 2005.
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TABELA 3. Valores médios dos efeitos do tipo de estaca e substrato no comprimento de raiz, número de folhas, peso
seco das folhas, caule e raiz. UEFS, Feira de Santana-BA, 2002.
Órgãos
Causas de
_____________________________________________________________________________
Variação
Raiz (cm)
Nº folhas
Folhas (g)
Caule (g)
Raiz (g)
_____________________________________________________________________________________________
A
14,27A
8,55B
0,35A
0,08C
0,10B
Estacas
M
14,00A
11,28A
0,12B
0,19B
0,10B
B
14,59A
12,76A
0,19B
0,40A
0,21A
_____________________________________________________________________________________________
1
23,17A
18,40A
0,48A
0,27A
0,22A
Substratos
2
10,02B
7,77B
0,15B
0,17A
0,10B
3
10,22B
8,72B
0,18B
0,26A
0,03B
4
13,73B
8,57B
0,08B
0,20A
0,13B
_____________________________________________________________________________________________
Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%de
probabilidade.
A, M e B são, respectivamente, estaca apical, mediana e basal
1, 2, 3 e 4 são, respectivamente, substrato terra vegetal; vermiculita; pó de serra + terra vegetal e terra vegetal + vermiculita + pó de serra.
desdobramento do G.L. da interação tipo de substrato
x estaca, utilizando-se os valores de F (Tabela 4),
isso foi constatado apenas para comprimento da raiz,
matéria seca das folhas e do caule. Quando se avalia
a interferência dos substratos dentro da variável
estaca, nota-se que os substratos não influenciaram
na matéria seca do caule para as estacas apicais e
medianas. Ao se avaliar a interferência das estacas
nos substratos não há nenhuma diferença significativa
para comprimento da raiz nos substratos terra vegetal,
vermiculita e pó de serra + terra vegetal, o mesmo
ocorrendo no substrato terra vegetal + vermiculita +
pó de serra, no que se refere à matéria seca das
folhas.
Observando os valores médios obtidos na
Tabela 5, confirma-se que os substratos terra vegetal,
vermiculita e pó de serra + terra vegetal combinados
com as estacas apical, mediana e basal, não diferiram
significativamente entre si ao nível de 5% de
probabilidade para comprimento médio da raiz. Já para
o substrato terra vegetal + vermiculita + pó de serra a
melhor combinação ocorreu com a estaca apical.
Os resultados de matéria seca das folhas
verificados na Tabela 5, demonstram que a estaca
apical combinada com substrato terra vegetal,
apresentaram melhores resultados, diferindo
significativamente dos outros tratamentos. Isso,
provavelmente ocorreu, devido as estacas apicais já
apresentarem folhas com regiões de maior
desenvolvimento fisiológico no momento da montagem
do experimento, assim, teriam uma maior massa
foliar, por serem mais velhas. Para a estaca mediana
o melhor substrato foi terra vegetal. As estacas basais
apresentaram melhores resultados quando
combinadas com os substratos terra vegetal e pó de
serra + terra vegetal. No substrato vermiculita as
estacas apicais apresentaram maior matéria seca
foliar. As estacas basais foram as que apresentaram
melhores resultados no substrato pó de serra + terra
vegetal.
Na avaliação da matéria seca do caule os
melhores resultados foram obtidos pelos substratos
pó de serra + terra vegetal, quando a estaca analisada
foi do tipo basal, já para estacas apical e mediana
não houve diferença significativa entre os substratos.
Quanto ao melhor tipo de estaca para os substratos
se destacou a estaca basal, não diferindo
significativamente ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey da estaca mediana quando os
substratos utilizados foram terra vegetal e vermiculita.
Os resultados apresentados na Tabela 5,
demonstram haver diferenças entre o tipo de estaca
utilizada para a propagação vegetativa da espécie O.
gratissimum. De modo geral as estacas basais
combinadas com substrato terra vegetal obtiveram
excelentes resultados para praticamente todas as
características avaliadas quando comparadas com
outras estacas, contrastando com Ehlert et al. (2000)
que classificaram a estaca mediana sem folha como
a melhor para a propagação da espécie. De acordo
com Correia et al. (1998) estacas maiores apresentam
reservas nutritivas em maiores quantidades,
garantindo a sobrevivência nas fases iniciais de
desenvolvimento de emissões foliares e de raízes,
com maior produção de biomassa destas partes
vegetais.
O substrato terra vegetal propicia melhor
produção de matéria seca de folhas e raízes em todos
os tratamentos, assim como aumento no número de
folhas e no comprimento da raiz, provavelmente devido
à ação de agentes físicos, químicos e biológicos, com
melhores condições para o desenvolvimento da estaca
(Correia et al., 1998). O substrato terra vegetal
apresenta maior quantidade de matéria orgânica que
a vermiculita e o pó de serra, e supõe-se da presença
de agentes microbiológicos, permitindo o melhor
desenvolvimento das estacas, seja da parte aérea
quanto das raízes, em seus estágios iniciais, através
Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.1, p.39-44, 2005.
43
TABELA 4 . Análise de variância com desdobramento do G.L. da interação tipo de substrato (S) x estaca (E) e vice-versa.
UEFS, Feira de Santana-BA, 2002.
Valores de F
________________________________________________________________________________________
Causas de
Comp.
Matéria seca
Variação
G.L.
da
Raiz (cm)
Folhas
Caule
________________________________________________________________________________________
ns
3
28,37**
28,25**
2,75
S d. E1
ns
S d. E2
3
14,50**
6,22*
1,15
3
13,29**
12,00**
9,81**
S d. E3
________________________________________________________________________________________
ns
2
0,18
21,44**
4,54*
E d. S1
ns
E d. S2
2
2,17
9,22**
4,76*
ns
2
3,41
10,23**
45,40**
E d. S3
ns
2
6,77*
1,79
19,67**
E d. S4
_______________________________________________________________________________
(ns) – Não significativo ao nível de 5% de probabilidade.
* significativo a 5%
** significativo a 1%
E1, E2 e E3 são, respectivamente, estaca apical, mediana e basal
S1, S2 , S3 e S4 são, respectivamente, substrato terra vegetal; vermiculita; pó de serra + terra vegetal e terra vegetal + vermiculita + pó de
serra.
TABELA 5. Valores médios do comprimento de raiz e matéria seca foliar e caulinar de estacas (apical, mediana e basal)
combinadas com os substratos (1 - terra vegetal, 2 - vermiculita, 3 - pó de serra + terra vegetal e 4 - terra vegetal +
vermiculita + pó de serra) na cultura de Ocimum gratissimum. UEFS, Feira de Santana-BA, 2002.
Tipos de estacas
________________________________________________________________________________________
Órgão / substratos
Apical
Mediana
Basal
DMS
________________________________________________________________________________________
1
23,93Aa
22,71Aa
22,89Aa
2
7,43Ab
11,01Ab
11,64Ab
Comp. Raiz
3
7,46Ab
10,05Ab
13,15Ab
5,89
(cm)
4
18,28Aa
12,23Bb
10,68Bb
_______________________________________________________________________________
DMS = 6,57
1
0,78Aa
0,33Ba
0,33Ba
Matéria
2
0,34Ab
0,07Bb
0,03Bb
seca
3
0,14Bb
0,03Bb
0,38Aa
0,21
folhas
4
0,16Ab
0,06Ab
0,02Ab
(g)
DMS = 0,23
_______________________________________________________________________________
1
0,18Ba
0,26ABa
0,36Ab
Matéria
2
0,08Ba
0,17ABa
0,26Ab
Seca
3
0,04Ba
0,15Ba
0,58Aa
Caule
4
0,03Ba
0,17Ba
0,40Ab
(g)
0,16
DMS = 0,18
_______________________________________________________________________________
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas nas linhas, e minúsculas nas colunas não diferem significativamente entre si pelo teste
de Tukey ao nível de 5%de probabilidade.
Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.1, p.39-44, 2005.
44
da absorção dos nutrientes existentes no substrato,
colaborando para a maior nutrição da planta e
consequentemente maior desenvolvimento de raízes,
conforme resultados encontrados por Ferreira &
Cereda (1999) trabalhando com estacas de atemóia
que constataram que o substrato Plantmax
(comercial) por apresentar um maior teor de nutrientes
favoreceu o enraizamento das estacas.
CONCLUSÃO
A estaca basal demonstra ser a melhor forma
de se propagar vegetativamente a éspecie Ocimum
gratissimum.
O substrato terra vegetal, se destacou entre
os substratos, para todos os tipos de estacas no
processo de propagação vegetativa.
O substrato vermiculita não é indicado para
o enraizamento de estacas de Ocimum gratissimum.
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