PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS

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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
Português p/ Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil - AFRFB
(teoria e questões comentadas)
Aula 8
(Acentuação gráfica, ortografia)
Olá, pessoal!
Os temas desta aula têm caído pouco nas provas da ESAF, por isso
procurei ampliar a quantidade de questões incluindo algumas mais antigas,
porém muito necessárias para nosso estudo.
Vamos ao primeiro assunto!!!!
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Há dois tipos de acentuação das palavras: a tônica e a gráfica.
Acentuação tônica
As palavras podem ser átonas ou tônicas. Algumas preposições (“em”,
“de”, “por”), os artigos, os pronomes oblíquos átonos (“o”, “me”, “nos”, se”)
etc são palavras átonas.
Já as palavras-chave de uma frase, como substantivos, verbos,
adjetivos, advérbios, são tônicas, isto é, possuem sílaba mais forte em relação
às outras.
Assim, quando a sílaba tônica de uma palavra é a última, é chamada de
oxítona (ruim, café, jiló, alguém, anzol, condor). Quando a tonicidade recai
na penúltima sílaba, é chamada de paroxítona (dólar, planeta, vírus, capa,
jato, âmbar, hífen). Quando a sílaba tônica é a antepenúltima, é chamada de
proparoxítona (córrego, cúpula, trânsito, xícara, médico).
Com base na acentuação tônica, há a acentuação gráfica. Imagine por
que ocorrem as regras de acentuação gráfica, vendo esta frase:
Dona Delia, arquejava para o lado, empunhava a citara¹ e fazia um belo som
ao fundo, enquanto o poeta, de renome entre a corte, citara² um pequeno
recorte de seus preciosos versos. “Depois dele, quem mais citara³ coisa tão
linda!”, exclamou Ambrozina, filha de Galdeco.
1. cítara: instrumento musical;
2. citara: verbo “citar” no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo;
3. citará: verbo “citar” no futuro do presente do indicativo.
Sem a acentuação gráfica nas ocorrências de “citara”, temos dificuldade
de entender o texto acima, não é?
A Língua Portuguesa já passou por tempos em que não havia a
acentuação gráfica e isso fazia com que houvesse alguns problemas de
interpretação dos textos da corte, das leis, das ordens.
Houve, portanto, necessidade de padronizar a linguagem de forma a ter
mais clareza, disso resultaram as regras de acentuação gráfica.
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A acentuação gráfica é a aplicação de sinais sobre algumas vogais de
forma a representar a tonicidade da palavra. Esses sinais são basicamente os
acentos agudo (´) e circunflexo (^).
Além desses, há ainda o acento grave (`), que é o indicador da crase; o
trema (¨), o qual foi suprimido das palavras portuguesas ou aportuguesadas
pela Reforma Ortográfica, exceto nos casos de derivados de nomes próprios −
“mülleriano” (derivado de “Müller”) −; o til (~), o qual indica nasalização das
vogais a e o.
As regras básicas nasceram da necesidade de padronização:
Vamos estudá-las como foram geradas: do mais simples (tonicidade que
possui poucas regras) para o mais trabalhoso (tonicidade que possui mais
regras).
Foi percebido no vocabulário da época que a menor quantidade de
vocábulos tônicos se concentrava nas proparoxítonas. Por isso, todas são
acentuadas: lâmpada, relâmpago, Atlântico, trôpego, Júpiter, lúcido, ótimo,
víssemos, flácido.
Assim, ficou mais fácil e prático.
Depois, foi percebido que os monossílabos tônicos também tinham,
dentre o vocabulário da época, pouca quantidade de palavras e maior
incidência das vogais “a”, “e”, “o”, podendo ficar no plural. Então acharam por
bem acentuar:
a, as: já, gás, pá.
e, es: pé, mês, três.
o, os: pó, só, nós.
Os monossílabos tônicos terminados em “ói”, “éi”, “éu” eram acentuados.
Mas, antes da reforma ortográfica assinada em 2009, esses ditongos abertos e
tônicos tinham acento em qualquer sílaba tônica. A partir de janeiro de 2009,
ela passou a ser fixa do monossílabo tônico. Por isso, acrescentamos:
ói, éu, éi: dói, mói, céu, véu, méis.
Foi visto, à época − e hoje não é diferente −, que a quantidade de
vocábulos paroxítonos é muito maior do que os oxítonos. Percebeu-se,
também, que havia muita paroxítona terminada em “a”, “e”, “o”, “em”, ens”.
Então se criou a regra justamente das oxítonas, em oposição às paroxitonas,
para evitar que tivéssemos que acentuar tanta palavra. Assim:
a, as: crachá, cajá, estás.
Por isso, não acentuamos as paroxítonas “capa, ata, tapa”.
e, es: você, café, jacarés.
Por isso, não acentuamos as paroxítonas “pele, crepe, paredes”.
o, os: paletó, jiló, retrós.
Por isso, não acentuamos as paroxítonas “rolo, bolo, copo”.
em, ens: ninguém, também, parabéns.
Por isso, não acentuamos as paroxítonas “garagem, item, hifens”.
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Como ocorreu nos monossílabos tônicos, as oxítonas terminadas em “ói”,
“éi”, “éu” já eram acentuadas. Mas, antes da reforma ortográfica assinada em
2009, esses ditongos abertos e tônicos tinham acento em qualquer sílaba
tônica. A partir de janeiro de 2009, ela passou a ser fixa também das oxítonas.
Por isso, acrescentamos:
ói, éu, éi: herói, corrói, troféu, chapéu, ilhéu, anéis, fiéis, papéis.
Por esse motivo, deixamos de acentuar as paroxítonas que possuem a
tonicidade nestes ditongos abertos tônicos, como “assembleia, ideia, heroico,
joia”.
Restaram, então, as demais terminações para as paroxítonas. Perceba
que a acentuação desta regra ocorreu também em oposição à oxítona.
i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri.
us, um, uns: vírus, bônus, álbum, parabélum, álbuns, parabéluns.
l, n, r, x, ps: incrível, útil, ágil, fácil, amável, próton, elétron, herôon1,
éden, hífen, pólen, dólmen, lúmen, líquen, éter, mártir, blêizer,contêiner,
destróier, gêiser2, Méier, caráter, revólver, tórax, ônix, fênix, bíceps, fórceps.
ã, ãs, ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos.
on, ons: elétron, elétrons, próton, prótons.
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s:
água, árduo, pônei, vôlei, cáries, mágoas, pôneis, jóqueis.
Por isso, não acentuamos as oxítonas “caqui, jabutis”; “urubu, bambus”;
“anel, cantar, durex”; “irmã, irmão” (Perceba que o “til” é apenas um
marcador de nasalização); e “voltei, carregarei”.
Como no Direito, a regra geral não abarca tudo. Deve haver algumas
peculiaridades para determinadas situações. No caso da linguagem, há
particularidades para algumas palavras. Daí se seguem as regras especiais.
Isso ocorreu primeiro por causa de vocábulos como:
pais, país
cai, caí,
saia, saía
O vocábulo “pais” é um monossílabo tônico e não tem acento porque sua
terminação não permite (apenas os monossílabos terminados em “a, e, o”,
seguidos ou não de “s”, são acentuados). Esse vocábulo é formado pela vogal
“a” (som mais forte) e a semivogal “i” (som mais brando). Assim, percebemos
um declínio no som. Chamamos isso de ditongo, pois é construído por uma
vogal e uma semivogal. Mas também pode haver o ditongo formado por
semivogal e em seguida uma vogal. Veja as paroxítonas terminadas em
ditongo oral para ficar mais claro:
á-gua, ár-duo, cá-ries, má-goas, pô-nei, vô-lei, jó-queis.
1
Herôon: espécie de santuário que era construído em homenagem aos antigos heróis gregos e romanos.
Gêiser: nascente termal que entra em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor
para o ar.
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As quatro primeiras palavras possuem a sequência semivogal (u, u, i,
o), seguida de vogal (a, o, e, a). Já as três últimas possuem a vogal (e)
seguida de semivogal (i).
Veja agora o vocábulo “país”. Ele possui duas sílabas (pa-ís). Há, na
realidade, duas vogais. Assim, obrigatoriamente, devem ficar em sílabas
diferentes. Chamamos isso de HIATO.
Houve necessidade de criar a regra do hiato, para evitar confundir a
pronúncia das palavras. Veja como ficou:
As regras especiais
a) hiato – as vogais “i” ou “u” recebem acento, quando nas seguintes
condições:
- sejam a segunda vogal do hiato;
- sejam tônicas;
- estejam sozinhas ou com s na mesma sílaba;
- não sofram nasalização.
ex.: saída: sa-í-da; faísca: fa-ís-ca; balaústre: ba-la-ús-tre; (nós)arguímos:
ar-gu-í-mos; (vós)arguís: ar-gu-ís; possuímos: pos-su-í-mos; possuía: pos-suí-a.
Observação: as vogais “i” ou “u”, após ditongo nas palavras oxítonas,
recebem acento: Piauí, tuiuiú, teiú. Com a reforma ortográfica, não há mais
acento nas paroxítonas de mesma regra: feiura, baiuca. (Cuidado com estas
duas palavras! Por serem a exceção, podem cair em prova.)
b) acento diferencial − é utilizado para diferenciar palavras de grafia
semelhante.
I) Usamos o acento diferencial para distinguir o verbo “pôde” (pretérito
perfeito do indicativo) do verbo “pode” (presente do indicativo).
II) Também usamos para distinguir o verbo “pôr” da preposição “por”.
III) Ele distingue ainda os verbos “vir” e “ter” para marcar plural:
ele tem − eles têm
ele vem − eles vêm
IV) Admite-se o acento circunflexo na acepção de “vasilha” (fôrma de
bolo) para diferenciar-se da homógrafa de timbre aberto equivalente a
“formato” (forma física) ou relativa à conjugação do verbo FORMAR (ele
forma).
Para ajudar na acentuação gráfica, é importante saber a sílaba tônica de
algumas palavras que possam causar dúvidas. Assim, cuidado com a
pronúncia:
Oxítonas: cateter, condor, mister, Nobel, novel, ruim
Paroxítonas: acórdão, avaro, caracteres, cânon, edito (lei, decreto), efebo,
filantropo, fluido (substantivo), fluído (verbo), fortuito, gratuito, ibero, impio
(cruel), látex, libido, misantropo, necropsia, pudico, recorde, rubrica
Proparoxítonas: arquétipo, crisântemo, édito(ordem judicial), ímpio(sem fé),
ímprobo, ínterim
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Observação: O dicionário Aurélio e outros de renome admitem tanto a
pronúncia oxítona (ureter), quanto a paroxítona (uréter). Assim, podemos
grafar tal palavra com ou sem acento. O mesmo ocorre com:
“xerox"
(oxítona)
“xérox” (paroxítona) “reptil” (oxítona)
“réptil” (paroxítona) “projetil"
(oxítona)
“projétil”
(paroxítona)
Não se esqueça de que acentuamos os verbos oxítonos terminados em
“a”, “e”, “o”, seguidos dos pronomes pessoais oblíquos átonos “-lo”, “-la”,
“-los”, “-las". Veja:
Vou cantar a música.
Vou cantá-la.
Vou beber a água.
Vou bebê-la.
Vou compor a música.
Vou compô-la.
Então não acentuamos as oxítonas terminadas em “i”:
Vou partir o bolo.
Vou parti-lo.
Vou dividir as tarefas.
Vou dividi-las.
Mas não se descuide da oxítona formada por hiato com o “i” tônico, pois
há acento nesse caso:
Vou instruir a equipe.
Vou instruí-la. (ins-tru-í)
Vou construir uma ponte.
Vou construí-la. (cons-tru-í)
RESUMO DO ACORDO ORTOGRÁFICO (ACENTUAÇÃO GRÁFICA)
Como era
Nova regra
Como é
Alfabeto:
O alfabeto era formado por O alfabeto é formado As letras k, w, y fazem parte
23 letras, mais as letras por 26 letras.
do alfabeto. São usadas em
chamadas de ‘especiais’ k,
siglas,
símbolos,
nomes
w, y.
próprios estrangeiros e seus
derivados.
Exemplos: km,
watt, Byron, byroniano.
Trema:
agüentar, conseqüência,
cinqüenta, qüinqüênio,
freqüência, freqüente,
eloqüência, eloqüente,
argüição, delinqüir,
pingüim, tranqüilo,
lingüiça
O trema é eliminado
em
palavras
portuguesas
e
aportuguesadas.
aguentar, consequência,
cinquenta, quinquênio,
frequência, frequente,
eloquência, eloquente,
arguição, delinquir,
pinguim, tranquilo,
linguiça
O trema permanece em nomes próprios estrangeiros e seus derivados:
Müller, mülleriano, hübneriano.
Acentuação
assembléia, platéia,
idéia, colméia,
boléia, panacéia,
Coréia, hebréia, bóia,
paranóia, jibóia, apóio
(forma verbal),
heróico, paranóico
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Não se acentuam os
ditongos abertos -ei e
–oi
nas
palavras
paroxítonas.
assembleia, plateia,
ideia, colmeia,
boleia, panaceia,
Coreia, hebreia, boia,
paranoia, jiboia, apoio
(forma verbal),
heroico, paranoico
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• O acento nos ditongos -éi e -ói permanece nas palavras oxítonas e
monossílabos tônicos de som aberto: herói, constrói, dói, anéis, papéis,
anzóis.
• O acento no ditongo aberto –éu permanece: chapéu, véu, céu, ilhéu.
enjôo
(subst. e forma verbal),
vôo
(subst. e forma verbal),
corôo, perdôo, côo,
môo, abençôo, povôo
crêem, dêem, lêem,
vêem
descrêem, relêem,
revêem
pára (verbo),
péla (subst. e verbo),
pêlo (subst.),
pêra (subst.), péra
(subst.),
pólo (subst.)
Não se acentua o hiato oo.
Não se acentua o hiato ee dos verbos crer, dar,
ler, ver e seus derivados
( 3a p. pl.).
Não se acentuam as
palavras paroxítonas que
são homógrafas.
enjoo
(subst. e forma verbal),
voo
(subst. e forma verbal),
coroo, perdoo, coo,
moo, abençoo, povoo
creem, deem, leem,
veem,
descreem, releem,
reveem
para (verbo),
pela (subst. e verbo),
pelo (subst.),
pera (subst.), pera
(subst.),
polo (subst.)
• O acento diferencial permanece nos homógrafos: pode (3ª pessoa do sing.
do presente do indicativo do verbo poder) e pôde (3ª pessoa do pretérito
perfeito do indicativo).
• O acento diferencial permanece em pôr (verbo) em oposição a por
(preposição).
argúi, apazigúe,
averigúe,
enxagúe, obliqúe
baiúca, boiúna
cheiínho, saiínha,
feiúra, feiúme
Não se acentua o -u
tônico nas formas
verbais rizotônicas
(acento na raiz), quando
precedido de -g ou -q e
seguido de –e ou -i
(grupos que/qui e
gue/gui).
Não se acentuam o -i e
-u tônicos das palavras
paroxítonas quando
precedidas de ditongo.
argui, apazigue,
averigue,
enxague, oblique
baiuca, boiuna,
cheiinho, saiinha,
feiura, feiume
Então, vamos às questões!!!
Questão 1: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998
Fragmento do Texto: A análise comparada permite estabelecer a pauta
necessária para as reformas tributárias no Brasil, ao pôr em evidência as
divergências de nosso sistema relativamente ao padrão tributário dominante.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O acento circunflexo diferencial na forma verbal ‘pôr’(linha 2) explica-se,
também, porque este monossílabo é tônico.
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Comentário: É importante ressaltar, na afirmativa da questão, a palavra
denotativa “também”, a qual indica que o fato de simplesmente ser um
monossílabo tônico não implica o acento gráfico em “pôr”, pois sabemos que
apenas os monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos ou não
de “s”, são acentuados.
Mesmo não possuindo tal terminação, o verbo “pôr” é um monossílabo
tônico que recebe acento gráfico para diferenciar-se da preposição “por”, que é
um monossílabo átono.
Assim, a questão está correta.
Gabarito: C
Questão 2: Agente Executivo SUSEP 2006
Assinale a opção que corresponde a erro de grafia ou de desobediência às
regras da norma escrita padrão.
A crise da esquerda mundial, consubstanciada(1) sobretudo como a crise do
“socialismo real” e, em menor intensidade, do modelo social-democrata de
gestão
“humanizada”
do
mercado,
encontra-se
ainda
em
pleno
desdobramento. É uma crise profunda, de largo espectro(2) histórico, que se
confunde plenamente com a crise de civilização, resultante, entre outras
causas, do auge da hegemonia(3) do sistema capitalista de produção e da
conseqüente exacerbação(4) de todas as suas contradições. A crise da
esquerda mundial, que é também a crise do ideário e da experiência socialista
no mundo, torna-se duradoura, sobretudo se estivermos a medí-la(5) com a
escala individual de nossas vidas.
(Adaptado de Anivaldo de Miranda)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: O erro está no acento gráfico da palavra oxítona terminada em
“i”. Assim, o correto é “medi-la”.
As demais alternativas apresentam palavras corretamente grafadas e
bem contextualizadas.
Gabarito: E
Questão 3: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003
O texto A riqueza ensurdece (VEJA, 23 de setembro de 2003) foi adaptado
para compor as opções abaixo. Assinale aquela em que a transcrição respeitou
as regras gramaticais da norma culta.
a) Os países ricos sairam da reunião da Organização Mundial do Comércio
(OMC), no México, sem ouvir os pleitos dos países emergentes. A surdez
dos ricos redundou no fracasso do encontro em que havia esperança de,
pela primeira vez se produzir, um acordo global de comércio com
benefícios para todos.
b) A reunião foi encerrada sem que os países em desenvolvimento
conseguirem a mais vaga promessa de diminuição do subsídio anual – de
cerca de 350 bilhões de dólares – com o quê os países europeus e os
Estados Unidos adubam sua agricultura.
c) Por não conseguirem enxergar além dos interesses, de seus próprios
agricultores os países desenvolvidos também não avançaram o que
queriam: regras claras e transparência para investimentos, concorrências e
compras governamentais. Os dois lados sairam perdendo.
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d) Como sempre, a banda pobre do mundo perdeu mais, pois está provado
que a aceleração do comércio internacional é a mais eficiente ferramenta
de produção de riqueza. Desse ponto de vista, é um equívoco comemorar
como vitória o impasse do encontro.
e) O Brasil saiu como líder do chamado G22, grupo de países que apôs
resistência às propostas dos países ricos. É uma posição de destaque. Não
é, porém uma posição confortável, pois aos líderes não bastam levantar
obstáculos à maus acordos. Líderes têm que produzir condições para que
as negociações cheguem à bom termo.
Comentário: Veja que a questão pede a alternativa correta.
A alternativa (A) está errada, pois o verbo “sairam” é uma palavra que
apresenta o hiato “a-i”, com o “i” tônico. Assim, deve ser acentuada:
“saíram”. Além disso, perceba que o adjunto adverbial de tempo “pela
primeira vez” foi iniciado por vírgula, o que obriga a segunda vírgula após o
vocábulo “vez”.
Ainda há mais um erro: não pode haver vírgula entre o sujeito paciente
“um acordo global de comércio com benefícios para todos” e o verbo
“produzir”. Note que este verbo é transitivo direto e o pronome “se” é
apassivador. Para termos certeza disso, basta substituirmos a voz passiva
sintética (“se produzir um acordo global...”) para a voz passiva analítica (“ser
produzido um acordo global...”). Veja:
Os países ricos saíram da reunião da Organização Mundial do Comércio
(OMC), no México, sem ouvir os pleitos dos países emergentes. A surdez dos
ricos redundou no fracasso do encontro em que havia esperança de, pela
primeira vez, se produzir um acordo global de comércio com benefícios para
todos.
A alternativa (B) está errada, pois o verbo “conseguirem” está flexionado
no futuro do subjuntivo, mas devia estar flexionado no pretérito imperfeito do
subjuntivo (conseguissem), por imposição da locução verbal “foi encerrada”,
que se encontra no pretérito perfeito do indicativo.
Além disso, veja que o pronome relativo não pode receber acento
gráfico. A acentuação do vocábulo “quê” transmite uma substantivação da
palavra. Assim, obrigatoriamente esse vocábulo deve ser antecipado por
determinantes como “um”, “esse”, “aquele”. Veja:
Ela tem um quê de especial.
Mas aquele quê de ironia fez todo mundo rir.
Perceba que esse não foi o emprego nesta alternativa. Na realidade,
ocorreu o pronome demonstrativo “o”, seguido do pronome relativo “que”.
Assim, não pode haver acento gráfico: com o que.
A reunião foi encerrada sem que os países em desenvolvimento
conseguissem a mais vaga promessa de diminuição do subsídio anual – de
cerca de 350 bilhões de dólares – com o que os países europeus e os Estados
Unidos adubam sua agricultura.
A alternativa (C) está errada, pois a oração subordinada adverbial causal
reduzida de infinitivo “Por não conseguirem enxergar além dos interesses, de
seus próprios agricultores” está antecipada da oração principal e deve ser
separada por vírgula. Assim, devemos inserir uma vírgula após a palavra
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“agricultores”.
Além disso, ainda nesta oração, há pontuação incorreta, pois não se
pode inserir vírgula entre o adjunto adnominal “de seus próprios agricultores”
e seu núcleo “interesses”.
Vale observar novamente o hiato “a-i”, com o “i” tônico, deixando de ser
acentuado. O correto é saíram.
Por não conseguirem enxergar além dos interesses de seus próprios
agricultores, os países desenvolvidos também não avançaram o que queriam:
regras claras e transparência para investimentos, concorrências e compras
governamentais. Os dois lados saíram perdendo.
Note que os dois-pontos sinalizam corretamente o aposto enumerativo
“regras claras e transparência para investimentos, concorrências e compras
governamentais”, o qual amplia e explica o pronome demonstrativo “o”,
constante na expressão “o que queriam”.
A alternativa (D) é a correta. As estruturas adverbiais “Como sempre” e
“Desse ponto de vista” estão antecipadas e por isso estão corretamente
separadas por vírgula. A vírgula antes da conjunção “pois” está correta, por
separar oração coordenada sindética explicativa.
Como sempre, a banda pobre do mundo perdeu mais, pois está provado que a
aceleração do comércio internacional é a mais eficiente ferramenta de
produção de riqueza. Desse ponto de vista, é um equívoco comemorar como
vitória o impasse do encontro.
A alternativa (E) está errada, pois a conjunção coordenativa adversativa
está deslocada e apresenta apenas uma vírgula antes, mas deve ser inserida
outra vírgula após (Não é, porém, uma posição confortável).
Além disso, o verbo “bastam” é transitivo indireto, o objeto indireto é o
termo “aos líderes” e o sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva
reduzida de infinitivo “levantar obstáculos à maus acordos”. Assim, esse verbo
deve se flexionar no singular (isso basta aos líderes). Ainda nesta oração
observe que o substantivo “acordos” é masculino e plural. Assim, não pode
haver crase diante da expressão “maus acordos”. Também não pode haver
crase diante do substantivo masculino “termo”.
O Brasil saiu como líder do chamado G22, grupo de países que apôs resistência
às propostas dos países ricos. É uma posição de destaque. Não é, porém, uma
posição confortável, pois aos líderes não basta levantar obstáculos a maus
acordos. Líderes têm que produzir condições para que as negociações cheguem
a bom termo.
O verbo “apôs” é derivado do verbo “pôr”. Sua flexão está correta no
pretérito perfeito do indicativo (ele pôs→ ele apôs). Este verbo tem como
sujeito o pronome relativo “que”, o qual está retomando o substantivo “grupo”,
por isso está no singular. Mas veja que o contexto nos induz a entender que há
uma restrição aos tipos de países. Assim, é conveniente a flexão do verbo no
plural: “grupo de países que apuseram resistência às propostas dos países
ricos.”.
Porém, gramaticalmente não podemos condenar a concordância no
singular, pela possibilidade da retomada de “grupo”.
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Gabarito: D
Questão 4: Auditor-Fiscal do Trabalho 2010
O texto a seguir foi transcrito com erros. Assinale o único trecho que atende
plenamente às prescrições gramaticais.
a) Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí
distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de
acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais
desenvolvidas, são sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o
capital cultural.
b) Na dimensão mais importante, os detentores de um grande volume de
capital global, como empresários, membros de profissões liberais e
professores universitários, opõe-se globalmente aqueles menos providos de
capital econômico e de capital cultural, como os operários não qualificados.
c) Na perspectiva em que se considere o peso relativo do capital econômico e
do capital cultural no patrimonio dos agentes sociais, os professores –
relativamente mais ricos em capital cultural que em capital econômico –,
estão em oposição, nitidamente, aos empresários – relativamente mais
ricos em capital econômico que em capital cultural.
d) O espaço de posições sociais traduz-se em um espaço de tomada de
posição, pela intermediação do espaço de disposições. Em outras palavras,
ao sistema de separações diferenciais que definem as posições nos dois
sistemas principais do espaço social corresponde um sistema de separações
diferenciais nas propriedades dos agentes sociais.
e) À cada classe de posições correspondem uma classe habitus (ou de gostos)
produzidos pelos condicionamentos sociais e, pela intermediação desses
habitus, um conjunto sistemático de bens e de propriedades, vinculadas
entre si por uma afinidade de estilo.
(Texto adaptado de Pierre Bordieu. Razões práticas: sobre a teoria da ação.
Campinas, SP: Papirus, 1996, p.19.)
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o verbo deve ser grafado com
“i”: “constrói-se”. Além disso, a locução adverbial de certeza “sem dúvida” é
de pequena extensão, portanto ficará entre vírgulas ou sem nenhuma; mas
não pode haver somente uma. Veja a correção:
Constrói-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí
distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de acordo
com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais
desenvolvidas, são, sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o
capital cultural.
A alternativa (B) está errada, pois o verbo deve ser flexionado no plural
(“opõem-se”), para concordar com o núcleo do sujeito (“detentores”). Além
disso, esse verbo rege objeto indireto iniciado com preposição “a”, portanto
haverá acento indicativo de crase em “àqueles”. Veja a correção:
Na dimensão mais importante, os detentores de um grande volume de capital
global, como empresários, membros de profissões liberais e professores
universitários, opõem-se globalmente àqueles menos providos de capital
econômico e de capital cultural, como os operários não qualificados.
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
A alternativa (C) está errada, pois a palavra “patrimonio" deve receber
acento circunflexo (patrimônio), por ser paroxítona terminada em ditongo oral.
Além disso, a vírgula antes do verbo “estão” encontra-se errada porque separa
este verbo do seu sujeito (“os professores”).
Note que os travessões separam comentários do autor. Veja a correção:
Na perspectiva em que se considere o peso relativo do capital econômico e do
capital cultural no patrimônio dos agentes sociais, os professores –
relativamente mais ricos em capital cultural que em capital econômico – estão
em oposição, nitidamente, aos empresários – relativamente mais ricos em
capital econômico que em capital cultural.
A alternativa (D) é a correta. Note que o termo “ao sistema de
separações diferenciais” é o objeto indireto do verbo transitivo indireto
“corresponde”, e o sujeito é “um sistema de separações diferenciais nas
propriedades dos agentes sociais”. A oração “que definem as posições nos dois
sistemas principais do espaço social” não está entre vírgulas por ser
subordinada adjetiva restritiva.
O espaço de posições sociais traduz-se em um espaço de tomada de posição,
pela intermediação do espaço de disposições. Em outras palavras, ao sistema
de separações diferenciais que definem as posições nos dois sistemas
principais do espaço social corresponde um sistema de separações diferenciais
nas propriedades dos agentes sociais.
A alternativa (E) está errada, pois o pronome “cada” é indefinido, por
isso não admite artigo e assim não há acento indicativo de crase no vocábulo
“A”, o qual inicia o objeto indireto “A cada classe”. O verbo “correspondem”
deve se flexionar no singular (corresponde), pois seu sujeito é “uma classe
habitus”. O particípio “produzidos” encontra-se no plural por poder retomar
tanto “gostos”, quanto “classe”.
Como o substantivo “habitus” é de língua estrangeira e foi tomado
anteriormente como singular, devemos manter os determinantes referentes a
ele no singular (desse habitus).
Não pode haver vírgula após a conjunção aditiva “e” a qual une dois
termos paralelos (“pelos condicionamentos sociais” e “pela intermediação
desse habitus”).
A última vírgula separa o aposto explicativo “um conjunto sistemático de
bens e de propriedades”.
A cada classe de posições corresponde uma classe habitus (ou de gostos)
produzidos pelos condicionamentos sociais e pela intermediação desse
habitus, um conjunto sistemático de bens e de propriedades ...
Gabarito: D
Questão 5: Auditor-Fiscal do Trabalho 2010
Assinale a opção que indica onde o texto foi transcrito com erro gramatical.
A lição reafirmada pela crise é a da (1) instabilidade como pressuposto da
economia de mercado, transmitida por dois canais. O primeiro é o da confiança
dos agentes – aspecto crucial nas observações de John Maynard Keynes -, que
é volúvel e sujeita a mudança repentina em momentos de incerteza. Tal
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
instabilidade pode ainda ser catalisada (2) pelo canal financeiro, como ficou
claro, de forma dramática, em 2008. Falhas de mercado e manifestações de
irracionalidade são comuns no capitalismo, sem dúvida, mas a derrocada
recente não repõe (3) a polarização entre Estado e mercado. Reforça, isso sim,
a necessidade de aperfeiçoar instituições, afim de (4) preservar a
funcionalidade dos mercados e a concorrência, bens públicos que o mercado,
deixado à (5) própria sorte, é incapaz de prover.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 17/01/2010.)
a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois a palavra “lição” está
subentendida após o artigo “a”, por isso está correta a preposição em “da”
(“de”+”a”). Veja:
A lição reafirmada pela crise é a (lição) da instabilidade como pressuposto da
economia de mercado
A alternativa (B) está correta, pois o vocábulo “catalisada” realmente é
grafado com “s”.
A alternativa (C) está correta, pois o verbo “repõe” encontra-se no
singular, porque concorda com o núcleo do sujeito (“derrocada”). Veja:
“mas a derrocada recente não repõe a polarização entre Estado e mercado”
A alternativa (D) é a errada. Basta lembrar que a locução conjuntiva (a
fim de que) ou prepositiva (a fim de) de finalidade deve separar o substantivo
“fim” da preposição “a” que o antecede.
Veja:
Reforça, isso sim, a necessidade de aperfeiçoar instituições, a fim de
preservar a funcionalidade dos mercados...
A alternativa (E) está correta, pois o particípio “deixado” rege preposição
“a” e o substantivo “sorte” admite o artigo “a”, por isso há crase.
“...deixado à própria sorte...”
Gabarito: D
Questão 6: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2003
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente empregadas e
grafadas.
a) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de infringir
punições legais a cidadãos aparece livre de qualquer excesso e violência.
b) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem
juízes, nem professores, nem contramestres, nem suboficiais, nem “pais”,
porém avocam a si um pouco de tudo isso, num modo de intervenção
específico.
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
c) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder técnico de
disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um e de arbitrário no
outro, atenuando os efeitos de revolta que ambos possam suscitar.
d) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o corpo dos supliciados.
e) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de
práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer controle e aferir lucro ilícito,
mas que se torna manejável por sua organização em delinqüência.
(Itens adaptados de Michel Foucault)
Comentário: A alternativa (A) está errada. O vocábulo “infringir” está
inadequado, pois significa transgredir. O significado necessário no contexto é o
de aplicar; por isso o ideal é infligir.
“A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de infligir
punições legais a cidadãos aparece livre de qualquer excesso e violência.”
A alternativa (B) é a correta. Note o perfeito uso do verbo “avocam”, que
significa chamar para si. A repetição do conectivo “nem” não significa mal
emprego do vocábulo, apenas uma ênfase na enumeração de termos.
Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem juízes,
nem professores, nem contramestres, nem suboficiais, nem “pais”, porém
avocam a si um pouco de tudo isso, num modo de intervenção específico.
A alternativa (C) está errada, pois o ideal seria “homogeneizar”. Note o
perfeito uso de “ilide”, que significa refutar, bem como o de “suscitar”, que
deve permanecer com “SC”.
“O carcerário, ao homogeneizar o poder legal de punir e o poder técnico de
disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um e de arbitrário no outro,
atenuando os efeitos de revolta que ambos possam suscitar.”
A alternativa (D) está errada. Perceba que não se deve confundir
“iminente” e “eminente”. Iminente é algo que está por vir, por ocorrer. Já
eminente significa notável, excelente, sublime. Portanto, o contexto pede
“eminente”.
“No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do soberano eminente que vingava sua autoridade sobre o corpo dos supliciados.”
A alternativa (E) está errada. O vocábulo “aferir” significa dar precisão
sobre determinada medida (aferir a pressão, aferir os produtos do estoque). Já
auferir significa obter. Portanto, o vocábulo “aferir” deve ser substituído por
auferir. O trema em “delinqüência" deve ser desconsiderado, tendo em vista
que esta prova foi realizada em 2003.
“A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de práticas
ilegais, sob o qual se chega a exercer controle e auferir lucro ilícito, mas que
se torna manejável por sua organização em delinqüência.”
Gabarito: D
Questão 7: MPOG – 2012 – Analista Técnico de Políticas Sociais
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra
na transcrição do texto.
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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O sofrível desempenho da indústria nos últimos quatro anos – a produção está
no nível de meados de 2008 – sucita(1) um debate polarizado sobre o risco de
desindustrialização do país. No caso brasileiro, as correntes mais liberais
que(2) asseveram a ausência de desindustrialização mencionam, por exemplo,
a relativa estabilidade da participação da indústria no PIB nos últimos dez anos
e o crescimento do emprego no setor na última década. Aqueles(3) que
acreditam numa desindustrialização em curso apontam o aumento do déficit
comercial em setores de média e alta tecnologia, que atingiu US$ 92,5 bilhões
em 2011. A estagnação das exportações brasileiras como parcela do comércio
mundial, em torno de 1% há décadas, seria forte indicação de que(4) o país
não consegue competir adequadamente no mercado global. Coreia e China, em
comparação, lograram(5) multiplicar sua participação no comércio mundial –
e com incorporação de tecnologia superior à brasileira.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 9/9/2012)
a) sucita (1)
b) que (2)
c) Aqueles (3)
d) de que(4)
e) lograram (5)
Comentário: A alternativa (A) é a errada, porque o vocábulo corretamente
grafado é “suscita”.
As alternativas (B) e (C) estão corretas, porque os pronomes “que” e
“Aqueles” encontram-se na função de sujeito, por isso não são precedidos de
preposição.
A alternativa (D) está correta, porque a conjunção integrante “que” está
precedida da preposição “de”, a qual é exigida pelo substantivo “indicação”
(indicação de algo).
A alternativa (E) está correta, porque o verbo “lograram” concorda com o
sujeito composto “Coreia e China”.
Gabarito: A
Questão 8: Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2012
Não dá para fazer reforma mantendo a mesma estrutura tributária, sem
corrigir um sistema de que (a) se transformou num monstro justamente por
que (b) rombos momentaneos (c) superaram a racionalidade fiscal desde os
tempos da ditadura militar. Para falar mais claro, nos últimos 40 anos um
imposto era criado sempre que o Orçamento federal abria um novo rombo,
gerado por suscessivos (d) governos que gastavam mais do que podiam.
Assim nasceram (e) o PIS-Cofins federal, as nove taxas embutidas nas contas
de luz, a taxa de incêndio municipal e por aí vai.
(Suely Caldas, “Falsos remédios”. Folha de S. Paulo, 1/5/2012
http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html)
Assinale a letra correspondente à expressão inteiramente correta.
a) de que
b) por que
c) momentaneos
d) suscessivos
e) nasceram
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois, na oração subordinada
adjetiva restritiva “de que se transformou num monstro justamente...”, a
preposição “de” está excedente, tendo em vista que o pronome relativo “que”
é o sujeito, e sabemos que sujeito não pode ser preposicionado.
A alternativa (B) está errada, pois deve haver a conjunção causal “porque”, e não a expressão “por que”.
As alternativas (C) e (D) estão erradas, porque a correta grafia é
“momentâneos” e “sucessivos”.
A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “nasceram” concorda com o
sujeito composto posposto “o PIS-Cofins federal, as nove taxas embutidas nas
contas de luz, a taxa de incêndio municipal”.
Gabarito: E
Questão 9: IRB Brasil Resseguros 2006 - Analista
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou
que(1) a renda das famílias parou de cair em 2004, interrompendo uma
trajetória(2) de queda que acontecia desde 1997, e que houve(3)
diminuição do grau de concentração da renda do trabalho. Enquanto a metade
da população ocupada que(4) recebe os menores rendimentos teve ganho
real de 3,2%, a outra metade, que tem rendimentos maiores, teve perda de
0,6%. Os resultados da PNAD mostraram, também, que o Brasil melhorou em
ítens(5) como número de trabalhadores ocupados, participação das mulheres
no mercado de trabalho, indicadores da área de educação e melhoria das
condições de vida.
(Trechos adaptados de Em Questão, Subsecretaria de
Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência
da República, n. 379, Brasília, 30 de novembro de 2005)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: O erro está na alternativa (E), pois não acentuamos palavras
paroxítonas terminadas em “ens”, como “garagens”, “origens”, “hifens”,
“homens” e “itens”. Isso porque são as oxítonas com tal terminação que são
acentuadas. Veja: “reféns”, “parabéns”.
As demais alternativas estão corretas.
A alternativa (A) está correta, porque o vocábulo “que” é uma conjunção
integrante que inicia uma oração substantiva (revelou isso).
A alternativa (B) está correta, pois a palavra “trajetória” está
corretamente grafada e contextualizada.
A alternativa (C) está correta, pois o verbo “houve” está sendo
empregado com sentido de existir.
A alternativa (D) está correta, pois o vocábulo “que” é um pronome
relativo, o qual está retomando a expressão “outra metade”.
Gabarito: E
Questão 10: Técnico“As
da versões
Receita Fede
2000
anteral
riores
sobre a existência,
1
no Novo Mundo, de alguma nação de mulheres
adversas ao jugo varonil, deviam predispor os
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15
PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
aventureiros europeus a acolher, colorindo-as
e enriquecendo-as, segundo lhes pediam a
5
imaginação, certas notícias sobre tribos
indígenas onde as esposas porfiavam com os
maridos na faina guerreira. Foi às beiradas
daquele rio-mar, porém, e quando pela
10 primeira vez na história um bando de
espanhóis o cursou em sua maior extensão até
chegar à embocadura, que elas vieram a
ganhar corpo. Tendo saido de Quito em 1541,
rumo ao imaginário País da Canela, Francisco
15 de Orellana e seus companheiros, foram
avisados de que, águas abaixo, no grande rio,
se achavam amazonas, e que apartadas dele e
metida terra adentro estavam as dependências
do chefe Ica, abundantíssimas em metal
20 amarelo. Esse último senhorio nunca o viram e
nem ouviram falar os expedicionários. Das
amazonas, no entanto, voltaram a ter notícia,
quando, mais adiante, lhes advertiram-nos
outros índios do perigo a que se expunham de
25 alcançá-las, por serem poucos e elas muitas.”
(Sérgio Buarque de Holanda)
Ocorre erro de acentuação gráfica na linha
a) 3
b) 21
c) 8
d) 11
e) 13
Comentário: O problema de acentuação gráfica se encontra na linha 13, pois
o verbo “saído” necessita de acento gráfico, por possuir hiato, sendo o “i” a
segunda vogal, tônica, além de estar sozinha na sílaba e não ser dobrada.
Gabarito: E
Questão 11: Técnico de Finanças e Controle - CGU
2008 Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
O governo, ao remover(1) obstáculos para a construção das grandes
hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau no rio Madeira, ao anunciar a retomada
das obras da usina nuclear de Angra 3 e ao dar prioridade à(2) produção de
gás natural no País, além dos programas de etanol e biodiesel, transmitiu
confiança aos investidores no País. Outro bom sinal têm(3) sido a co-geração
de energia pelas usinas canavieiras e as autorizações dadas pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a construção de pequenas
hidrelétricas, bem como(4) a disposição de empresas em investir em fontes
alternativas de energia. Afastar a possibilidade de um gargalo energético até
2010, contando(5) com a colaboração da sociedade, fortaleceria, sem dúvida,
o ânimo dos agentes econômicos.
(Gazeta Mercantil, 15/01/2008, Editorial.)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o verbo “remover” enconProf.
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traseDécio
no infinitivo
e não exige
preposição.
PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
A alternativa (B) está correta, pois o verbo “dar” exige a preposição “a” e
o substantivo feminino “produção” admite artigo “a”. Assim, ocorreu crase
corretamente.
A alternativa (C) é a errada. O verbo “têm” deve perder o acento
diferencial, pois seu sujeito é singular (“Outro bom sinal”).
A alternativa (D) está correta, pois “bem como” é conectivo que adiciona
termos.
A alternativa (E) está correta, pois “contando” inicia oração reduzida de
gerúndio, permanecendo a coerência e a gramaticalidade.
Gabarito: C
Questão 12: Técnico de Finanças e Controle - CGU 2008
Analise as propostas de correção gramatical para o trecho de relatório abaixo
e, a seguir, assinale a única opção que, em vez de corrigir, introduz erro ao
trecho.
Procedemos o exame dos atos de gestão da unidade XX, ocorridos no período
de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2005, por seleção de itens, em
atendimento à legislação federal aplicável as diversas áreas e atividades
examinados, com verificação, quanto à legitimidade dos documentos e dos
atos de gestão que deu origem ao atual processo.
(http://www.cgu.gov.br/Contas/2005/relatorio.pdf ,com alterações)
a) Acrescentar preposição ao verbo “Procedemos”, escrevendo-o assim:
Procedemos ao
b) Passar para o plural o verbo “deu”, reescrevendo-o assim: deram
c) Reescrever o trecho da linha 3 com acento grave no “as”. Assim: aplicável
às diversas áreas
d) Flexionar o adjetivo “examinados” no feminino. Assim: examinadas
e) Acentuar graficamente a palavra “itens”, escrevendo-a assim: ítens
Comentário: A alternativa (A) realizou uma correção ao texto, pois o verbo
“Procedemos” é transitivo indireto e exige a preposição “a”.
A alternativa (B) realizou uma concordância também possível com o
verbo “deu” no plural (deram), pois o seu sujeito é o pronome relativo “que”, o
qual pode retomar tanto o substantivo “atos”, quanto o substantivo “gestão”.
A alternativa (C) realizou uma correção ao texto, pois o adjetivo
“aplicável” exige a preposição “a” e o substantivo “áreas” está antecipado do
adjetivo “diversas” e do artigo “as”. Portanto, a crase é obrigatória.
A alternativa (D) realizou uma correção ao texto, pois o adjunto
adnominal “examinadas” obrigatoriamente se flexiona no feminino e plural,
haja vista que os núcleos “áreas” e “atividades” são substantivos plurais e
femininos: (“as diversas áreas e atividades examinadas”).
A alternativa (E) é a que deveria ser marcada, pois a questão pede a
alternativa que introduz erro. Veja que a palavra “itens” está corretamente
grafada, por ser paroxítona terminada em “ens”; por isso não admite o acento
gráfico.
Gabarito: E
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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Questão 13: Técnico de Controle Interno - MPU 2004
A oscilação entre entusiasmos revoltados e inércia conformista é uma herança
de nossa adolescência. Tivemos que decidir (e talvez estejamos eternamente
decidindo) se, para nos tornar-mos adultos, seria melhor imitar os genitores,
sacrificando nossa individualidade, ou contrariá-los, encontrando a prova de
nossa autonomia na decepção e no desespero dos pais. A solução mais popular
sempre consistiu em tomar o caminho de uma "normalidade" que nos garantia
algum confôrto.
(Adaptado de Contardo Calligaris)
A quantidade de palavras com erro de morfologia ou de grafia é:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: O verbo “tornar”, na primeira pessoa do plural do infinitivo, é
“tornarmos” (sem hífen).
O vocábulo “conforto” deve perder o acento gráfico, por ser uma palavra
paroxítona terminada em “o”.
Assim, são dois os erros, e a alternativa correta é a (B).
Gabarito: B
Questão 14: Técnico de Finanças e Controle SFC 2001
Assinale a opção que apresenta acentuação gráfica incorreta.
As imagens que nos vieram do século 19 brasileiro são reveladoras. Os artistas
nacionais expressam um magnífico(A) universo poético(B). Mas são os
estrangeiros que buscaram conservar a imagem do que percebiam à sua roda.
Sem a catarata do indianismo, Rugendas, Debret, entre outros, fixaram, com
olhar lúcido(C), a violência(D) e os ridículos de uma sociedade provínciana(E),
assentada sobre o trabalho dos escravos.
(Jorge Coli, Folha de S. Paulo - Especial, 20/4/2000,
p.7, com adaptações)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Comentário: Veja que a palavra “provinciana” é paroxítona terminada em “a”,
por isso não pode ser acentuada graficamente. Assim, a alternativa errada é a
(E).
Gabarito: E
Questão 15: Técnico do Tesouro Nacional 1997
Julgue a afirmativa como correta (C) ou errada (E)
As palavras “genérica”, “públicos” e “excluídos” são acentuadas com base na
mesma regra gramatical.
Comentário: As palavras “genérica” e “públicos” são acentuadas por serem
proparoxítonas.
A palavra “excluídos” é acentuada por possuir hiato “u-i”, com “i” tônico.
Por possuir acentos gráficos por motivos diferentes, a questão está
errada.
Gabarito: E
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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Questão 16: Técnico do Tesouro Nacional 1997
Julgue a afirmativa como correta (C) ou errada (E)
Acentuam-se as palavras “precários”, “previdenciárias”, “tributários” porque
são paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
Comentário: Veja a divisão silábica das palavras:
“pre-cá-rios”, “pre-vi-den-ci-á-rias”, “tri-bu-tá-rios”
Essas palavras são paroxítonas e possuem os ditongos orais crescentes
“io” e “ia”, seguidos de “s”. Assim, a questão está correta.
Gabarito: C
Agora, vamos abordar o segundo assunto:
Ortografia
Neste tema trabalha-se a memória fotográfica. O ideal, portanto, é ler
essa regra e as palavras que a compõem em voz alta, para que se fixem na
memória. Ao lermos em voz alta, forçamos o cérebro a captar o som e
consequentemente a “imagem” da palavra. Então, grife somente as palavras
que possam ter escrita diferente ou pouco comum ao seu conhecimento;
depois volte lendo apenas as que deram trabalho. Isso ajuda muito!
ALGUNS FONEMAS E ALGUMAS LETRAS
Usa-se a letra “X”
a) após um ditongo: ameixa, caixa, peixe, eixo, frouxo, trouxa, baixo,
encaixar, paixão, rebaixar.
Cuidado com a exceção recauchutar e seus derivados.
b) após o grupo inicial “en”: enxada, enxaqueca, enxerido, enxame,
enxovalho, enxugar, enxurrada.
Cuidado com encher e seus derivados (lembre-se de cheio) e palavras
iniciadas por ch que recebem o prefixo en-: encharcar (de charco), enchapelar
(de chapéu), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro).
c) após o grupo inicial “me”: mexer, mexerica, mexerico, mexilhão, mexicano.
A única exceção é mecha.
d) nas palavras de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas
aportuguesadas: xavante, xingar, xique-xique, xará, xerife, xampu.
Atente para a grafia das seguintes palavras: capixaba, bruxa, caxumba,
faxina, graxa, laxante, muxoxo, praxe, puxar, relaxar, rixa, roxo, xale,
xaxim, xenofobia, xícara.
Atente para o uso de “ch” nas seguintes palavras: arrocho, apetrecho,
bochecha, brecha, broche, chalé, chicória, cachimbo, comichão, chope,
chuchu, chute, debochar, fachada, fantoche, fechar, flecha, linchar, mochila,
pechincha, piche, pichar, salsicha, tchau.
Uma boa dica para fixar a grafia de lixo é associá-la a faxina: depois da
faxina, refugos no lixo.
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
Há vários casos de palavras cuja grafia se distingue pelo contraste entre o “x”
e o “ch":
brocha (pequeno prego) e broxa (pincel para caiação de paredes);
chá (planta para preparo de bebida) e xá (título do antigo soberano do Irã);
chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos);
cheque ,(ordem de pagamento) e xeque (jogada do xadrez, risco, contratempo);
cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (capenga, imperfeito);
tacha (mancha, defeito; pequeno prego) e taxa (imposto, tributo); daí, tachar
(colocar defeito ou nódoa em alguém) e taxar (cobrar impostos).
O FONEMA /g/ (letras “g” e “j”)
A letra g somente representa o fonema /g/ diante das letras e e i. Diante das
letras “a”, “o” e “u”, esse fonema é necessariamente representado pela letra j.
Usa-se a letra g:
a) nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem: agiotagem, aragem,
barragem, contagem, coragem, garagem, malandragem, miragem, viagem;
fuligem, impigem (ou impingem), origem, vertigem; ferrugem, lanugem,
rabugem, salsugem.
Cuidado com as exceções pajem e lambujem.
b) nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -igio, -ógio, -úgio: adágio,
contágio, estágio, pedágio; colégio, egrégio; litígio, prestígio; necrológio,
relógio; refúgio, subterfúgio.
Preste atenção ainda às seguintes palavras grafadas com g: aborígine,
agilidade, algema, apogeu, argila, auge, bege, bugiganga, cogitar, drágea,
faringe, fugir, geada, gengiva, gengibre, gesto, gibi, herege, higiene,
impingir, monge, rabugice, tangerina, tigela, vagem.
Usa-se a letra j:
a) nas formas dos verbos terminados em -jar: arranjar (arranjo, arranje,
arranjem, por exemplo); despejar (despejo, despeje, despejem); enferrujar
(enferruje, enferrujem), viajar (viajo, viaje, viajem).
b) nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica: jê, jiboia, pajé,
jirau, caçanje, alfanje, alforje, canjica, jerico, manjericão, Moji.
c) nas palavras derivadas de outras que já apresentam j: gorjear, gorjeio,
gorjeta (derivadas de gorja); cerejeira (derivada de cereja); laranjeira (de
laranja); lisonjear, lisonjeiro (de lisonja); lojinha, lojista (de loja); sarjeta (de
sarja); rijeza, enrijecer (de rijo); varejista (de varejo).
Preste atenção ainda às seguintes palavras que se escrevem com j: berinjela,
cafajeste, granja, hoje, intrujice, jeito, jejum, jerimum, jérsei, jiló, laje,
majestade, objeção, objeto, ojeriza, projétil (ou projetil), rejeição, traje,
trejeito.
O FONEMA /z/ (LETRA “s” e “z”)
A letra s representa o fonema /z/ quando é intervocálica: asa, mesa, riso.
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Usa-se a letra s:
a) nas palavras que derivam de outra em que já existe s:
casa - casinha, casebre, casinhola, casarão, casario;
liso - lisinho, alisar, alisador (não confunda com a grafia de “deslize”);
análise - analisar, analisador, analisante.
b) nos sufixos:
-ês, -esa (para indicação de nacionalidade, título, origem): chinês, chinesa;
marquês, marquesa; burguês, burguesa; calabrês, calabresa; duquesa;
baronesa;
-ense, -oso, -osa (formadores de adjetivos): paraense, caldense, catarinense,
portense; amoroso, amorosa; deleitoso, deleitosa; gasoso, gasosa;
espalhafatoso, espalhafatosa;
-isa (indicador de ocupação feminina): poetisa, profetisa, papisa, sacerdotisa,
pitonisa.
c) após ditongos: lousa, coisa, causa, Neusa, ausência, Eusébio, náusea.
d) nas formas dos verbos pôr (e derivados) e querer: pus, pusera, pusesse,
puséssemos; repus, repusera, repusesse, repuséssemos; quis, quisera,
quisesse, quiséssemos.
Atente para o uso da letra s nas seguintes palavras: abuso, aliás, anis, asilo,
atrás, através, aviso, bis, brasa, colisão, decisão, Elisabete, evasão,
extravasar, fusível, hesitar, Isabel, lilás, maisena, obsessão (mas obcecado),
ourivesaria, revisão, usura, vaso.
Usa-se a letra z:
a) nas palavras derivadas de outras em que já existe z:
deslize – deslizar (não confunda com a grafia do adjetivo “liso”),
baliza - abalizado;
razão - razoável, arrazoar, arrazoado;
raiz - enraizar
Como batizado deriva do verbo batizar, também se grafa com z.
b) nos sufixos:
-ez, -eza (formadores de substantivos abstratos a partir de adjetivos): rijo,
rijeza; rígido, rigidez; nobre, nobreza; surdo, surdez; inválido, invalidez;
intrépido, intrepidez; sisudo, sisudez; avaro, avareza; macio, maciez; singelo,
singeleza.
-izar (formador de verbos) e ção (formador de substantivos): civilizar,
civilização; humanizar, humanização; colonizar, colonização; realizar,
realização; hospitalizar, hospitalização.
Não confunda com os casos em que se acrescenta o sufixo -ar a palavras que
já apresentam s: analisar(análise), pesquisar(pesquisa), avisar(aviso).
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Observe o uso da letra z nas seguintes palavras: assaz, batizar (mas
batismo), bissetriz, buzina, catequizar (mas catequese), cizânia, coalizão,
cuscuz, giz, gozo, prazeroso, regozijo, talvez, vazar, vazio, verniz.
Há palavras em que se estabelece distinção escrita por meio do contraste s/z:
cozer (cozinhar) e coser (costurar);
prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender);
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior).
Em muitas palavras, o fonema /z/ é representado pela letra x: exagero,
exalar, exaltar, exame, exato, exasperar, exausto, executar, exemplo,
exequível, exercer, exibir, exílio, exímio, existir, êxito, exonerar, exorbitar,
exorcismo, exótico, exuberante, inexistente, inexorável.
O FONEMA /s/ (LETRAS “s”, “c”, “ç” e “x” ou DÍGRAFOS “sc”, “sc”,
“ss”, “xc” e “xs”)
Observe os seguintes procedimentos em relação à representação gráfica desse
fonema:
a) correlação gráfica entre nd e ns na formação de substantivos a partir de
verbos:
ascender→ascensão;
suspender→suspensão;
estender→extensão.
distender→distensão; expandir→expansão;
pretender→pretensão; tender→tensão;
b) correlação gráfica entre ced e cess em nomes formados a partir de verbos:
ceder→cessão;
conceder→concessão;
exceder→excesso, excessivo;
aceder→acesso.
interceder→intercessão;
c) correlação gráfica entre ter e tenção em nomes formados a partir de verbos:
abster→abstenção;
deter→detenção;
ater→atenção;
reter→retenção.
conter→contenção;
Observe as seguintes palavras em que se usa o dígrafo sc: acrescentar,
acréscimo, adolescência, adolescente, ascender (subir), ascensão, ascensor,
ascensorista, ascese, ascetismo, ascético, consciência, crescer, descender,
discente, disciplina, fascículo, fascínio, fascinante, piscina, piscicultura,
imprescindível, intumescer, irascível, miscigenação, miscível, nascer,
obsceno, oscilar, plebiscito, recrudescer, reminiscência, rescisão, ressuscitar,
seiscentos, suscitar, transcender.
Na conjugação dos verbos acima apresentados, surge sç: nasço, nasça;
cresço, cresça.
Cuidado com sucinto, em que não se usa sc.
Em algumas palavras, o som /s/ é representado pela letra x: auxílio, auxiliar,
contexto, expectativa, expectorar, experiência, experto (conhecedor,
especialista),
expiar
(pagar),
expirar
(morrer),
expor,
expoente,
extravagante, extroversão, extrovertido, sexta, sintaxe, têxtil, texto, textual,
trouxe.
Cuidado com esplendor e esplêndido.
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Há casos em que se criam oposições de significado devido ao contraste gráfico.
Observe:
acender (iluminar, pôr fogo) e ascender (subir);
acento (inflexão de voz ou sinal gráfico) e assento (lugar para se sentar);
caçar (perseguir a caça) e cassar (anular);
cegar (tornar cego) e segar (ceifar, cortar para colher);
censo (recenseamento, contagem) e senso (juízo);
cessão (ato de ceder), seção ou secção (repartição ou departamento; divisão)
e sessão (encontro, reunião);
concerto (acordo, arranjo, harmonia musical) e conserto (remendo, reparo);
espectador (o que presencia) e expectador (o que está na expectativa);
esperto (ágil, rápido, vivaz) e experto (conhecedor, especialista);
espiar (olhar, ver, espreitar) e expiar (pagar uma culpa, sofrer castigo);
espirar (respirar) e expirar (morrer);
incipiente (iniciante, principiante) e insipiente (ignorante);
intenção ou tenção (propósito, finalidade) e intensão ou tensão (intensidade,
esforço);
paço (palácio) e passo (passada).
Pode ocorrer ainda xc, e, mais raramente, xs: exceção, excedente, exceder,
excelente, excesso, excêntrico, excepcional, excerto, exceto, excitar;
exsicar, exsolver, exsuar, exsudar.
AINDA A LETRA “x”
Esta letra pode representar dois fonemas, soando como "ks": afluxo, amplexo,
anexar, anexo, asfixia, asfixiar, axila, boxe, clímax, complexo, convexo, fixo,
flexão, fluxo, intoxicar, látex, nexo, ortodoxo, óxido, paradoxo, prolixo,
reflexão, reflexo, saxofone, sexagésimo, sexo, tóxico, toxina.
AS LETRAS “e” E “i”
a) Cuidado com a grafia dos ditongos: os ditongos nasais /ãj/ e /ãj/ escrevemse ãe e õe: mãe, mães, cães, pães, cirurgiães, capitães; põe, põem, depõe,
depõem;
- só se grafa com i o ditongo /ãj/, interno: cãibra (ou câimbra).
b) Cuidado com a grafia das formas verbais:
- as formas dos verbos com infinitivos terminados em -oar, e -uar são grafadas
com “e”: abençoe, perdoe, magoe; atue, continue, efetue;
- as formas dos verbos infinitivos terminados em -air, -oer, e -uir, são
grafadas com “i”: cai, sai; dói, rói, mói, corrói; influi, possui, retribui, atribui.
c) Cuidado com as palavras se, senão, sequer, quase e irrequieto.
A oposição e/i é responsável pela diferenciação de várias palavras:
área (superfície) e ária (melodia);
deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir);
delação (denúncia) e dilação (adiamento, expansão);
descrição (ato de descrever) e discrição (qualidade de quem é discreto);
descriminação (absolvição) e discriminação (separação);
emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar);
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emigrar (sair do país onde se nasceu) e imigrar (entrar em país estrangeiro);
eminente (de condição elevada) e iminente (inevitável, prestes a ocorrer);
vadear (passar a vau) e vadiar (andar à toa).
AS LETRAS “o” E “u”
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado entre várias
palavras:
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação; realização);
soar (emitir som) e suar (transpirar);
sortir (abastecer) e surtir (resultar).
A LETRA “h”
É uma letra que não representa fonema. Seu uso se limita aos dígrafos ch, lh e
nh, a algumas interjeições (ah, hã, hem, hip, hui, hum, oh) e a palavras em
que surge por razões etimológicas. Observe algumas palavras em que surge o
h inicial: hagiografia, haicai, hálito, halo, hangar, harmonia, harpa, haste,
hediondo, hélice, Hélio, Heloísa, hemisfério, hemorragia, Henrique, herbívoro
(mas erva), hérnia, herói, hesitar, hífen, hilaridade, hipismo, hipocondria,
hipocrisia, hipótese, histeria, homenagem, hóquei, horror, Hortênsia, horta,
horto (jardim), hostil, humor, húmus.
Em Bahia, o h sobrevive por tradição histórica. Observe que nos derivados ele
não é usado: baiano, baianismo.
RESUMO DO USO DO HÍFEN:
Como era
ante-sala, ante-sacristia,
auto-retrato, anti-social,
anti-rugas,
arqui-romântico,
arqui-rivalidade,
auto-regulamentação,
auto-sugestão,
contra-senso,contra-regra,
contra-senha,
extra-regimento,
extra-sístole, extra-seco,
infra-som, infra-renal,
ultra-romântico,
ultra-sonografia,
semi-real, semi-sintético,
supra-renal, supra-sensível
Nova regra
Não se emprega
o
hífen
nos
compostos
em
que o prefixo ou
falso
prefixo
termina em vogal
e
o
segundo
elemento começa
por
r
ou
s,
devendo
essas
consoantes
se
duplicarem.
Como é
antessala, antessacristia,
autorretrato, antissocial,
antirrugas,
arquirromântico,
arquirrivalidade,
autorregulamentação,
autossugestão,
contrassenso, contrarregra,
contrassenha,
extrarregimento,
extrassístole, extrasseco,
infrassom, infrarrenal,
ultrarromântico,
ultrassonografia,
semirreal, semissintético,
suprarrenal, suprassensível
• O uso do hífen permanece nos compostos em que os prefixos super, hiper,
inter, terminados em -r, aparecem combinados com elementos também
iniciados por -r: hiper-rancoroso, hiper-realista, hiper-requintado, hiperrequisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, superrealista, super-resistente, super-revista etc.
auto-afirmação,auto-ajuda,
auto-aprendizagem,
auto-escola, auto-estrada,
auto-instrução,
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Não se emprega o autoafirmação, autoajuda,
hífen nos compostos
autoaprendizagem,
em que o prefixo ou autoescola, autoestrada,
falso prefixo termina
autoinstrução,
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em
vogal
e
o
contraexemplo,
contra-exemplo,
segundo
elemento
contraindicação,
contra-indicação,
contraordem,
começa por vogal
contra-ordem,
diferente.
extraescolar, extraoficial,
extra-escolar,
infraestrutura,
extra-oficial,
intraocular, intrauterino,
infra-estrutura,
neoexpressionista,
intra-ocular, intra-uterino,
neoimperialista,
neo-expressionista,
semiaberto,
neo-imperialista,
semiautomático,
semi-aberto, semi-árido,
semiárido,
semi-automático,
semiembriagado,
semi-embriagado,
semiobscuridade,
semi-obscuridade,
supraocular, ultraelevado
supra-ocular,ultra-elevado
• Esta nova regra normatiza os casos do uso do hífen entre vogais diferentes,
como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: antiaéreo,
antiamericanismo, coeducação, agroindustrial, socioeconômico etc.
• O uso do hífen permanece nos compostos com prefixo em que o segundo
elemento começa por -h: ante-hipófise, anti-herói, anti-higiênico, antihemorrágico, extra-humano, neo-helênico, semi-herbáceo, super-homem,
supra-hepático etc.
antiibérico,
antiinflamatório,
antiinflacionário,
antiimperalista,
arquiinimigo,
arquiirmandade,
microondas,
microônibus,
microorgânico
Emprega-se o hífen
nos compostos em
que o prefixo ou falso
prefixo termina em
vogal e o segundo
elemento começa por
vogal igual.
anti-ibérico,
anti-inflamatório,
anti-inflacionário,
anti-imperalista,
arqui-inimigo,
arqui-irmandade,
micro-ondas,
micro-ônibus,
micro-orgânico
• Estes compostos, anteriormente grafados em uma única palavra, escrevemse agora com hífen por força da regra anterior.
• Esta regra normatiza todos os casos do uso do hífen entre vogais iguais,
como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: autoobservação,
contra-argumento,
contra-almirante,
eletro-ótica,
extraatmosférico, infra-assinado, infra-axilar, semi-interno, semi-integral, supraauricular, supra-axilar, ultra-apressado etc. (Nestes casos, o hífen
permanece.)
• Nos prefixos átonos3 co-, pre-, re- e pro-, não se usa o hífen: coordenar,
reescrever, propor, preestabelecer.
manda-chuva,
pára- Não se emprega o mandachuva, paraquedas,
quedas, pára-quedista
hífen
em
certos paraquedista
compostos em que se
perdeu,
em
certa
medida, a noção de
composição.
3
É muito importante você perceber que os prefixos “pre” e “pro” são átonos (portanto, sem acento).
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• O uso do hífen permanece nas palavras compostas que não contêm um
elemento de ligação e constituem uma unidade sintagmática e semântica,
mantendo acento próprio, bem como naquelas que designam espécies
botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas,
guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva
doce, mal-me-quer, bem-te-vi, formiga-branca etc.
1. O uso do hífen permanece:
a) nos compostos com os prefixos ex-, vice-, s oto-: ex-marido, vicepresidente, soto-mestre;
b) nos compostos com os prefixos circum- e pan- quando o segundo
elemento começa por vogal, m ou n: pan-americano, circumnavegação;
c) nos compostos com os prefixos tônicos 4acentuados pré-, pró- e pós
quando o segundo elemento tem vida própria na língua: pré-natal,
pródesarmamento, pós-graduação.
d) nos compostos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que
representam formas adjetivas, como -açu, -guaçu e -mirim, quando o
primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando
a pronúncia exige a distinção gráfica entre ambos: amoré-guaçu,
manacáaçu, jacaré-açu, Ceará-Mirim, paraná-mirim.
e) nos topônimos iniciados pelos adjetivos grão e grã ou por forma verbal ou
por elementos que incluam um artigo: Grã-Bretanha, Santa Rita do PassaQuatro, Baía de Todos-os-Santos etc.
f) nos compostos com os advérbios mal e bem quando estes formam uma
unidade sintagmática e semântica e o segundo elemento começa por vogal
ou -h: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-estar, malhumorado. Entretanto, nem sempre os compostos com o advérbio bem
escrevem-se sem hífen quando este prefixo é seguido por um elemento
iniciado por consoante: bem-nascido, bem-criado, bem-visto (ao contrário
de malnascido, malcriado e malvisto).
g) nos compostos com os elementos além, aquém, recém e s em: alémmar,
além-fronteiras, aquém-oceano, recém-casados, sem-número, semteto.
2. Não se emprega o hífen nas locuções de qualquer tipo (substantivas,
adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais):
cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel , sala de jantar,
cor de vinho, ele próprio, à vontade, abaixo de , acerca de, a fim de que
etc.
• São exceções algumas locuções já consagradas pelo uso: água-de-colônia,
arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará,
à queima-roupa.
Agora, vamos às questões:
Questão 17: Analista de Infraestrutura de Transportes - DNIT-2013 Fragmento do texto: Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o
rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a
obrigações e castigos... a tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o
4
É muito importante você perceber que os prefixos “pré” e “pró” são tônicos (portanto, acentuados).
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extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente
por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos
próprios.
Julgue a afirmativa como correta (C) ou errada (E)
O emprego de itálico no substantivo extra-ordinário (linha 4) deve-se à grafia
anômala, com hífen, recurso utilizado para ressaltar um dos elementos da
formação desse vocábulo e coerente com o expresso no trecho subsequente:
“como o próprio nome indica”.
Comentário: A afirmativa está correta. O adjetivo “extraordinário” significa
uma situação fora do normal, fora da rotina, algo excepcional. Tal vocábulo
não recebe hífen. O autor do texto usou tal palavra em itálico, porque inseriu o
hífen, isto é, utilizou grafia diferente. O uso do hífen decorreu da necessidade
de separar as partes da palavra e ressaltar os seus elementos componentes:
“extra” e “ordinário”. Assim, enfatizou o valor semântico de cada parte da
palavra, isto é, fora do normal, o que foi reforçado pela expressão “como o
próprio nome indica”.
Gabarito: C
Questão 18: Analista de Comércio Exterior - ACE/MDIC-2012
O texto abaixo foi transcrito com adaptações. Assinale a opção que
corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.
Em alguns países mais afetados pela crise global, como os Estados Unidos, a
indústria buscou aumentar sua competitividade por meio da forçada redução
dos custos de produção, o que (1) implicou demissões em massa. Mesmo com
menos trabalhadores, a indústria manteve ou ampliou a produção, alcançando
ganhos notáveis de produtividade. Mesmo que aceitasse (2) arcar com um
custo social tão alto, dificilmente o Brasil alcançaria (3) resultados
econômicos tão rápidos. O aumento da produtividade do trabalhador brasileiro
é limitado, entre outros fatores, pela defazagem (4) nos investimentos em
educação. Com escassez (5) de trabalhadores qualificados, exigidos cada vez
mais pelo mercado de trabalho, os salários de determinadas funções tendem a
subir bem mais do que a produtividade média do setor, o que afeta o preço
dos bens finais.
(Editorial, O Estado de S. Paulo, 24/3/2012)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o pronome demonstrativo “o”
retoma expressão anterior e o pronome relativo “que” está sendo empregado
na função de sujeito e faz com que o verbo “implicou” seja flexionado no
singular.
As alternativas (B) e (C) estão corretas, pois os verbos “aceitasse” e
“alcançaria” estão correlacionados nos tempos pretérito imperfeito do
subjuntivo e futuro do pretérito do indicativo, respectivamente; pois a locução
conjuntiva “Mesmo que” exige verbo no modo subjuntivo.
A alternativa (D) é a errada, pois o substantivo corretamente grafado é
“defasagem”, com “s”.
A alternativa (E) está correta. V eja que o adjetivo “escasso” gera o
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substantivo “escassez”.
Gabarito: D
Questão 19: Analista de Comércio Exterior - ACE/MDIC-2012
O texto abaixo foi transcrito com adaptações. Assinale a opção que
corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.
Poucos dias depois de estender (1) a cobrança de 6% do Imposto sobre
Operações Financeiras − IOF para os empréstimos externos de cinco anos
(antes eram taxados apenas os de três anos), como parte da guerrilha que
mantém (2) para conter a valorização do real frente ao (3) dólar, o ministro
da Fazenda não apenas reconheceu que sacrifica sua fé no câmbio flutuante,
como admitiu haver efeitos colaterais da medida que terão de ser mitigados
(4). De fato, o aumento do custo desse tipo de empréstimo ajuda o governo a
rejeitar o capital oportunista, que aqui vem apenas para tirar vantagem de
nossas taxas de juros elevadas, mas ingeta (5) problema na veia dos
exportadores que precisam financiar suas operações no exterior. Ele fez
questão de reforçar sua disposição de continuar atirando com todas as armas
contra o excesso de liquidez mundial, provocado pelo tsunami cambial
promovido pelos bancos centrais europeu e norteamericano.
(Editorial, Correio Braziliense,15/3/2012)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o verbo “estender” é
grafado com “s”. Não se esqueça de que é o substantivo “extensão” que é
escrito com “x”, ok!!!
A alternativa (B) está correta, pois o verbo “mantém” se refere ao termo
singular “o ministro da Fazenda”. Assim, a concordância está correta.
A alternativa (C) está correta, pois o vocábulo “frente” rege a preposição
“a” e o substantivo “dólar” admite o artigo “o”. Assim, há a combinação “ao”.
Observação: Alguns puristas da língua condenam o uso da locução
prepositiva “frente a” e incentivam o uso de termos sinônimos, como “ante”,
“perante”, “diante de”. Porém, essa expressão é amplamente usada na
linguagem técnica, por isso a banca ESAF tem abonado seu uso nas suas
provas objetivas, mas tem condenado nas provas discursivas. Então, tenha
cuidado!
A alternativa (D) está correta, pois “mitigados” está corretamente
flexionado no plural por concordar com o termo “efeitos colaterais”.
A alternativa (E) é a errada, pois o verbo corretamente grafado é
“injeta”.
Gabarito: E
Questão 20: Analista de Planejamento e Orçamento MPOG 2002
Marque o item sublinhado que representa erro de estrutura sintática, de grafia
ou de emprego de sinal de pontuação.
Ao som de panelaços e com a coreografia(A) do revezamento de cinco
presidentes em 12 dias,(B) chegou ao fim(C) o sonho da Argentina de
equiparar-se aos Estados Unidos. A Lei de conversitibilidade(D), decretada em
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1991 num primeiro de abril derrubou espetacularmente a hiperinflação,
atrelando o peso ao dólar, mas logo se tornou um logro(E) que fez os
argentinos esquecerem suas duras obrigações: conter gastos públicos,
incentivar a produtividade, promover o ajuste fiscal e reconstruir a moeda
nacional.
(Exame, 9/1/2002, adaptado)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Comentário: O erro está na alternativa (D).
O substantivo “conversão” (nome do ato de converter) pode gerar o
adjetivo “conversível” (característica daquilo que pode ser convertido). Assim,
podemos substituir o sufixo “-vel” pelo erudito “-bil(i)”, seguido do sufixo
“-dade”, para gerar o substantivo conversibilidade.
O verbo “converter” pode gerar o adjetivo “convertível”, o qual tem o
mesmo sentido de “conversível”. Assim, podemos substituir o sufixo “-vel” pelo
erudito “-bil(i)”, seguido do sufixo “-dade”, para gerar o substantivo
convertibilidade.
Assim, na frase, pode-se optar por um dos dois substantivos. Veja:
A Lei de conversibilidade (...) derrubou espetacularmente a hiperinflação...
A Lei de convertibilidade (...) derrubou espetacularmente a hiperinflação...
Além disso, perceba que a oração “decretada em 1991 num primeiro de
abril” é subordinada adjetiva. Veja que esta oração recebeu vírgula apenas em
seu início, o que é um erro gramatical. O ideal seria o fechamento da estrutura
adjetiva, para que entendamos esta estrutura como explicativa. Veja:
A Lei de convertibilidade, decretada em 1991 num primeiro de abril, derrubou
espetacularmente a hiperinflação...
Assim, percebemos que houve apenas uma lei de convertibilidade
decretada em primeiro de abril de 1991.
Como a questão não nos permite abordar uma inserção de vírgula após o
substantivo “abril”, cabe-nos pelo menos retirar tal vírgula antes do particípio
“decretada”. Assim, há correção gramatical e mudança semântica, pois
passamos a entender que não há somente uma lei de convertibilidade
decretada naquela mesma data. Veja:
A Lei de convertibilidade decretada em 1991 num primeiro de abril derrubou
espetacularmente a hiperinflação...
As demais alternativas não apresentam incorreção.
Gabarito: D
Questão 21: Analista Técnico SUSEP 2010
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra
inserido no texto.
A manutenção dos empregos é um atestado de que(1) os agentes
econômicos, embora(2) assustados com as repecurssões(3) da crise nos
países mais desenvolvidos, não perderam a confiança na economia brasileira.
Não foi sem motivo. Graças aos sinais emitidos pelo próprio governo de que a
crise seria encarada sem abalos na estrutura do combate à(4) inflação, no
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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câmbio flutuante e com o menor sacrifício possível da política de superávits
primários, já se sabia que a economia brasileira teria condições inéditas de
escapar dos piores efeitos da situação. Mesmo tendo enfrentado(5) uma
recessão, caracterizada pelo desempenho negativo do PIB por dois semestres
seguidos, e de sofrer forte pressão por mudanças no câmbio, o governo
sustentou a política econômica.
(Adaptado de Estado de Minas, Editorial, 19/02/2010)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: A alternativa errada é a (C), pois o verbo “repercutir” gera o
substantivo “repercussão” e o adjetivo “repercussivo”. Assim, devemos retirar
o “r”: repercussões.
A alternativa (A) está correta, pois o substantivo “atestado” exigiu a
preposição “de”, que inicia a oração subordinada substantiva completiva
nominal “de que os agentes econômicos (...) não perderam a confiança na
economia brasileira.” (atestado disso)
A alternativa (B) está correta, pois o contexto admite o emprego da
conjunção subordinativa adverbial concessiva “embora”.
A alternativa (D) está correta, pois o substantivo “combate” exige a
preposição “a” e o substantivo feminino “inflação” admite o artigo “a”. Assim, o
uso da crase está correto.
A alternativa (E) está correta, pois a locução verbal “tendo enfrentado”,
antecipada pela preposição “Mesmo”, inicia a oração subordinada adverbial
concessiva reduzida de gerúndio.
Gabarito: C
Questão 22: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003
Na questão, assinale a opção que corresponde a palavra ou expressão do texto
que contraria a prescrição gramatical.
No século XX, a arte cinematográfica introduziu um novo conceito de tempo.
Não mais o conceito linear, histórico, que perspassa(1) a Bíblia e, também,
as pinturas de Fra Angelico ou o Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. No
filme, predomina a simultaneidade(2). Suprimem-se(3) as barreiras entre
tempo e espaço. O tempo adquire caráter espacial, e o espaço, caráter
temporal. No filme, o olhar da câmara e do espectador(4) passa, com toda a
liberdade, do presente para o passado e, desse, para o futuro. Não há
continuidade ininterrupta(5).
(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: A alternativa (A) é a errada, pois o verbo “passar” recebe o
prefixo “per-”. Assim, o correto é “perpassa”.
A alternativa (B) está correta, pois o adjetivo “simultâneo”, ao receber o
sufixo “(i)dade”, transforma-se no substantivo “simultaneidade”.
A alternativa (C) está correta, pois o verbo “Suprimem” é transitivo
direto, o pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente é o termo plural “as
barreiras”, o qual força o verbo ao plural:
Suprimem-se as barreiras...
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As barreiras são suprimidas....
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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Note que o termo “entre tempo e espaço” é um adjunto adverbial.
A alternativa (D) está correta, pois “espectador” é aquele que presencia,
vê algo, o que está de acordo com o contexto. Não podemos confundir com
“expectador” (aquele que está na expectativa de algo).
A alternativa (E) está correta, pois o verbo “interromper” gera o
substantivo “interrupção” e o adjetivo “interrupto” (interrompido, suspenso). O
contrário disso é “ininterrupção”, “ininterrupto” (continuidade, sequência).
Gabarito: A
Questão 23: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003
Na questão, assinale a opção que corresponde a palavra ou expressão do
texto que contraria a prescrição gramatical.
Aos poucos, o horizonte histórico apaga-se(1), como as luzes de um palco
após o espetáculo. A utopia sai de cena, o que(2) permite a Fukuyama
vatiscinar(3): "A história acabou". Ao contrário do que(4) adverte Coélet,
no Eclesiastes, não há mais tempo para construir e tempo para destruir;
tempo para amar e tempo para odiar; tempo para fazer a guerra e tempo para
estabelecer a paz. O tempo é agora. E nele se s obrepõem(5) construção e
destruição, amor e ódio, guerra e paz.
(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: A alternativa errada é a (C), pois a grafia correta é “vaticinar”
(prever, prenunciar).
A alternativa (A) está correta, pois o verbo “apaga” é transitivo direto, o
pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente é “o horizonte histórico”:
o horizonte histórico apaga-se
o horizonte histórico é apagado
As alternativas (B) e (D) estão corretas, pois o pronome relativo “que”
retoma o pronome demonstrativo “o”. A diferença é que na segunda ocorrência
o adjetivo “contrário” exigiu a preposição “de” (o que; contrário do que).
A alternativa (E) está correta, pois o verbo “sobrepõem” é transitivo
direto, o pronome “se” é recíproco e o sujeito agente é composto “construção e
destruição, amor e ódio, guerra e paz”.
Note que não podemos admitir esse pronome como apassivador, porque
o sujeito não é paciente, mas agente. V eja que “construção” sobrepõe
“destruição” e vice-versa; “amor” sobrepõe “ódio” e vice-versa; “guerra”
sobrepõe a “paz” e vice-versa.
Gabarito: C
Questão 24: IRB Brasil Resseguros 2006 - Analista
Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical.
Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza
a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o
jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma
expressão de sua época e uma exceção a ela.
b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de
Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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sempre foi percebida pelos seus contemporâneos.
c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do protagonista
de seu último romance, Memorial de Aires.
d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade, participou
dos grandes debates públicos de sua época.
e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão entre
os aspectos de sua vida examinados no livro.
(Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p.196)
Comentário: O erro está na alternativa (E), pois o verbo “ascender” gera o
substantivo “ascensão”.
A alternativa (A) está correta. Note que ocorreram as vírgulas por
antecipação e intercalação das estruturas adverbiais “Na apresentação da
biografia de Machado de Assis (1839-1908)” e “ao mesmo tempo”,
respectivamente. Há, também, os parênteses, que delimitam as datas de
nascimento e morte de Machado de Assis.
A alternativa (B) está correta. As vírgulas ocorreram por antecipação da
estrutura adverbial “Em seus contos e romances” e por separar a oração
coordenada sindética adversativa “mas sua crítica ácida à sociedade brasileira
nem sempre foi percebida pelos seus contemporâneos”. Além disso, o
substantivo “crítica” exigiu a preposição “a” e o substantivo “sociedade”
admitiu o artigo “a”, por isso há crase.
A alternativa (C) está correta. A vírgula ocorreu por separar o aposto
explicativo “Memorial de Aires”.
A alternativa (D) está correta. As aspas realçam a expressão “tédio a
controvérsias”, a primeira vírgula sinaliza o início de uma oração coordenada
sindética explicativa e a dupla vírgula ocorre por intercalação do adjunto
adverbial de certeza “na verdade”.
Gabarito: E
Questão 25: Analista de Comércio Exterior - MICT/1998
1 Em Direito Tributário, a expressão sanções políticas corresponde a
restrições ou proibições impostas ao contribuinte, como forma indireta de
obrigá-lo ao pagamento do tributo, tais como a interdição do
estabelecimento, a apreensão de mercadorias, o regime especial de
5 fiscalização, entre outras. Qualquer que seja a restrição que implique
cerceamento da liberdade de exercer atividade lícita é inconstitucional,
porque contraria o disposto nos artigos 5º, inciso XIII, e 170, parágrafo
único, do estatuto maior do país. O Supremo Tribunal Federal sumulou
sua jurisprudência no sentido de serem inconstitucionais as sanções
10 políticas. A Súmula 70 diz que é inadimissível a interdição de
estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo. Diz a
Súmula 323 que é inaceitável a apreensão de mercadorias como meio
coercitivo para pagamento de tributo, e a 547, estabelece que não é lícito
à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampílias,
15 despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades
profissionais. Não obstante inconstitucionais, as sanções políticas, que no
Brasil remontam aos tempos da ditadura de Vargas, vêm-se tornando, a
cada dia, mais numerosas e arbitrárias, consubstanciando as mais
diversas formas de restrições a direitos do contribuinte, como forma
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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20 oblíqua de obrigá-lo ao pagamento de tributos ou, às vezes, como forma
de retaliação contra o contribuinte que vai a juízo pedir proteção contra
cobranças ilegais.
Em relação à ortografia, ocorre(m) no texto
a) um erro
b) dois erros
c) nenhum erro
d) três erros
e) quatro erros
Comentário: O texto possui outros erros gramaticais, mas perceba que a
questão quer apenas os erros de grafia.
Assim, há dois erros: o adjetivo “inadimissível” deve ter o “d” mudo:
“inadmissível” e o substantivo “estampílias” deve ser grafado da seguinte
forma: “estampilhas”. Esta palavra, denotativamente, significa “lâmina ou
chapa de metal destinada a estampar; chapa”. Por extensão, o sentido foi
ampliado para “marca”, “selo do Tesouro”, “selo de comprovação de
obrigações fiscais”.
Gabarito: B
Questão 26: Analista de Comércio Exterior - MICT/1998
Assinale o período com grafia inteiramente correta.
a) Na solenidade de inauguração da escola, o diretor revelou alviçareira
notícia: a liberação de recursos para a construção de uma quadra
poliesportiva.
b) Agradeceu também aos professores e estudantes que sempre perfilharam ao lado da direção na busca de um ensino de melhor qualidade.
c) Renovou seu idealismo de puguinar para a escola alçar-se à categoria de
escola-padrão do município.
d) Enfatizou serem as escolas, ocupem-se elas do grau de ensino que for, o
lugar em que se vai construindo o cidadão consciente e crítico.
e) Reinterou sua convicção no atingimento das metas a que se propôs como
fundador e primeiro diretor da escola.
Comentário: A alternativa (A) está errada. O substantivo “alvíssaras”, que
significa prêmio ou recompensa que se concede a quem anuncia boas novas ou
entrega coisa que se perdera, gera o adjetivo “alvíssareira”.
A alternativa (B) está errada. O verbo “perfilhar” significa “receber
legalmente como filho; filiar, filhar”. Na linguagem jurídica, este sentido é
estendido para “reconhecer voluntariamente (filho ilegítimo), no próprio termo
do nascimento, mediante escritura pública, ou por testamento”.
Também tem o sentido ampliado figurativamente para “adotar, defender,
abraçar uma teoria ou um princípio”.
Porém, o sentido no texto é outro: “alinhar, aprumar, pôr-se em
paralelo”. Assim, a grafia correta é “perfilar”.
A alternativa (C) está errada, pois a grafia correta do verbo é “pugnar”,
com “g” mudo.
A alternativa (D) é a correta. Note que “Enfatizou” escreve-se com “z” e
“consciente” escreve-se com “sc”.
A alternativa (E) está errada. O verbo “iterar” significa “repetir, tornar a
fazer”. O verbo “reiterar” recebeu o prefixo “re” como ênfase e transmite o
mesmo sentido de repetição, reforço. Assim, não há o verbo “reinterou”, mas
“reiterou”.
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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Note que o substantivo “atingimento” está corretamente grafado, por ser
formado pela base verbal “atingir”, mais o sufixo formador de substantivo
“-mento”.
Gabarito: D
Questão 27: Banco Central 2002 - Analista
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.
A iminência(1) de uma crise bancária é capaz de afetar e contaminar todo
o(2) sistema econômico, fazendo com que(3) os titulares de ativos financeiros
fujam do sistema financeiro e se refugiam(4), para preservar o valor do seu
patrimônio, em ativos móveis ou imóveis e, em casos extremos, em estoques
crescentes de moeda estrangeira. Para evitar esse tipo de distorção(5), é
fundamental a manutenção da credibilidade no sistema financeiro.
(www.bcb.gov.br)
a) 4
b) 2
c) 3
d) 1
e) 5
Comentário: A questão menciona a possibilidade de erro na grafia ou
qualquer outro erro gramatical. Mas percebemos que os vocábulos “iminência”
(aquilo que está por ocorrer em breve) e “distorção” estão corretamente
grafados.
O artigo “o” está corretamente empregado após o pronome indefinido
“todo”, pois dá a noção de “por inteiro”, “por completo” (contaminar
totalmente o sistema econômico).
A preposição “com”, antes da conjunção integrante “que”, é usada por
motivo de ênfase. Não é uma exigência do verbo “fazendo”, por isso pode ser
retirada. Veja:
“...fazendo com que os titulares de ativos financeiros fujam do sistema
financeiro...”
“...fazendo que
financeiro...”
os
titulares
de
ativos
financeiros
fujam
do
sistema
Assim, a alternativa errada é a (A), pois o verbo “refugiam” (que se
encontra no presente do indicativo) está paralelo, coordenado ao verbo
“fujam”, que se encontra no presente do subjuntivo. Assim, aquele verbo deve
se flexionar também no presente do subjuntivo. Veja:
“...fazendo com que os titulares de ativos financeiros fujam do sistema
financeiro e se refugiem, para preservar o valor do seu patrimônio...”
Portanto, o erro não é na grafia, mas no emprego do tempo verbal.
Gabarito: A
Questão 28: Banco Central 2002 - Analista
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.
As instituições financeiras brasileiras, em geral, perderam a capacidade de
avaliar corretamente riscos e analisar a(1) rentabilidade de investimentos,
contentando-se(2), para auferir(3) grandes lucros, em(4) especializar-se na
captação de recursos de terceiros e apropriarem-se(5) do denominado
"imposto inflacionário".
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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(www.bcb.gov.br)
a) 1
b) 5
c) 3
d) 4
e) 2
Comentário: Novamente a questão cobra o erro de grafia ou qualquer outro
erro gramatical.
A alternativa (A) está correta, pois o verbo “analisar” é transitivo direto e
o termo “a rentabilidade de investimentos” é o objeto direto. Assim, o artigo
“a” está corretamente empregado.
As alternativas (E) e (D) estão corretas, pois o verbo “contentando” é
transitivo direto e indireto, o pronome “se” é reflexivo e está sendo empregado
como objeto direto e a oração “em especializar-se na captação de recursos de
terceiros...” é subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo.
Note que esta oração objetiva indireta está coordenada à seguinte.
Assim, os dois verbos devem permanecer no singular e a alternativa (B) é a
errada. Veja a correção:
especializar-se na captação de recursos de terceiros
...contentando-se em
e
apropriar-se do denominado "imposto inflacionário"
Quanto à alternativa (C), a grafia do verbo “auferir” está correta, pois
este significa “colher”, “obter”. Assim, está corretamente empregado no texto.
Não confunda com o verbo “aferir”, que significa “medir”, “avaliar”, “estimar”.
Gabarito: B
Questão 29: Secretaria de Fazenda RJ 2010
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra
inserido na transcrição do texto.
Se, numa região que dispõe dos(1) mais sofisticados equipamentos do
mundo, as informações sobre a amplitude do acidente do Golfo do México não
são precisas(2), e as tentativas de conter o vazamento, infrutíferas(3), é de
se imaginar o que aconteceria se(4) desastre semelhante atingisse a costa
brasileira, com as previsíveis limitações dos órgãos do país ligados ao
problema. Um acidente como o do Golfo do México atingiria em cheio a região
que concentra parte importante do PIB do país, afetaria fortemente a indústria
do turismo e teria repercuções(5) econômicas e sociais proporcionalmente
mais graves que as provocadas nos EUA.
(O Globo, Editorial, 27/5/2010, com adaptações).
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o verbo “dispõe” está no
singular, porque o seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o
substantivo singular “região”. Além disso, perceba que esse verbo rege a
preposição “de”.
A alternativa (B) está correta, pois o predicativo “precisas” concorda com
o núcleo do sujeito “informações”.
A alternativa (C) está correta, pois o vocábulo “infrutíferas” é acentuado
por ser proparoxítono. Esse vocábulo está no plural para concordar com o
substantivo “tentativas”.
A alternativa (D) está correta, pois o vocábulo “se” é uma conjunção
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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subordinada adverbial condicional.
A alternativa (E) é a errada, pois o vocábulo “repercuções” não existe. A
palavra deve ser grafada corretamente com “SS” e não “ç”: repercussões.
Gabarito: E
Questão 30: Secretaria de Fazenda RJ 2010
Assinale a opção que indica erro gramatical inserido na transcrição do texto
abaixo.
Parte dos impostos e contribuições cobrados s obre a(1) produção é dividida
entre empregadores e empregados. O setor público se apropria(2) de R$ 837
sempre que uma empresa paga um salário de R$ 2 mil a um funcionário. Num
salário de R$ 2 mil, a empresa recolhe R$ 596 em contribuições para o INSS,
para o Sistema S (Senai, Sesc etc.), para o salário-educação, para o Sebrae,
para o seguro de acidentes e doenças do trabalho e até para(3) o Incra. O
trabalhador entrega parte de seu rendimento para o INSS e para o Imposto de
Renda. Assim, a empresa gasta R$ 2.596 e o empregado recebe de fato R$
1.759. A conta não inclue(4) os impostos e contribuições de tipo indireto,
cobrados sobre o consumo de todos os tipos de bens e serviços e sobre as
operações de crédito. O melhor retorno dos impostos e contribuições é aquele
prestado pelas próprias empresas com recursos do Sistema S. Pelo menos em
alguns Estados, entidades como Sesi, Senai e Senac oferecem cursos de
qualidade, formam a mão de obra necessária ao setor produtivo e ampliam(5)
as oportunidades de emprego e renda para seus alunos.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 1/6/2010, com adaptações).
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: Veja que o problema é ortográfico. O verbo “incluir”, na terceira
pessoa do singular do presente do indicativo, deve possuir a vogal temática “i”
(e não “e”): inclui.
Gabarito: D
Questão 31: Secretaria de Fazenda RJ 2010
Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de O Estado de S. Paulo, de
26/5/2010. Assinale a opção em que o trecho foi transcrito de forma
gramaticalmente incorreta.
a)
A agenda apresentada pela indústria aos pré-candidatos à Presidência da
República é muito mais que uma lista de reinvindicações setoriais. Os
empresários propõe reformas essenciais à competitividade, ao crescimento
econômico, à modernização tecnológica e à criação de empregos, objetivos
de interesse de todos os brasileiros.
b) Se essas mudanças forem adotadas, será possível dobrar em 15 anos a
renda per capita dos brasileiros, disse o presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI). Um volume de 230 páginas, preparado por
economistas da entidade, contém as propostas para o próximo governo.
c) O futuro presidente deverá cuidar de problemas relativos à tributação,
segurança jurídica, educação, comércio exterior, inovação, meio ambiente e
burocracia. A agenda é bem conhecida e engloba a realização de tarefas
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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adiadas há muitos anos.
d) Uma das mais importantes é a reforma do sistema de impostos e
contribuições. A tributação foi apontada como principal barreira à
expansão dos negócios por 65% das mil empresas consultadas em
pesquisa da Fiesp. Juros altos e dificuldades de acesso ao crédito ficaram
em segundo lugar na lista de obstáculos.
e) Não tem havido muita surpresa em pesquisas desse tipo. Diversas
sondagens conduzidas tanto por entidades da indústria como por outras
instituições de pesquisa têm colocado a tributação no topo das
preocupações do empresariado brasileiro.
Comentário: A alternativa (A) apresenta erro gráfico e de concordância. O
vocábulo corretamente grafado é “reivindicações”. Além disso, note que o
verbo “propõe” deve se flexionar no plural (propõem), tendo em vista
concordar com o sujeito plural “Os empresários”.
Gabarito: A
Questão 32: Técnico Administrativo ANEEL 2004
Julgue a afirmativa como correta (C) ou errada (E)
As grafias hidrelétrica e hidroelétrica exemplificam caso em que convivem na língua culta duas formas igualmente aceitas de escrita.
Comentário: O substantivo “hidroelétrica” admite a omissão da vogal “o”:
“hidrelétrica”.
Gabarito: C
Questão 33: Técnico de Finanças e Controle - CGU 2008
Selecione a opção que completa o trecho com todas as palavras corretamente grafadas.
As bolsas de valores de todo o mundo foram marcadas ontem por fortes
_______(1)______, diante da evidência de que a economia dos Estados
Unidos está à beira de uma _______(2)________. Durante boa parte do dia
operaram no vermelho, mas recuperaram o fôlego no encerramento. As
_______(3)_______ foram os pregões europeus, que fecharam no auge do
nervosismo do mercado americano e amargaram baixa.
(Com base em Correio Braziliense, 10/01/2008,
p. 15.)
1
2
3
a) oscilações
recessão
exceções
b) ocilações
rescessão escessões
c) ossilações
rescessão excessões
d) oscilações
receção
esceções
e) ossilações
resceção
exessões
Comentário: A lacuna 1 deve ser preenchida pelo vocábulo “oscilações”.
Assim, eliminamos as alternativas (B), (C) e (E).
A lacuna 2 deve ser preenchida pelo vocábulo “recessão”. Assim, eliminamos a alternativa (D), sobrando a (A) como correta.
A lacuna 3 deve ser preenchida pelo vocábulo “exceções”.
Gabarito: A
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
Questão 34: Técnico de Finanças e Controle - CGU 2008
Assinale a opção inteiramente correta quanto à grafia, pontuação e
morfossintaxe.
a) O cerceiamento de defesa, por ser um fato, não se presume; porém, deve
ser demonstrado, diante do contexto do processo disciplinar.
b) O cerceamento de defesa, por ser um fato, não se presume; porém, há de
ser demonstrado, em face do contexto do processo disciplinar.
c) O cerceiamento de defesa, por ser um fato, não se presume. Porém, há
que ser demonstrado, em face do contexto do processo disciplinar.
d) O cerceiamento de defesa – por ser um fato, não se presume –; porém,
tem de ser demonstrado, face ao contexto do processo disciplinar.
e) O cerceamento de defesa (por ser um fato) não se presume, porém, carece
de ser demonstrado, face ao contexto do processo disciplinar.
(http://www.cgu.gov.br/Publicações/RevistaCGU,
acesso em 11/1/2008)
Comentário: O substantivo corretamente grafado deve ser “cerceamento”.
Assim, eliminamos as alternativas (A), (C) e (D).
A alternativa (E) está errada, porque o adjunto adverbial de causa “por
ser um fato” deve ficar entre vírgulas, e não entre parênteses. Note que a
conjunção “porém” está seguida de vírgula. Assim, devemos inserir ponto e
vírgula antes desta conjunção para maior clareza.
Portanto, sobra a alternativa (B) como correta.
Gabarito: B
Questão 35: Engenharia Mecânica MPU 2004
Assinale o trecho que apresenta erro na grafia de palavra.
a) O filme justiça mostra situações à beira da explosão, que de alguma
maneira já conhecíamos por meio de filmes como Carandiru e O Prisioneiro
da G rade de Ferro. O diferencial aqui é o acesso à intimidade de cinco
casos específicos, flagrados no cenário ascéptico do Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro.
b) Por intermédio deles, o filme tenta construir uma metonímia da sociedade
brasileira, na qual a Justiça funcionaria como elemento de reafirmação de
uma ordem social fundamentalmente injusta.
c) Antes de mais nada, Maria Augusta desvenda um pequeno mundo
solenemente ignorado pela grande maioria dos espectadores. A frieza do
ambiente nas salas de audiência e o caráter altamente ritualístico dos
procedimentos de interrogatório favorecem o método da diretora.
d) A câmera comporta-se como um olho neutro, fixo, quase ausente. Mas o
uso de várias câmeras permite uma montagem que sublinha os jogos de
olhares, as reações contidas, as dissimulações. E sobretudo a rigidez de
um dispositivo em que o juiz todo-poderoso e o réu intimidado se
confrontam sem qualquer sentido de proporção, ante o silêncio quase total
dos demais circunstantes.
e) O diálogo impossível – porque na verdade não é buscado – ressalta a
impessoalidade dos julgamentos em ritmo industrial. Os longos corredores
do tribunal, imersos em sua típica iluminação indistinta, materializam o
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
labirinto sem saída de um sistema penal alienado das condições do país. O
que o filme consegue captar desse “teatro” absurdo é simplesmente
admirável.
(Adaptado de Carlos Alberto Mattos, Corredores sem saída,
24/06/2004 www.nominimo.com)
Comentário: A alternativa (A) apresenta um problema de grafia na palavra
“ascéptico”, pois este vocábulo não existe. Há três palavras parônimas as quais
vale a pena ressaltar:
1. “ascético”: relativo a ascetas ou ao ascetismo; devoto, místico;
contemplativo. Com base nisso, possui também sentido figurado de
incorruptível, sisudo.
2. Acético: referente ao ácido acético, ou próprio dele; pertencente ou relativo
ao vinagre.
3. Asséptico: relativo à assepsia, extremamente limpo.
Como no contexto, observamos uma afirmação de rigidez judicial, numa
“ordem social fundamentalmente injusta”, suscita entendermos o ambiente na
tentativa de “limpeza” social (mas nem sempre justa). Por isso, caberia a
terceira acepção desta palavra.
Gabarito: A
Questão 36: Técnico de Finanças e Controle SFC 2001
A ocorrência dos 500 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral, deu a
inspiração para insistir na rejeição permanente da frase tola, segundo a qual
“essas coisas só acontecem no Brasil”.
Há que lembrar a crítica, vinda até de vozes autorizadas vinculando
“essas coisas” à colonização portuguesa. As críticas comparam o Brasil e os
Estados Unidos da colonização inglesa, o Brasil de hoje e o Brasil holandez, de
Maurício de Nassau, sem considerar as possessões de seu país na Ásia. A
história mostra as diferenças.
No sistema jurídico dos séculos 15 e 16, dois critérios de dominação
territorial predominaram: o da “descoberta”, e o da conquista pelas armas, em
que o direito nascia da força.
A descoberta foi o meio que serviu para Portugal, no Brasil, e para a
Espanha, a oeste das Tordesilhas, depois de dividirem o mundo em dois. A
poderosa esquadra inglesa exemplifica a alternativa. Gerou colônias,
dominadas pelas armas, das quais algumas ainda subexistem. A ordem jurídica
vigente, nesses casos foi, e é, a do dominador.
(Walter Ceneviva; com adaptações)
Com relação à ortografia, há no texto
a) nenhum erro
b) um erro
c) dois erros
d) três erros
e) mais de três erros
Comentário: O adjetivo pátrio “holandez” deve ser grafado com “s” e com
acento no “e”: holandês.
O vocábulo “subexistem” não existe, ele deve ser substituído por
“subsistem”, que é a flexão do verbo “subsistir”.
Portanto, há dois erros de grafia.
Gabarito: C
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39
PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
Questão 37: Técnico do Tesouro Nacional 1998
Leia o texto seguinte e responda à questão abaixo.
Segundo os cientistas, os macacos pongídeos – termo usado para designar os
bichos mais próximos do homem, como gorilas, orangotangos, chimpansés e
bonobos – vivem em sociedades organizadas, em que as relações entre os
individuos são semelhantes às humanas. Diferentemente dos animais mais
primitivos, aos quais se atribuem apenas emoções simples, como medo e
fome, esses macacos parecem possuir compaixão e solidariedade. Sua
capacidade intelectual está muito acima de todo o restante dos bichos e a
diferença entre seu código genético e o dos seres humanos é de apenas 1,6%.
As pesquisas com essas espécies vem causando tanta comoção que, no final
de 1997, um grupo de biólogos, assessorado por advogados ambientalistas,
publicou um documento pedindo a extensão dos direitos humanos aos
pongídeos!
(Valéria França - Veja - 28/1/98, adaptado)
Há, no texto,
a) três erros de ortografia
b) nenhum erro de ortografia
c) dois erros de ortografia
d) um erro de ortografia
e) quatro erros de ortografia
Comentário: O primeiro erro de grafia é na palavra “chimpansés”. O correto é
“chimpanzé”, o qual admite a variação: “chipanzé”.
O segundo erro é a palavra “individuos”. Ela é uma paroxítona terminada
em ditongo oral. Portanto, deve ser acentuada: “indivíduos”.
O terceiro e último erro está no verbo “vem”, o qual deve receber acento
circunflexo (“vêm”), tendo em vista que seu sujeito é o termo plural “As
pesquisas com essas espécies”.
A palavra “pongídeos” está corretamente grafada. V eja que ela possui
acento por ser uma paroxítona terminada em ditongo oral.
Bonobos é uma subespécie de chimpanzé originária do Zaire. Esta
palavra está corretamente grafada. Veja que é uma paroxítona terminada em
“o”, seguida de “s”; por isso não é acentuada.
Gabarito: A
Questão 38: Técnico do Tesouro Nacional 1997
Marque o item que não apresenta erro de ortografia.
a) Mas porque essa mania de pirataria acontece com tanta freqüência no
Brasil? Principalmente por causa da desparidade dos preços entre os
programas originais e os pirateados.
b) Mas quando o consumidor vê a possibilidade de ter o mesmo programa por
um preço que as vezes custa um centésimo do original, não pensa duas
vezes antes de adequirir a cópia ilegal.
c) As empresas de informática estão negociando com o governo uma forma de
acabar com o mercado informal, responsável por 60% da movimentação
financeira na área.
d) De maneira ainda informal, diversas empresas de informática estão
iniciando conversas com o governo no sentido de conseguir a isensão fiscal
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40
PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
que serviria para aniquilhar o contrabando.
e) Já se vê o resultado das sucessivas aprensões que a Associação Brasileira
das Empresas de Softwares (ABES) vem fazendo: a dez anos o índice de
pirataria era de 86%.
(Trechos adaptados do Correio Braziliense, 1/5/2001)
Comentário: Na alternativa (A), a grafia correta é “disparidade”. Além disso,
perceba que há uma pergunta. Assim, não cabe a conjunção causal “porque”,
mas a preposição “por” e o advérbio interrogativo “que”:
Mas por que essa mania de pirataria acontece com tanta freqüência no Brasil?
À época da prova (1997), usava-se o trema, por isso a palavra
“freqüência” não pode ser apontada como errada. As provas a partir de 2009
já cobram tal palavra sem trema.
Na alternativa (B), a palavra “adequirir” deve ser corrigida para
“adquirir”. A questão também explorou o acento grave (`) como erro gráfico.
Veja que a expressão temporal “às vezes” deve receber o acento grave
indicativo de crase.
A alternativa (C) é a correta, pois apresenta todas as palavras corretamente grafadas.
Na alternativa (D), a grafia correta das palavras deve ser “isenção” e
“aniquilar”.
Na alternativa (E), perceba que a palavra “aprensões” deve receber mais
uma vogal “e”: apreensões. Além disso, note que a expressão de tempo
decorrido deve receber o verbo “há”: “há dez anos o índice de pirataria era de
86%.”
Gabarito: C
Questão 39: Agente Tributário Estadual – MS - 2001
Leia o texto adaptado de diploma legal e, em seguida, responda à questão.
O imposto é tachado no momento:
III III IV -
VVIVII-
da saida de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que
para outro estabelecimento do mesmo titular;
do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por
qualquer estabelecimento;
da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazem geral
ou em depósito fechado, neste Estado;
da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a
represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo
estabelecimento transmitente;
do início da prestação de serviços de transporte, de qualquer natureza;
do ato final do transporte iniciado no exterior;
do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios.
Quanto à ortografia, ocorre(m) neste texto
a) um erro
d) três erros
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b) nenhum erro
e) quatro erros
c) dois erros
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
Comentário: O verbo “tachar” significa “pôr tacha ou defeito em; acusar,
censurar, notar”: “Ele foi tachado de ignorante.”
Já o verbo “taxar” significa estabelecer o fixar “taxas”, “tributos”. Assim,
o contexto obriga o uso do particípio “taxado”: “O imposto é tachado no
momento”.
O vocábulo “saida” deve ser acentuado por possuir hiato “a-i”, com “i”
tônico: saída.
O vocábulo “armazem" deve receber acento gráfico por ser uma palavra
oxítona terminada em “em”: armazém.
Assim, a alternativa correta é a (D).
Gabarito: D
Questão 40: Prefeitura de Recife 2003 – Analista de Compras
Nesta questão, adaptada de editorial da Folha de S. Paulo, de 30/04/2003,
marque o texto mal formado sintaticamente ou que contenha erro ortográfico.
a) Não há democracia sem regras, e a regra suprema do jogo eleitoral
legítimo é a qualidade da informação.
b) Na Argentina, não há legislação relativa à realização de pesquisas eleitorais.
c) Não há redes nacionais de comunicação. Predomina o varejo na compra
de espaço nas emissoras locais.
d) Um dos resultados da falta de regulamentação das pesquisas eleitorais é
que há apenas dois meses do pleito os concorrentes tornaram-se
conhecidos.
e) Cabe ao governo brasileiro, que já se manifestou pelo fortalecimento do
Mercosul, observar o pleito com cautela.
Comentário: Esta questão aborda a diferença entre o verbo “há” e a
preposição “a”. Sabemos que o verbo “há” marca tempo decorrido e a
preposição “a”, além de vários empregos, é utilizada para marcar tempo
futuro, delimitando a origem com a preposição “de”.
Então, perceba que a alternativa (D) é a errada, pois “há dois meses do
pleito” marca tempo futuro. Assim, o correto é o uso da preposição “a”:
“a apenas dois meses do pleito”.
Note a preposição “de”, marcando o limite de origem.
A alternativa (A) está correta. Note a vírgula antes da conjunção “e”, a
qual pode ser usada porque os sujeitos das orações são diferentes. A primeira
oração não possui sujeito e a segunda possui o sujeito determinado simples “a
regra suprema do jogo eleitoral legítimo”.
A alternativa (B) está correta. Note a vírgula por antecipação da locução
adverbial “Na Argentina”. Além disso, perceba a crase, tendo em vista o
adjetivo “relativa” exigir a preposição “a” e o substantivo “realização” admitir o
artigo “a”.
A alternativa (C) está correta. Perceba o verbo “há”, no sentido de
“existir”, por isso está flexionado no singular.
A alternativa (E) está correta. Perceba a dupla vírgula isolando a oração
subordinada adjetiva explicativa “que já se manifestou pelo fortalecimento do
Mercosul”.
Gabarito: D
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
Questão 41: Engenharia Mecânica MPU 2004
Nesta questão, baseada em Manuel Bandeira, escolha o segmento do texto que
não está isento de erros gramaticais e de ortografia, considerando-se a
ortodoxia gramatical.
a) A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga eram
homens requintados, letrados, a quem a vida corria fácil, ao passo que o
alferes sempre lutara pela subsistência.
b) Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da profissão que lhe valera o
apelido.
c) Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar fé, entusiasmo e coragem
na aventura de 89.
d) Descoberta a conspiração, enquanto os outros não procuravam outra coisa
se não salvar-se, ele revelou a mais heróica força de ânimo, chamando a si
toda a culpa.
e) Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, enfrentou a pena última.
Comentário: A questão pede a alternativa incorreta. Ela trabalha a diferença
entre “senão” e “se não”. Por isso, a alternativa (D) é a errada. Veja que, no
contexto, cabe a ideia de exceção. Assim, o correto é “senão”. Compare:
Descoberta a conspiração, enquanto os outros não procuravam outra coisa
senão salvar-se, ele revelou a mais heróica força de ânimo, chamando a si
toda a culpa.
Descoberta a conspiração, enquanto os outros não procuravam outra coisa
exceto salvar-se, ele revelou a mais heróica força de ânimo, chamando a si
toda a culpa.
Como esta prova ocorreu antes de 2009, não podemos considerar erro a
acentuação do ditongo aberto tônico na palavra paroxítona “heróica”. A partir
de 2009, esta palavra perdeu o acento.
A alternativa (A) está correta. Note as duas primeiras vírgulas separando
o sujeito composto de três núcleos. Neste sujeito, o último desses núcleos
também poderia ser antecipado pela conjunção “e” no lugar da vírgula:
“Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga”.
O predicativo composto “requintados, letrados” impôs a vírgula e a
oração subordinada adjetiva explicativa “a quem a vida corria fácil” está entre
vírgulas. Note que há preposição antes do pronome relativo “quem” tendo em
vista entendermos o seguinte: “a vida corria fácil a eles (para eles)”.
Cabe a observação de que esse termo não é objeto indireto,
complemento nominal ou adjunto adverbial. A gramática de Evanildo Bechara
(2000) dá conta desse termo. Ele é chamado de dativo livre de benefício, isto
é, em benefício deles, ao benefício deles, para eles. Logicamente, a ESAF não
pergunta o nome do termo, apenas o uso da preposição “a”.
Outra observação: o substantivo “alferes”, mesmo com o “s” final, é
singular, por isso está correto o emprego do artigo singular “o”: “o alferes”.
A alternativa (B) está correta. Veja que os verbos “vivera” e “valera”
estão corretamente empregados no pretérito mais-que-perfeito do indicativo
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
por marcarem o passado de outro passado (essas ações ocorreram “antes de
alistar-se”). Além disso, perceba que a colocação do pronome “se” também
pode ser antes do verbo: “Antes de se alistar”.
O pronome “lhe” é o objeto indireto do verbo transitivo direto e indireto
“valera”. O sujeito é o pronome relativo “que”, o objeto direto é o termo “o
apelido”. Veja: a profissão valera a ele o apelido.
A alternativa (C) está correta. A expressão “Não obstante” é entendida
como elemento contrastante e é usada como conectivo coordenado
adversativo. Por isso, pode-se separar por vírgula, como ocorreu neste trecho.
A alternativa (E) está correta. A expressão “Com coragem, serenidade e
lucidez” é um adjunto adverbial de modo e está composto, por isso há vírgula
interna. A expressão “até o fim” é um adjunto adverbial de tempo. Por estar
intercalado, encontra-se entre vírgulas.
Gabarito: D
Questão 42: MPOG 2009 - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do texto: Resta agora evidente que o alívio da carga tributária e
das taxas de juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura adversa, é
necessário, como instrumento eficaz, para assegurar dinamismo à atividade
econômica.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Estaria gramaticalmente correto e de acordo com as ideias originais do texto
se a expressão “a fim de” (ℓ.2) estivesse grafada da seguinte forma: afim de.
Comentário: V eja que a oração “a fim de enfrentar a conjuntura adversa”
é subordinada adverbial de finalidade e reduzida de infinitivo, a qual é
iniciada pela locução prepositiva “a fim de”. Assim, não pode ser substituída pela expressão “afim de”.
Gabarito: E
Questão 43: Engenharia Mecânica MPU 2004
Marque o item em que uma das sentenças não está gramaticalmente correta.
a) A literatura depende muito de condições subjetivas, raramente satisfaz
apenas os sentidos, exige colaboração, embora muitos acreditem que as
obras literárias possam brotar de cérebros insulados. / A literatura depende
muito de condições subjetivas, raramente satisfaz apenas aos sentidos,
exige colaboração, embora muitos acreditem que as obras literárias
possam brotar de cérebros insulados.
b) Um povo não perde os seus mais fortes determinantes se recebe, aceita e
pratica a pintura e a música de outra origem, mas dificilmente adotará
literatura estranha sem perda de alguns de seus valores. / Um povo não
perderá os seus mais fortes determinantes se receber, aceitar e praticar a
pintura e a música de outra origem, mas dificilmente adotará literatura
estranha sem perda de alguns de seus valores.
c) No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema”
interessantíssimo, que a cerca de trezentos anos desenvolve-se. / No
Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema”
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
interessantíssimo, que há cerca de trezentos anos se desenvolve.
d) Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes
nomes pertencentes ao “sistema” de que falei há pouco. / Quando surgiu
Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes nomes
pertencentes ao “sistema” de que faz pouco falei.
e) Já tive ocasião de mostrar quanto me parecem precárias três afirmativas
de Euclides da Cunha: a questão do cruzamento; a fatalidade da luta das
raças e o autoctonismo do homem americano. / Já tive ocasião de mostrar
como me parecem precárias três afirmativas de Euclides da Cunha: a
questão do cruzamento; a fatalidade da luta das raças e o autoctonismo do
homem americano.
(Baseado em Roquette Pinto)
Comentário: Esta questão explorou o seu conhecimento sobre a expressão “a
cerca de” e “há cerca de”. A alternativa (C) é a errada. Confronte os dois
fragmentos:
No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema”
interessantíssimo, que
a cerca de trezentos anos desenvolve-se.
No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema”
interessantíssimo, que
há cerca de trezentos anos se desenvolve.
Note que a primeira estrutura está errada, pois algo se passou faz algum
tempo; há, portanto, tempo decorrido, mas ainda sem precisão de quantidade,
por isso é usada a expressão “cerca de”. Assim, como são passados por volta
de trezentos anos, o correto é “que há cerca de trezentos anos
desenvolvese”.
Perceba, também, que na segunda estrutura houve o deslocamento do
pronome oblíquo átono “se”. Este deslocamento pode ocorrer, pois não há
palavra atrativa. Assim, estão corretas as construções: “desenvolve-se”, “se
desenvolve”.
A alternativa (A) está correta. Veja que a única diferença é a regência do
verbo “satisfaz”, o qual pode ser transitivo direto ou transitivo indireto, no
sentido de corresponder, agradar.
A literatura depende muito de condições subjetivas, raramente satisfaz apenas
os sentidos, exige colaboração, embora muitos acreditem que as obras
literárias possam brotar de cérebros insulados.
A literatura depende muito de condições subjetivas, raramente satisfaz apenas
aos sentidos, exige colaboração, embora muitos acreditem que as obras
literárias possam brotar de cérebros insulados.
A alternativa (B) está correta. A diferença está nos tempos verbais. Note
que a estrutura adverbial condicional “se recebe, aceita e pratica a pintura e a
música de outra origem” possui três verbos no presente do indicativo, e como
resultado há a oração principal “Um povo não perde os seus mais fortes
determinantes”. Todas essas orações possuem verbos também no presente do
indicativo, com valor de futuro. A intenção de usar este tempo verbal é fazer
com que essas ações sejam enfatizadas como certas de ocorrerem.
Essa ênfase não ocorre com os verbos no futuro, porém não há problema
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
gramatical empregar esses verbos no futuro. Confronte:
Um povo não perde os seus mais fortes determinantes se recebe, aceita e
pratica a pintura e a música de outra origem, mas dificilmente adotará
literatura estranha sem perda de alguns de seus valores.
Um povo não perderá os seus mais fortes determinantes se receber, aceitar e
praticar a pintura e a música de outra origem, mas dificilmente adotará
literatura estranha sem perda de alguns de seus valores.
A alternativa (D) está correta. A única diferença é que o verbo “há” está
sendo empregado com o sentido de tempo decorrido, por isso pôde ser
substituído pelo de mesmo valor semântico e de mesma regência “faz”.
Confronte:
Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes
nomes pertencentes ao “sistema” de que falei há pouco.
Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes
nomes pertencentes ao “sistema” de que faz pouco falei.
A alternativa (E) está correta. Esta alternativa explorou os advérbios
interrogativos que iniciam a oração subordinada substantiva objetiva direta. O
advérbio “quanto” é interrogativo de quantidade, e o advérbio “como” é
interrogativo de modo. Os dois têm relações semânticas diferentes, porém
mantêm a coerência e a correção gramatical no período. Confronte:
Já tive ocasião de mostrar quanto me parecem precárias três afirmativas de
Euclides da Cunha: a questão do cruzamento; a fatalidade da luta das raças e
o autoctonismo do homem americano.
Já tive ocasião de mostrar como me parecem precárias três afirmativas de
Euclides da Cunha: a questão do cruzamento; a fatalidade da luta das raças e
o autoctonismo do homem americano.
Gabarito: C
Questão 44: MPOG 2008 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
O Brasil encerrou o ano de 2007 com(1) resultados animadores. O País
conseguiu gerar mais de(2) 1,6 milhão de postos de trabalho. Acerca de(3)
42% foram empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado. O
desemprego nas regiões metropolitanas ficou em torno de(4) 9,5%, ante(5)
10% em 2006. Os rendimentos médios subiram cerca de 3% em termos reais.
Em quatro anos o aumento foi de quase 8%.
(José Pastore, O Estado de S. Paulo, 5/02/2008)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Comentário: Esta questão trabalha a diferença entre as expressões “acerca
de” e “cerca de”. A primeira tem o sentido de assunto, subentendendo a
preposição “sobre” (Falamos acerca de educação→Falamos sobre educação).
Já o segundo se refere a uma quantidade aproximada (por volta de, mais
ou menos, aproximadamente).
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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A alternativa (C) é a incorreta, pois o contexto pede a expressão que
denota quantidade aproximada. Assim, devemos usar a expressão “Cerca de”:
Cerca de 42% foram empregados com carteira de trabalho assinada no setor
privado.
A alternativa (A) está correta, pois a preposição “com” inicia o adjunto
adverbial de modo: “com resultados animadores”.
A alternativa (B) está correta, pois a expressão “mais de” tem o sentido
de exceder algum limite: “mais de 1,6 milhão de postos de trabalho”.
A alternativa (D) está correta, pois a expressão “em torno de” também
transmite valor aproximado: “em torno de 9,5%”.
A alternativa (E) está correta, pois a preposição “ante” transmite valor
de confrontação de termos, no caso há confrontação entre os dados de 2007
(“9,5%”) e os dados de 2006 (“10%”).
Gabarito: C
Lista de questões
Questão 1: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998
Fragmento do Texto: A análise comparada permite estabelecer a pauta
necessária para as reformas tributárias no Brasil, ao pôr em evidência as
divergências de nosso sistema relativamente ao padrão tributário dominante.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O acento circunflexo diferencial na forma verbal ‘pôr’(linha 2) explica-se,
também, porque este monossílabo é tônico.
Questão 2: Agente Executivo SUSEP 2006
Assinale a opção que corresponde a erro de grafia ou de desobediência às
regras da norma escrita padrão.
A crise da esquerda mundial, consubstanciada(1) sobretudo como a crise do
“socialismo real” e, em menor intensidade, do modelo social-democrata de
gestão
“humanizada”
do
mercado,
encontra-se
ainda
em
pleno
desdobramento. É uma crise profunda, de largo espectro(2) histórico, que se
confunde plenamente com a crise de civilização, resultante, entre outras
causas, do auge da hegemonia(3) do sistema capitalista de produção e da
conseqüente exacerbação(4) de todas as suas contradições. A crise da
esquerda mundial, que é também a crise do ideário e da experiência socialista
no mundo, torna-se duradoura, sobretudo se estivermos a medí-la(5) com a
escala individual de nossas vidas.
(Adaptado de Anivaldo de Miranda)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 3: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003
O texto A riqueza ensurdece (VEJA, 23 de setembro de 2003) foi adaptado
para compor as opções abaixo. Assinale aquela em que a transcrição respeitou
as regras gramaticais da norma culta.
a) Os países ricos sairam da reunião da Organização Mundial do Comércio
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b)
c)
d)
e)
PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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(OMC), no México, sem ouvir os pleitos dos países emergentes. A surdez
dos ricos redundou no fracasso do encontro em que havia esperança de,
pela primeira vez se produzir, um acordo global de comércio com
benefícios para todos.
A reunião foi encerrada sem que os países em desenvolvimento
conseguirem a mais vaga promessa de diminuição do subsídio anual – de
cerca de 350 bilhões de dólares – com o quê os países europeus e os
Estados Unidos adubam sua agricultura.
Por não conseguirem enxergar além dos interesses, de seus próprios
agricultores os países desenvolvidos também não avançaram o que
queriam: regras claras e transparência para investimentos, concorrências e
compras governamentais. Os dois lados sairam perdendo.
Como sempre, a banda pobre do mundo perdeu mais, pois está provado
que a aceleração do comércio internacional é a mais eficiente ferramenta
de produção de riqueza. Desse ponto de vista, é um equívoco comemorar
como vitória o impasse do encontro.
O Brasil saiu como líder do chamado G22, grupo de países que apôs
resistência às propostas dos países ricos. É uma posição de destaque. Não
é, porém uma posição confortável, pois aos líderes não bastam levantar
obstáculos à maus acordos. Líderes têm que produzir condições para que
as negociações cheguem à bom termo.
Questão 4: Auditor-Fiscal do Trabalho 2010
O texto a seguir foi transcrito com erros. Assinale o único trecho que atende
plenamente às prescrições gramaticais.
a) Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí
distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de
acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais
desenvolvidas, são sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o
capital cultural.
b) Na dimensão mais importante, os detentores de um grande volume de
capital global, como empresários, membros de profissões liberais e
professores universitários, opõe-se globalmente aqueles menos providos de
capital econômico e de capital cultural, como os operários não qualificados.
c) Na perspectiva em que se considere o peso relativo do capital econômico e
do capital cultural no patrimonio dos agentes sociais, os professores –
relativamente mais ricos em capital cultural que em capital econômico –,
estão em oposição, nitidamente, aos empresários – relativamente mais
ricos em capital econômico que em capital cultural.
d) O espaço de posições sociais traduz-se em um espaço de tomada de
posição, pela intermediação do espaço de disposições. Em outras palavras,
ao sistema de separações diferenciais que definem as posições nos dois
sistemas principais do espaço social corresponde um sistema de separações
diferenciais nas propriedades dos agentes sociais.
e) À cada classe de posições correspondem uma classe habitus (ou de gostos)
produzidos pelos condicionamentos sociais e, pela intermediação desses
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
habitus, um conjunto sistemático de bens e de propriedades, vinculadas
entre si por uma afinidade de estilo.
(Texto adaptado de Pierre Bordieu. Razões práticas: sobre a teoria da ação.
Campinas, SP: Papirus, 1996, p.19.)
Questão 5: Auditor-Fiscal do Trabalho 2010
Assinale a opção que indica onde o texto foi transcrito com erro gramatical.
A lição reafirmada pela crise é a da (1) instabilidade como pressuposto da
economia de mercado, transmitida por dois canais. O primeiro é o da confiança
dos agentes – aspecto crucial nas observações de John Maynard Keynes -, que
é volúvel e sujeita a mudança repentina em momentos de incerteza. Tal
instabilidade pode ainda ser catalisada (2) pelo canal financeiro, como ficou
claro, de forma dramática, em 2008. Falhas de mercado e manifestações de
irracionalidade são comuns no capitalismo, sem dúvida, mas a derrocada
recente não repõe (3) a polarização entre Estado e mercado. Reforça, isso sim,
a necessidade de aperfeiçoar instituições, afim de (4) preservar a
funcionalidade dos mercados e a concorrência, bens públicos que o mercado,
deixado à (5) própria sorte, é incapaz de prover.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 17/01/2010.)
a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)
Questão 6: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2003
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente empregadas e
grafadas.
a) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de infringir
punições legais a cidadãos aparece livre de qualquer excesso e violência.
b) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem
juízes, nem professores, nem contramestres, nem suboficiais, nem “pais”,
porém avocam a si um pouco de tudo isso, num modo de intervenção
específico.
c) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder técnico de
disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um e de arbitrário no
outro, atenuando os efeitos de revolta que ambos possam suscitar.
d) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o corpo dos supliciados.
e) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de
práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer controle e aferir lucro ilícito,
mas que se torna manejável por sua organização em delinqüência.
(Itens adaptados de Michel Foucault)
Questão 7: MPOG – 2012 – Analista Técnico de Políticas Sociais
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra
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transcrição do texto.
O sofrível desempenho da indústria nos últimos quatro anos – a produção está
no nível de meados de 2008 – sucita(1) um debate polarizado sobre o risco de
desindustrialização do país. No caso brasileiro, as correntes mais liberais
que(2) asseveram a ausência de desindustrialização mencionam, por exemplo,
a relativa estabilidade da participação da indústria no PIB nos últimos dez anos
e o crescimento do emprego no setor na última década. Aqueles(3) que
acreditam numa desindustrialização em curso apontam o aumento do déficit
comercial em setores de média e alta tecnologia, que atingiu US$ 92,5 bilhões
em 2011. A estagnação das exportações brasileiras como parcela do comércio
mundial, em torno de 1% há décadas, seria forte indicação de que(4) o país
não consegue competir adequadamente no mercado global. Coreia e China, em
comparação, lograram(5) multiplicar sua participação no comércio mundial –
e com incorporação de tecnologia superior à brasileira.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 9/9/2012)
a) sucita (1)
b) que (2)
c) Aqueles (3)
d) de que(4)
e) lograram (5)
Questão 8: Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2012
Não dá para fazer reforma mantendo a mesma estrutura tributária, sem
corrigir um sistema de que (a) se transformou num monstro justamente por
que (b) rombos momentaneos (c) superaram a racionalidade fiscal desde os
tempos da ditadura militar. Para falar mais claro, nos últimos 40 anos um
imposto era criado sempre que o Orçamento federal abria um novo rombo,
gerado por suscessivos (d) governos que gastavam mais do que podiam.
Assim nasceram (e) o PIS-Cofins federal, as nove taxas embutidas nas contas
de luz, a taxa de incêndio municipal e por aí vai.
(Suely Caldas, “Falsos remédios”. Folha de S. Paulo, 1/5/2012
http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html)
Assinale a letra correspondente à expressão inteiramente correta.
a) de que
b) por que
c) momentaneos
d) suscessivos
e) nasceram
Questão 9: IRB Brasil Resseguros 2006 - Analista
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou
que(1) a renda das famílias parou de cair em 2004, interrompendo uma
trajetória(2) de queda que acontecia desde 1997, e que houve(3)
diminuição do grau de concentração da renda do trabalho. Enquanto a metade
da população ocupada que(4) recebe os menores rendimentos teve ganho
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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real de 3,2%, a outra metade, que tem rendimentos maiores, teve perda de
0,6%. Os resultados da PNAD mostraram, também, que o Brasil melhorou em
ítens(5) como número de trabalhadores ocupados, participação das mulheres
no mercado de trabalho, indicadores da área de educação e melhoria das
condições de vida.
(Trechos adaptados de Em Questão, Subsecretaria de
Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência
da República, n. 379, Brasília, 30 de novembro de 2005)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 10: Técnico da Receita Federal 2000
“As versões anteriores sobre a existência,
1
no Novo Mundo, de alguma nação de mulheres
adversas ao jugo varonil, deviam predispor os
aventureiros europeus a acolher, colorindo-as
e enriquecendo-as, segundo lhes pediam a
5
imaginação, certas notícias sobre tribos
indígenas onde as esposas porfiavam com os
maridos na faina guerreira. Foi às beiradas
daquele rio-mar, porém, e quando pela
10 primeira vez na história um bando de
espanhóis o cursou em sua maior extensão até
chegar à embocadura, que elas vieram a
ganhar corpo. Tendo saido de Quito em 1541,
rumo ao imaginário País da Canela, Francisco
15 de Orellana e seus companheiros, foram
avisados de que, águas abaixo, no grande rio,
se achavam amazonas, e que apartadas dele e
metida terra adentro estavam as dependências
do chefe Ica, abundantíssimas em metal
20 amarelo. Esse último senhorio nunca o viram e
nem ouviram falar os expedicionários. Das
amazonas, no entanto, voltaram a ter notícia,
quando, mais adiante, lhes advertiram-nos
outros índios do perigo a que se expunham de
25 alcançá-las, por serem poucos e elas muitas.”
(Sérgio Buarque de Holanda)
Ocorre erro de acentuação gráfica na linha
a) 3
b) 21
c) 8
d) 11
e) 13
Questão 11: Técnico de Finanças e Controle - CGU 2008
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
O governo, ao remover(1) obstáculos para a construção das grandes
hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau no rio Madeira, ao anunciar a retomada
das obras da usina nuclear de Angra 3 e ao dar prioridade à(2) produção de
gás natural no País, além dos programas de etanol e biodiesel, transmitiu
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confiança aos investidores no País. Outro bom sinal têm(3) sido a co-geração
de energia pelas usinas canavieiras e as autorizações dadas pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a construção de pequenas
hidrelétricas, bem como(4) a disposição de empresas em investir em fontes
alternativas de energia. Afastar a possibilidade de um gargalo energético até
2010, contando(5) com a colaboração da sociedade, fortaleceria, sem dúvida,
o ânimo dos agentes econômicos.
(Gazeta Mercantil, 15/01/2008, Editorial.)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 12: Técnico de Finanças e Controle - CGU 2008
Analise as propostas de correção gramatical para o trecho de relatório abaixo
e, a seguir, assinale a única opção que, em vez de corrigir, introduz erro ao
trecho.
Procedemos o exame dos atos de gestão da unidade XX, ocorridos no período
de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2005, por seleção de itens, em
atendimento à legislação federal aplicável as diversas áreas e atividades
examinados, com verificação, quanto à legitimidade dos documentos e dos
atos de gestão que deu origem ao atual processo.
(http://www.cgu.gov.br/Contas/2005/relatorio.pdf ,com alterações)
a) Acrescentar preposição ao verbo “Procedemos”, escrevendo-o assim:
Procedemos ao
b) Passar para o plural o verbo “deu”, reescrevendo-o assim: deram
c) Reescrever o trecho da linha 3 com acento grave no “as”. Assim: aplicável
às diversas áreas
d) Flexionar o adjetivo “examinados” no feminino. Assim: examinadas
e) Acentuar graficamente a palavra “itens”, escrevendo-a assim: ítens
Questão 13: Técnico de Controle Interno - MPU 2004
A oscilação entre entusiasmos revoltados e inércia conformista é uma herança
de nossa adolescência. Tivemos que decidir (e talvez estejamos eternamente
decidindo) se, para nos tornar-mos adultos, seria melhor imitar os genitores,
sacrificando nossa individualidade, ou contrariá-los, encontrando a prova de
nossa autonomia na decepção e no desespero dos pais. A solução mais popular
sempre consistiu em tomar o caminho de uma "normalidade" que nos garantia
algum confôrto.
(Adaptado de Contardo Calligaris)
A quantidade de palavras com erro de morfologia ou de grafia é:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 14: Técnico de Finanças e Controle SFC 2001
Assinale a opção que apresenta acentuação gráfica incorreta.
As imagens que nos vieram do século 19 brasileiro são reveladoras. Os artistas
nacionais expressam um magnífico(A) universo poético(B). Mas são os
estrangeiros que buscaram conservar a imagem do que percebiam à sua roda.
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Sem a catarata do indianismo, Rugendas, Debret, entre outros, fixaram, com
olhar lúcido(C), a violência(D) e os ridículos de uma sociedade provínciana(E),
assentada sobre o trabalho dos escravos.
(Jorge Coli, Folha de S. Paulo - Especial, 20/4/2000,
p.7, com adaptações)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Questão 15: Técnico do Tesouro Nacional 1997
Julgue a afirmativa como correta (C) ou errada (E)
As palavras “genérica”, “públicos” e “excluídos” são acentuadas com base na
mesma regra gramatical.
Questão 16: Técnico do Tesouro Nacional 1997
Julgue a afirmativa como correta (C) ou errada (E)
Acentuam-se as palavras “precários”, “previdenciárias”, “tributários” porque
são paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
Questão 17: Analista de Infraestrutura de Transportes - DNIT-2013
Fragmento do texto: Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o
rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a
obrigações e castigos... a tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o
extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente
por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos
próprios.
Julgue a afirmativa como correta (C) ou errada (E)
O emprego de itálico no substantivo extra-ordinário (linha 4) deve-se à grafia
anômala, com hífen, recurso utilizado para ressaltar um dos elementos da
formação desse vocábulo e coerente com o expresso no trecho subsequente:
“como o próprio nome indica”.
Questão 18: Analista de Comércio Exterior - ACE/MDIC-2012
O texto abaixo foi transcrito com adaptações. Assinale a opção que
corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.
Em alguns países mais afetados pela crise global, como os Estados Unidos, a
indústria buscou aumentar sua competitividade por meio da forçada redução
dos custos de produção, o que (1) implicou demissões em massa. Mesmo com
menos trabalhadores, a indústria manteve ou ampliou a produção, alcançando
ganhos notáveis de produtividade. Mesmo que aceitasse (2) arcar com um
custo social tão alto, dificilmente o Brasil alcançaria (3) resultados
econômicos tão rápidos. O aumento da produtividade do trabalhador brasileiro
é limitado, entre outros fatores, pela defazagem (4) nos investimentos em
educação. Com escassez (5) de trabalhadores qualificados, exigidos cada vez
mais pelo mercado de trabalho, os salários de determinadas funções tendem a
subir bem mais do que a produtividade média do setor, o que afeta o preço
dos bens finais.
(Editorial, O Estado de S. Paulo, 24/3/2012)
a) 1
b) 2
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c) 3
d) 4
e) 5
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Questão 19: Analista de Comércio Exterior - ACE/MDIC-2012
O texto abaixo foi transcrito com adaptações. Assinale a opção que
corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.
Poucos dias depois de estender (1) a cobrança de 6% do Imposto sobre
Operações Financeiras − IOF para os empréstimos externos de cinco anos
(antes eram taxados apenas os de três anos), como parte da guerrilha que
mantém (2) para conter a valorização do real frente ao (3) dólar, o ministro
da Fazenda não apenas reconheceu que sacrifica sua fé no câmbio flutuante,
como admitiu haver efeitos colaterais da medida que terão de ser mitigados
(4). De fato, o aumento do custo desse tipo de empréstimo ajuda o governo a
rejeitar o capital oportunista, que aqui vem apenas para tirar vantagem de
nossas taxas de juros elevadas, mas ingeta (5) problema na veia dos
exportadores que precisam financiar suas operações no exterior. Ele fez
questão de reforçar sua disposição de continuar atirando com todas as armas
contra o excesso de liquidez mundial, provocado pelo tsunami cambial
promovido pelos bancos centrais europeu e norteamericano.
(Editorial, Correio Braziliense,15/3/2012)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 20: Analista de Planejamento e Orçamento MPOG 2002
Marque o item sublinhado que representa erro de estrutura sintática, de grafia
ou de emprego de sinal de pontuação.
Ao som de panelaços e com a coreografia(A) do revezamento de cinco
presidentes em 12 dias,(B) chegou ao fim(C) o sonho da Argentina de
equiparar-se aos Estados Unidos. A Lei de conversitibilidade(D), decretada em
1991 num primeiro de abril derrubou espetacularmente a hiperinflação,
atrelando o peso ao dólar, mas logo se tornou um logro(E) que fez os
argentinos esquecerem suas duras obrigações: conter gastos públicos,
incentivar a produtividade, promover o ajuste fiscal e reconstruir a moeda
nacional.
(Exame, 9/1/2002, adaptado)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Questão 21: Analista Técnico SUSEP 2010
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra inserido no texto.
A manutenção dos empregos é um atestado de que(1) os agentes
econômicos, embora(2) assustados com as repecurssões(3) da crise nos
países mais desenvolvidos, não perderam a confiança na economia brasileira.
Não foi sem motivo. Graças aos sinais emitidos pelo próprio governo de que a
crise seria encarada sem abalos na estrutura do combate à(4) inflação, no
câmbio flutuante e com o menor sacrifício possível da política de superávits
primários, já se sabia que a economia brasileira teria condições inéditas de
escapar dos piores efeitos da situação. Mesmo tendo enfrentado(5) uma
recessão, caracterizada pelo desempenho negativo do PIB por dois semestres
seguidos, e de sofrer forte pressão por mudanças no câmbio, o governo
sustentou a política econômica.
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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(Adaptado de Estado de Minas, Editorial, 19/02/2010)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 22: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003
Na questão, assinale a opção que corresponde a palavra ou expressão do
texto que contraria a prescrição gramatical.
No século XX, a arte cinematográfica introduziu um novo conceito de tempo.
Não mais o conceito linear, histórico, que perspassa(1) a Bíblia e, também,
as pinturas de Fra Angelico ou o Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. No
filme, predomina a simultaneidade(2). Suprimem-se(3) as barreiras entre
tempo e espaço. O tempo adquire caráter espacial, e o espaço, caráter
temporal. No filme, o olhar da câmara e do espectador(4) passa, com toda a
liberdade, do presente para o passado e, desse, para o futuro. Não há
continuidade ininterrupta(5).
(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 23: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003
Na questão, assinale a opção que corresponde a palavra ou expressão do
texto que contraria a prescrição gramatical.
Aos poucos, o horizonte histórico apaga-se(1), como as luzes de um palco
após o espetáculo. A utopia sai de cena, o que(2) permite a Fukuyama
vatiscinar(3): "A história acabou". Ao contrário do que(4) adverte Coélet,
no Eclesiastes, não há mais tempo para construir e tempo para destruir;
tempo para amar e tempo para odiar; tempo para fazer a guerra e tempo para
estabelecer a paz. O tempo é agora. E nele se s obrepõem(5) construção e
destruição, amor e ódio, guerra e paz.
(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 24: IRB Brasil Resseguros 2006 - Analista
Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical.
Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza
a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o
jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma
expressão de sua época e uma exceção a ela.
b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de
Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem
sempre foi percebida pelos seus contemporâneos.
c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do protagonista
de seu último romance, Memorial de Aires.
d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade, participou
dos grandes debates públicos de sua época.
e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão entre
os aspectos de sua vida examinados no livro.
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(Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p.196)
Questão 25: Analista de Comércio Exterior - MICT/1998
1 Em Direito Tributário, a expressão sanções políticas corresponde a
restrições ou proibições impostas ao contribuinte, como forma indireta de
obrigá-lo ao pagamento do tributo, tais como a interdição do
estabelecimento, a apreensão de mercadorias, o regime especial de
5 fiscalização, entre outras. Qualquer que seja a restrição que implique
cerceamento da liberdade de exercer atividade lícita é inconstitucional,
porque contraria o disposto nos artigos 5º, inciso XIII, e 170, parágrafo
único, do estatuto maior do país. O Supremo Tribunal Federal sumulou
sua jurisprudência no sentido de serem inconstitucionais as sanções
10 políticas. A Súmula 70 diz que é inadimissível a interdição de
estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo. Diz a
Súmula 323 que é inaceitável a apreensão de mercadorias como meio
coercitivo para pagamento de tributo, e a 547, estabelece que não é lícito
à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampílias,
15 despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades
profissionais. Não obstante inconstitucionais, as sanções políticas, que no
Brasil remontam aos tempos da ditadura de V argas, vêm-se tornando, a
cada dia, mais numerosas e arbitrárias, consubstanciando as mais
diversas formas de restrições a direitos do contribuinte, como forma
20 oblíqua de obrigá-lo ao pagamento de tributos ou, às vezes, como forma
de retaliação contra o contribuinte que vai a juízo pedir proteção contra
cobranças ilegais.
Em relação à ortografia, ocorre(m) no texto
a) um erro
d) três erros
b) dois erros
e) quatro erros
c) nenhum erro
Questão 26: Analista de Comércio Exterior - MICT/1998
Assinale o período com grafia inteiramente correta.
a) Na solenidade de inauguração da escola, o diretor revelou alviçareira
notícia: a liberação de recursos para a construção de uma quadra
poliesportiva.
b) Agradeceu também aos professores e estudantes que sempre perfilharam ao lado da direção na busca de um ensino de melhor qualidade.
c) Renovou seu idealismo de puguinar para a escola alçar-se à categoria de
escola-padrão do município.
d) Enfatizou serem as escolas, ocupem-se elas do grau de ensino que for, o
lugar em que se vai construindo o cidadão consciente e crítico.
e) Reinterou sua convicção no atingimento das metas a que se propôs como
fundador e primeiro diretor da escola.
Questão 27: Banco Central 2002 - Analista
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de
grafia.
A
iminência(1)
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crise bancária é capaz de afetar e contaminar todo
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o(2) sistema econômico, fazendo com que(3) os titulares de ativos financeiros
fujam do sistema financeiro e se refugiam(4), para preservar o valor do seu
patrimônio, em ativos móveis ou imóveis e, em casos extremos, em estoques
crescentes de moeda estrangeira. Para evitar esse tipo de distorção(5), é
fundamental a manutenção da credibilidade no sistema financeiro.
(www.bcb.gov.br)
a) 4
b) 2
c) 3
d) 1
e) 5
Questão 28: Banco Central 2002 - Analista
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.
As instituições financeiras brasileiras, em geral, perderam a capacidade de
avaliar corretamente riscos e analisar a(1) rentabilidade de investimentos,
contentando-se(2), para auferir(3) grandes lucros, em(4) especializar-se na
captação de recursos de terceiros e apropriarem-se(5) do denominado
"imposto inflacionário".
(www.bcb.gov.br)
a) 1
b) 5
c) 3
d) 4
e) 2
Questão 29: Secretaria de Fazenda RJ 2010
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra
inserido na transcrição do texto.
Se, numa região que dispõe dos(1) mais sofisticados equipamentos do
mundo, as informações sobre a amplitude do acidente do Golfo do México não
são precisas(2), e as tentativas de conter o vazamento, infrutíferas(3), é de
se imaginar o que aconteceria se(4) desastre semelhante atingisse a costa
brasileira, com as previsíveis limitações dos órgãos do país ligados ao
problema. Um acidente como o do Golfo do México atingiria em cheio a região
que concentra parte importante do PIB do país, afetaria fortemente a indústria
do turismo e teria repercuções(5) econômicas e sociais proporcionalmente
mais graves que as provocadas nos EUA.
(O Globo, Editorial, 27/5/2010, com adaptações).
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 30: Secretaria de Fazenda RJ 2010
Assinale a opção que indica erro gramatical inserido na transcrição do texto
abaixo.
Parte dos impostos e contribuições cobrados sobre a(1) produção é dividida
entre empregadores e empregados. O setor público se apropria(2) de R$ 837
sempre que uma empresa paga um salário de R$ 2 mil a um funcionário. Num
salário de R$ 2 mil, a empresa recolhe R$ 596 em contribuições para o INSS,
para o Sistema S (Senai, Sesc etc.), para o salário-educação, para o Sebrae,
para o seguro de acidentes e doenças do trabalho e até para(3) o Incra. O
trabalhador entrega parte de seu rendimento para o INSS e para o Imposto de
Renda. Assim, a empresa gasta R$ 2.596 e o empregado recebe de fato R$
1.759. A conta não inclue(4) os impostos e contribuições de tipo indireto,
cobrados sobre o consumo de todos os tipos de bens e serviços e sobre as
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operações de crédito. O melhor retorno dos impostos e contribuições é aquele
prestado pelas próprias empresas com recursos do Sistema S. Pelo menos em
alguns Estados, entidades como Sesi, Senai e Senac oferecem cursos de
qualidade, formam a mão de obra necessária ao setor produtivo e ampliam(5)
as oportunidades de emprego e renda para seus alunos.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 1/6/2010, com adaptações).
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Questão 31: Secretaria de Fazenda RJ 2010
Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de O Estado de S. Paulo, de
26/5/2010. Assinale a opção em que o trecho foi transcrito de forma
gramaticalmente incorreta.
a) A agenda apresentada pela indústria aos pré-candidatos à Presidência da
República é muito mais que uma lista de reinvindicações setoriais. Os
empresários propõe reformas essenciais à competitividade, ao crescimento
econômico, à modernização tecnológica e à criação de empregos, objetivos
de interesse de todos os brasileiros.
b) Se essas mudanças forem adotadas, será possível dobrar em 15 anos a
renda per capita dos brasileiros, disse o presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI). Um volume de 230 páginas, preparado por
economistas da entidade, contém as propostas para o próximo governo.
c) O futuro presidente deverá cuidar de problemas relativos à tributação,
segurança jurídica, educação, comércio exterior, inovação, meio ambiente
e burocracia. A agenda é bem conhecida e engloba a realização de tarefas
adiadas há muitos anos.
d) Uma das mais importantes é a reforma do sistema de impostos e
contribuições. A tributação foi apontada como principal barreira à
expansão dos negócios por 65% das mil empresas consultadas em
pesquisa da Fiesp. Juros altos e dificuldades de acesso ao crédito ficaram
em segundo lugar na lista de obstáculos.
e) Não tem havido muita surpresa em pesquisas desse tipo. Diversas
sondagens conduzidas tanto por entidades da indústria como por outras
instituições de pesquisa têm colocado a tributação no topo das
preocupações do empresariado brasileiro.
Questão 32: Julgue
TécnicoaAdministrativo
ANEEL
2004
afirmativa como
correta
(C) ou errada (E)
As grafias hidrelétrica e hidroelétrica exemplificam caso em que convivem
na língua culta duas formas igualmente aceitas de escrita.
Questão 33: Técnico de Finanças e Controle - CGU 2008
Selecione a opção que completa o trecho com todas as palavras corretamente
grafadas.
As bolsas de valores de todo o mundo foram marcadas ontem por fortes
_______(1)______, diante da evidência de que a economia dos Estados
Unidos está à beira de uma _______(2)________. Durante boa parte do dia
operaram no vermelho, mas recuperaram o fôlego no encerramento. As
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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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_______(3)_______ foram os pregões europeus, que fecharam no auge do
nervosismo do mercado americano e amargaram baixa.
(Com base em Correio Braziliense, 10/01/2008,
p. 15.)
1
a) oscilações
b) ocilações
c) ossilações
d) oscilações
e) ossilações
2
recessão
rescessão
rescessão
receção
resceção
3
exceções
escessões
excessões
esceções
exessões
Questão 34: Técnico de Finanças e Controle - CGU 2008
Assinale a opção inteiramente correta quanto à grafia,
morfossintaxe.
pontuação e
a) O cerceiamento de defesa, por ser um fato, não se presume; porém, deve
ser demonstrado, diante do contexto do processo disciplinar.
b) O cerceamento de defesa, por ser um fato, não se presume; porém, há de
ser demonstrado, em face do contexto do processo disciplinar.
c) O cerceiamento de defesa, por ser um fato, não se presume. Porém, há
que ser demonstrado, em face do contexto do processo disciplinar.
d) O cerceiamento de defesa – por ser um fato, não se presume –; porém,
tem de ser demonstrado, face ao contexto do processo disciplinar.
e) O cerceamento de defesa (por ser um fato) não se presume, porém, carece
de ser demonstrado, face ao contexto do processo disciplinar.
(http://www.cgu.gov.br/Publicações/RevistaCGU,
acesso em 11/1/2008)
Questão 35: Engenharia Mecânica MPU 2004
Assinale o trecho que apresenta erro na grafia de palavra.
a) O filme justiça mostra situações à beira da explosão, que de alguma
maneira já conhecíamos por meio de filmes como Carandiru e O Prisioneiro
da G rade de Ferro. O diferencial aqui é o acesso à intimidade de cinco
casos específicos, flagrados no cenário ascéptico do Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro.
b) Por intermédio deles, o filme tenta construir uma metonímia da sociedade
brasileira, na qual a Justiça funcionaria como elemento de reafirmação de
uma ordem social fundamentalmente injusta.
c) Antes de mais nada, Maria Augusta desvenda um pequeno mundo
solenemente ignorado pela grande maioria dos espectadores. A frieza do
ambiente nas salas de audiência e o caráter altamente ritualístico dos
procedimentos de interrogatório favorecem o método da diretora.
d) A câmera comporta-se como um olho neutro, fixo, quase ausente. Mas o
uso de várias câmeras permite uma montagem que sublinha os jogos de
olhares, as reações contidas, as dissimulações. E sobretudo a rigidez de
um dispositivo em que o juiz todo-poderoso e o réu intimidado
se confrontam sem qualquer sentido de proporção, ante o silêncio quase
total dos demais circunstantes.
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e) O diálogo impossível – porque na verdade não é buscado – ressalta a
impessoalidade dos julgamentos em ritmo industrial. Os longos corredores
do tribunal, imersos em sua típica iluminação indistinta, materializam o
labirinto sem saída de um sistema penal alienado das condições do país. O
que o filme consegue captar desse “teatro” absurdo é simplesmente
admirável.
(Adaptado de Carlos Alberto Mattos, Corredores sem saída,
24/06/2004 www.nominimo.com)
Questão 36: Técnico de Finanças e Controle SFC 2001
A ocorrência dos 500 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral, deu a
inspiração para insistir na rejeição permanente da frase tola, segundo a qual
“essas coisas só acontecem no Brasil”.
Há que lembrar a crítica, vinda até de vozes autorizadas vinculando
“essas coisas” à colonização portuguesa. As críticas comparam o Brasil e os
Estados Unidos da colonização inglesa, o Brasil de hoje e o Brasil holandez, de
Maurício de Nassau, sem considerar as possessões de seu país na Ásia. A
história mostra as diferenças.
No sistema jurídico dos séculos 15 e 16, dois critérios de dominação
territorial predominaram: o da “descoberta”, e o da conquista pelas armas, em
que o direito nascia da força.
A descoberta foi o meio que serviu para Portugal, no Brasil, e para a
Espanha, a oeste das Tordesilhas, depois de dividirem o mundo em dois. A
poderosa esquadra inglesa exemplifica a alternativa. Gerou colônias,
dominadas pelas armas, das quais algumas ainda subexistem. A ordem jurídica
vigente, nesses casos foi, e é, a do dominador.
(Walter Ceneviva; com adaptações)
Com relação à ortografia, há no texto
a) nenhum erro
b) um erro
d) três erros
e) mais de três erros
c) dois erros
Questão 37: Técnico do Tesouro Nacional 1998
Leia o texto seguinte e responda à questão abaixo.
Segundo os cientistas, os macacos pongídeos – termo usado para designar os
bichos mais próximos do homem, como gorilas, orangotangos, chimpansés e
bonobos – vivem em sociedades organizadas, em que as relações entre os
individuos são semelhantes às humanas. Diferentemente dos animais mais
primitivos, aos quais se atribuem apenas emoções simples, como medo e
fome, esses macacos parecem possuir compaixão e solidariedade. Sua
capacidade intelectual está muito acima de todo o restante dos bichos e a
diferença entre seu código genético e o dos seres humanos é de apenas 1,6%.
As pesquisas com essas espécies vem causando tanta comoção que, no final
de 1997, um grupo de biólogos, assessorado por advogados ambientalistas,
publicou um documento pedindo a extensão dos direitos humanos aos
pongídeos!
(Valéria França - Veja - 28/1/98, adaptado)
Há, no texto,
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a) três erros de ortografia
b) nenhum erro de ortografia
c) dois erros de ortografia
d) um erro de ortografia
e) quatro erros de ortografia
Questão 38: Técnico do Tesouro Nacional 1997
Marque o item que não apresenta erro de ortografia.
a) Mas porque essa mania de pirataria acontece com tanta freqüência no
Brasil? Principalmente por causa da desparidade dos preços entre os
programas originais e os pirateados.
b) Mas quando o consumidor vê a possibilidade de ter o mesmo programa por
um preço que as vezes custa um centésimo do original, não pensa duas
vezes antes de adequirir a cópia ilegal.
c) As empresas de informática estão negociando com o governo uma forma de
acabar com o mercado informal, responsável por 60% da movimentação
financeira na área.
d) De maneira ainda informal, diversas empresas de informática estão
iniciando conversas com o governo no sentido de conseguir a isensão fiscal
que serviria para aniquilhar o contrabando.
e) Já se vê o resultado das sucessivas aprensões que a Associação Brasileira
das Empresas de Softwares (ABES) vem fazendo: a dez anos o índice de
pirataria era de 86%.
(Trechos adaptados do Correio Braziliense, 1/5/2001)
Questão 39: Agente Tributário Estadual – MS - 2001
Leia o texto adaptado de diploma legal e, em seguida, responda à questão.
O imposto é tachado no momento:
III III IV -
VVIVII-
da saida de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que
para outro estabelecimento do mesmo titular;
do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por
qualquer estabelecimento;
da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazem geral
ou em depósito fechado, neste Estado;
da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a
represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo
estabelecimento transmitente;
do início da prestação de serviços de transporte, de qualquer natureza;
do ato final do transporte iniciado no exterior;
do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios.
Quanto à ortografia, ocorre(m) neste texto
a) um erro
d) três erros
b) nenhum erro
e) quatro erros
c) dois erros
Questão 40: Prefeitura de Recife 2003 – Analista de Compras
Nesta questão, adaptada de editorial da Folha de S. Paulo, de 30/04/2003,
marque o texto mal formado sintaticamente ou que contenha erro ortográfico.
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a) Não há democracia sem regras, e a regra suprema do jogo eleitoral
legítimo é a qualidade da informação.
b) Na Argentina, não há legislação relativa à realização de pesquisas eleitorais.
c) Não há redes nacionais de comunicação. Predomina o varejo na compra
de espaço nas emissoras locais.
d) Um dos resultados da falta de regulamentação das pesquisas eleitorais é
que há apenas dois meses do pleito os concorrentes tornaram-se
conhecidos.
e) Cabe ao governo brasileiro, que já se manifestou pelo fortalecimento do
Mercosul, observar o pleito com cautela.
Questão 41: Engenharia Mecânica MPU 2004
Nesta questão, baseada em Manuel Bandeira, escolha o segmento do texto que
não está isento de erros gramaticais e de ortografia, considerando-se a
ortodoxia gramatical.
a) A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga eram
homens requintados, letrados, a quem a vida corria fácil, ao passo que o
alferes sempre lutara pela subsistência.
b) Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da profissão que lhe valera o
apelido.
c) Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar fé, entusiasmo e coragem na aventura de 89.
d) Descoberta a conspiração, enquanto os outros não procuravam outra coisa
se não salvar-se, ele revelou a mais heróica força de ânimo, chamando a si
toda a culpa.
e) Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, enfrentou a pena última.
Questão 42: MPOG 2009 - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do texto: Resta agora evidente que o alívio da carga tributária e
das taxas de juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura adversa, é
necessário, como instrumento eficaz, para assegurar dinamismo à atividade econômica.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Estaria gramaticalmente correto e de acordo com as ideias originais do texto
se a expressão “a fim de” (ℓ.2) estivesse grafada da seguinte forma: afim de.
Questão 43: Engenharia Mecânica MPU 2004
Marque o item em que uma das sentenças não está gramaticalmente correta.
a) A literatura depende muito de condições subjetivas, raramente satisfaz
apenas os sentidos, exige colaboração, embora muitos acreditem que as
obras literárias possam brotar de cérebros insulados. / A literatura depende
muito de condições subjetivas, raramente satisfaz apenas aos sentidos,
exige colaboração, embora muitos acreditem que as obras literárias
possam brotar de cérebros insulados.
b) Um povo não perde os seus mais fortes determinantes se recebe, aceita e
pratica a pintura e a música de outra origem, mas dificilmente adotará
literatura estranha sem perda de alguns de seus valores. / Um povo não
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perderá os seus mais fortes determinantes se receber, aceitar e praticar a
pintura e a música de outra origem, mas dificilmente adotará literatura
estranha sem perda de alguns de seus valores.
c) No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema”
interessantíssimo, que a cerca de trezentos anos desenvolve-se. / No
Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um “sistema”
interessantíssimo, que há cerca de trezentos anos se desenvolve.
d) Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes
nomes pertencentes ao “sistema” de que falei há pouco. / Quando surgiu
Euclides da Cunha, nossa literatura podia enumerar grandes nomes
pertencentes ao “sistema” de que faz pouco falei.
e) Já tive ocasião de mostrar quanto me parecem precárias três afirmativas
de Euclides da Cunha: a questão do cruzamento; a fatalidade da luta das
raças e o autoctonismo do homem americano. / Já tive ocasião de mostrar
como me parecem precárias três afirmativas de Euclides da Cunha: a
questão do cruzamento; a fatalidade da luta das raças e o autoctonismo do
homem americano.
(Baseado em Roquette Pinto)
Questão 44: MPOG 2008 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
O Brasil encerrou o ano de 2007 com(1) resultados animadores. O País
conseguiu gerar mais de(2) 1,6 milhão de postos de trabalho. Acerca de(3)
42% foram empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado. O
desemprego nas regiões metropolitanas ficou em torno de(4) 9,5%, ante(5)
10% em 2006. Os rendimentos médios subiram cerca de 3% em termos reais.
Em quatro anos o aumento foi de quase 8%.
(José Pastore, O Estado de S. Paulo, 5/02/2008)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
GABARITO
1C
11 C
21 C
31 A
41 D
2E
12 E
22 A
32 C
42 E
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3D
13 B
23 C
33 A
43 C
4D
14 E
24 E
34 B
44 C
5D
15 E
25 B
35 A
6D
16 C
26 D
36 C
7A
17 C
27 A
37 A
8E
18 D
28 B
38 C
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9E
19 E
29 E
39 D
10
20
30
40
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